Renata.Reis 12/10/2018
Um duplo
Aqui temos um romance epistolar; Narrado por Hermann Karlovich, um empresário dono de uma fábrica de chocolate, que tem uma mulher chamada Lydia, que para ele, é um tanto tola. Junto a eles, está Ardalion, um pintor meio decadente que está sempre a companhia de Lydia. Hermann é bastante debochado ao ver a vida que estava levando. Além da fábrica de chocolate, nos tempos livres ele gosta de divagar ideias, escrever.
Em Praga encontrou um homem chamado Félix, um mendigo praticamente. Hermann acredita que eles são muito parecidos. Desde esse encontro trocavam cartas. Em alguns momentos fiquei em dúvida se realmente o Félix não era algo da imaginação de Hermann. Ele escondeu esse fato até mesmo da mulher, Aliás, uma das características do personagem, é o prazer em modificar a realidade, mentir. Ele parece obcecado com essa semelhança com Felix, e mais tarde, projeta um plano envolvendo ambos.
``embora eu nunca tenha sido um ator no sentido exato da palavra, sempre levei comigo na vida real, um pequeno teatro desmontável e já apareci em mais de um papel com uma atuação sempre magnifica.´´
Eu sei que o Nabokov gosta de escrever sobre personagens com uma má índole, que chega a ser transtornado. Eu preferi esse romance do que Lolita em primeira mão. A forma egoísta e narcisista como o Hermann acredita ser cerne da vida, é discrepante da realidade. Ele divaga entre a solidão e a solitude, que é um prazer se achar nesse esse eu transtornado. O nome desespero no final é a situação aonde ele se encontra-rá.
Boa leitura