spoiler visualizarGeovana Rodrigues 12/10/2023
O livro resumido em uma frase: Alguns cabras botando pra quebrar contra uma amostra de demo
No interiorzinho do Pernambuco, uma currutela está sendo perturbada por um ser, renascido da maldade – um tal de lobisomem.
A Fera vem vitimando os moradores e animais a cada lua cheia. O prefeito, que também é o coronel, Jesuíno, se vê sem saída: as autoridades das cidadezinhas vizinhas não acreditam, os moradores quase se trancando na igreja, a força policial, praticamente inexistente… O jeito é pedir ajuda para os cangaceiros!
Nos anos 30, o cangaço reinava, com suas sangrentas investidas. Poderíamos pensar que dentre um mal, o menor, - só que não: um mal maior – o líder dos assassinos, Jeremias Fortunato é a personificação do mal, daí sua alcunha, capeta-caolho. Não há nada que não possa piorar, não é mesmo?
Terezinha de Moxotó agora tem suas ruas infestadas das mais diversas ruindades - essa dança tênue que o pessoal da cidadezinha vai ter que dançar é boa demais! O autor nos dá uma aula gostosa de regionalismo e como escrever personagens bem construídos. Não é meu primeiro contato com o Everaldo, e sigo me surpreendendo com suas narrativas.
Além de tudo, foi uma oportunidade de debater a história com meu pai, um nordestino lá do Ceará. A vida não deu muitas chances de terminar os estudos, então ele não sabe ler muito bem, mas adora quando leio obras sobre o sertão para a gente conversar e relembrar das histórias e causos que ouvia quando era pequeno. Por isso, agradeço!
Voltando, a fluidez é sensacional - suas poucas páginas nos apresentam tudo muito bem fechadinho, desde quem é o tal Lobisomem até a resolução do final, que na minha opinião, foi formidável - não esperava o plot twist! Taí mais um livro que nos mostra a riqueza cultural e o incrível talento dos nossos autores nacionais!
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