Luiza Helena (@balaiodebabados) 25/09/2018Originalmente postada em https://balaiodebabados.blogspot.com.br/Professor Feelgood é o segundo livro da série Masters of Love. As histórias são independentes, mas seria bom ler na ordem bonitinho porque os personagens fazem parte do mesmo círculo. Aqui, a protagonista é Asha Tate, irmã de Eden (protagonista de Mister Romance).
Asha Tate trabalha numa editora chamada Whiplash Publishing. Determinada a conseguir a promoção dos seus sonhos, Asha precisa de uma história incrível e diferente para apresentar para seus chefes. Eis que entra o Professor Feelgood.
Professor Feelgood é o pseudônimo de um cara no Instagram que, nas legendas das suas fotos, posta poemas/poesias (nunca aprendi a diferença) sobre a mulher amada, seja a falta que ela faz na sua vida, seja a dor que ela causou quando foi embora, ou seja o quanto ele era feliz ao lado dela.
“Amar alguém é a coisa mais fácil do mundo. Fazê-los nos amar de volta é a parte difícil.”*
Asha move mundos e fundos para convencer o Professor a assinar um contrato com eles, para publicar um livro inspirado nos poemas de suas postagens. Quando Asha conhece a pessoa por trás do pseudônimo, ela vai perceber que trabalhar com o Professor não vai ser tão fácil quanto imaginava, além de ter que enfrentar fantasmas do seu passado.
Conhecemos um pouco de Asha no livro anterior. Assim como Eden, ela é uma moça bem humorada, divertida, língua afiada e não leva desaforo pra casa. Mas, diferente de Eden, Asha é uma romântica incurável, que sonha em encontrar sua alma gêmea e viver aquele amor para o resto da vida. Enquanto isso não acontece, ela vai sonhando com o tal Professor Feelgood.
São as palavras dele que me matam. Suas palavras às vezes doces, às vezes tristes, sempre sexy sobre amor e perda parecem ignorar meu cérebro e falar diretamente para minha alma.*
Claramente eu não vou revelar a verdadeira identidade do Professor, mas devo dizer que ele virou crush antes mesmo de colocar um rosto ao sujeito. Para o mundo, ele parece ser um cara bem mal-humorado, introspectivo, mas em seu perfil como Professor Feelgood, ele escancara sua dor de perder a pessoa amada para todos verem. Eu devo dizer que, um cara que escreve o que ele escreve e não tem vergonha de chorar em público, vira crush automaticamente. Ou seja, o cara é um unicórnio.
Asha e Professor possuem um passado com lembranças boas e ruins. O que eu mais gosto na Leisa é como ela consegue equilibrar o engraçado com o drama nas suas histórias, e aqui não é diferente. A relação entre Asha e sua nova estrela da literatura é cheia de farpas, diálogos irônicos, atração e uma pequena lavagem de roupa suja para poderem seguir em frente. Juntando tudo isso, temos um casal com uma química maravilhosa.
“Amar você não é uma escolha. É quem eu sou.”*
Temos também participações de Max, Nannabeth, Moby Duck e Eden. A amizade entre as duas irmãs é o que há de mais precioso na história, assim como a relação de ambas com sua avó. Moby Duck e Max seguem roubando as atenções e o meu coração.
"E depois houve o pobre e perfeito Peter que você largou porque ele se depilava".
"Ei, você não tem que olhar para as sobrancelhas perfeitas o tempo todo. Era desanimador como elas sempre estavam arqueados. E ele tinha zero cabelo abaixo da cintura. Quero dizer, vamos lá. Eu não me importo dos caras apararem lá, mas ele tirou tudo. Eu tentei ignorar isso, mas era como namorar o Ken.”*
De personagens novos, temos Joanna e Serena. De início, eu fiquei meio assim com Joanna e suas histórias de white rich girl, mas com o tempo ela foi me conquistando por conta da sua amizade sincera e super apoio a Asha. Serena é aquele tipo de mulher sucedida que todas nós almejamos ser. Ela sabe ser rígida com Asha na hora certa, mas também sabe ser amiga da subordinada, acreditando e apoiando. Por favor, alguém dê um livro a essas duas mulheres. (E ao Toby também porque ele merece, esse anjo maravilhoso!)
Assim como em Mister Romance, a dita “crise” que sempre afeta o casal na reta final não é necessariamente focada no casal. Eu acho bem legal isso porque em 90% dos romances, sempre acontece algo que o casal se separa e depois voltam. Pelo menos até agora, não foi isso que aconteceu. Como no livro anterior, a problemática envolve algo fora da vida do casal que, de certa forma, acaba sendo afetado mas que não precisa um término para tudo se resolver.
“Nós tentamos ser inimigos. É uma merda. Nós tentamos ser amigos e isso não é suficiente. O que eu sinto por você não é mais platônico. É primitivo.”*
Professor Feelgood foi tão bom quanto seu anterior, deixando muitas saudades. Um terceiro livro já está a caminho e se chamar Doctor Love. E termino essa resenha com minha poesia favorita do Professor Feelgood.
Se as pessoas fossem cores, então ela seria amarelo brilhante, como o sol.
Eu ficaria cinza como o céu antes de uma tempestade.
Mas sempre que eu estava com ela, era como se estivesse em pleno sol, brilhante e feliz.
Eu também era amarelo.
Eu gostava de ser amarelo.
Eu tentei ficar assim quando ela foi embora. Para manter sua luz dentro de mim.
Mas eu sempre fui feito de nuvens de tempestade e, eventualmente, ela desapareceu
e o cinza desceu novamente.
Às vezes, eu seguro minha mão até o sol
e o calor sempre me lembra de como costumava sentir
quando eu segurei seus dedos entre os meus*
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