Karen 03/08/2020Um livro extremamente necessárioChega a ser difícil falar desse livro, pois foram tantas emoções vivenciadas com ele, com certeza se tornou um dos meus livros favoritos e que relerei diversas vezes, pois tenho certeza que a cada leitura aprenderei mais.
Nesse livro conhecemos a vida de três jovens gays, Ian, Victor e Henrique e como a vida deles é transformada pelo HIV, o livro é dividido em capítulos pequenos que intercalam a visão dos três o que faz que consigamos entrar no universo de cada um, conhecer suas personalidades, seus medos, anseios e acompanhar como o relacionamento entre os três e seus conhecidos os transforma.
O livro aborda como é descobrir e conviver com o HIV, conseguimos nos conectar com os medos, as duvidas de Ian, é palpável como essa descoberta o desestabiliza e o faz questionar suas decisões e seu valor.
Henrique já convive com o HIV há alguns anos e com ele conseguimos aprender como é possível viver uma vida normal desde que você não se feche para o mundo, ele já sofreu decepções com a família e com interesses amorosos, e constrói um muro para não sofrer de novo, esse muro começa a ser quebrado quando ele conhece Victor, um jovem de 20 anos que apesar de gostar muito de Henrique se sente inseguro quando Henrique conta que é soropositivo.
Victor não tem HIV e não sabe como lidar com um relacionamento soro diferente, se questiona se valeria a pena insistir nesse romance. Victor passa o livro tentando entender e decidir o que fazer.
Todos os personagens desse livro são bem construídos e tridimensionais, sejam os nossos três protagonistas ou os secundários, inclusive amo Erick, Gabriel e Sandra, são os melhores amigos que todos mereciam ter, acolhem, protegem, incentivam, questionam e fazem seus amigos refletirem sobre suas escolhas. Menção para a Vanessa irmã de Ian, uma menina maravilhosa.
Enfim por favor leiam esse livro, ele é necessário demais para os jovens lgbts e para os héteros também, ele nós faz refletir demais sobre o HIV em si, sobre o julgamento que ainda existe sobre quem contrai o vírus, sobre como lidamos com algo que ainda é muito desconhecido para a sociedade em si, mesmo depois de 30 anos da epidemia.