A Fome

A Fome Rodolfo Teófilo




Resenhas - A fome


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chuwanning 20/07/2023

Orra diacho
Eu simplesmente adoro esse livro porque li anos atrás e reli agora, e ele foi minha primeira experiência com o que pode ser posto aqui como horror corporal. é incrível o que o rodolfo faz ao narrar a jornada do Mané com sua família pelo sertão, um cenário que aqui é posto não somente com precariedade ou estranheza, mas com uma sombria sinceridade. horror puro. em vários momentos em relia os parágrafos porque ficava atônito com as cenas, a forma crua da descrições, como tem um espetáculo crítico aqui, as cenas das pessoas catando restos no lixo, amontoadas, o que pode linkar com as cenas das pessoas fazendo o mesmo em 2020 durante a pandemia. as cenas dos cadáveres que eles encontraram, a cena do homem comendo o próprio braço. eu fiquei encantado com a crueldade honesta e visceral desse livro. é uma aula de como transformar a realidade em uma literatura de incômodo, como trazer questões do cotidiano histórico, digamos assim, para um contexto aterrorizante. a ficção e a realidade se fundem aqui com clareza, e é impressionante de ler.
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Anderson 08/10/2021

Perfeito! Sem rodeios, Rodolfo Teófilo junta ficção (a história do romance) com realidade (a seca que assolou o nordeste) de uma forma linda e sem rodeios. Com esse livro, pode-se ter uma ideia do quanto difícil foi viver naquela região do Brasil, com a seca, fome e doenças assolando a terra e o povo.
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Jhanade 05/10/2021

Uma história real e forte.
Uma família parte do interior para a capital Fortaleza, fugindo da grande seca que assolava grande parte do Nordeste. Nesse percurso é narrado o sofrimento, a agonia, a fome, a seca, as artimanhas, o descaso dos poderosos, as mortes pelo caminho. A família ao chegar na capital, se depara com um cenário devastador, uma cidade empestada pela varíola.

Peste essa que chegou a matar 4% da população em meio a maior seca já registrada. É nesse cenário que se faz a obra prima A Fome, livro que influenciou Rachel de Queiroz e Graciliano Ramos. O romance é forte e intenso, em algumas
passagens o autor faz questão de expor com detalhes a condição dos muitos cadáveres pelo caminho.
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Daniel.Malaquias 09/04/2020

Romance visceral
Um romance forte, tocante, bastante descritivo e baseado em um trágico e cruel evento real: a seca dos três 7: 1877, 1878 e 1879. Rodolfo Teófilo, baiano naturalizado cearense, nos relata o horror da fome, da miséria, do medo, das doenças e das pestes e principalmente nos joga na cara, de forma seca e magistral, a fome, estado que tanto assola milhões de pessoas.
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Fernando 16/03/2020

Um ensaio a sociologia
Em tempos de Corona vírus esse livro narra a saga de uma família durante a grande seca de 1877, mostrando a falência do contrato social - cada um por si, canibalismo - a crueldade, a desorientação e corrupção do Estado, a fé que nos motiva e nos faz perdoar.
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Raphael Cavalcante 07/01/2015

Um relato nada bonito do flagelo da seca
Quando se pensa no cânone literário como o conjunto de obras válidas de uma determinada literatura, por vezes, corre-se o risco de deixar de lado obras ditas menores, que, se não são os maiores exemplos de plenitude estética, carregam outras facetas tão valorosas quanto.

"A Fome" é uma dessas obras que certamente não constarão nas listas dos 100 maiores romances brasileiros de todos os tempos, mas detentora de grande contribuição para a nossa literatura. Escrita em 1890 por Rodolfo Teófilo, farmacêutico e sanitarista radicado cearense, o livro narra todo o flagelo da seca que afetou o ceará entre os anos de 1877 e 1879, a maior que se tem relato. Cerca de 4% da população cearense foi ceifada naquele holocausto sertanejo. Toda essa sina é narrada neste romance de estética naturalista, considerado pioneiro no relato dessa temática.

Como se tornaria praxe em romances do gênero, "A Fome" enfoca a emigração de uma família de retirantes fugidos do Sertão insalubre em busca de melhores condições de vida em centros urbanos. Rodolfo Teófilo narra com riquezas de detalhes toda a sorte de infortúnios da jornada, bem como a difícil instalação da família de Manuel de Freitas em Fortaleza. Episódios de autofagia, envenenamento, canibalismo, violência de autoridades para com os retirantes, mortes por inanição são descritos de forma detalhada e documental, fazendo com que a leitura do livro seja extremamente angustiante. As páginas que relatam a morte por varíola de certa personagem é de fazer inveja a Lovecraft. A obra se caracteriza assim como documento precioso de uma época em que as políticas públicas, além de não resolver o problema dos desamparados, os empurravam mais rapidamente para a ruína. Era o caso dos retirantes que ao chegar em Fortaleza, em troca de uma ração mínima, eram obrigados a carregar pedras por quilômetros a fio.

Diante dos fatos, o romance é envolto por um sentimento fatalista, que pontua bem o teor daqueles anos. Segundo consta, Rachel de Queiroz, também cearense e autora de "O quinze, romance similar na temática da seca, afirmava que achava de mau gosto a obra de Rodolfo Teófilo. Ora, será que falar de forma branda da seca denotaria a real dimensão do drama dos retirantes como queria o autor? É provável que o tom bastante aberto de denuncismo tenha sido um dos responsáveis pela ocaso de "A Fome", reduzindo-o a elemento panfletário. Parece, no entanto, inquestionável que se a obra não possui grande apuro estético como "O quinze" e não é meritória de constar entre os 100 melhores, merece um lugar no rol daqueles livros que contribuíram efetivamente para melhor compreensão da realidade brasileira de ontem e de hoje.Votos de que o livro não fique novamente 30 anos fora de catálogo, como pode ser lido no posfácio escrito pelo jornalista Lira Neto.
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