Dri Ornellas 30/12/2010Love story: uma história de amor, de Erich Segal foi escolhido para ser lido em janeiro para o Desafio de férias, mas o peguei para ler e acabei lendo todo o livro de uma vez só. É um livro pequeno, uma novela, mas o mérito por esse interesse é da bonita história de amor entre os jovens Oliver e Jennifer.
Jennifer é uma estudante de música pobre que veio do interior e Olliver é o herdeiro de uma família rica. Após o encontro na biblioteca, onde Jen trabalhava, eles começam a sair juntos. Não pense que no livro há toda aquela tensão que existe sempre que um casal começa a sair: para Olie e Jen não houve tensão, jogos ou seduções, foi tudo natural. Segue uma parte do diálogo entre Olie e Jen quando se conheceram na biblioteca:
- Tem aí O declínio da Idade Média?
Ela me olhou e perguntou:
- Vocês não tem sua própria biblioteca?
- Escute aqui, Harvard tem direito a usar a biblioteca de Radcliffe.
- Não é de regulamentos que estou falando, preparatoriano. É de ética. Vocês tem cinco milhões de volumes. Nós temos alguns miseráveis milhares.
Epa, metida a superior! Uma dessas meninas que acham que, desde que a proporção entre Radcliffe e Harvard é de cinco para um, as pequenas devem ser cinco vezes mais inteligentes. Costumo reduzir gente assim a pedacinhos, mas estava precisando do tal livro.
- Escute aqui, quero apenas a porcaria desse livro.
- Por que não policia a sua linguagem, preparatoriano?
- Escute, por que está me chamando de preparatoriano? Não cursei nenhuma escola preparatória.
- Você parece burro e rico - disse ela tirando os óculos
- Errou por isso, menina. Acontece que eu sou inteligente e pobre.
- Oh, não, preparatoriano. Inteligente e pobre sou eu.
Estava olhando diretamente para mim. Os olhos eram castanhos. Bem, talvez eu seja rico, mas eu não ia deixar nenhuma pequena de Radcliffe chamar-me de burro.
- Por que se acha tão inteligente assim? - perguntei
- Porque não iria tomar café com você por preço nenhum. - respondeu ela.
- Escute, não a convidei.
- É isso que prova que você é burro.
A primeira linha do livro nos conta seu final, então, já começamos a sofrer do início. Apesar do livro ser sucinto em palavras - não possui muitos adjetivos e nem é descritivo - o autor consegue criar uma forte química entre o casal de protagonistas. Não há declarações de amor, apenas diálogos irônicos que escondem o enorme amor que um sente pelo outro.
O livro é narrado em primeira pessoa por Olie. E ele não precisava listar inumeráveis qualidades físicas ou de personalidade de Jen para nos mostrar o quanto a amava, seu amor por ela era simples, natural, não precisava de nada para existir, simplesmente existia e não havia porquês para isso.
... me falta vocabulário para descrever o que é amar e ser amado por Jennifer Cavilleri.
Não choro fácil, por isso, não chorei. Mas faltou pouco, se o livro tivesse mais uma folha... Terminei o livro com um aperto na garganta. Para os amantes de uma boa história de amor, esse livro é perfeito. Tudo bem que a história não tem nada demais ou de desconhecido: rapaz encontra garota, rapaz perde garota e etc e tal. Mas nenhum dos livros que adoramos que fala sobre amor tem muito de diferente, né? A diferença é apenas a forma que é contada (às vezes nem isso) e alguns detalhes aqui e ali.
O livro foi um best seller e foi adaptado para o cinema em 1970, com Ryan O'Neal como Oliver e Ally Mcgraw interpetrando Jennifer. O filme também foi um grande sucesso: teve 7 indicações ao Oscar e 5 indicações ao Globo de Ouro. Aqui tem um artigo muito legal sobre o livro, o filme e o autor do livro.
O livro tem uma continuação que se chama A história de Oliver mas o livro não teve o mesmo sucesso do primeiro livro. O livro A história de Oliver também foi adaptado para o cinema.
Erich Segal foi escritor, roteirista de cinema e professor de Yale, Harvard e Princetos. Foi muito criticado quando do lançamento do livro por ter escritor algo muito simples. Morreu esse ano de ataque cardíaco. No artigo que citei acima, tem muitas informações sobre o autor, como o fato da possibilidade da história ser inspirada em dois amigos que conheceu na época que era aluno de Harvard. Quem eram esses dois amigos? Al Gore (ex-vice presidente dos EUA) e o ator Tommy Lee Jones.
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