A Arte de Charlie Chan Hock Chye

A Arte de Charlie Chan Hock Chye Sonny Liew




Resenhas - A Arte de Charlie Chan Hock Chye


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Pequod.3 08/01/2023

Uma aula de narrativa gráfica, uma obra que fala sobre a história de Singapura, ao mesmo tempo Charlie nos conta sua história e como sua vida era afetada por odo contexto que se passava na cidade. As referências aos quadrinhos são inúmeras, como ele trabalha seus quadrinhos emulando os grandes artistas. Muito bom.

A Arte de Chalei Chan Hock Chye é uma obra-prima dos quadrinhos, escrita e desenhada por Sony Liew, essa história trata de maneira fictícia de contar a história do artista Charlie Chan, o maior quadrinista de Singapura, mas, ele nunca existiu.
A narrativa é extremamente inteligente, utilizando uma estrutura de retrospectiva, o quadrinho nos mostra como foi sua vida a partir da década de 1950 e se encerra nos dias atuais, o que permite aos leitores, testemunhar todas as mudanças sociais, politicas e culturais que ocorreram em Singapura em paralelo da história de vida de Charlie Chan.
Além disso a obra aborda diversas questões como, censura, politica e liberdade de expressão, mostrado através da jornada de Charlie Chan como artista, levando o leitor a refletir o papel da arte na sociedade, bem como as restrições e desafios que os artistas enfrentam ao abordar temas importantes. Com personagens bem desenvolvidos, possuindo camadas complexas o que os torna cativantes e realista, penso que qualquer pessoa, independente de ser iniciado nos quadrinhos ou não vai se apaixonar pela obra.
A quantidade de pontos positivos dessa obra fariam esse texto se tornar enorme, mas, um dos destaques que trago aqui é a combinação entre arte e narrativa que essa obra possui. Sonny Liew demonstra sua habilidade como artista ao referenciar diversos artista que o influenciaram, ao imitar os diversos estilos de desenhistas, das mais diversas épocas diferentes, criando uma atmosfera autentica para cada período retratado.
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Clisthenes Pimentel 03/06/2021

A história de uma cidade-estado, um passeio pela indústria dos quadrinhos e uma aula de arte, tudo isso em uma HQ.
Em A Arte de Charlie Chan Hock Chye, Sonny Liew conta a história de Charlie Chan, um quadrinista fictício de Cingapura e enquanto acompanhamos a história deste artista vamos também vivenciando junto dele a história da cidade-estado diante da perspectiva do personagem.

A HQ funciona como uma biografia e utiliza de artifícios criativos para criar essa aparência. Liew utiliza diversas técnicas de pintura e desenho aqui, passando do nanquim até a pintura a óleo. Além disso muitas das páginas são trabalhadas para dar a aparência de algo antigo de verdade, quando está mostrando trabalhos mais antigos de Charlie, as cores, os traços tudo é brilhantemente pensado.

Junto a isso vamos tendo um vislumbre de toda a vida de um quadrinista, acompanhando desde o despertar de seu talento suas tentativas de se tornar um grande autor de quadrinhos, creio que muitos quadrinistas tenham se identificado com esta HQ.
O Quadrinho recebeu diversos prêmios, incluindo os mais importantes como o Eisner, onde em 2017 venceu os prêmios de Melhor roteirista/desenhista, Melhor edição de material estrangeiro – asiático e Melhor design de publicação. Além disso foi Best-seller do New York Times.

Você deve estar se perguntando, diante de toda qualidade comprovada porque a nota mediana? A resposta é simples, a história de Cingapura não me conquistou, por este ser um aspecto muito presente na obra acabou que muitas vezes me pareceu enfadonha.

Sendo assim, cabe a você meu amigo tomar a sua decisão em relação a este quadrinho, eu diria que a arte e a saga de Charlie Chan em sua vida de quadrinistas já valha seu tempo, ainda que assim como eu você não esteja muito interessado na história de Cingapura.


site: A Arte de Charlie Chan Hock Chye
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Paloma 01/11/2020

Diversão e conhecimento.
"A Arte de Charlie Chan Hock Chye" é sem dúvida um dos tesouros que a editora @pipocaenanquim trouxe para o público brasileiro. Com aquele acabamento primoroso que já é característico da editora.

Além do capricho editorial, essa HQ nos traz uma profunda narrativa sobre a história de Singapura através da falsa biografia de Charlie Chan Hock Chye, o maior quadrinista do país, personagem criado pelo autor da obra: Sonny Liew.

Liew demonstra uma versatilidade impressionante ao transitar com pleno domínio entre estilos e técnicas artísticas absolutamente diferentes entre si, ao mesmo tempo que nos envolve nas tramas políticas e sociais que atravessam a vida do fictício artista.

Eu, que pouco conhecia sobre as minúcias da história política e cultural de Singapura e da região da Malásia, fiquei completamente tomada com todo o conhecimento que essa leitura me proporcionou. Imperdível.
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Paulo 06/10/2018

Esse é um daqueles quadrinhos onde o leitor fica indeciso entre elogiar o roteiro e arte. Ambos são sensacionais, mas cada um tem sua cota de mérito na construção dessa grande obra. Não conseguimos descolar uma coisa da outra. E é nesse equilíbrio entre arte soberba e roteiro bem construído que temos um dos melhores quadrinhos publicados em 2018. Não é à toa que é uma HQ que recebeu o Prêmio Eisner. Liew perpassa décadas e décadas de história dos quadrinhos pelo mundo.

É impossível não começar essa resenha pelo enredo. E aí temos a genialidade de Sonny Liew. Ele criou uma mockbiography, ou seja, uma biografia fictícia para falar dos temas que ele gostaria de tocar. O mais curioso é que essa foi uma obra que nasceu através de incentivos fiscais dados pelo governo (uma espécie de programa de incentivo à cultura). Vendo o que a obra se tornou, o governo decidiu retirar o financiamento, mas já era um pouco tarde porque as primeiras edições já haviam ido para a gráfica. Entretanto, a impressão foi paralisada e apenas poucos exemplares acabaram chegando às mãos de leitores. Graças ao burburinho criado pela censura cingalesa, a obra acabou tomando vulto. Mas, nesse primeiro momento, suas vendas foram sustentadas pela polêmica. Alguns anos mais tarde, houve o reconhecimento artístico de fato e a obra ganhou o que merecia. Várias das críticas que vemos aqui são bem sutis e o autor foi muito habilidoso ao construir a história de seu protagonista atrelada à história do próprio país.

Quando estudamos o processo de descolonização afro-asiática, nosso foco quase sempre cai nas antigas colônias africanas e, às vezes, nos voltamos para falar de Coreia e Vietnã porque estiveram no pano de fundo da Guerra Fria. Mas, outras colônias como Cingapura passaram pela mesma situação. Muitos dos países que se livraram de suas antigas metrópoles optaram pelo governo comunista. Cito aí no bolo Angola, Coreia e Cingapura (os que não foram para o comunismo, embarcaram em ditaduras cruéis que duraram décadas... vide Indonésia e Sri Lanka, por exemplo). Só que acabamos erroneamente pensando que o modelo socialista acabou por resolver todos os problemas do país. O socialismo não conseguiu ser um sistema político efetivo porque no seu interior, a elite dirigente queria manter vantagens tipicamente capitalistas e acabar com todo e qualquer movimento opositor. Na HQ, vemos o quanto o PAP e o Barisan Socialis tentam disputar o poder na pequena ilha, muitas vezes com resultados lastimáveis.

A manipulação da opinião pública e o cansaço com tantas situações de exclusão social (alguma associação com o Brasil hoje não é mera coincidência) fez da população extremamente apática quanto ao que estava acontecendo. Aqueles que se opunham ao regime ou eram desacreditados, ou eram mortos ou exilados. Um pequeno desenvolvimento, quase um milagre econômico (novamente... associações com o Brasil) não é mera coincidência já que na década de 1970 os EUA passaram pela crise do petróleo, o que fez com que os países da Cortina de Ferro obtivessem um desenvolvimento incipiente. Mas, já na década de 1980 vimos o quanto isso foi efêmero. O protagonista vive essas mudanças na pele, já que seus quadrinhos tinham um viés revolucionário, de crítica social.

Também é preciso analisar a história a partir do ponto de vista da própria criação e difusão dos quadrinhos pelo mundo. Se Liew fala muito sobre a política em seu país, ele também toca em como os quadrinhos chegaram até países fora do eixo EUA - Europa. E tudo isso influencia na forma como o autor vai criar sua obra. No começo, o protagonista sofre influência muito mais do mercado japonês com o titã que foi Osamu Tezuka. Sua arte era capaz de atrair multidões e suas histórias podiam ser tanto ingênuas quanto complexas. Mas, aos poucos Charlie Chan vai tendo contato com outros quadrinistas como Wally Wood, Jack Kirby, Howard Chaykin, Frank Miller entre muitos outros. Vamos vendo que a sua forma de construir histórias vai mudando com o passar das décadas à medida em que ele absorve e transforma em algo próprio o que chega a ele. Ao mesmo tempo vemos o quanto a indústria dos quadrinhos é cruel. Em um espaço tão pequeno quanto Cingapura, sua arte não é interessante para a população. Quando ele tenta ganhar um espaço maior, sua arte apenas não é suficiente diante de um enorme oceano. Fora as interferências editoriais que ele acaba sofrendo também. Algumas das discussões que ele tem com seus editores são fenomenais. É a demonstração de como a magia funciona.

Liew é um monstro como desenhista. Ele consegue emular dezenas de traços distintos. Não sou especialista em desenhistas ao longo do tempo, mas a gente consegue perceber algumas influências. E ele consegue mostrar essa habilidade sem muito alarde. Essa mudança no traço acontece harmonicamente, servindo como um indicador até de quando a história foi escrita. Então, a gente sabe que quando ele foi influenciado por Tezuka era nas décadas de 1940 e 1950 e quando é com Frank Miller é para o final dos anos 1980. Vocês podem imaginar a dificuldade do que ele fez? A atenção nos pequenos detalhes? Algumas páginas são arte de alta qualidade: ele tenta simular cartazes antigos criando detalhes como o durex gasto, o papel amarelado e um pouco amassado. É de uma genialidade ímpar.

Também preciso comentar sobre a edição do Pipoca e Nanquim. Uma bela capa em baixo relevo com uma jacket lindíssima por cima. Ela destaca algumas das obras criadas pelo personagem como o Ah Huat. Internamente o papel é de alta gramatura o que valoriza as mudanças no traço feitas pelo artista ao longo das décadas. Ao final tem um glossário com algumas curiosidades e notas sobre a história de Cingapura. O legal é que o autor se envolveu diretamente no processo de tradução da obra dando opiniões e sugestões. O interesse dele pelo primor da publicação de sua obra é tocante e demonstra um total respeito pelos leitores e por aquilo que ele criou.

Só tenho elogios a fazer sobre esse quadrinho e, mais uma vez, o Pipoca e Nanquim se supera em uma edição primorosa. Já sei que vários de seus quadrinhos estarão entre os melhores do ano para mim. E o mais legal de tudo é poder estudar a história de um país que passou ao largo da gente. Além de ser um quadrinho belamente desenhado, é instrutivo e enriquecedor.

site: www.ficcoeshumanas.com
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Jose 03/03/2023

Preciso dizer que poucos quadrinhos que li foram tão interessantes, emblemáticos e convidativos quanto A Arte de Charlie Chan Hock Chye, escrito e desenhado pelo malaio Sonny Liew e publicado pela editora Pipoca & Nanquim. Como fã de quadrinhos, já li muita coisa de vários lugares, mas esse é meu primeiro quadrinho vindo de Singapura, e que bela primeira vez foi essa. O quadrinho fala sobre o personagem fictício mais real que já vi, Charlie Chan Hock Chye, e com real eu quero dizer MUITO real.

Caso você mostrasse esse quadrinho para alguém sem falar nada, essa pessoa com certeza pensaria que se trata de uma obra biográfica. Porque tudo que acontece nesse gibi é calcado com base na história de Singapura, vemos como o desenrolar político de uma nação afeta as aspirações e o futuro do jovem quadrinista Charlie Chan. Vemos sua infância, sua adolescência, vida adulta, meia-idade e até sua velhice, com registros fotográficos que embasam ainda mais a sensação de realidade. Além disso, o próprio autor, Sonny Liew, aparece vez ou outra como uma espécie de nota de rodapé viva, e é um ponto chave engraçadíssimo do roteiro. Porém, Charlie Chan não existe. Ele é extremamente real, mas sua história individual nunca ocorreu. Seus rascunhos, rabiscos, quadrinhos lançados, quadrinhos não lançados, fotos, são apenas fruto da genialidade de um autor.

E essa genialidade se transfere a outras áreas: o gibi é repleto de humor, porém sabe quando desacelerar e nos tocar o coração. Ele nos enche de informação, o que é certo, já que não conhecemos muito de Singapura, mas em certo trecho, lá no meio do livro, isso dá uma certa pesada na leitura, mas nada que tire o brilho da obra. Editorialmente ele é ótimo, a Pipoca & Nanquim é mestre em fazer um trabalho editorial massa. E para os viciados em informação, no final do quadrinho há um prato cheio: explicações minuciosas de referências e indicações de leitura para se aprofundar ainda mais.
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Ricardo.Rincon 19/06/2021

Pipoca e Nanquim não erra
Que quadrinho maravilhoso.
Um desenho magistral, mudando conforme sua época.
Roteiro que nos coloca completamente inseridos na época e na vida de Charlie Chan.
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Mateus 16/10/2021

Uma história de Singapura
A arte de Charlie Chan Hock Chye é uma biografia de um quadrinista que nunca existiu, entretanto, essa biografia é apenas uma desculpa para contar a história de Singapura um pequeno país asiático que ficou a mercê das grandes potências do século XX.

Esse quadrinho é acima de tudo uma reflexão sobre as disputas políticas que consolidaram esse país. Acredito que preciso reler e fazer algumas pesquisas sobre a história de Singapura para compreender completamente a história, mas essa primeira experiência de leitura foi incrível.
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Dado Silva 20/05/2023

Uma leitura pra levar pra vida!
A Arte de Charlie Chan Hock Chye, de Sonny Liew. Que obra maravilhosa! Uma verdadeira aula sobre a história política de Singapura... e, de certo modo, sobre todas as "Singapuras" do mundo. Só esse aspecto do gibi já valeria a leitura, mas ainda tem mais: a trajetória de Charlie em busca de se tornar o maior desenhista de seu país toca o coração de qualquer um que já se sentou com lápis e papel na mão, sonhando em contar as próprias histórias para o mundo todo (eu incluso). Impossível não se emocionar e não se descobrir um pouco Charlie Chan, também!

site: https://www.instagram.com/dadosilva13/
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Flavio - @geekcorp303 23/01/2023

Incrível
Um Quadrinho genial, o autor acertou muito ao contar a história da política de seu país, só que através de uma biografia de um quadrinista que não existe, cada jogada, cada desenho tudo se encaixa e finaliza numa narrativa fluida e envolvente.
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Helder 04/09/2021

Ótima experiência
Minha primeira HQ e uma descoberta. Gosto muito! Rsrs Esse livro em especial é uma biografia do próprio autor contando sua história e a história da revolução em Singapura. Uma aventura cheia de muita criatividade e arte.
Bom demais!
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Carol Martins 17/12/2023

Livro excelente pra conhecer a história de Singapura! Tem um humor satírico excelente!
Pra quem tá querendo recomendação de hq vai nele! Nenhum comentário negativo a declarar!
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Emanuel 24/09/2020

Fazia tempo que não lia algo tão bom.
Nesse quadrinho Sonny Liew documenta a história política de Singapura e seus avanços através da visão de um artista fictício chamado Charlie Chan.
A diversidade na arte, cada detalhe da história e como isso é construído, soando como um álbum de colagens, não com imagens, mas com histórias, é simplesmente genial.
É tão bem contado que tive que pesquisar pra saber se o protagonista realmente era fictício. Um protagonista que, mesmo não existindo, me inspirou pela história da sua vida e de onde ele vem.
A Arte de Charlie Chan Hock Chye é simplesmente perfeito. A tempos não lia algo tão bom.
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Ricardo Santos 25/12/2020

História deslumbrante e triste
Essa graphic novel é mais uma prova de que os quadrinhos são uma forma de arte tão madura quanto qualquer outra, com possibilidades criativas bem específicas. O ilustrador e roteirista malaio Sonny Liew aproveita seu impressionante talento e conhecimento da nona arte para produzir uma das HQs mais deslumbrantes dos últimos tempos. Por meio da trajetória de uma lenda fictícia dos quadrinhos, Liew conta a história política da Malásia durante os séculos 20 e 21. O autor mistura personagens inventados e reais numa visão complexa das disputas políticas entre capitalistas e comunistas. O que torna essa reflexão sobre sobre o passado, sobre os rumos daquele país tão fascinante é a maneira como Liew nos conta os fatos, utilizando a difícil jornada de Charlie Chan pelo reconhecimento como quadrinista. A vida pessoal, profissional e a arte do protagonista são diretamente afetadas pelos acontecimentos históricos. Acompanhamos as diversas fases criativas de Chan, da juventude à velhice, permitindo a Liew expressar todo o seu amor pelos quadrinhos locais e ocidentais. A Arte de Charlie Chan Hock Chye fala sobre obsessão, ilusões, princípios, sonhos e derrotas.
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