Resenhas - A Odisséia de Penélope

giovana.born 10/01/2022

Maravilhoso
A mitologia grega sempre idolatra os herois e suas façanhas mas nunca leva em consideração as mulheres e seus princípios muito menos as vitimas e suas razões, esse livro incorpora a visao de Penelope e suas doze escravas assasinadas na visão seletista de "Odisseia" trazendo um ponto feminista para a história. O livro é contado com seriedade mas também trazendo humor,e adorei a forma como a autora humanizou e modernizou a situação. Recomendo a leitura para quem já é familiarizado com a história ou com a mitologia grega, dessa forma é possível tirar maior proveito da narrativa.

Gio 09/01/2022

Sou fascinada pela história de Circe e agora, na busca de uma perceptiva diferente da que tive no livro dedicado à ela, adentrei no universo de Penelope, que dividia com a primeira o coração de Odisseu.

E que livro sensacional, a história por outra perspectiva, de quem ficou a frente de um reino e teve que sozinha liderar e criar suas próprias aliadas.

Agora estou dividida sobre quem amo mais dentre as duas de Odisseu, personas igualmente complexas e sensacionais.

Amei! E indico a leitura dele após o de Circe.

Laiz 03/11/2021

- li em uma tarde, a escrita é fluida e se o leitor conhece ilíada e odisseia é muito prazerosa
- queria ser que nem a helena que resolve todos os seus problemas mostrando a teta
- tem alguma coisa no discurso da penelope que me faz pensar que ela se ressente do odisseu não só por ele ter traído ela e matado as servas, mas porque ela vê que os dois são iguais - ela também é muito esperta - mas só ele recebe reconhecimento por isso

luizguilherme.puga 20/10/2021

Leitura rápida e fluída que narra, de um outro ponto de vista e bem resumidamente, os acontecimentos narrados por Homero na Odisséia. Aqui temos a perspectiva de Penélope, esposa de Odisseu e mãe de Telêmaco, que de coadjuvante passa a protagonista. Temos intrigas palacianas, crises familiares, disputas políticas e um final aberto que pode não agradar a todos. Pra mim, foi uma grata experiência.

Andreia Santana 17/10/2021

Que Penélope conte a própria história
A quem interessa uma Penélope devotada? Será que a costura feita durante o dia e desfeita à noite era mesmo um sinal da submissão de uma esposa fiel ou a autodefesa de uma mulher cercada por homens hostis e que precisava jogar com as armas à disposição?

Para mim, a costura de Penélope e sua interminável mortalha sempre foi a paciência e a persistência de uma pessoa que não tem medo de refazer caminhos quantas vezes forem necessárias e que deixada à própria sorte, criou suas tramas para sobreviver. Penélope sempre foi muito maior do que Odisseu e ele, certamente, sabia muito bem disso.

Margaret Atwood, em A Odisseia de Penélope (Rocco, 2020) confirma a impressão que sempre tive da história da rainha de Ítaca, ao contar a história a partir do ponto de vista de quem permaneceu e lutou as batalhas do dia a dia, e não apenas a versão oficial de quem partiu e se omitiu de governar o próprio reino por 20 anos.

Ao recontar a Odisseia pelo prisma de Penélope, Atwood reabilita a figura da rainha. Tira dela o ranço patriarcal, permite que tenha voz ativa, já que por duas décadas, enquanto o marido enfrenta ‘perigos’ terríveis como dormir com deusas, ela governa Ítaca e cria Telêmaco.

Em pouco mais de 120 páginas, a autora subverte a lógica de um mito da Grécia antiga e molda-o aos novos tempos. É uma perspectiva, no mínimo, bastante interessante, uma vez que boa parte das mazelas que as mulheres ainda enfrentam, como a praga do machismo, são a herança maldita da cultura majoritariamente misógina grego-romana-judaico-cristã.

Isso não significa, no entanto, que A Odisseia de Homero deva ser destruída ou desprezada. Ao contrário, conhecer o mito clássico é o que torna possível entender a importância dessa precisa e criativa recriação de Atwood.

Penélope e suas 12 servas enforcadas careciam há muito tempo de ser vistas pelo olhar feminista, solidário e compreensivo de outra mulher.

O exemplar que eu li:
Foi lançado no Brasil em 2020, pela Rocco, editora que atualmente publica Margaret Atwood no Brasil. A capa do livro, que achei linda, remete ao mito clássico que diz que Penélope foi jogada ao mar pelo pai, quando era criança, e que a futura rainha de Ítaca foi salva por um bando de gansos enviados pelos deuses.

Ficha Técnica:
A odisseia de Penélope
Autora: Margaret Atwood
Tradução: Celso Nogueira
Editora Rocco
128 páginas
R$ 18,70 (livro físico) e R$ 13,09 (e-book Kindle)*
*Pesquisado em 17/10/2021 na Amazon e Magazine Luíza

site: https://mardehistorias.wordpress.com/

Nicolas29 26/09/2021

Ainda refletindo...
A obra por si só já é de grande valia, mas confesso que o processo de pesquisar mais para entender sobre a mitologia grega bem como quem foram os personagens apresentados na Odisseia de Penélope foi bem mais valioso e empolgante.

Creio que a autora trouxe com maestria os pontos digamos "escondidos" Da vida da Penélope, enquanto "esposa perfeita e fiel", mas do meio para o fim encontramos pontos que vão deixando a história desinteressante e arrastada, mas mesmo assim ainda vale ser lido só pelo fato de proporcionar a imaginação esse novo universo.

alex santos 01/09/2021

Mulheres
Entre deuses e mitos, floresce o tratamento desumano e violento dado às mulheres. Tragédia grega? Mitologia? Ou atualidade?

Aninha 22/08/2021

Penélope e Ulisses
A história do Ulisses (Odisseu) contada por sua mulher, Penélope.
Gostoso lembrar da história dos seus bordados e da espera pelo seu marido, recontada por Margareth.

giu 04/08/2021

mais um da Margaret, eu gostei de como ela retratou a história de Penélope, como é bem curtinho, foi rápido a leitura, não é o melhor dela mas gostei de como ela reinventou a história

laricanrs 26/07/2021

Impressionada!!!
Meu primeiro contato com essa história foi agora na faculdade, estamos trabalhando com a Odisséia de Homero e a professora nos recomendou que enchêssemos a cabeça com esse universo, então assisti aos filmes, li outras coisas sobre e vim parar nesse livro. Foi uma experiência incrível e confesso que não esperava por tudo isso, o livro nos conta uma história antiga demais e de uma forma leve, até com um certo humor por trás (não muito kkk). Eu amei ter essa experiência de não ver a Penélope apenas como a esposa fiel do Odisseu, que ficou 20 anos esperando o marido e que era um exemplo de esposa. Obviamente ela é tudo isso, mas também é muito mais, ela tem uma história forte e é uma mulher muito forte também, além de ser inteligente e saber observar as situações de uma forma clara. Uma mulher que viveu muita coisa, que ouviu muitas mentiras sobre ela, entre outras coisas e aguentou tudo. Ela é foda!!!!!

Não sei dizer se felizmente ou infelizmente, mas no meu primeiro contato com essa história eu já odiei o Odisseu e com esse livro consegui odiar ainda mais. Acho que a perseguição que ele sofre das escravas é mais que merecido. Já que ele deu pra elas uma morte horrível sem nem dar a opção da dúvida, confiando na palavra de outra pessoa que nem mesmo sabia de toda verdade. Então ele também não merece o direito da dúvida e nem minha pena, que siga sofrendo o resto da vida e morte dele.

Eu recomendo esse livro para todas as pessoas que querem mergulhar na história da Odisséia, na de Ilíada e etc. Vai ser uma experiência incrível e necessária.

GuruNeko 23/07/2021

oh, margareth
seu senso de humor ácido é tranquilizador. muito bom. recomendo a quem nao sofre de masculinidade fragil.

Malu 04/07/2021

Ótimo
Margaret Atwood trouxe a visão da Penélope sobre o casamento, a vida com Odisseu ? aprofundando no assassinato das 12 escravas ? e a vida no submundo.

Sobre as 12 escravas, para quem assim como eu teve dificuldade de entender o motivo do enforcamento:

Como a Penélope explicou, a noite nupcial consistia em um "estupro consentido" pelo pai da noiva (como se fosse o dono dela).
E assim era o sexo de modo geral, por isso os convidados poderiam violentar as escravas com a autorização do dono delas, afinal, seria apenas uma relação habitual: o dono da mulher autoriza o estupro. Já que Odisseu desconhecia o acordo delas com a Penélope, a visão dele foi que os convidados, além de representarem uma ameaça à sua soberania, desrespeitaram a sua autoridade ao violentarem as escravas.

E por que matar as escravas?
Justamente porque elas também não tiveram autorização dos donos para "se entregarem" à violência.
Aí fica a questão: ninguém se entrega a uma violência, ela é imposta sem consentimento da vítima.
Só que não havia essa ideia de que as escravas poderiam impor resistência e que, devido a isso, fossem vítimas. Como eu disse, uma relação habitual já subentendia a violação da vontade da mulher, então independente do consentimento das escravas, houve uma relação sexual não autorizada.

Logo, matem os invasores, façam as escravas limparem o sangue e os restos de carne do chão e, então, enforquem-nas.

A parte em que ela adicionou um julgamento com o olhar de hoje ajudou muito a entender isso.
Foi injusto e ao observar com os olhos de hoje não faz sentido nenhum elas terem sido assassinadas. De qualquer forma, foram.

"Não precisam pensar em nós como moças de verdade, de carne e osso, a sofrer dores reais, verdadeiras injustiças. Talvez seja muito incômodo. Descartem as partes sórdidas. Considerem que somos puros símbolos. Não somos mais reais do que o dinheiro."

Gi Gutierrez 30/06/2021

Penélope
O apagamento das mulheres na literatura é um fato! Seguimos as sagas dos heróis nos grandes clássicos, mas as mulheres são relegadas a um segundo plano, geralmente esquecidas. Margaret Atwood da voz a Penélope e as doze escravas enforcadas por Odisseu qdo este retorna de suas aventuras após a Guerra de Troia. Um outro lado dessa história que conhecemos bem e com a qual Atwood nos brinda com sua escrita sempre cirúrgica e que nos leva a reflexões do nosso tempo. Imperdível!

Anninha 09/06/2021

Gostei de como a autora trouxe a mitologia para nosso tempo.
Vale muito a pena ler e já estou atrás de outros.
Aqui a história é contada do ponto de vista feminino da mitologia grega. Penélope e as escravas.

arislover 06/06/2021

eterna solidão.
Levei aproximadamente duas horas para terminar pois é uma história muito legal e leve, as coisas acontecem rápido e você fica curioso para ver como foi a vida da Penelope.
Como pode ter ficado óbvio é uma história da mitologia grega, assunto pelo qual sou obcecada, a Penelope é prima da Helena e esposa de Odisseu, ela falava várias vezes durante o livro sobre como ela não é bonita mas é inteligente (e extremamente fiel pois ficou décadas sozinha sem qualquer notícia do seu marido), admiro ela por ter conseguido cuidar de um reino sozinha sem qualquer experiência.

Algumas frases que eu gostei:

?Queria finais felizes naquela época, e os finais felizes são alcançados quando mantemos certas portas trancadas e dormimos na hora da confusão.?

?mas a inteligência é uma virtude que o homem aprecia na esposa desde que ela esteja longe dele.? (a minha favorita ?)

?Só os tolos, afirmava, se gabavam do quanto conseguiam beber.?