z..... 21/01/2018
Muito chato! Sem narrativa e revelações empolgantes na leitura (falo por mim).
Gosto das obras realistas por abrirem uma janela de observação interessante sobre o homem e seu contexto. Quando situadas no Nordeste, a expectativa aumenta pelo cenário rico em diversidade cultural e contrastes. Para alguns, como o escritor Franklin Távora, essa literatura traduz os primeiros romances de identidade genuinamente brasileira. Outro elemento que, em primeiro momento, despertou atenção para a leitura, foi a inspiração em fato real, sugestionando uma mulher arretada e carismática. Partiu daí a leitura.
Não quero me resumir a algo emotivo e, sim, há apresentação do meio, vendo-se a seca, costumes locais, vaquejada, casamento, festa e outros aspectos. Mas é numa descrição sem graça pra caramba! Não explode em dramaticidade ou na força do homem, ou do meio. Dá a sensação de algo contido, sutil demais para o que gosto de ler e, principalmente, se é que me faço entender, em uma percepção diluída, que não desponta algo na atenção. O autor não trabalha com maior ênfase os fatos. Por exemplo: uma mulher reclama do sabão aqui, damos um pulo em uma vaquejada ali, ou numa roda de samba acolá, vemos uma fofocagem ali e assim vai se desenvolvendo, sem centrar a história numa descrição paidégua, valorizando com mais ênfase os fatos, que vem e vão parecendo insignificantes (mesmo não sendo na história). A morte do major nem é explicitada, nem o tórrido caso amoroso dos amantes... Enfim, não curti esse desenrolar.
Em linhas gerais, a mulher de um fazendeiro se apaixona por um parente agregado, manda matar o marido e vai presa.
A lembrança mais importante que guardo é o breve registro sobre a impressão do retirante naquele contexto (expresso no capítulo II da Segunda Parte). O retirante é visto pejorativamente como um símbolo de miséria e desgraça. Se já não bastasse sua condição difícil, carrega também o peso de um desgraçado, que os outros lhe impõem, como se fosse sua culpa. Involuntariamente ou não, parece que o meio lhe atribuía imagem de sub-raça. Isso chamou minha atenção. O detalhe é que a tal Dona Guidinha se apaixona por um sujeito que de certa forma é um retirante. Ah, mas a história foi contada de um jeito que não conquista.
Foi o que o livro me transmitiu.