A Gaia Ciência

A Gaia Ciência Friedrich Nietzsche




Resenhas - A Gaia Ciência


58 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3 | 4


Vênus_Alice 14/12/2022

Pensamentos de Nietzsche
o livro começou me surpreendendo por ser uma leitura acessível, não é cansativa como se espera de filósofos e em alguns momentos foi caótico, divertido e até me fez rir.

Consegui entender muito bem porque muitos grupos não gostam dele, suas falas e pensamentos são bem sinceros e sem nenhum efeite, ele questiona e te faz refletir muito sobre bases da nossa cultura, religião, nós mesmo, bem x mal, o amor e entre muitas outras questões.

Apenas me decepcionei com o modo que ele fala de mulher e pessoas de cor e escravos, para uma pessoa tão crítica, racional e que não seguia os mesmos pensamentos sociais, fiquei triste por ser mais um homem que via esses grupos como inúteis e seres praticamente não pensantes.

Acredito que se reler no futuro, verei inúmeras reflexões novas.
comentários(0)comente



Lista de Livros 17/03/2015

Lista de Livros: A Gaia Ciência, de Friedrich Nietzsche
“Defeitos e vícios são sempre, com efeito, aquilo que mais facilmente se imita e aquilo que não exige o menor treino.”
*
“Se Deus intencionava tornar-se objeto de amor, deveria inicialmente renunciar o fato de julgar e de fazer justiça; um juiz, mesmo sendo clemente, nunca é objeto de amor.”
*
“Nossos pensamentos, na verdade, são sempre as sombras dos nossos sentimentos; são sempre mais obscuros, mais vazios e muito mais simples do que estes.”
*
Mais em:
http://listadelivros-doney.blogspot.com.br/2015/02/a-gaia-ciencia-friedrich-nietzsche.html

site: https://listadelivros-doney.blogspot.com.br/2015/02/a-gaia-ciencia-friedrich-nietzsche.html
comentários(0)comente



Sra Allen 22/03/2009

O livro de cabeceira
Faz um bom tempo que li este livro. Mas é um dos mais marcantes para mim. É aquele que a gente vez ou outra abre em qualquer página e lê, suspira. É uma maravilhosa música. Se Nietzsche é, talvez, o único filósofo que levo em conta, A Gaia Ciência contém as palavras que mais me fazem dançar. Se me lembro bem, são palavras leves e profundas... Aliás, não posso deixar de dizer:

"Pensamentos são as sombras dos nossos sentimentos sempre mais obscuros, mais vazios, mais simples do que estes. F. Nietzsche

173. Ser profundo e parecer profundo. Quem sabe que é profundo busca clareza; quem deseja parecer profundo para a multidão, procura ser obscuro. Pois a multidão toma por profundo aquilo cujo fundo não vê: ela é medrosa, hesita em entrar na água.

(...)

249. O suspiro do homem do conhecimento. - "Oh, minha avidez! Nesta alma não existe abnegação - mas sim um Eu que tudo ambiciona, que mediante muitos indivíduos gostaria de ver com seus próprios olhos e agarrar com suas próprias mãos - um eu que também recupera todo o passado, que nada quer perder do que poderia pertencer! Oh, essa chama da minha avidez! Oh, que eu ainda nascesse em milhares de seres!" - Quem não conhece por experiência esse suspiro, também não conhece a paixão de quem quer conhecer."

A Gaia Ciência, F. Nietzsche
comentários(0)comente



Felipe 05/02/2021

Gaia Vida
Uma resenha sobre A Gaia Ciência, é uma resenha sobre Nietzsche. É uma ideia assustadora. Ao ler filósofos e suas visões, nós precisamos fazer um esforço para lembrar que há outros pensadores que discordam da teoria do primeiro. Nietzsche, especialmente, adora mostrar suas discordâncias com outros como Kant e Schopenhauer. E então? Qual é o dono da verdade? O que é a verdade? O próprio Nietzsche não gosta de um conceito de verdade única seguida cegamente, o nome disso, ele diz, é ?fé?.
Assim é possível lê-lo e não concordar com algumas coisas. Nos temas gênero e divisão social ele faz observações baseadas unica e exclusivamente na sua vivência. Um tanto quanto ?coach de vanguarda?. Precisaríamos do perigo e dos obstáculos para evoluir e aprender [Construam suas cidades próximo ao Vesúvio] ?Não escrevo para a massa. Escrevo para uma pequena parcela de pessoas que terão coragem de enfrentar os desafios para conseguir seus objetivos?? desconsiderando completamente como a divisão de poder irregular, desigual é sistemática. A falta de informação de classes desprivilegiadas é necessária para a "manutenção" de quem está acima. Não há como querer que quem está abaixo ?lute por seus desejos e objetivos? quando não há perspectiva real, quando não há um objetivo pela falta de informação de onde se deveria querer chegar, ou desejo por não saber que podia desejar. Como lutar por algo que não sei que existe? Como querer lutar se não sei como querer?
Sua visão sobre as mulheres é tão enviesada e machista que não há muito o que discutir. ?Mulheres são seres assim?? ?mulheres gostam de?? baseado em absolutamente nada.
Dito isso, é preciso reconhecer. Sua visão sobre ciência, fé, crença, moralidade, paixão, amor, arte...Espetacular. Aforismos num parágrafo que poderiam se desenvolver em livros. Expressa sua luta contra a moralidade projetada por religiões, especialmente o Cristianismo [Uma decisão perigosa - A decisão cristã de achar o mundo feio e ruim, tornou o mundo feio e ruim]. A vontade majoritária de se submeter ao controle de um suposto poder maior para se livrar de responsabilidades. [Quando uma pessoa chega à convicção fundamental de que tem de ser comandada, torna-se ?crente?; inversamente, pode-se imaginar um prazer e força na autodeterminação, uma liberdade da vontade, em que um espírito se despede de toda crença, todo desejo de certeza, treinado que é em se equilibrar sobre tênues cordas e possibilidades e em dançar até mesmo à beira de abismos. Um tal espírito seria o Espírito Livre por excelência.]
Assim como na Teoria das Formas de Platão, onde temos o nosso mundo-representação e um mundo ideal das formas, Nietzsche enxerga a visão religiosa de ?um mundo além? como o escape que a maioria necessita para suportar a realidade. Tudo fica mais fácil quando se vira a cara para os problemas do mundo com um ?meu deus vai cuidar disso?, ?no céu esse sofrimento não existe?, ?não vou me ocupar com isso. As coisas desse mundo, dessa vida são passageiras. O que importa é a vida da eternidade?.
Sua crítica não é focada na crença por si só mas no estado de subsistência gerado por ela. A busca pelo escape. E ao se aprofundar nisso, vai criticar também outros meios de escape, principalmente a bebida alcóolica. É ateu e enche a cara? Não seria perdoado por Nietzsche. Ele considera a bebida tão ruim quanto a religião organizada. Apenas uma maneira de buscar uma felicidade instantânea e momentânea deixando os problemas de lado. Seja numa comemoração, realmente esquecendo o que de ruim acontece. Seja num momento de dor, onde literalmente se bebe buscando esquecer e se sentir entorpecido. [Algo que talvez distinga os asiáticos, em relação aos europeus, é o fato de serem capazes de uma mais prolongada e mais profunda calma do que estes; mesmo os seus narcóticos agem lentamente e exigem paciência, ao contrário da repulsiva rapidez do veneno europeu, o álcool].
Um ponto muito interessante é sua visão sobre a ciência contemporânea.[Para onde foi Deus?, gritou ele, ?já lhes direi! Nós o matamos ? vocês e eu.]. Ele via uma crescente evolução no pensamento da população, pessoas com mais acesso a conhecimento e se voltando para a ciência. Tudo certo, então? Para Nietzsche não. Estávamos matando um deus para criar quase outro. Sim, a busca pela liberdade de pensamento deveria ser o foco do indivíduo mas a crença numa resposta universal, inacabável e inabalável dada pela ciência se assemelhava a ?fé? que ele tanto criticava. (Mais um ponto onde eu, particularmente, discordo). Esse pensamento metódico e robotizado seria incapaz de responder os questionamentos acerca de conceitos mais abstratos,"a beleza da música" por exemplo. Para ele não haveria fórmulas que criassem arte verdadeira, não mecanizada.
Um homem complicado, uma mente complexa, sem toque para o absurdismo de certas falas mas absurdamente brilhante em outras. Momentos de rabugice mas por vezes cônscio da importância e beleza da arte e sua não-definição. Não há como terminar a leitura sem filosofar com ele, ou ao menos, sentir as farpas que ele joga para todo lado. Acredite, uma te acerta.
comentários(0)comente



EduardaLfg 19/01/2022

A gaia ciência ?
E cheguei ao fim do meu primeiro livro do grande Nietzsche.
Confesso que pensei que me sentia com medo de achar a linguagem distinta, difícil de compreensão, como já vi muitos dizeres sobre.

Para minha surpresa, devorei em duas semanas e me senti bem acolhida. Que livro! Que obra!
Apesar de ser um filósofo pessimista e ter muitos preconceitos (que havia na época), da para ignorar esses parágrafos e continuar a ler.
Amei.

Primeiro livro do ano e me sinto honrada de ter sido de Nietzsche.
comentários(0)comente



Marco 07/08/2020

De que vale um livro que não nos transporte além dos livros?
Uma jornada pela mente de Nietzsche, uma forte critica a moral cristã . Há partes que se valem pela poesia que possuem , outras pela inquietação que provocam. Mas nada me impactou tanto quanto o anúncio da morte de Deus , e saber que o autor sabia que mesmo após a morte, ainda restaria uma sombra.
Uma obra difícil, que nos faz diferentes ao término da leitura.
comentários(0)comente



Cinthia 24/03/2023

"O que diz sua consciência? Torne-se aquilo que você é"
Esse livro foi um pouco difícil pra mim não por causa dos temas, mas para compreender se não prestasse atenção direito, o que acabou infelizmente se tornando bem cansativo pra mim.
De 1882, Nietzsche fala muito sobre aquilo que não discutimos nos dias de hoje e por mais que eu não concorde com ele acho que é interessante ver pelo outro lado e nos aguçar. Acredito que ele foi muito corajoso de escrever e publicar essa obra por não seguir alguns dos mesmos pensamentos sociais. Critica a inexistência de Deus e da alma, a moralidade em rebanho, o sentido da vida, a verdade como ilusão. Nietszche é muito criticado, e é importante que não leia se estiver na defensiva por alguns temas abordados, mas as partes em que ele fala sobre as mulheres e as pessoas de cor realmente são deprimentes, não foge nada da época. Não sei se consegui entender tudo o que ele quis dizer, mas foi bem interessante.

?Os pensadores nos quais todas as estrelas têm órbitas cíclicas não são os mais profundos; quem olha para dentro de si como para um espaço sideral e traz vias lácteas em seu interior sabe também como são irregulares todas as vias lácteas; elas conduzem ao caos e ao labirinto da existência.?
comentários(0)comente



WalterGoncalves 09/08/2023

Ah minha gente, "A Gaia Ciência" é incrível!
Sempre que me pego folheando suas páginas, sinto uma emoção única, como se estivesse revivendo um momento especial do passado que não pode ser trazido de volta. E isso é algo absolutamente mágico, algo que só Nietzsche parece ser capaz de provocar ao âmago de minhas lembranças.
E esse sentimento de reviver momentos especiais, bem, é algo que só os grandes escritores conseguem proporcionar. A capacidade de transportar o leitor para um lugar e tempo distantes, ou para um estado de espírito específico, é uma dádiva rara. Nietzsche consegue criar essa conexão quase mágica entre suas palavras e minhas próprias experiências e sentimentos. É como se ele estivesse sussurrando segredos do passado, do presente e até mesmo do futuro diretamente para minha mente.
É categoricamente Friedrich Nietzsche!
comentários(0)comente



EduardoCDias 24/12/2022

Aforismos
Aforismos de Nietzche são aforismos de respeito. Discorrendo sobre vários temas, infelizmente com referências antigas e desconhecidas para mim? para se ler e pensar.
comentários(0)comente



Dávila 14/01/2023

Iconoclasta necessário.
Nietzsche sempre incomoda.
E que bom, pq isso é super importante para quem quer descobrir o avesso das coisas.
Seu pensamento fragmentário e paradoxal é essencial nos tempos que correm.
O que envelheceu mal até certo ponto no pensamento nietzschiano são suas reflexões sobre as mulheres.
Um horror.
Se dermos um desconto nessa parte, o que sobra é demolidor, no melhor sentido da expressão.
comentários(0)comente



Sâmya Mesquita 05/09/2020

Niilismo otimista?
📕 A Gaia Ciência é um livro do filósofo alemão Friedrich Nietzsche. E antes que você me diga que livros de Filosofia são complicados, saiba que a leitura de Nietzsche, embora profunda, é extremamente palpável. Esse livro trás temas como arte, moral, história, política, conhecimento, religião, mulheres, guerras, ilusão e verdade. É aqui que ele fala da morte de Deus e do niilismo.
🙍🏿 Niilismo é a perda de referências gerais à vida, as quais eram representadas diretamente pelo cristianismo e sua moral. Nietzsche indica que devemos direcionar a nossa força vital para a destruição da moral, já que ela não faz sentido. Após essa destruição, não há alternativa senão esperar pela morte e aprender a ver a vida como um eterno retorno.
✝️ A morte de Deus, segundo Nietzsche, trouxe a ascensão de novos deuses modernos, como a a Ciência, o Estado e a Economia. Matamos Deus, mas seu cadáver não foi enterrado. Em tempos de pandemia:
1. a Ciência não foi suficiente para conter milhões de mortes,
2. o Estado aproveita-se da máquina para tornar cada vez mais feroz o capitalismo,
3. e a Economia SUBvive com a ajuda de aparelhos.
⛓️ Tudo isso em meio a uma tentativa de manter uma moralidade conservadora como pilar de um mundo apocalíptico. Lembrando que, para o niilismo, Deus foi criado pelo homem, então a moral cristã é desnecessária!
🤸 Resumindo tudo: segundo o bigodudo, estamos cansados, mas não fazemos nada pra mudar porque não há muito o que ser feito.
🌚 No aspecto pessoal, talvez seja desesperador olhar para o escuro. Mas não há como superar nossos traumas e transcender a moralidades sem encarar aquilo que nos aprisiona.
🥀 Pessoalmente, não conheço ninguém que esteja bem nessa quarentena. Mas se você quer compreender um pouco mais sobre niilismo do Nietzsche e entender toda essa apatia que vivemos, individualmente e como sociedade, aconselho a leitura deste clássico que quebrou os muros da Academia e virou uma leitura filosófica essencial.

site: https://www.instagram.com/p/CDkE3eol2qL/
comentários(0)comente



Jose506 24/08/2023

Deus está morto!
"Bons dentes e bom estômago-
Eis o que lhe desejo!
Se der conta do meu livro,
Certamente se dará comigo!"

Aforismo 54

A Gaia Ciência é uma das obras mais importantes de Friedrich Nietzsche, publicada em 1882 e ampliada em 1887. Nela, o filósofo alemão apresenta alguns dos seus conceitos mais famosos, como a morte de Deus, o eterno retorno e Zaratustra. Além disso, ele desenvolve uma reflexão sobre a natureza do conhecimento, criticando tanto a metafísica tradicional quanto a filosofia crítica de Kant. Nesse sentido, ele propõe o perspectivismo e o pessimismo dionisíaco como alternativas para compreender a realidade e a vida.

O perspectivismo é a tese de que todo conhecimento é limitado e parcial, dependendo do ponto de vista de quem o produz. Não há uma verdade absoluta ou objetiva, mas apenas interpretações que variam conforme as condições históricas, culturais, psicológicas e fisiológicas dos sujeitos. Nietzsche afirma que "não há fatos, apenas interpretações" (Aforismo 374) e que "não há fenômenos morais, mas apenas uma interpretação moral dos fenômenos" (Aforismo 108). O perspectivismo não é um relativismo ou um ceticismo, mas uma forma de afirmar a pluralidade e a diversidade das perspectivas que constituem a realidade.

O pessimismo dionisíaco é a atitude de aceitar e celebrar a vida como ela é, sem ilusões ou consolações. É uma forma de superar o niilismo que surge da morte de Deus e da perda de valores absolutos. Nietzsche contrapõe o pessimismo dionisíaco ao pessimismo socrático, que busca escapar da vida através da razão e da moral. O pessimismo dionisíaco é inspirado na figura do deus grego Dioniso, que representa a força vital, a criatividade, o êxtase e o sofrimento. Nietzsche afirma que "o mundo só se justifica como fenômeno estético" (Aforismo 107) e que "é preciso ter o caos dentro de si para gerar uma estrela dançante" (Aforismo 342). O pessimismo dionisíaco é uma forma de afirmar a vida como vontade de potência, como criação e superação.

A Gaia Ciência é um livro que desafia e provoca o leitor, convidando-o a questionar suas crenças e valores. É uma obra que expressa o espírito livre e crítico de Nietzsche, que busca uma nova forma de filosofar e de viver. É uma obra que revela a gaia ciência como uma arte de proteu, capaz de assumir múltiplas formas e perspectivas.
comentários(0)comente



Indra 24/11/2023

Gostei muito do livro, gosto muito do estilo de aforismo dele, e pude entender melhor sobre o niilismo reativo (conceito criado por Deluxe).
comentários(0)comente



Paulo Silas 22/01/2016

Mais um escrito profundo, coeso e brilhante de Nietzsche. Ídolos são desmitificados e derrubados. As virtudes, a moral, o Estado e outras questões são observadas e analisadas sob outros vieses, tendo a árdua crítica do autor como consequência. Um livro para muitos e para poucos.

Na presente obra, o autor expõe os primeiros passos daquilo que viria a se tornar o seu filosofar com o martelo, vez que os questionamentos sobre as formas de se (tentar) compreender o mundo são realizados de maneira pontual, desenrolando-se o seu pensamento. É neste livro que há a contextualização da famosa e pouco compreendida afirmação polêmica do filósofo, a de que "Deus está morto", exposta em uma das anotações presentes na obra. Tal constatação é feita pelo homem louco, o qual sai às ruas berrando e procurando por Deus, sendo informado pelos ali presentes que Deus está morto e permanece morto, tendo sido "nós" que o matamos. As igrejas não passariam de mausoléus e catacumbas de seu corpo.
A leitura assídua, atenta e completa da filosofia de Nietzsche se faz necessária para que melhor possa ser compreendido o filósofo. Em "A Gaia Ciência" há o início (já bastante consolidado) da sua filosofia que pregaria pela transvaloração de todos os valores. A superação das amarras morais, anunciadas como virtudes, seria condição necessária para a superação da limitação imposta ao homem. A morte de Deus atestaria isso, já que a religião e seus ordenamentos seriam um dos fatores responsáveis pela restrição do pleno desenvolvimento do homem. Tendo-se ciência disso, da ausência de motivação idônea das amarras, dada a consciência neste sentido pelo homem, da sua "gaia ciência", a superação estaria evidenciada.
É neste livro também que Nietzsche traceja o conceito de "eterno retorno". As possibilidades do mundo são finitas, de modo que assim o sendo, tudo já aconteceu. Se o universo possuiu um objetivo, este já teria sido alcançado, de modo que tudo o que se vive é mera repetição do que já ocorreu diversas vezes. O bem e o mal, a alegria e a tristeza, a criação e a destruição: tudo vai e volta. Tudo se repete.
Dentre diversas outras anotações e constatações do autor, tem-se, por exemplo, certa crítica ao altruísmo, vez que tal modo de agir beneficia somente terceiros em detrimento do próprio homem - os elogios, inclusive, sempre estão presentes na boca de terceiros. A imediatez dos pensamentos e raciocínios céleres em demasia também sofrem críticas pelo autor, vez que na época em que o livro foi escrito a dinâmica muito célere do cotidiano já impedia o homem de conferir tempo necessário para o pensamento, para a reflexão, para a filosofia. A necessidade de punição também é atacada. Havendo dificuldade em se modificar o homem, não há razão para o intento da punição, da correção e da censura, que se traduzem em combate direto. O risco daquele que ama punir é se tornar mais sombrio que o admoestado. Antes, deve o homem elevar a si próprio num patamar mais alto, brilhando pelo exemplo e obscurecendo o outro com a própria luz. Ainda, a realidade (sua roupagem) é analisada por Nietzsche, o qual demonstra que o próprio homem é quem constrói e destrói o que entende por realidade, não passando tudo de mera nomeação das constatações que acabam sendo posteriormente superadas.

Um livro magnífico. Escrito ao estilo do próprio Nietzsche: anotações, versos, poemas, alegorias e aforismos, sempre estando presentes a crítica, a ironia e a destruição de verdades tidas como absolutas. Pouco foge do julgo do filósofo. Uma leitura que se faz necessária.
Recomendo!
Natt 22/01/2016minha estante
Gostei da resenha!
Já adicionei o livro a minha lista.
Abs.


MarCELO MorCENO 24/09/2017minha estante
Muito bem feita essa resenha. Me espelharei nesta, para fazer minhas resenhas.




58 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3 | 4


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR