Graça e Fúria

Graça e Fúria Tracy Banghart




Resenhas - Graça e Fúria


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Cindy 20/07/2018

Muito hype pra pouco desenvolvimento...
"Graça e Fúria" retrata uma sociedade machista na qual as mulheres são totalmente submissas aos homens e não podem nem mesmo aprender a ler e escrever. As únicas atividades permitidas a elas são: gerar filhos, cuidar da casa, trabalhar em fábricas ou como criadas. Uma outra opção - mais aceitável para algumas e, para outras, de forma alguma - consiste em tentar ser escolhidas como concubinas (Graças) do rei ou do príncipe herdeiro. Para tanto, as mais belas e dotadas são preparadas durante anos a fim de se submeter à seleção trienal realizada no palácio real.

Eu simplesmente amo livros nos quais o personagem principal é uma garota/mulher inteligente, esperta e totalmente badass! Agora imaginem como eu fiquei quando li a sinopse de "Graça e Fúria" e percebi que tinha DUAS heroínas (talvez duas badass - uau!). Mas... Apesar de todo o hype em torno do livro - pela premissa girl power e tal - a narrativa só conseguiu me empolgar um pouco nas últimas páginas. No mais, achei a trama fraca, um pouco arrastada e totalmente previsível - construída a partir de uma coletânea de clichês de vários livros de fantasia YA de sucesso.

Somente para citar alguns exemplos desses clichês:
1) País imaginário com alguns nomes, sobrenomes, costumes e paisagens inspirados em Veneza, Itália (vimos algo semelhante em: Jovens de Elite - Marie Lu);
2) O rei tem um monte de concubinas (vimos algo semelhante em: A Traidora do Trono - Alwyn Hamilton);
3) Dois irmãos, príncipes, com personalidades opostas (vimos algo igual em: A Rainha Vermelha - Victoria Aveyard);
4) Príncipe herdeiro tem que escolher uma noiva dentre várias candidatas que se prepararam a vida toda para esse momento (vimos algo muito parecido em: A Seleção - Kiera Cass; A Rainha Vermelha - Victoria Aveyard);
5) Prisão em um local ermo, de onde ninguém sai vivo (vimos algo semelhante em: Mistborn: O Império Final - Brandon Sanderson; Trono de Vidro - Sarah J. Maas);
6) Prisioneiras lutando em uma arena/anfiteatro romano (vimos algo semelhante em: Godsgrave - Jay Kristoff);
7) Heroína luta para sobreviver às intrigas da corte no palácio real (vimos algo muito parecido em: A Rainha Vermelha - Victoria Aveyard; Trono de Vidro - Sarah J. Maas; A Traidora do Trono - Alwyn Hamilton; A Herdeira da Morte - Melinda Salisbury; Ruína - Amy Tintera);
8) Um soldado/membro da guarda bonito e charmoso que se interessa pela heroína (vimos algo muito parecido em: Trono de Vidro - Sarah J. Maas); etc.

Entre os personagens, os únicos que são mais trabalhados pela autora são as duas heroínas, o príncipe Asa e o guarda Valentino. O que não quer dizer que eles tenham sido bem desenvolvidos. Na minha opinião, faltou aquele "algo mais" que faz com que o leitor se apegue a um personagem, se identifique com ele, sofra com suas misérias e torça pelo seu sucesso. Eu só consegui sentir essa identificação com o Valentino...

Serina é a irmã linda, fútil, alienada e mosca-morta. Nomi é a irmã feia, rebelde, imprudente e estúpida (porque ela faz muita cagada - chega a dar raiva...). As duas são chatas, bem chatas. A Nomi é a pior (um porre!), já a Serina acaba melhorando no decorrer da narrativa (quando precisa aprender a ser forte e a lutar para sobreviver). No elenco feminino, destacam-se ainda: Oráculo (a manda-chuva da prisão, que revela um passado surpreendente), Jagana (a garota frágil e chorona, de quem a gente sente pena, mas acha que se ela não parar de mimimi não vai durar muito...) e Maris (que também não queria ser uma Graça, mas foi obrigada por seu pai - não vou revelar o motivo para não dar spoiler...).

No elenco masculino, temos o príncipe herdeiro Malachi - que tem pouquíssimas falas e meio que faz uma participação especial (quase um figurante de luxo). Já seu irmão mais novo, Asa, aparece bem mais e tem um papel importante no desenvolvimento da trama. O irmão das heroínas, Enzo, que é gêmeo de Nomi, pouco aparece na história. Por fim, temos o soldado/guardinha gato Valentino - um cara muito bacana e com um passado sofrido - que foi o único personagem com o qual simpatizei e para quem torci de verdade (preferia que o livro tivesse sido centrado na vida dele...).

Sinceramente, eu esperava muito mais deste livro, pois a premissa parecia ser bem original e ousada. Entretanto, acho que a autora não soube desenvolver a trama sem abusar dos clichês copiados de outros livros do gênero de fantasia YA - o que me incomodou bastante. E, em relação aos personagens, a maioria foi pouco trabalhada - sem direito a muitos diálogos relevantes, ações indicativas de caráter e/ou personalidade ou, ainda, revelações sobre o passado. Sem contar o dualismo simplista BOM x MAU e BRUTAMONTES x FLORZINHAS. Somente Serina apresentou uma evolução e Asa alguma ambiguidade. Talvez por isso eu não tenha me apegado a quase ninguém (à exceção do Valentino) e nem tenha lamentado os que morreram. Não basta uma premissa antenada com questões de igualdade de gênero e uma dedicatória impactante ("A toda mulher que mandaram sentar e ficar quieta… e que se levantou mesmo assim") - para que um livro mereça 5 estrelas, é preciso entregar conteúdo...
Laura.Ghirardelli 20/07/2018minha estante
Acabei de ler e também fiquei decepcionada, esperava muito mais desse livro. O excesso de confete atrapalhou. A história e a maioria dos personagens não foram grande coisa na minha opinião, especialmente a mocinha Nomi (muito fraquinha, revoltadinha e mimizenta). Já li livros bem melhores desse gênero. Uma pena, porque a sinopse prometia...


Luiza 20/07/2018minha estante
Também não achei nada de mais, muito marketing em cima desse livro. Desperdicei meu saldo no Google Play pra comprar esse ebook achando que seria uma maravilha. Tremenda decepção, isso sim! Acho que as autoras ficam usando essas temáticas de empoderamento feminino pra vender mais livros e as leitoras caem feito patinhas. O livro 3 da Rainha Vermelha já foi uma grande decepção, porque a autora destruiu a personalidade da mocinha fazendo com que ela virasse uma covarde, fraca e submissa (na Rebelde do Deserto fizeram a mesma palhaçada no livro 2). E agora esse livro, que prometeu mocinhas fortes e empoderadas e entregou uma toupeira covarde e fraca e uma ex-patricinha bem mais ou menos.


Fran 20/07/2018minha estante
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Franciele 21/07/2018minha estante
Uma resenha verdadeira e útil.


Michele207 25/07/2018minha estante
Ate que gostei do livro, mas também esperava mais dele...terminei a leitura achando que li uma introdução de 300 páginas, quando parece que algo vai realmente acontecer o livro acaba...E a Nomi é insuportável e muito burra.


Lauraa Machado 29/07/2018minha estante
Adorei a resenha!


Clara S. 24/08/2018minha estante
Gostei muito da resenha, honesta, direta e sem rodeios. Obrigado pela sinceridade.


Cristina Miller 12/10/2018minha estante
Ótima resenha! Gosto de avaliações sinceras e honestas sobre livros.


Fred 24/10/2018minha estante
Cara, arrasou na resenha! A Nomi foi uma grande decepção mesmo como personagem. Pela sinopse ela parecia que ia ser uma nova Celaena Sardothien, mas que nada...


Camila 14/05/2019minha estante
você disse com perfeição tudo o que eu senti, pense numa perda de tempo...




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Dani 01/03/2019minha estante
Adorei sua resenha Gllauce, amei a Serina


Gllauce Brandão - @vicialivros 01/03/2019minha estante
??????????


Gllauce Brandão - @vicialivros 02/03/2019minha estante
Obg flor! Serina me lembra um pouco a nossa rainha Aelin!




kelly 03/07/2022

Fui tapeada
A escrita não é ruim, mas os personagens e o plot foram desinteressantes.
Não me conectei com a história porque estava esperando outra coisa dela...
Esse livro foi indicado como livro sáfico e eu muito tonta fui ler esperando isso kkk sinceramente
sentineila 12/10/2022minha estante
quem forma o casal sáfico? também me indicaram como livro sáfico, mas eu tava pesquisando sobre e não vi nenhuma alma falando sobre. tava achando que era bait kk


kelly 12/10/2022minha estante
as duas protagonistas tem pares românticos homens kkkk comecei o segundo livro e desisti depois de perceber que fui feita de trouxa pqp?


sentineila 12/10/2022minha estante
SABIA! ainda bem que eu nem comecei porque ia ficar puta. mas obrigada pela informação.




Nati Amend @livrosdanati 04/09/2018

Uma pequena decepção, mas que ainda pode melhorar!
Começo dizendo que este livro tinha tudo para ser favoritado. Por ser considerado uma leitura no estilo "A Seleção", ele logo de cara me conquistou (lembram da minha empolgação no Diário de Leitura?). Ainda assim, alguns pontos infelizmente não funcionaram tão bem comigo.

A narrativa é pautada em cima de uma sociedade machista, na qual mulheres não têm o direito de escolha e são proibidas de ler. É nesse contexto que conhecemos as irmãs Serina e Nomi. Uma foi treinada a vida toda para se tornar a graça (esposa) do príncipe, e a outra abomina essa tradição e luta pela igualdade feminina. Ou assim deveria ser...

"Em todas as histórias, as mulheres desistem de tudo. Por que acha que é assim? Porque todos têm medo do que aconteceria se resolvêssemos lutar."

É aí que começa o meu problema. A protagonista que é descrita como uma mulher de espírito selvagem, em nenhum momento nesse primeiro livro tem uma atitude rebelde ou condizente com a sua personalidade. Pode ser por medo ou pela inocência de sua idade, mas eu simplesmente a achei muito fraca. Pra piorar, ela ainda acaba se envolvendo em um relacionamento totalmente contraditório aos seus princípios. Pra quê?

O plot-twist (reviravolta) também não me agradou. Achei toda a situação bem previsível, mas ressalto que essa foi a minha experiência, o que pode mudar de pessoa para pessoa.

Na verdade, o ponto alto da obra fica por conta da outra personagem. Ela poderia ser uma garota mimada ou fútil, porém acaba se mostrando uma verdadeira guerreira feminista e dá mais consistência à estória. E como os capítulos são intercalados entre as duas irmãs, essa parte sempre me animava! Por isso, o ritmo da narrativa é bem viciante.

E com o final avassalador do livro, acredito que teremos uma boa continuação vindo por aí. Então eu recomendo essa leitura? Claro que sim! É preciso que você também tire suas próprias conclusões.

site: www.instagram.com/livrosdanati
Michele207 04/09/2018minha estante
Indicaram o livro para fãs de A seleção, mas a história me lembrou mais de alguns pontos de A rainha vermelha ...


Nati Amend @livrosdanati 05/09/2018minha estante
Exatamente! E nos lembrou de A Rainha Vermelha nos pontos ruins né? Não gostei de Nomi.


Michele207 05/09/2018minha estante
Exatamente! Não foram as partes positivas de A rainha vermelha. A Nomi foi a pior personagem. Torcendo para a continuação ser melhor!




Gabi742 30/04/2020

Perfeito
O livro "Graça e fúria" começa mostrando duas irmãs que são bem diferentes. Serina, no primeiro momento, parece ser uma garota fútil ou até mesmo egoísta, mas isso não passa das primeiras impressões. Nomi, sua irmã, já parecia ser mais forte e rebelde.

A sociedade que representa é bem cruel e me lembrou "O conto da aia", já que as mulheres perderam seus direitos e basicamente servem para reproduzir, e ainda por cima são proibidas de ler ou até mesmo cortar seus cabelos sem a permissão do marido! Eu, como mulher, foi complicado ler tantas coisas absurdas retratas. É um universo totalmente injusto e cruel.

"Não é uma escolha quando você não tem a liberdade de dizer não. Um "sim" não tem nenhum valor quando é a única resposta que se pode dar!"

Continuando na história, após Serina ser pega com um livro da irmã e ter mentido para salvar Nomi, ela é mandada para uma ilha onde todas as mulheres que cometem crimes vão. Lá elas basicamente são deixadas para morrer, já que moram em lugares horríveis e com o mínimo de comida, e pior, elas são obrigadas a fazerem coisas que são horrendas. É horrível ler as cenas desse lugar, me revirou o estômago.

"A opressão não é um estado final. É um peso que se carrega até que não se possa mais. E ele então é removido. Não sem esforço, não sem dor."

Durante o livro é explicado o porquê de que chegaram ao ponto em que as mulheres são reduzidas a nada, mas, sinceramente, não me convenceu.

A Serina se tornou uma das minhas personagens favoritas, pois ela teve uma evolução enorme e deixou as partes de Nomi no chinelo. Ela passa de uma menina que aceitava ser submissa apenas para tentar conseguir o mínimo de respeito que as mulheres conseguiriam para uma mulher forte e que luta por mudança. Quando falamos de personagens femininas fortes, é assim que deve ser. Já Nomi acho que perdeu um pouco daquela força que ela foi caracterizada no começo, achei ela muitas vezes tola e foi previsível o que iria acontecer na história dela, mas isso não atrapalhou a leitura.

O final foi incrível, eu não acho que teria outro final melhor que esse, pois supre um ponto que queria durante a leitura e ainda gera a tensão para o próximo livro. Esse é um livro que recomendo super.
Emilia.Reis 30/04/2020minha estante
Vou até colocar na minha lista aqui


Gabi742 30/04/2020minha estante
Vc n vai se arrepender ;)




May 04/05/2021

Um livro fácil de ler, apesar de traços pesados na história.
Já esperava algumas coisas, mas ainda sim foi emocionante as reviravoltas. E confesso que acabei dando preferência pra uma das irmãs, a outra ficou bem baixo no meu conceito kkkkk
Gabi sz 07/05/2021minha estante
É livro único ?


May 08/05/2021minha estante
Uma duologia, o próximo chama Glória e Ruína. Não são grandes, fácil de ler na sequência




Dani 03/03/2019

Pode uma Fúria se tornar Graça, e uma Graça se todnar Fúria?
Gostei muito de ler Graça e Fúria, narrado em 3ª pessoa, os capítulos são curtos e ágeis, intercalados entre Serina e Nomi, o que deixa a leitura bem fluida. Quem já leu O Conto da Aia, A Seleção e Rainha Vermelha reconhecerá alguns elementos dessas histórias no livro, isso pode não agradar a alguns leitores, mas a mim não incomodou.

A Distopia conta a história de uma nação onde as mulheres não possuem direitos e são oprimidas. Conhecemos duas irmãs: Serina, que desde muito nova foi preparada para ser uma Graça, e Nomi, igualmente preparada para ser a Aia da irmã. Enquanto Serina é graciosa e submissa, Nomi é rebelde e intempestiva, colocando as duas em situações extremas. Passei 90% do livro com raiva da Nomi e amando Serina, mas no final a luz surgiu na mente da Nomi, pena que tarde demais. Já Serina teve uma grande evolução, foi pra mim a pessoa mais sensata do livro, pois usava a razão antes de agir. Cheio de reviravoltas, o final do livro me fez pensar quanto tempo terei que esperar para descobrir o que essas duas vão aprontar agora e torço fortemente para que o Livro 2 seja tão bom ou melhor do que o Livro 1.

Resenha do iG @daniliteraria
Gllauce Brandão - @vicialivros 04/03/2019minha estante
Amei sua resenha!


Dani 05/03/2019minha estante
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Loh 13/06/2021minha estante
O romance nesse livro é bem trabalhado?


LS0 13/06/2021minha estante
Sim. Ele não é o foco, mas deu a entender que no livro seguinte a autora vai dar um pouco mais de atenção pro romance.




Mariana P 27/10/2023

Uma boa história. Foi interessante ver as duas irmãs tendo os papéis trocados e como resistiram nas duas situações diferentes.
Minha crítica é no desenvolvimentos dos relacionamentos que foi quase nenhum e acho que seria importante ter até pq se trata de uma história sobre direitos das mulheres acho que o romance deveria ter um contexto mais bem construído.
E por conta disso não senti muito o plot final, acabou sendo neutro.
Laryssa 04/11/2023minha estante
O livro tem romance??


Mariana P 05/11/2023minha estante
Tem migalhas...




Amanda 01/12/2018

Ser mulher é uma luta sem fim
Mulheres poderosas sempre inspiraram medo. É assim desde os tempos mais remotos, e cada vez mais vemos surgir narrativas necessárias sobre o patriarcado, o machismo, a misoginia e a opressão, histórias e mitos construídos em volta da fragilidade e necessidade de proteção (de outros homens e de si mesmas) que as mulheres supostamente têm. Essas narrativas são necessárias porque é preciso desconstruir esse lugar comum ao qual nós, mulheres, fomos relegadas, sair dessa bolha de preconceito e ignorância e conquistar uma posição social igualitária, digna e justa. Nossa luta é infinita.

Eu tenho uma mania terrível de não ler sinopses. Escolho minhas leituras com base em informações mínimas e procuro saber sobre a proposta principal do livro... mas sinopses, não. No caso de Graça e Fúria, esse foi um ponto decisivo para me amarrar à história. Fica minha forte sugestão de pularem a sinopse e se entregarem à narrativa de forma despretensiosa e natural, porque a autora realmente sabe como surpreender o leitor. A sinopse acaba entregando muito do conteúdo e não sei se eu teria aproveitado Graça e Fúria da mesma forma já sabendo de algumas informações. Por esse motivo mesmo eu vou tentar falar o mínimo possível e me ater mais à uma análise crítica do livro do que à história contada.

“Não é uma escolha quando você não tem a liberdade de dizer não. Um ‘sim’ não tem nenhum valor quando é a única resposta que se pode dar!”

Serina e Nomi vivem em um mundo onde as mulheres não têm direitos e estão destinadas a serem subalternas em qualquer contexto. Proibidas de ler, de cortar os próprios cabelos, de ter uma profissão, de ter pensamento, voz, e, principalmente, de se insurgir contra essa realidade dura, lhes resta a resignação. Serina foi treinada desde sempre para ser Graça, uma das muitas mulheres do superior de Viridia. Pela primeira vez, o herdeiro escolherá suas Graças e Serina deseja fervorosamente ser escolhida. Enquanto vê nisso uma bênção, uma oportunidade de fugir da vida miserável que tem e cercar-se do luxo somente reservado à nobreza, Nomi sequer suporta a ideia de ver sua irmã subjugada, restrita a uma vida vazia em uma prisão palaciana, escrava de um homem.

As personagens são muito contrastantes, mas construídas de tal maneira que é muito difícil escolher uma favorita. Em certos momentos me peguei querendo logo pular para a parte de Nomi, já em outros a aflição do que estava acontecendo com Serina me enlouquecia. Ambas estão certas e erradas, são fortes e frágeis, espertas e ingênuas, cada qual a seu modo. Serina é correta, conformada, vaidosa, meiga, preocupada em servir e agradar. Já Nomi é um espírito livre, rebelde, impulsiva, intensa. Mas quem pode julgá-las por serem quem são em um mundo tão deturpado e cruel com as mulheres? A autora foi muito cuidadosa em dar vida às irmãs e cuidar de suas evoluções ao longo da narrativa. Os capítulos se dividem sob o ponto de vista de cada uma e a elas se ligam núcleos de personagens-chave para a história. A maioria delas é também muito bem construída, cheias de características pessoais e detalhes fundamentais para contextualizar e impulsionar a trama.

“Tudo naquele mundo, até as prisões, colocavam as mulheres umas contra as outras enquanto os homens só observavam.”

O livro flui muito bem, a leitura é fácil, rápida, bem adaptada para o público Young Adult, e tudo se conecta muito bem, ainda que nem sempre de forma muito natural. Acredito que justamente por se tratar de um livro jovem, a autora suavizou bastante algumas situações e procurou criar um ritmo narrativo cheio de ação, intrigas e revelações, o que funciona bem e o livro (infelizmente) termina num piscar de olhos. O clima da história é nervoso, angustiante, nos levando a todo momento da revolta ao receio pelo que vai acontecer em seguida. Banghart realmente sabe como conduzir uma narrativa.

O foco central, apesar de ser classificado como fantasia, é a questão social, a luta pela liberdade, a resistência feminina em variadas formas e nuances. Graça e Fúria claramente é uma releitura jovem e romantizada de O Conto da Aia, trazendo elementos mais modernos e uma trama mais palatável aos jovens leitores. Se por um lado a comparação é inevitável e repara-se na perda da complexidade da questão política e social que envolve o clássico da Atwood, e também na romantização desnecessária no contexto de opressão, por outro não posso deixar de perceber a importância de uma obra mais leve para chamar a atenção do público Young Adult para a temática, levá-los a um pensamento crítico condizente com a idade, mantendo-se na sua esfera de interesse. Serina e Nomi também são cativantes o suficiente para manter qualquer leitor vidrado na história até o final.

Para quem ainda não conhece a ficção especulativa mais densa, Graça e Fúria é uma boa porta de entrada. Aos fãs do gênero, essa é uma trama poderosa, atual, relevante.
Essenciais em qualquer tempo, mas especialmente nos dias de hoje em que os movimentos sociais estão sendo tão duramente rechaçados e as mulheres estão arriscadas a perder o pouco de visibilidade que foi adquirida com tanto esforço ao longo dos séculos, histórias sobre mulheres fortes, sobre empoderamento e resistência nunca devem sair da pauta. Devem, pelo contrário, ser lidas, relidas e sempre lembradas.

“ – Talvez nossas vidas possam ir além da sobrevivência um dia.”
Sabrina 01/12/2018minha estante
Ta na minha lista p 2019.


Amanda 01/12/2018minha estante
Não deixe de ler, Sabrina!




Kiamzinid 27/07/2023

É só isso?
Eu li a sinopse de Graça e Fúria e achei que seria uma história interessante. As personagens principais, Serina e Nomi, vivem num reino onde as mulheres não têm direitos e são tratadas como se fossem inferiores aos homens. As mulheres que desejam ter condições melhores optam por participar da seleção onde são escolhidas a dedo em base no seu corpo, beleza e bons modos para serem Graças, morando no Palácio para agradar o Superior.

A história é rápida e não acho que seja demorada, mas confesso que o começo é meio chato. No entanto, conforme você vai lendo, a história melhora e não é uma leitura arrastada. Serina e a Nomi são sem graça, não têm carisma algum, os personagens secundários são muito mais interessantes. A história é bem previsível, você já sabe o que vai acontecer muito antes de chegar lá. As mulheres são bem desenvolvidas e humanizadas ja os homens não, parecendo que não tem nenhum ponto fraco. O desfecho é tão previsível que chega a ser ridículo. Não é um livro horrível, mas enquanto eu lia, eu só pensava: "Ok, mas é só isso?"

Minhas considerações finais: Graça e Fúria é aquela história clichê de mulheres que não podem fazer nada, homens sendo cruéis e elas se apaixonando pelo "homem perfeito". As protagonistas são chatas e sem graça, mas os personagens secundários são bem legais. A trama é previsível e não tem muita emoção. O único ponto positivo é que as mulheres são retratadas de forma mais humana do que os homens. Não acho que vale a pena ler, mas talvez a continuação seja melhor, já que o final ficou interessante.
Larissa 20/02/2024minha estante
Concordo com tudo!




Desi Gusson 31/07/2018

Bem, isso foi constrangedor.
Cheguei cheia de amor pra dar, pronta pra ter um novo favorito na estante e sair contando pra todo mundo como eles precisavam desse livro em suas vidas. Graça e Fúria é meio que uma mistureba de O Conto da Aia, A Rainha Vermelha, A Seleção e literalmente qualquer coisa com um sultão e um harém envolvidos. Ele tem uma premissa ótima, e só a dedicatória já me deixou salivando, mas faltou algo.
Provavelmente outra pessoa no lugar da Nomi. Ela supostamente era a esperta, a rebelde, a irmã cheia de recursos... supostamente. Quando ela foi parar no palácio pensei “Agora ela vai fazer do Malacchi sua v@di$ e mostrar quem manda.” O que aconteceu foi um pouco diferente, e me deixou com ódio no coração a maioria do tempo.
Ingênua, tonta, insegura, inconstante e, pra não dizer outra coisa, não uma das personagens mais brilhantes que já vimos por aí. Suas escolhas não condiziam com o que ela ficava matutando e, pra uma moça dita sagaz e desesperada por individualidade, ela caiu direitinho em armadilhas que estavam GRITANDO “É UMA CILADA, BINO!” Foi frustrante pois, sinceramente, essa era a parte que eu mais queria ver.
Quem salvou foi Sarina, a outra irmã que passou a VIDA INTEIRA sendo ensinada a baixar a cabeça e não pensar muito no assunto. Em qualquer assunto, na verdade. Ela tinha um trabalho, ser bonita e vazia, e estava contente/resignada em conseguir isso. O que importava era ter a proteção e conforto do palácio e manter a irmã (aquela que devia ser dahora) longe de encrenca.
Quando as coisas vão ladeira abaixo pra ela, Sarina descobre uma força escondida, uma motivação até então desconhecida e luta, com unhas, dentes e uma postura reta, pra ajudar a irmã. Pois é, até ela sabia que a Nomi sozinha ia dar ruim. Os papéis se invertem e, de repente, eu estava esperando para ver o que aconteceria com ela. Só pra adiantar, sem dar spoilers, os capítulos da prisão são os melhores.
Bem, falemos sobre l’amour. Talvez fosse de se esperar que, após reler toda a série Corte de Espinhos e Rosas (Sarah J. Mass), dificilmente o próximo romance que apareceria na minha frente seria lindo. Pra mim não tem como ganhar de Feysand. E, de fato, o que encontrei em Graça e Fúria foi... morno. E totalmente instantâneo, do tipo “Viu, você está vendo a sua vida ir pra m&rd@, esse realmente é o melhor momento pra SUSPIRAR por alguém?!?!?”
No geral tudo pareceu um ensaio, um esboço do que o livro devia ter sido. Já li MUITA fantasia YA pra estar cansada de romances do nada e protagonistas teoricamente phodas, porém bobas. Resumindo, se a autora tivesse passado mais tempo debruçada nessa história, adicionado mais elementos ou pelo menos trabalhado mais nas suas personagens e na mudança radical que estava acontecendo na vida/cabeça delas (Oi, Sarina) as coisas provavelmente seriam melhores. É um livro sobre feminismo e sobre ser verdadeira consigo, mas apenas uma das irmãs atinge esse objetivo.
Na verdade, eu devia até avaliar com uma nota menor, a trama não é das mais originais, o plot twist (aquela reviravolta básica) foi tão previsível que eu vi ele chegando já na primeira interação dos personagens (sério, se você não viu, é porque você é novo no ramo da literatura) e as situações no geral são um apanhado de vários outros livros. Mas a tentativa de algo inspirador valeu. Como a esperança é a ultima que morre, vou ler a continuação, mas sem esperar cair da cadeira com ela.

Para essa e outras resenhas cheias de gifs e reações exageradas, acesse o blog!

site: www.desigusson.wordpress.com
AngelSFL 01/08/2018minha estante
Acabei de terminar o livro e partilho do seu sentimento pela Nomi, ela foi uma completa decepção.




giovanna | @theuniverse_bookshelf 01/06/2020

Bom, mas pouco surpreendente
@theuniverse_bookshelf

"A toda mulher que mandaram sentar e ficar quieta... e que se levantou mesmo assim."

"Graça & Fúria" é o primeiro livro de uma duologia que conta a história das irmãs Serina e Nomi Tessaro vivendo em uma sociedade em que as mulheres não têm nenhum direito - nem mesmo o de aprender a ler. Neste universo, anualmente, cada província de Viridia envia uma jovem ao Palazzo do Superior (uma figura que pode ser vista como um rei em uma monarquia) para que ele escolha três delas para serem suas "graças", mulheres submissas que terão como papel apenas servi-lo e entretê-lo; eventualmente, uma será a preferida e poderá ser a mãe dos futuros herdeiros de Bellacqua.

Serina sempre foi educada por sua mãe para ter a chance de ser uma graça do herdeiro, o filho mais velho do Superior - algo que ela muito almejava -, enquanto que Nomi sempre foi a rebelde que não se conforma com a sociedade em que vive nem com sua falta de escolhas quanto a sua própria vida e futuro. Serina então é a escolhida de Lanos para ir até o Palazzo como possível graça de Malachi, o herdeiro, e Nomi vai junto como sua aia. No entanto, na hora de escolher as três garotas, Malachi seleciona Nomi ao invés de Serina, e pouco depois, Serina é flagrada com um livro - o que é proibido para mulheres -, e é mandada para uma ilha-prisão. As duas irmãs então se veem presas a destinos totalmente opostos ao que tinham em mente quando foram a Bellacqua, e a partir daí uma série de acontecimentos se desenrola.

Os capítulos são intercalados de forma que um segue o ponto de vista de Serina, e o subsequente, o de Nomi, e assim por diante. Achei as reviravoltas e situações bastante previsíveis, nada foi de fato surpreendente, e os primeiros capítulos da Serina são um tanto entediantes. Apesar disso, o livro é bom, e fiquei doida para saber como essa jornada das irmãs vai terminar.

4⭐️
Camila.FArias 15/08/2020minha estante
Concordo plenamente com oq vc disse sobre ser previsível. Achei a sequência mas dinâmica. Achei q foi uma duologia mediana.




juu 24/07/2023

Mulheres fodonas!
Esse livro merecia tanto reconhecimento, é uma mistura de "A seleção" e "Jogos Vorazes", tem uns plot twists muito bons, uma escrita que prende e personagens que você quer proteger de toda a maldade do universo. Quero muito reler o segundo livro dessa duologia, promete ser tão bom quanto o primeiro.
juu 24/07/2023minha estante
ler***




Leticia Havilliard 14/04/2024

Adorei
Em Viridia, as mulheres não têm direitos. Em vez de rainhas, os governantes escolhem periodicamente três graças — jovens que viveriam ao seu dispor. Serina Tessaro treinou a vida inteira para se tornar uma graça, mas é Nomi, sua irmã mais nova, quem acaba sendo escolhida pelo herdeiro. Nomi nunca aceitou as regras que lhe eram impostas e aprendeu a ler, apesar de a leitura ser proibida para as mulheres. Seu fascínio por livros a levou a roubar um exemplar da biblioteca real — mas é Serina quem acaba sendo pega com ele nas mãos. Como punição, a garota é enviada a uma ilha que serve de prisão para mulheres rebeldes. Agora, Serina e Nomi estão presas a destinos que nunca desejaram — e farão de tudo para se reencontrar.

Esse foi um dos livros que comprei pela capa e ficou bastante tempo parado aqui na estante, mas quando peguei para ler, amei demais a história. A escrita da autora é muito boa e fluida, fazendo o leitor viajar rapidamente pela história. O livro é dividido entre os pontos de vista das duas irmãs, assim acompanhamos aos poucos como a história de cada uma se desenvolve.

Gostei muito das duas histórias e do relacionamento das duas irmãs, que, apesar de serem tão diferentes uma da outra, fica claro o quanto elas se amam e lutam uma pela outra ao longo da história. Os romances que acontecem aqui são secundários, com o foco realmente na trajetória das irmãs, mas mesmo assim gostei bastante e fiquei bastante curiosa para ver como um deles vai se desenvolver na continuação.

Adorei acompanhar as duas meninas, vendo-as se desenvolverem em áreas totalmente diferentes do que esperavam na vida. Amei acompanhar as duas e estava igualmente curiosa para ver como se desenvolveria a história de cada uma. Não há tanto destaque aqui para personagens secundários, mas, dos poucos que apareceram, gostei muito da amiga de Serina e estou curiosa pela outra graça escolhida com Nomi. Também gostei muito de Valentino, par de Serina, e de como a história dos dois foi se desenvolvendo, assim como do background dele. Os príncipes na história de Nomi foram grandes incógnitas para mim durante toda a história, fiquei muito confusa em relação aos dois, sem saber no início quem estava falando a verdade e em quem confiar.

Quanto ao plot twist da história, no meio do livro eu meio que já estava desconfiando que isso ia acontecer, já tinha visto algo bem parecido em outra história, então praticamente senti chegando. No início até que estava conseguindo me enganar, principalmente pelas primeiras impressões que tive nas primeiras cenas, mas com o decorrer do livro fui percebendo que as coisas não eram bem assim como estavam sendo descritas, principalmente pelas ações de um personagem que não estava agindo nada como eu esperava no começo do livro.

Então, "Graça e Fúria" é um livro que realmente prende a atenção com sua trama envolvente e o desenvolvimento das personagens principais, Serina e Nomi. A escrita fluída da autora nos permite acompanhar as jornadas dessas duas jovens, cada uma com sua própria história, mas ambas conectadas por laços de amor e luta. Apesar de alguns elementos previsíveis, a história é cativante, deixando o leitor ansioso para descobrir como as aventuras das protagonistas vão se desenrolar
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