Karla Lima @seguelendo 03/06/2019Resenha #seguelendo
Pare e pense no ser humano mais chato, irritante e covarde que você conhece.
Pensou?
Emílio é pior.
O autor nos transporta para a mente de um homem fracassado e incrivelmente desprezível, nos fazendo sentir muita raiva, mas também nos fazendo rir. Emílio é cínico, antiético e antissocial: e tem plena consciência de tudo.
O protagonista frustrado não consegue suportar a si mesmo e por isso tenta se matar das mais diversas formas. Por tabela, nos entrega momentos que variam entre revoltantes e hilários, alguns bem no limite entre uma coisa e outra.
A obra é acelerada. Muito acelerada. Os diálogos são rápidos e o fluxo de pensamento de Emílio chega a ser desconcertante. É quase como se estivéssemos ouvindo os pensamentos daquela pessoa desprezível que você pensou lá no primeiro parágrafo dessa resenha.
Em alguns momentos, a conversa de Emílio com sua própria mente é cansativa. Ele dialoga com o leitor e, ao mesmo tempo, consigo mesmo, tornando algumas partes confusas quando algumas cenas mudam ou outros personagens são introduzidos.
Mesmo assim, o autor nos entrega uma história engraçada, divertida e de rápida leitura, que recomendo a todos que desejem uma leitura leve.
E então? Está preparado para amar ou odiar Emílio? Ou quem sabe as duas coisas ao mesmo tempo?