Racismo estrutural

Racismo estrutural Silvio Almeida




Resenhas -


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Rosangela Max 28/05/2021

Técnico, mas funcional.
Em capítulos curtos, mas recheados de informação, o autor nos dá um panorama geral sobre o racismo.
Apesar ao título do livro ser ?Racismo Estrutural? houve a necessidade do autor nos dar um contexto do tema em toda a sua amplitude e ele fez isso de forma muito didática e bem estruturada. Isso não significa tratar-se de uma leitura fácil.
Hã aqui muitos termos e explicações técnicas, o que torna a leitura mais lenta. Pelo menos foi assim pra mim, que sou leiga no assunto.
Este é um excelente livro para quem quer conhecer mais sobre o tema.
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Samael 26/01/2021

Fundamental e conciso
Silvio Almeida é um filósofo, jurista, professor e pesquisador. Por ser um homem de grande repertório e estudo, ele conseguiu, neste livro, condensar uma grande quantidade de referências bibliográficas de forma sintética e acessível sem, no entanto, diminuir o grau de complexidade do assunto. Aliás, importante salientar que o livro funciona também como um guia e/ou fonte de pesquisas que visam se estender sobre o assunto - sendo que o próprio autor aborda brevemente este aspecto, buscando, assim, motivar mais pesquisas nas áreas de direito, economia, psicologia social, etc.

Publicado em 2018, o livro, como o próprio autor diz, é de teoria social. Isso quer dizer que, para sua visão de mundo, a sociedade não pode ser entendida sem os conceitos de raça e racismo - e o estudo desses não podem ser desvinculados da teoria social.

Apesar de tratar do racismo, a tese principal do livro não é de qualquer dimensão dele, mas sim, em específico do racismo estrutural. O livro gira em torno da ideia de que o racismo é sempre estrutural, ou seja, o racismo é um elemento que integra a organização política e econômica da sociedade e que, mesmo se manifestando institucionalmente e interpessoalmente, tem suas raízes mais profundas na sociabilidade capitalista.

O livro começa definindo e contextualizando historicamente os conceitos de raça e racismo, estabelecendo alguns pressupostos para o tratamento do assunto e abordando, de forma rápida, as três dimensões do racismo (individual, institucional e estrutural), para depois tratar concretamente sobre o assunto. Ao chegar na parte estrutural, ele define os 4 pilares que se entreimeiam para a reprodução do fenômeno: Política, direito, economia e ideologia - envolvendo a criação de um imaginário social. De resto, a partir de uma metodologia de análise materialista e histórica - elemento importante para estabelecer a criticidade da análise - o livro será dividido em seções que cobrem a relação do racismo e esses 4 assuntos. Interessante notar que ele não apenas defende o tratamento do racismo como estrutural, mas também expõe - de forma introdutória - como outras visões tratam os assuntos, além de reconhecer certas limitações. O que não é uma novidade, pois o autor sempre reitera em suas entrevistas a importância de ler autores dos quais discorda, para assim elaborar uma crítica contundente e justa.

Como dito anteriormente, é um livro introdutório de teoria social, cumprindo sua função em argumentação e exposição de ideias. Sem contar que, em tempos como o nosso, é fundamental ter uma visão ampla e procurar se radicalizar, isto é, procurar os problemas pela raiz. Além do termo andar se esvaziando em alguns lugares, sendo usado para amenizar atitudes racistas. Por isso, sua compreensão é fundamental, pois não é uma categoria que deixa imóvel, mas sim, quando se compreende o todo, há um aumento na perceção de responsabilidade na luta antirracista e um maior desejo de mobilização coletiva na política para uma real mudança.
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Letícia 03/09/2023

Leitura obrigatória
Sempre me pego pensando o quão importante é conhecermos nossa própria história.

Cheio de referências e indicações de outros livros e estudos, Silvio Almeida traz reflexões muito boas sobre a presença do racismo no dia a dia do nosso país, seja nas ações individuais, nas instituições, na economia ou no direito.

O panorama histórico que ele apresenta é super importante, já que o que sofremos hoje é uma construção que começou com a colonização e foi sendo modificado ao longo do tempo.

Fico triste, porém, com a quantidade de pessoas que precisam ler esse livro e não o farão, simplesmente por acreditarem que o racismo é invenção da esquerda, ou que o racismo não existe mais apoiadas no mito da democracia racial.

Este livro deveria ser leitura obrigatória do cidadão brasileiro.
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Portilho 22/03/2021

Que livro...que livro
O livro é muito denso, somente consegui equilibrar a leitura quando passei a ler um capítulo por vez...às várias relações estabelecidas pelo autor entre racismo e toda a estrutura social são bastante esclarecedoras e nos colocam alguns passos a frente diante de situações cotidianos, nos dando condições de posicionamentos mais consistentes, críticos e diretos.
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Igor Almeida 11/06/2020

Posso dividir o livro arbitrariamente em dois conjuntos de ideias: as expositivas e as de nexo causal. As expositivas nada mais são que a própria apresentação de fatos do cotidiano e instituições brasileiras que possuem uma origem racista. Isso é indiscutível, concordo com o autor e não há comentários a mais nesse sentido. No entanto, penso de maneira diametralmente oposta no que se refere as causas e soluções para o problema.

Não tem jeito, sempre que se expõe qualquer problema político ou social, é preciso diferenciar se o cerne das ideias é de cunho individualista ou coletivista. O individualismo defende os direitos individuais, no qual cada indivíduo é importante em si mesmo e possui direitos inalienáveis a sua simples condição de existir: direito à vida e à liberdade (e derivados). Daí resulta que o indivíduo é livre para fazer o que quiser desde que não fira os direitos alheios, incluindo aqui a liberdade de expressão, religiosa e de livre associação; incluindo que o indivíduo é livre para escolher seus representantes de acordo com o melhor candidato que julgar (democracia); incluindo que o indivíduo é livre para comprar e vender do jeito e com quem quiser (capitalismo). Eu particularmente defendo essa linha ideológica, então tudo que disser daqui em diante é com esse ponto de vista.

Do outro lado, encontra-se o coletivismo, que defende que o indivíduo não é importante por si mesmo, mas por pertencer a algo maior, ao grupo, a um coletivo. Esse grupo pode ser uma classe social, raça, sexo, nação, etc. Disso resulta que o grupo consegue fazer coisas que o indivíduo sozinho não conseguiria, é fato, mas resulta também na divisão em diversos grupos e, ao não haver o mesmo sentimento de pertencimento e talvez com propósitos diferentes, haverá uma propensão ao conflito; a famosa “luta de classes”. Em termos raciais, é o branco contra o negro e vice-versa.

Quando não há a valorização de cada indivíduo unicamente por suas ações e sim pelo grupo ao qual pertence, conflitos são propensos a surgir, incluindo, aqui, o racismo. É pela negação dos direitos individuais que se justificou todo e qualquer tipo de atrocidade contra os negros no passado (e no presente). Escravidão (negação do direito à liberdade), criar empresas em países com leis que os proibiam (negação do direito à propriedade), etc... Presume-se que racismo nada mais é que consequências da mentalidade coletivista, de julgar o outro baseado no grupo ao qual pertence, em vez de julgá-lo enquanto indivíduo.

O que me espantou foi o autor reiteradamente julgar o individualismo e o “capitalismo neoliberal” como sendo os causadores do racismo institucional e que capitalismo e racismo seriam condições intrínsecas, afinal, diz o autor, “só há país desenvolvido porque há o subdesenvolvido. Nas relações sociais, os brancos só enriquecem porque empobrecem os negros.” E aqui começam os jargões há tempos refutados no campo econômico. Ainda hoje defende os mesmos resquícios mercantilistas da economia como soma zero, no qual o comércio é um “grande jogo de espoliação mútua entre os cidadãos”. Fico me perguntando como ele justifica o enriquecimento global que houve no mundo inteiro ao longo dos últimos 200 anos. Se não existe geração de riqueza e comércio não passa de exploração mútua entre as partes, o mundo espoliou quem?

Em resumo, o autor se perdeu em um discurso ideológico fechado em si mesmo. Ele presume que todos partilham da mesma visão de mundo coletivista e não se preocupa em traçar maiores explicações ou justificativas para várias afirmações que, ao meu ver, eram sem nexo. Para quem busca um livro de bases coletivistas, vai se deparar com um ambiente familiar; fica a recomendação. Por outro lado, pra quem busca uma explicação clara das questões raciais no Brasil, fora do espectro de esquerda, este livro talvez não seja a melhor opção.
Rodrigo.Guedes 11/06/2020minha estante
Sua resenha foi excelente, já leu algo sobre Thomas Sowell ? Ele toca bastante no aspecto Individualista x coletivista das lutas raciais


Igor Almeida 11/06/2020minha estante
Já sim, e coincidentemente sobre cotas (Ações Afirmativas ao Redor do Mundo). É de uma clareza e objetividade na hora de passar informações impressionante.


Karyson 19/07/2020minha estante
O autor é marxista, é óbvio q ele vai criticar o individualismo e o neoliberalismo


Igor Almeida 19/07/2020minha estante
Karyson, sim, descobri depois que li rs. O movimento racial hoje é muito mais ideológico, com esse viés marxista, do que por combate a privilégios. Qualquer um, geralmente negro, que se propõe a escrever sistematicamente sobre racismo é, quase por definição, socialista - por uma consequência lógica da própria ideologia de classe (no caso, negros x brancos).

Eu já imaginei que o autor fosse seguir esse padrão, não foi surpresa, mas nesse livro especificamente, na indicação que tinha lido, a proposta era falar sobre racismo de modo simples, para o público não especializado, não acadêmico. A própria sinopse também é bem neutra e não deixa pistas óbvias do perfil ideológico do livro. Li com essa ideia em mente, não imaginei que o livro se tratasse unicamente do ponto de vista socialista do racismo... Ao meu ver, se isso fosse deixado claro na sinopse, teria sido mais justo.


Luci Eclipsada 10/11/2020minha estante
Acabei de iniciar a leitura do livro e até então os argumentos iniciais sobre o racismo ser muito mais que individualista, se estendendo ao campo institucional, por estar presente no Estado na forma política de subjulgar um grupo, e estrutural, por estar enraizado na sociedade não como algo meramente patológico, mas "natural", estão ok para mim, mas já deu para perceber que o autor vai enveredar pela esquerda. É muito difícil você encontrar produção acadêmica do gênero por outro ponto que não seja o da esquerda. A literatura acadêmica no Brasil, neste sentido, é limitada.


- Viih O 13/11/2020minha estante
Excelente!


Khebraz 27/01/2023minha estante
Quando eu percebi que é um livro lacração, escrito para doutrinar e demonizar um lado político, eu ja vi que não presta.




Jana 30/03/2021

Essencial
Deveria ser leitura obrigatória a partir do ensino médio e distribuído para todos. Uma aula fenomenal sobre racismo, raça, "racismo reverso" (dá vergonha até de escrever essa bizarrice), economia, política, capitalismo, etc. O livro estava super barato na amazon, só não aprende quem não quer (me refiro a pessoas com condições financeiras de comprar livros). Pessoas financeiramente capazes de adquirir livros deveriam ter vergonha de falar que são ignorantes e racistas "porque ninguém ensinou". A informação está aí, mas cadê a vontade de assumir que todos somos racistas (consciente ou inconscientemente) e colocar em prática a desconstrução de nossos preconceitos? Menos palavras e mais ações.
Silva 09/01/2022minha estante
Concordo demais, principalmente que deveria ser distribuído no médio e, acrescento, no superior também, sobretudo, nas licenciaturas.




Everton Vidal 01/04/2021

É o primeiro livro que leio sobre o assunto. A premissa é que o racismo é regra, não exceção. É a manifestação normal de uma sociedade, e não uma anormalidade. Com isso o autor desenvolve duas teses: a de que a sociedade não pode ser compreendida sem os conceitos de raça/racismo, e a de que o significado desses termos exige dos pesquisadores um sólido conhecimento de teoria social.

Raça é um conceito utilizado para justificar e fomentar as desigualdades sociais. O Racismo é o processo histórico e político que elabora e perpetua os mecanismos de discriminação. Se apresenta de três formas: Racismo individual, institucional e estrutural. O autor esmiúça cada uma delas estabelecendo por capítulos a relação que existe com os aspectos centrais das estruturas sociais: ideologia, política, direito e economia.
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marihoschette 19/04/2021

Muito importante
Entendo sobre estruturas do racismo em nosso país a partir da leitura deste livro. Gostei da maneira como Silvio abordou o tema em tópicos e de forma bastante destrinchada durante todo o livro. Cada capítulo tem tópicos que ajudam a organizar mais as ideias sobre o que é racismo estrutural, qual a relação dele com o Estado e a economia e como podemos ajustar nossas atitudes para evitar a reprodução do racismo estrutural no nosso dia a dia.
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Mark Nascimento 14/04/2021

Esclarecedor
O autor explica de forma clara e didática que o racismo é a manifestações de algo profundo, que se desenvolve nas entranhas políticas e econômicas da sociedade. A forma como a sociedade se estrutura e foi construída tornou possível um problema que é enfrentado até hoje, e saber disso faz com que a luta contra o racismo seja mais eficiente.
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Lhyz 20/01/2022

"O racismo é sempre estrutural"
Rico de referências como Mbembe, Foucoult, Césaire e muitos mais, Silvio Almeida faz uma incrível caminhada desde a definição do que é preconceito, racismo e discriminação, até relacionar as estruturas econômicas e políticas com o racismo que nelas são intrínsecas.

Já na introdução, Almeida avisa que esse livro não é sobre raça e racismo, mas é sobre uma teoria social que se embasa na concepção de que não há discussão social sem envolver os conceitos de raça e racismo. Dessa forma, problematiza o capitalismo apontando que o seu alicerce foi construido na subjugação de outras raças e muito mais.

Maravilhoso e muito enriquecedor.
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Tay 22/10/2020

Um livro espetacular para entender a dimensão do racismo e o quanto ele se sofisticou com o passar do tempo. A leitura é rápida, objetiva e clara.
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Arthur 13/11/2020

Para compreensão fundamental de uma estrutura
Em uma sociedade que busca se transformar, há de se compreender que o racismo é elemento constituinte de sua estrutura. Refletir sobre isso é a que nos convida Sílvio Almeida. De maneira didática Almeida explica o porquê considerar racismo mero "desvio de caráter" e individualizá-lo - sem atribuir as responsabilidades ao modelo de sociedade - é ingênuo, para dizer o mínimo.
O autor também chama atenção para como discursos como o do "mito da democracia racial", no Brasil, funcionam para normatizar a estrutura racista da sociedade.
Além disso, o autor faz um histórico e um panorama global da estrutura racista, desde o colonialismo até as políticas neoliberais da contemporaneidade.
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Fernando 31/03/2021

Esclarecedor
Silvio Almeida abre nossas mentes sobre conceitos importantes como raça e racismo e desenvolve a problemática por trás, nos fazendo entender porque o racismo é estrutural e parte tão atuante da nossa sociedade ao mesmo que tempo que nos ensina como enfrentá-lo. Um livro de grande valor e que precisa ser lido com calma e sem pressa principalmente no final, onde as coisas podem ficar mais complexas junto com a linguagem utilizada.
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Leio, logo existo 07/03/2020

Livro muito esclarecedor. O autor tenta desvencilhar o racismo de um julgamento simplesmente moral. Ele vincula o racismo a política, ao direito e a economia. Leitura fundamental.
Esse livro deveria ser adotado nas escolas de Ensino Médio como leitura obrigatória! Recomendo! Ao final da leitura, saimos com uma lista gigantesca de referências, ADORO! ?
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Marcos.Coelho 14/05/2021

Excelente e muito necessário
Gostei muito do livro e da forma direta como o professor Silvio escreve. Não é uma leitura fácil. Embora não seja extenso, o conteúdo é bastante denso e exige uma maturidade do leitor para absorver todos os ensinamentos.
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