Natasha 12/07/2022
Entre Leah e Simon, fico com Simon
Pode me chamar de distraída, mas só me dei conta que Leah Fora de Sintonia era uma continuação (ou spin-off) de Simon vs. A Agenda Homo Sapiens quando acabei de ler.
E o que já me parecia ruim com o peso da comparação ficou ainda pior. A expectativa já era alta quando soube que o livro era da mesma autora da história que inspirou o filme Com amor, Simon, mas essa descoberta, depois de já saber da conclusão da história de Leah, matou ainda mais a experiência pra mim.
Vendo a obra individualmente, senti que faltou. Mesmo os conflitos e questões sendo bobos, quase inexistentes, foram o que moveram o enredo até o fim. Fim esse que se resume "e aí ficou tudo bem.", junto de um diálogo expositivo falando do futuro dos personagens a partir dali. Sério, Becky? É isso que você tem pra mim depois de tanto lenga lenga?
A autora construiu uma narrativa que escalou, escalou, escalou, mas o momento da explosão fica no oculto do subentendido. Ficou tudo bem, e eu sabia que ficaria, o que me fez continuar lendo era pra entender como. Ainda não entendi.
Com amor, Simon, por outro lado, tem um ótimo desenvolvimento e é interessante, e essa referência é cruel.
A história em si não é ruim, é ok. A sexualidade aqui só traz mais uma série de inseguranças e incertezas, o que é de fácil identificação para todos que somos LGBTQIA+. Leah e Abby têm dúvidas e conflitos pertinentes tanto da idade, quanto ao que se refere a sexualidade delas.
A sensação é que Becky quis escrever um filme que procedesse o de Simon, e entregou um livro incompleto.