Leila de Carvalho e Gonçalves 09/11/2017
Uma Tragica História De Amor
Estrelado por Ali MacGraw e Ryan O'Neil, "Love Story " chegou aos cinemas em 1970. Vencedor de cinco Globos de Ouro e de um Oscar, o filme conseguiu arrancar suspiros e lágrimas pelo mundo afora e salvar da falência a Paramount Pictures.
Roteirizado por Erich Segal, o escritor também escreveu um livro homônimo que foi lançado semanas antes, no Dia dos Namorados. A estratégia deu certo, rapidamente, o romance atingiu o topo da lista dos mais vendidos nos Estados Unidos, alavancando o sucesso nas telonas. Traduzido para mais de trinta países, em português, a edição está restrita a sebos, no entanto, em espanhol, faz parte do catálogo da Amazon e mesmo que você não possua um amplo domínio do idioma, a leitura não oferece maiores percalços.
Seu narrador é Olie, ou melhor, Oliver Barrett IV. Descendente de uma família rica e tradicional, ele apaixona-se por uma moça pobre, Jennifer Cavilleri. O casamento dos dois acaba contrariando a vontade do pai do jovem que decide deserdá-lo, no entanto, a notícia de que Jennifer está seriamente doente encerra a desavença. Aliás, a morte da jovem é revelada no primeiro parágrafo e apesar da palavra "leucemia" jamais ser citada, fica claro que esse é o diagnóstico.
Como esperado, livro e filme foram esnobados pelos críticos, a revista "Newsweek" afirmou que "Love Story" não passava de uma série de clichês. A bem da verdade, embalado por uma trilha sonora irretocável, seria ingênuo imaginar que esse trágico conto de fadas fosse destinado a uma elite intelectual e, sem dúvida, Segal tem o mérito de ter acertado no tom sóbrio e delicado do texto.
Recomendo o livro, especialmente, para quem gostou do filme que, no meu entender, é muito melhor. Alias, o desfecho prima pela sensibilidade e evidencia o belo desempenho de três atores: Ryan O'Neil, John Marley (Phil Cavilleri) e Ray Milland (Oliver Barrett III).
Finalmente, encerro com uma frase antológica, marca registrada de uma geração: "Amar é jamais ter que pedir perdão?. (Jennifer Cavilleri)
Nota: Olie foi inspirado em dois amigos de faculdade de Segal: Al Gore, futuro ex-presidente dos Estados Unidos, e o ator Tommy Lee Jones que fez sua estreia no cinema nesse filme como um estudante de Harvard.