spoiler visualizarLelouch_ph 26/06/2021
Talvez esta seja a Distopia que mais me impressionou.
Antes de falar desta obra é interessante falar um pouco do autor. Jack London foi um romancista estadunidense do espectro político do socialista revolucionário e um profundo crítico do capitalismo e sua crescente desigualdade extremamente visível em sua época é provável que ele tenha se colocado na obra através do marido da nossa protagonista.
O Tacão de Ferro é como fica conhecido na história do mundo desta obra, um período de existência distópico, em que um governo totalitário e comandando pelas elites da nação que tortura, prende e/ou mata dependendo da situação. A maneira que conhecemos os acontecimentos do início dessa época são através dos diários da mulher mais importante para a queda desse Regime: Avis Everhard, esta é a esposa de um dos homens responsáveis pelos revolucionários que por séculos enfrentaram essa tirania mesmo depois de tantas derrotas e seu nome era Ernest Everhard. Os diários se passam séculos antes do fim dessa guerra civil e antes do início deles existem comentários dos historiadores desse mundo que analisam os "Manuscritos de Everhard". O fim de tudo isso já sabemos, essa Distopia é derrotada e atualmente todos vivem em uma utopia que a humanidade alcançou após séculos de lutas e países sendo destroçados. Alvo interessante de se pontuar é que haviam vários desses governos no sentido de que toda nação tinha sua versão dele, e o lugar onde essa opressão foi mais intensa foi nos E.U.A. que é onde o livro se passa. No início, quando Avis conhece o homem que futuramente será seu marido ela só sente raiva da arrogância de intelectual dele. Mas aos poucos eles se conhecem e ela passa a concordar com o ponto de vista dele após investigações dela, descobrindo que sua classe social, e ela era milionária na época, era uma praga que só sugava na sociedade em que vivia e que não cuidavam nem mesmo de seus próprios funcionários, e isso piorava a cada dia, as leis não eram capazes de impedir essa injustiça e ela por um tempo não aceitou isso, e viu com seus olhos os pontos de vista de todos os responsáveis por uma injustiça ocorrida com um funcionário de uma empresa que perdeu o braço para salvar uma máquina e perdeu seu emprego, não recebeu nenhuma ajuda mesmo depois de anos de serviço e ainda ficou sendo acusado de tentar extorquir a empresa que serviu. O que a deixa enojada é que isso quase sempre ocorria um pobre quase nunca vencia um rico nessas situações.
Depois dessa descoberta ela começa a se aproximar mais de seu futuro marido e ela e seu pai começam a tentar se opor a situação em que o mundo e principalmente sua nação estava, essa decisão os torna perseguidos e cada tentativa de apoio a causa operária só piora sua situação e cada vez mais, menos direitos sobram para os trabalhadores e mais opressão contra quem discorda disso é efetuada. Porém conforme essa Distopia que Ernest prévia que aconteceria se concretiza, eles também organizam um grupo que irá se opor a tudo isso, mas eles tentam evitar a violência a todo custo a um ponto que Ernest vira um político de alto nível na esperança de conseguir evitar uma guerra, mas o que ocorre é uma armadilha para lhe incriminar e prender para entregar seus companheiros e acabar com a maior chance de resistência ao caos que surgiria. O resto da obra é tudo que ocorre antes da primeira tentativa, de muitas, de derrubar esse governo distópico. As notas de rodapé dão muita profundidade a obra, eu nunca li uma Distopia tão detalhada e vasta. Orwell se inspirou em uma Distopia incrível para a criação de 1984. Os fãs de Distopia vão se apaixonar por esse livro.