Ana 30/05/2010
Fácil de devorar, Dead in the Family, ainda sem título em português (provavelmente será algo do tipo Morto na Família), é o décimo livro da série Southern Vampires, criada por Charlaine Harris em 2001, que conta os episódios mais bizarros da vida da telepata Sookie Stackhouse. Desde maio/junho do ano passado, quando li os outros nove livros da série, fiquei na expectativa da nova parte dessa odisséia violenta e catastrófica que teve início quando seres sobrenaturais resolveram revelar sua existência ao mundo. Pois bem, nesse último capítulo a protagonista e narradora enfrenta as conseqüências físicas e psicológicas de uma longa sessão de terror (descrita em Dead and Gone, 2009), além de lidar com os problemas rotineiros de ser namorada de um vampiro poderoso (Eric Northman, ay ay…), amiga de um bando de lobisomens e shapeshifters e parente de fadas. A história não se sustenta sozinha, o que dá o tom e prende o leitor é a continuidade que sempre há entre o anterior e o próximo livro. Na verdade, aí reside o encanto; por mais que você encontre incoerências gritantes ou ache extremamente repetitivos alguns acontecimentos e expressões, cada livro traz um recorte, uma parte do que, esperançosamente, um dia será o todo.
A trama dessa vez gira em torno de problemas familiares, como sugere o título, de alguns personagens previamente conhecidos, como Sam, Bill e Claude, e também de nomes novos (a maioria bem difícil de pronunciar), um deles, audaciosamente projetado num lampejo de inspiração histórica; Alexei Romanov(!). Não posso deixar de mencionar que a relação entre Sookie e Eric está mais apaixonante e apimentada do que nunca, chegando, às vezes, a beirar o pornô; o que é perfeitamente plausível se você levar em consideração as perigosas e excitantes situações em que ambos se encontram envolvidos na maioria das páginas. Assim, a história vai se desenrolando com uma narrativa de acontecimentos mais calmos e menos sangrentos, no intuito de compensar a carnificina do volume anterior, creio eu. Em resumo; um pé no futuro e o outro no passado.
Ouvi dizer por aí que a Charlaine Harris pretende escrever ainda mais umas duas ou três histórias dentro desse universo fantástico. Sendo assim, esse último livro veio aumentar minhas suspeitas de que existem duas possibilidades prováveis de final para a Sookie: ou ela morre (dos inúmeros atentados que ela sofre e já sofreu, alguém algum dia há de acertar) ou ela termina com o Sam (vida normal, filhos, etc). Por enquanto, estou apostando minhas fichas na segunda opção.