A estranha ordem das coisas

A estranha ordem das coisas António Damásio




Resenhas - A estranha ordem das coisas


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Bianca 20/08/2023

Sou apaixonada por explicações com respaldo biológico das questões do mundo, e também neurociência, aliás nunca vou entender quem presume que não existe emoção na maneira que pessoas não religiosas enxergam o mundo. O apego emocional nas crenças de que só há beleza em acreditar que ter um Deus controlando tudo e todos, mas imagina, não considerar beleza em cada estrutura celular trabalhando de um jeito harmonioso pra fazer funcionar cada parte do nosso corpo e melhor ainda: ter a explicação científica do PORQUE e PARA QUE de cada da processos.
Passei boa parte da minha adolescência estudando sobre evolução de espécie através de vídeo de youtube, lembro quando fiquei obcecada sobre o assunto e me apaixonei, mas também me recordo da hipervalorização que eu fazia em relação a racionalidade humana, pois não sabia que os sentimentos também surgiram e se mantém com uma função fisiológica muito importante. Aliás foi meu erro por muito tempo, colocar emoções e sentimentos em segundo plano, priorizando a racionalidade em detrimento de tal. Mas com muita terapia (ainda bem) e uma nova visão de mundo, ler esse livro expandiu ainda mais alguns conceito que venho aplicando na minha vida, de respeitar o que sinto e dar total importância a feridas emocionais. E saber agora a explicação com respaldo da neurociência para tal me deixa ainda mais confiante nesse meu processo.
Toda vez que eu cogitar desconsiderar algum dos meus sentimentos vou me lembrar de toda a cascata fisiológica e de como meu sistema nervoso está integralmente interpretando sinais das células de todo o meu corpo para se comunicar comigo através de algo tão singelo. Sentir emoções de fato é viver, e respeitar os sentimentos é honrar nossa própria biologia
E lembrei de um trecho do poema da matilde campilho que gosto muito:

?Não sou de choro fácil mas um composto orgânico cujas moléculas contêm as instruções genéticas que coordenam o desenvolvimento e funcionamento de todos os seres vivos me comove. Cromossomas me animam, ribossomas me espantam. A divisão celular não me deixa dormir, e olha que eu moro bem no meio da montanha.?
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Mateus 01/10/2022

"Muitos insights para poucas páginas." Talvez essa frase seja a que melhor expresse minha experiência pessoal com essa verdadeira obra prima.
O livro está alicerçado no conceito de homeostase, que na acepção mais simplista do termo se refere à "capacidade do organismo de regular suas funções básicas para uma faixa ideal que permita a continuidade da vida", como no caso da regulação térmica, hídrica, química, metabolica e todos os esforços a nível químico e celular empreendidos para que o organismo sobreviva. Tendo em mente esse imperativo homeostático, António Damásio defende a ideia de que invenções culturais surgiram para expandir e melhorar a capacidade dos organismos de manterem-se vivos. Por exemplo, na presença da dor a medicina
foi criada, já o sentimento de bem-estar é amplificado por manifestações artísticas e culturais. Portanto, os sentimentos impelem a mente criativa, nos dão propósito, motivação, nos dão foco para realizar empreendimentos engenhosos. A mente é uma ferramenta magnífica, extremamente refinada, mas sem os sentimentos catalisadores se torna praticamente inoperante. A estranha ordem das coisas posiciona os sentimentos no seu devido lugar, sua importância é muitas vezes subestimada enquanto o cerébro leva todo o crédito pelas mais variadas manifestaçãos culturais inventada pelo homem.
Alex.Ribas 01/10/2022minha estante
Muito boa análise amigo, essa obra me parece deveras interessante perante a sua descrição, talvez eu o leia um dia. Abraços




Elias.Fernando 29/03/2021

Os sentimentos moldam tudo
O livro de Damásio busca responder uma questão bem complexa sobre a evolução humana. Como nossa consciência surgiu e como ela foi capaz de determinar tantas questões da história da humanidade? De forma simples ele consegue responder e instigar nossa curiosidade sobre as questões biológicas que envolvem nossas sensações, decisões, ideias, entre outras tantas coisas que partem do interior dos seres é que são capazes de transformar e entender o mundo exterior. Recomendo.
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Paula1630 19/03/2021

Quando o autor se refere a origem biológica dos sentimentos eu esperei mais sobre a origem evolutiva e comparativo entre humanos e outras espécies. Senti falta também de uma maior importância da genética no decorrer do livro.
Caso o autor tivesse utilizado de mais exemplos e metáforas o entendimento seria mais fácil. Particulamente gostei das observações da terceira parte do livro mesmo achando-as otimistas demais.
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Ramalho 11/03/2021

Uma introdução de respeito à neurociência
Escrever sobre a forma como nossos olhos interpreta o mundo a nossa volta é uma maneira simples de compor um livro; agora falar dessa maneira e conseguir a interpretação fidedigna do que queremos dizer, é mais difícil. Falar sobre "a estranha ordem das coisas" é uma tarefa complexa mais simples. Posso começar pela divisão que o livro faz para contar sobre o tema principal ou sobre o tema principal seguido das suas subdivisões. Em resumo, o livro fala sobre a homeostase, e a forma como que a homeostase nos possibilitou a tomada de conhecimento sensitivo e consciente, mas isso não é tudo: o livro divide a explicação em três partes: primeiro fala sobre o conceito de homeostase e a sua aplicação na vida pré-humana (digamos assim) pra logo em seguida falar sobre os conceitos de sentimentos, consciência e afetos...no terceiro capítulo é mais um conceito geral, fala sobre a cultura, a história humana, os possíveis efeitos da homeostase pro futuro. Este é o terceiro livro que li do autor, e no momento o mais significativo para mim. Pelo livro começar fazendo uma introdução à homeostase e logo depois ao sistema nervoso, conectando ele ao corpo de maneira única, acho que é O livro pra você ler como introdução à neurociência. se não sabe nada sobre o assunto e quer aprender, eu sugiro que este é o livro ideal: principalmente por desmanchar o imaginário confuso do sistema nervoso, o simplificando, explicando seu papel, suas funções, suas características; antes de já colocar o pé na divisão dos lóbulos cerebrais, e divisões da tarefa, que em minha opinião possibilita uma visão errada do sistema nervoso, onde este está separado do corpo, e na realidade, ele é uma parte do corpo, surgiu por conta do corpo e só se sustenta com o corpo.
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Charles 06/06/2019

Relevante
O livro tenta mostrar as bases evolutivas das emoções tanto no surgimento como na influência na criação da cultura junto a razão, e com esse objetivo em mente, o autor vai às raízes evolucionistas mais profundas da vida, analisando comportamentos sociais em bactérias e insetos. O autor tenta fazer uma comparação da homeostase que as células buscam com as nossas emoções, averiguando assim, o que sentimos como processos homeostáticos provindos dos mais primitivos seres unicelulares. Também é abordado como os pensamentos são formados e o funcionamento da memória nos seres multicelulares e unicelulares.
O livro é muito técnico e bem complexo, em neurociências, principalmente na parte dois (o livro se divide em 3 partes), apesar disso, o Damásio traz muita coisa importante sobre cultura, nossa sociedade e seus mecanismos de funcionamento e algumas reflexões sobre política. Indico esse livro para pessoas com interesse em neurociências, exclusivamente, devido sua densidade.
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F. C. Gonçalves 08/10/2018

Uma discussão interessante, mas relativamente técnica
Esse foi o primeiro livro de Damasio que li (ele é autor de outros livros que lidam com a questão da neurociência, biologia e formação do cérebro e das relações sociais inerentes a essas relações).
Desde as minhas primeiras impressões sobre o livro, sentia um "excesso" de tecnicismo nos termos e expressões. Obviamente, uma obra que se propõe a discutir as origens biológicas do sentimento e da cultura humana não conseguiria escapar de utilizar termos específicos e jargões mais conhecidos no mundo acadêmico. Uma solução para isso seria a maior utilização de metáforas durante a maior parte do texto e não apenas em situações específicas. Mas isso, claro, é uma observação pessoal que não tira do livro, de modo algum, o mérito de discutir um assunto tão importante sob a ótica da biologia e da evolução humana (incluindo aprender sobre o papel dos neurônios presentes no sistema digestivo na formação primitiva dos sentimentos). Aliás, um enorme ponto positivo para o autor é a discussão de nosso atual estado das coisas e do paradoxal estado em que temos grande acesso à informação, mas continuamos a pregar a violência e a eugenia.
É um livro a ser lido com calma, mas que traz luz sobre como a cultura e o sentimento humano se formou. Fazendo jus ao título, a ordem da formação desses dois aspectos inerentes a existência humana mostra o quanto ainda caminhamos nesse campo.
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