O crime do cais do Valongo

O crime do cais do Valongo Eliana Alves Cruz




Resenhas - O crime do Cais do Valongo


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Janaina Edwiges 07/05/2022

"Escravo era compra, compra vale dinheiro e o que se compra com dinheiro é propriedade"
Segundo informações do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o Cais do Valongo foi o maior complexo de comércio escravagista das Américas. O Brasil foi o país que mais recebeu cativos trazidos da África e o Rio de Janeiro foi seu principal porto a partir de fins de século XVIII, sendo a região do Valongo o local de entrada e o centro do comércio escravagista na cidade naquela época. O cais foi construído em 1811, no local que desde 1774 recebia com exclusividade os africanos escravizados que entravam no Brasil através do porto do Rio de Janeiro. Nesse ambiente funcionava o mercado de escravos, que incluía os depósitos e armazéns de escravos, o Cemitério dos Pretos Novos, que recebia os corpos daqueles que não resistiam às duras condições da travessia atlântica, e o Lazareto da Gamboa, destinado à quarentena dos escravos doentes recém-chegados.

É neste cenário tão vergonhoso da nossa história que Eliana Alves Cruz situa sua envolvente narrativa: quem foi o responsável pela morte do desprezível comerciante branco Bernardo Lourenço Viana? Mas o grande mérito do livro está em imergir o leitor na estrutura do comércio escravagista, propiciando o contato com as tradições religiosas africanas, a percepção da crueldade dos tumbeiros (navios negreiros) e o entendimento das condições de vida e trabalho dos escravizados. A cada página, somos expostos às dores e sentimentos daqueles que foram arrancados de suas terras e trazidos à força para este lado do Atlântico, se tornando propriedades e sendo expostos a todo tido de violência e humilhação.
Pedro 08/05/2022minha estante
Excelente resenha!
?????


Cris 09/05/2022minha estante
Estou lendo o livro Tem um livro aqui que você vai gostar de ler do Antônio Fagundes. E ele menciona esse que você leu. ?


Janaina Edwiges 09/05/2022minha estante
Não conhecia este livro, Cris! Parece bem interessante, vou procurar saber mais sobre ele.


Janaina Edwiges 09/05/2022minha estante
Obrigada, Pedro!




Layla.Ribeiro 28/09/2023

Um corpo é encontrado em um beco. A vítima é um comerciante português em ascensão, malquisto por muita gente na cidade do Rio de Janeiro. Seu primo, um inspetor influente na corte, começa a investigar quem poderia ser o assassino. Os capítulos do livro são divididos em duas partes: a primeira narrada por um mestiço comerciante que era devedor do morto, que mostra ao leitor sua vida, como o comerciante era visto pela sociedade e parte da investigação do mistério; a segunda parte é narrada pela Muana ,mucama escravizada do falecido, que conta como ele era em casa na vida privada e a reconstituição da vida dela no continente africano, sua captura e chegada ao Brasil. Achei muito interessante que cada início de capítulo é introduzido com uma manchete de jornal real, o que nos aproxima mais da história. Além disso, a narrativa e a escrita da autora são muito boas, transportando-nos visualmente para a trajetória da Muana. Entretanto, o que me desapontou foi o mistério que leva o título ao livro, pois ele é deixado de lado e quando retomava era bem desinteressante também achei a conclusão muito apressada, para mim se tornou desnecessário ao livro, mas o romance histórico em si é muito bom.
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Roseane 27/06/2018

Nossa história
Estou em processo de aprendizado. Aprendendo sobre a vida, sobre ser mulher negra, aprendendo sobre ancestralidade. O conhecimento tem sido libertador em muitos momentos. Nos foi negado conhecer o nosso legado, negam também a verdadeira face de uma interrupção histórica na vida dos povos negros, é muita dor saber, mas temos que saber os detalhes.
Eliana Alves Cruz me seduziu com sua escrita em seu primeiro livro: Água de Barrela, um dos melhores livros que li na vida e agora Eliana volta com um romance, uma história rica contada por nós. É muita dor ler sobre como a mulher negra estava vulnerável ao estupro dos homens brancos escravizadores e ao mesmo tempo é libertador saber que a hipersexualizaçao do corpo da mulher negra não é culpa dela, ela não é mais quente, mais safada, mais apta... ela é historicamente a vítima mais vulnerável para esse crime. Pretinhas, não é sua bunda grande, não é seu jeito de andar... é a história, e sabendo disso temos ferramentas para mudanças ??. O livro é misterioso, apaixonante, didático... me identifique várias vezes, uma delas foi com uma das personagens quando ela chora ao ver Lapinha cantando. Representatividade é tudo.
Me tocou o coração quando uma personagem fala da morte ?Pra nós ela não existe. Apenas vamos viver em outro lugar junto aos ancestrais...? isso nos liberta para que vivamos o hoje da melhor forma pois a qualquer momento vamos pra outro lugar.
E Tereza? Como não amar a emponderada Tereza que ao conseguir sua liberdade não quis se prender a um casamento ?Ela apenas queria ter pela primeira vez em sua vida a sensação de também ser um navio maravilhosamente solto no Oceano?
Eliana, obrigada por esse presente. Amigos leiam e me contem o que acharam ? ?
Renata 29/05/2021minha estante
Obrigada pelo comentário! Estava em dúvida se começava a ler ou não, agora já vou começar!




@ALeituradeHoje 13/03/2022

Perfeito!
Que livro!!!! Que história!!!
Estou apaixonada. Todo livro que fala de escravizados me deixa angustiada. Esse não foi diferente, mas foi, também, uma angústia diferente...
Só leiam!
O livro é espetacular!
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Nado 22/12/2022

Praticamente fechando o ano com uma das leituras mais fortes e impactantes que eu fiz em 2022. Esse livro é pra ser lido aos poucos, pra digerir e entender tudo o que é denunciado. Não consigo fazer uma resenha à altura para essa obra-prima, prefiro deixar aqui apenas essa minha aclamação para esse livro que deve ser lido por todos. Tudo que eu escrevesse não faria justiça ao texto. Se puderem, o leiam, por favor.
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@eu_rafaprado 10/11/2022

O crime do cais do Valongo.
Eliane Alves Cruz é uma excelente escritora, premiada e com muito prestigio no meio literário.
Eu já havia lido ?Águas de Barrela?, que foi uma experiencia maravilhosa, como disse no nosso encontro literário, é muito bom ?encontrar? alguém que escreve tão bem quanto Maya Angelou sobre a triste trajetória da população preta no Brasil.
O Cais do Valongo existiu e tem uma ligação fortíssima com o período da escravidão no Brasil. Até meados de 1770, os negros escravizados vindos do continente africano desembarcavam na Praia do Peixe (atual Praça XV) e eram negociados na Rua Direita ? hoje Rua 1º de Março -, no centro do Rio.
A presença dos negros africanos incomodava a elite, sobretudo portuguesa, que frequentava a região. Por isso, em 1774, uma nova legislação estabeleceu a transferência desse mercado para o Cais do Valongo, por iniciativa do segundo Marquês de Lavradio, Dom Luís de Almeida Portugal Soares de Alarcão d?Eça e Melo Silva Mascarenhas, vice-rei do Brasil.
Após a chegada da Família Real Portuguesa, junto com a corte, a região do Valongo passou a ser muito frequentada por pessoas que queriam comprar escravos. Isso porque a população do Rio duplicou nesse período. Foi de 15 para 30 mil pessoas.
Mesmo com a proibição do tráfico negreiro, em 1831, o Cais do Valongo continuou sendo um dos principais pontos dessa atrocidade que era a compra e venda de pessoas trazidas à força dos países da África. Nessa época, esse tipo de comércio era feito de forma clandestina.
Eliane nos conta a história de pessoas que viveram nessa época, misturando o realismo fantástico com a dor da história, relatos de pessoas mutiladas, escaldada viva por ser gay, escravizados de ganho tentando comprar sua liberdade e tendo esse direito negado, e em torno de toda essa triste realidade, um crime, um homem aparece morto com algumas partes do corpo faltando, no Cais do Valongo, quem teria cometido esse crime?

A Escravidão no Brasil, que foi o último pais da américa a abolir esse crime, durou muitos anos, mais de 300 a ?liberdade? foi conquistada a menos de 140 anos.. muitas são as tentativas de apagar esse crime, mas nós não podemos nos esquecer dessa dívida, e Eliane nos lembra nessas paginas muito bem o quanto tudo isso foi desumano e cruel.
Marcelo 30/05/2023minha estante
O crime do Cais do Valongo, de Eliana Alves Cruz, é uma viagem ao início do século XIX no Rio de Janeiro, época do nascimento do Império no Brasil. Histórias sobre a nobreza? Não. Os heróis da futura independência? Não. Talvez sobre as coxias do poder, alguma revelação palaciana? Também não. A não ser pelo contexto, pouca coisa remete aos grandes eventos. Nesse livro, o que importa é a história daqueles que ficaram à margem da história oficial mas que, ao mesmo tempo, possibilitaram que ela existisse, pois eram a força de trabalho. Resgate daqueles que por toda vida pegaram no pesado, foram escravizados e sustentaram a base sobre a qual erigiu-se nosso modelo de Brasil: escravista, patrimonialista, parasitário do poder e racista, profundamente racista.
O mestiço Nuno, um típico malandro do século XIX, beberrão e ateu, é o personagem que nos apresenta a história do crime do Cais do Valongo que casualmente ocorre perto de sua casa. Trata-se do assassinato de Bernardo, um próspero e inescrupuloso comerciante com pretensões ao círculo mais restrito da sociedade da época.
Nuno é o narrador, mas a voz principal é Muana, escravizada de origem moçambicana e propriedade do comerciante morto. Letrada, é ela quem permite a Nuno desvelar os meandros da história que culmina no assassinato de seu dono. Mas não só. Descreve também a sua própria história desde Namuli, em Moçambique, o embarque em Quelimane, a travessia do Atlântico e os muitos mortos pelo caminho, tanto de estranhos como de familiares seus. Um livro dentro do livro.
Romance histórico é sempre uma árdua tarefa. Requer muita pesquisa, dezenas de milhares de páginas lidas para se produzir apenas algumas dezenas delas. Mas Eliana Alves Cruz o faz com maestria, não se atendo apenas à fidelidade histórica. Como Marianno, escravizado que tece a mortalha de seu dono, Eliana constrói de modo complexo a trama, alinhavando fatos e reflexões, redimensionando o que à primeira vista parece ser apenas um romance histórico-policial.

Assim, o livro vai se desvendando ao longo das páginas e conquistando nossa admiração, enredando-nos à trama, via mortalha de Marianno.
Acabamos por ouvir múltiplas vozes. O pássaro Namuli Apalis, Mr. Toole, Umpulla, Nuno, Faruk, algumas do mundo dos vivos, outras do além. Pois essas últimas tem papel significativo tanto para a narrativa quanto para Muana, a heroína, em mais um resgate de algo tão caro às tradições africanas: a ancestralidade.
Um crime no Cais do Valongo? Não, o livro se chama O crime do Cais do Valongo..




isa.dantas 10/06/2021

Eliana consegue dar voz a dois personagens distintos através de uma escrita gostosa de se ler, que te deixa intrigado e com muito estudo histórico. Um livro que merece ser lido e uma história que não pode ser esquecida.
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Gabi 15/05/2021

Um romance histórico de peso
Li esse livro junto com outras amigas para um grupo de leitura que construímos juntas e me vi muito contemplada pelas resenhas delas (inclusive sugiro que as leiam). De antemão deixo dito que indico muito a leitura. O trabalho de pesquisa e ambientação histórica que baseou a autora em sua criação é sensacional. São muitos detalhes da História do Brasil e muitas, mas muitas mesmo, referências à história da escravidão do Cais do Valongo, onde hoje se localiza o sítio arqueológico do Cemitério dos Pretos Novos.
O Bernardo (sujeito assassinado) não é só um barão fajuto que causava repugnância, mas é uma representação de como sujeitos brancos foram autorizados durante muito tempo a tratar outros seres humanos da forma como ele tratava. Por isso a morte dele, da forma como aconteceu, é tão simbólica.

Sem me alongar demais, só queria reiterar o que já li na resenha de uma das gurias: a história apresenta muito do mundo, da história, das crenças e da resistência dos escravizados, que são personagens centrais da história. Assim como denuncia o verdadeiro crime do Cais do Valongo (e porque não dizer do Brasil, a última nação das Américas a abolir a escravidão).

site: Museu Memorial: Cemitério dos Pretos Novos - https://pretosnovos.com.br/museu-memorial/
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Alan 08/05/2022

LEITURA QUE ENTRETÉM E QUE ENSINA!
Uma aula de contexto histórico, articulada a uma narrativa ficcional que propõe, de forma excepcional, a exposição dos horrores vividos pelos escravizados do Cais do Valongo, no Rio de Janeiro, sendo o brutal assassinato que movimenta a trama apenas um elemento que deixa ambíguo à interpretação do leitor a qual crime a autora busca se referir, fundando sua conclusão nas reflexões orquestradas através dos relatos da fictícia moçambicana escravizada Muana.

Através de dois núcleos paralelos, onde num a investigação em torno do assassinato do comerciante Bernardo Lourenço Viana movimenta a trama sob o olhar do mestiço Nuno, enquanto noutro os relatos de fuga, resistência, travessia e escravidão de Moana dão vísceras à estória, o livro denuncia a violência, a desumanização e o genocídio cultural dos povos escravizados em nosso território. E que até hoje exasperam, lá do outro mundo, através de vozes como a de Eliana Alves Cruz, a extenuação da matriz afro-brasileira de nossas formas de pensar a realidade que integramos.

Tangendo aos aspectos de desenvolvimento, Eliana articula a história/estória através de uma escrita única, criando um sublime amálgama entre fatos fictícios e verídicos. Forjando um documento histórico movimentado por uma trama ficcional cuja linha que a separa da realidade é tênue. Entra então no meu acervo de leituras obrigatórias para quando consultado 'O Crime do Cais do Valongo'. Livro essencial!
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Luciana 02/11/2020

A trama é bem simples, porém é um livro muito bem escrito, leitura flui que você nem sente.
Fica a pergunta, qual o verdadeiro crime? O que ocorreu com Sr. Bernardo ou os que ocorriam todos os dias com os negros do Cais do Valongo?
Leiam!
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Beto | @beto_anderson 07/06/2021

Ótima contextualização
Uma leitura simples, fluida e que prende. Li em poucas horas. O mistério é interessante e a resolução também. Gosto das personagens. O Nuno dá um ar mais divertido à história que mostra as dores dos homens e mulheres negras que sofreram com a escravidão. A editora só precisa ter um poco mais de cuidado com a revisão do texto.

site: https://www.instagram.com/beto_anderson/
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Toni 10/07/2021

Leitura 47 de 2021

O crime do Cais do Valongo [2018]
Eliana Alves Cruz (RJ, 1966-)
Malê, 2018, 202 p.

Há 4 anos, em 9 de julho de 2017, o sítio arqueológico do Cais do Valongo, localizado no Rio de Janeiro, recebeu o título de Patrimônio Histórico da Humanidade (UNESCO) por ser considerado o único vestígio material da chegada de cerca de 1 milhão de africanos escravizados às Américas. O Cais operou por quase 40 anos até ser parcialmente aterrado e reformado em 1843, quando passou a se chamar Cais da Imperatriz. No início do século XX foi novamente aterrado e transformado na Praça do Comércio, e assim permaneceu por 100 anos. Em 2011 foi redescoberto durante as escavações para as obras do Porto Maravilha das Olimpíadas.

Lançado em 2018, este 2º livro da Eliana Alves Cruz materializa em nossa imaginação moral o grande crime do Cais que a branquitude e a história dos vencedores tentou soterrar e, com isso, matar a morte e a memória de tantas vítimas. A história de O crime do Cais do Valongo é uma de muitos resgates, construída a partir de 2 vozes que se complementam narrativamente. Muana é uma africana de Moçambique escravizada que consegue se comunicar com o mundo espiritual. Nuno, um negro da pele clara “aspirante a livreiro” que consegue transitar galhofeiramente entre diferentes grupos sociais. De certa forma, enquanto Nuno representa um olhar voltado ao futuro, as conexões de Muana com a terra e sua vivência em África a mantém sobretudo no passado, de maneira que o presente permanece (como hoje) interdito ou impossível de ser vivido em sua plenitude por conta da escravatura e seus desdobramentos mais perversos.

É evidente que o Cais simboliza a chegada e enraizamento da escravidão no Brasil. Mas será outra história de violência—o assassinato de um comerciante do Valongo—que costurará as vidas de Nuno e Muana às de muitas outras personagens, reais e inventadas. Longe de aprisionar suas criações a um lugar de puro sofrimento (ainda que este não seja esquecido), O crime do Cais do Valongo celebra a resistência, o feminino e a ancestralidade sem perder de vista as bases desumanas de um sistema que ainda mata, fere e humilha apesar de sua pretensa abolição.
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Renata (@renatac.arruda) 13/01/2021

A princípio, "O crime do Cais do Valongo" parece ser literatura policial: estamos no século 19 e um comerciante branco é encontrado morto, em circunstâncias misteriosas. Um livreiro mestiço resolve investigar o caso. Uma mulher africana escravizada pelo morto parece guardar um segredo. No entanto, o livro não é sobre isso. Ele trata de relações de poder e resistência, resgatando um capítulo triste da história do Rio de Janeiro.

O Cais do Valongo, hoje um Patrimônio Histórico da Humanidade, funcionou durante 20 anos como o local onde desembarcavam e eram comercializadas as pessoas sequestradas no continente africano. Os que não resistiam aos maus tratos e à insalubridade da viagem eram despejados de forma degradante no que ficou conhecido como o Cemitério dos Pretos Novos: local onde os corpos ficavam empilhados, eram queimados e misturados ao lixo doméstico. Uma área onde o terror da escravidão podia acontecer longe dos olhos da Corte.

No livro, Eliana Alves Cruz dá protagonismo aos sobreviventes deste terror sem maltratá-los: de forma leve, ela nos conduz de volta à África, onde hoje é Moçambique, e podemos ter uma visão de como era a vida dessas pessoas antes, e no exato momento, da invasão portuguesa. Quem eram, como viviam, como eram seus costumes e crenças. Também não há romantização: ela não deixa de retratar os conflitos e violências entre aldeias e povos.

De volta ao Rio, conseguimos entender as motivações de cada personagem e percebê-los como sujeitos da própria história em seu limitado, mas poderoso, poder de resistência. Nesse momento, cai a ficha de qual crime do Cais do Valongo nós estamos realmente falando aqui.

É uma deliciosa aula da história da população negra carioca que você provavelmente não aprendeu na escola. Recomendo muito.

@renatac.arruda
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Mari Pereira 15/04/2021

Para não esquecer
Tive a impressão que a narrativa se situa numa linha tênue entre um romance e um livro historiográfico.
Eu sempre ouvi falarem muito bem, e esperava mais. Achei o enredo um pouco truncado, me pareceu muito corrido, com pouca profundidade nos fatos e personagens.
Apesar disso, é um livro muito relevante, principalmente por trazer à tona a sina dos escravizados/as que passaram pelo Cais do Valongo.
Merece ser lido, especialmente em um país que preserva tão pouco sua memória.
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Camila.Szabo 01/05/2021

As voltas que a vida dá
A história se passa no século XIX, no Rio de Janeiro e é contada por dois narradores que vão se intercalando - Muana e Nuno.
O tema principal é o assassinato de Bernardo Viana, aos poucos vamos voltando no tempo levados pelos dois narradores para descobrir o que aconteceu. Mas, além disso, vamos sendo apresentados ao Cais do Valongo, local onde os africanos escravizados chegavam e eram mantidos até serem comprados. Conhecemos também um pouco da realidade da época.
Tem partes doloridas, quando narrado por Muana, que relembra seu passado, como foi capturada e trazida para o Brasil e a vida como escrava aqui.
No entanto, há momentos engraçados quando narrado pelo mulato Nuno, que devia dinheiro ao falecido, ficou contentíssimo com sua morte e quer evitar ter outro credor no seu encalço.
O final é bem interessante!
Gostei bastante da leitura!
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