Luiza Helena (@balaiodebabados) 02/08/2018Originalmente postada em https://balaiodebabados.blogspot.com.br/Se havia um livro que estava super ansiosa para o lançamento nesse mês de julho, esse livro era Because You’re Mine, da Claire Contreras. Como vocês podem ter visto por algumas resenhas de seus livros aqui no blog, eu amo a autora, mas esse livro foi só decepção.
A Tami (Meu Epílogo) já havia me dito que era ruim e até pela nota dela eu poderia ter realmente desconfiado o quão ruim era. Mas eu, como toda boa brasileira, ainda tinha esperança de que algo poderia ser salvo. Nunca fui tão Alice na minha vida.
Se preparem para uma resenha recheada de raiva, ódio, ranço e rancor que vocês poderiam desistir de algum dia dar uma chance à Claire, mas não façam isso. Apesar dessa bosta aqui, ela tem bons livros que, eu espero, que um dia chegue aqui. Continuarei fã da autora, mas miga, um conselho: saia desse lance de máfia que esse gênero não é pra ti. Sorte que ela já lançou dois livros esse ano - a duologia Second Chances Duet - para o saldo ficar positivo comigo.
O meu ódio já começa na personagem principal, Catalina. Uma das coisas que mais gosto da Claire é o modo como ela constrói mulheres independentes e decididas, que vão atrás do que querem e não deixam as pessoas - principalmente MACHOS EMBUSTES - passarem por cima delas, ditando sua vida. Por isso eu me recuso a acreditar que Claire escreveu uma personagem tão sem voz ativa, tão sem personalidade, tão sonsa, tão abestada como Catalina. O pior mesmo é vê-la ter vários debates internos de como deveria negar várias coisas que lhe são impostas para, no fim das contas, fazer o que foi pedido. Abaixo, frases que definem perfeitamente a personalidade de Catalina.
"É o fato de que ela me pediu esse favor enorme porque ela sabia que não havia chance de eu dizer não. Eu não sou uma pessoa de dizer não. Obviamente.*"
"[...] eu nunca reivindiquei ser inteligente.*"
"Nestas últimas semanas parece que eu não fiz nada além de chorar [...]*"
Creio que Lorenzo é o típico macho possessivo, que sofreu no passado por uma mulher e hoje em dia só saber que sexo sem compromisso, até que conhece aquela mulher (no caso, Catalina) e tudo muda. Acho que não tem como eu descrever melhor Lorenzo. Até que ele não era muito o alvo da minha raiva, até um certo comentário dele sobre sua vida antiga. No geral, ele ficou puto da vida com sua ex-mulher fazer com ele o que ele vivia fazendo com ela. Isso mesmo, enchendo a cabeça mulher de enfeite e ainda quer me dar uma de orgulho ferido??? ME COMPRE UM BODE, MEUA MIGO!!!!
Os restos dos personagens são bem sanguessuga ou esquecíveis durante a história. Emma é uma irmã muito sem consideração e que só pensa na sua vida. Giovanni até que poderia ter meu apreço por nunca esconder seu verdadeiro eu, mas aí ele “pede” (mas no sentido de mandar mesmo) Catalina fazer algumas coisas. Só sei que deu vontade foi de arrastar a cara de todo mundo asfalto quente coberto de pedra brita.
Os plots (sim, no plural) muuuuuuito mal desenvolvidos. Quando você começa a ler, cria-se altas teorias do motivo pelo qual Lorenzo se interessa tanto pela Catalina. Mas a partir de certo capítulo, você já sabe o que vai acontecer, apesar das revelações ~bombásticas~ que de bombástico não tem nada. Pelo fluxo da história, você já sabe o que vai acontecer futuramente.
A cereja do bolo desse livro foram algumas analogias da Claire que me deixaram realmente perplexas pela criatividade da mulher. Vou colocar abaixo as frases que com certeza são necessárias para ficar para a posteridade. As frases a seguir são de grande cunho sexual. Aos que não curtem ler coisas assim, aconselho a pular os quotes a seguir.
"Ele está usando camisinha, mas eu juro que posso praticamente sentir cada gota de seu sêmen através do látex, e até mesmo isso me excita*"
"Ele é tão grande que eu juro que sinto seu pau tocando meus pulmões*"
"Eu lambo primeiro, timidamente, antes de fechar minha boca sobre ele. É tão grande, minhas bochechas se expandem com isso*"
Sim, mas por que não abandonei? Bom, eu adoro a Claire e nenhum livro dela havia me decepcionado até agora. A escrita dela é bem fluida e rápida, e os capítulos curtos ajudaram na leitura que, baseada no meu nível de raiva, até que li bem rápido. Mas a verdade mesmo é que eu queria ver até onde ela iria com tudo o que ela inventou pra essa história. Assim como a Tamires, terminei a leitura querendo jogar o Kindle na parede, mas o livro não vale tudo isso.
Ao que parece, a autora ainda vai lançar mais dois livros nesse mesmo mundo de máfia, mas não serei euzinha a ler. Não tem nada que se salve nesse livro. Tenho pena é da Tami que sofreu sozinha com ele porque eu demorei a ler. Como eu disse pra ela várias vezes, Claire teve aula com o roteirista de Deus Salve o Rei. Ou então ela só pode ter fumado, cheirado, injetado e bebido tudo quanto é droga pra escrever aquilo. Como podemos ver, até nossos autores mais queridos um dia podem escrever lixo porque ninguém é perfeito.
* Traduções feitas por mim
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