sagonTHX 20/05/2011IMPERDÍVELEstou muito impressionado com esse livro da Karin Slaughter. Um romance no melhor estilo policial investigativo, com uma carga generosa de dramaticidade,um suspense tenso que nos faz grudar vorazmente no livro, ansiosos pelo próximo desfecho. A trama está ancorada em crimes provocados por um assassino cruel, frio, meticuloso e pevertido.
Karin superou as minhas espectativas para esse livro. Gostei tanto que tô ansioso para ler o seu segundo livro, Frio na Espinha (felizmente já comprei).
Cega é um romance profundo, denso, dramático, assustador. Ao ler suas quase 400 páginas, tem-se a impressão de que o que está sendo narrado acabou de acontecer; virou notícia nos telejornais das 20hs. Isto, porque Karin escreve com paixão e detalhadamente. A empatia começa logo nas primeira página e prolonga-se as custas de muitas unhas roídas até a última página. Karin não perdoa; ela não dá trégua. Consegue manter nossa atenção mesmo quando a gente acha que já aconteceu alguma coisa importante e a narrativa entrou em ponto morto. Aí ela recria a situação, nos surpreende com um toque de suspense, um ato dramático ou, simplesmente, desnuda os seus personagens bem diante dos nossos olhos ao arrancar deles um tiquinho a mais de emoção.
Karin expõem a fragilidade feminina em vários ângulos e aspéctos, torturando-as em um pântano de ángustias, medo, incertezas, desespero e violência... Ao mesmo tempo, revela toda a beleza e a coragem que é possível destilar da alma feminina, elevando-a ao patamar de uma verdadeira heroína.
Um outro aspécto que gostei no livro é que Karin não peca nos detalhes. Além de escrever muito bem, a autora sabe dosar os estilos em seu romance, misturando drama, suspense, investigação policial, assassinatos, fazendo-os acontecer no tempo certo e, o que é mais importante, na medida exata. Assim, em certos momentos o suspense e a investigação policial acabam ganhando um toque de dramaticidade, carregado de alta tensão.
Tem uma cena na metade do livro - não se preocupe, não vou dar os detalhes - quando Sara, a patologista e protagonista da história, faz o salvamento de uma das vítimas do serial killer. A cena tem uma carga de dramaticidade e um detalhismo tão forte e intenso, descrito de forma tão detalhada, que tive a sensação de que aquilo estava acontecendo bem diante dos meus olhos.
E isto é apenas um detalhe. O livro é assim o tempo todo.
Tem mortes? - Sim, há mortes em Cega, e todas são...
Violência? - Sim, ora implícita, ora explícita, mas nada que nos faça...
Tem alguma ação? - Precisa? Quer mais adrenalina? Haja unha pra roer.
Tiro? - Tá de gozação, né? Que serial killer precisa de um revólver quando tem a sua disposição uma mente doentia e pervertida, tanto quanto a dos Inquisidores da Idade Média?
Serial Killer? - E que maníaco. Odiei tanto esse desgraçado que... por Deus, seria capaz de matá-lo com minhas mãos se tivesse oportunidade.
Perseguições? - Sim, mas psicológica, a pior que existe.
Ao ler Cega você não ficará alienado. Certamente, o livro vai mexer com você. E tenho certeza que irá fazê-lo refletir sobre a verdadeira natureza do ser humano.
Prós: policial investigativo d primeira linha na sua melhor forma;
Contra: achei que o serial killer merecia uma morte bem pior.
RECOMENDADÍSSIMO!