Luiza Helena (@balaiodebabados) 03/04/2019Originalmente postada em https://balaiodebabados.blogspot.com.br/"Somos a Legião
Somos a luz
Queimando forte contra a noite"*
Aurora Rising é o mais novo trabalho do duo Amie Kaufman e Jay Kristoff. Creio que zerei a vida ao receber a ARC e a única coisa ruim disso é que já quero o segundo livro para ontem.
Tudo se inicia quando o menino de ouro da Aurora Academy, Tyler Jones, descobre uma jovem adormecida, Aurora O’Malley, em uma nave supostamente desaparecida pelos últimos 200 anos. Por causa do seu ato de heroísmo, Tyler perde uma importante cerimônia de graduação da academia e acaba se tornando líder de um grupo formado por uma galera um tanto problemática.
Em sua primeira missão, Tyler e seu grupo descobrem que a muito mais envolvendo Aurora e seu despertar. Logo, o Squad 312 e a garota fora de seu tempo se veem envolvidos em uma trama intergalática maior do que podem imaginar.
Primeiro, apresento-lhes o Squad 312:
- Tyler Jones: primeiro da classe, menino de ouro da academia, líder do grupo (Alpha)
- Scarlett Jones: badass confiante e sempre com uma resposta na ponta na língua, é a diplomata do grupo (Face)
- Zila Mandra: cientista do grupo, tem problemas em convívio social e ama usar uma arma de choque contra tudo e todos (Brain)
- Finian de Karran de Seel: Betraskan expert em apetrechos tecnológicos, sempre tem um comentário engraçadinho (ou não) a fazer (Gearhead)
- Kaliis Idraban Gilwraeth: Syldrathi estrategista do grupo, cheio de conflitos internos e que precisa frequentar uma reunião de gerenciamento de raiva (Tank)
- Catherine Brannock: piloto do grupo (e a melhor da academia), suas tatuagens mostram o quanto ela não leva desaforo para casa, mas é um doce de pessoa beeeem lá no fundo (Ace)
- Aurora O’Malley: integrante não-oficial, a cola que fez esse povo todo se unir, está tentando se acostumar com o universo 200 anos mais velho do que ela imaginava.
Aurora Rising tem uma super pegada de Star Trek. Espaçonaves, viagens no espaço-tempo, novas raças e espécies convivendo com os humanos… é um prato cheio para quem gosta de ficção científica. Alguns termos específicos do gênero podem ser desconhecidos para quem não acompanha muito esse tipo de narrativa, mas é bem explicado e de fácil entendimento.
A Aurora Academy lembra um pouco Starfleet (Star Trek), com suas divisões de função, cada uma sinalizada por uma cor. Um Squad é formado por seis pessoas:
- Alpha (azul): líder do grupo e é isto; resume tudo
- Face (amarelo): diplomatas, geralmente são as pessoas que fazem os primeiros contatos
- Brain (verde): cientista do grupo, geralmente responsável pela saúde da galera
- Gearhead (roxo): especialistas em tecnologia, auxiliando também o Brain da equipe
- Tank (vermelho): especialista em estratégias, táticas e lutas
- Ace (branco): piloto da equipe, sempre apoia seu Alpha (SEMPRE!)
Jay não mentiu no seu resuminho no Goodreads que o livro também tem uma pegada de Guardiões da Galáxia. O Squad 312 é composto por pessoas mais diferentes possíveis que vão desenvolvem uma ligação de companheirismo e afeto. Ao ajudar Aurora eles vão fazendo uma lista de inimigos por onde passam e, apesar de alguns momentos de dúvidas e hesitações, eles sabem que no fundo estão fazendo algo correto e pelo bem da galáxia.
O livro é narrado em primeira pessoa, dividido em sete pontos de vista. Tudo bem que poderia ter sido convertido em terceira pessoa (tipo Six of Crows), focando nos personagens, mas achei que usando esse estilo vamos conhecer mais a fundo os personagens, como medos e motivações. A única que ainda é meio uma incógnita é Zila. Seus pontos de vista são um tanto enigmáticos e distantes. Espero que nos próximos livros sua personalidade seja mais explorada.
Tyler dedicou sua vida para a Academia e a seguir regras; agora se vê tendo que quebrar todas as regras por uma garota aleatória, apesar de seu instinto dizer que ele está indo pelo caminho certo. Scarlett, com sua autoestima incrível, é puro charme e flertes para todos os lados, possuindo um instinto de mamãe-urso com o restante do grupo.
Finian esconde por seu medo de se sentir sozinho novamente por trás de uma fachada de cretinice; não perde a chance de flertar com seus companheiros (alvos preferidos: Ty e Scar) (na verdade, ele não perde a chance de flertar com ninguém e é isto). Cat é super leal, não é de levar desaforo para casa e defende seus amigos com unhas e dentes; apesar de um pouco arisca a novas pessoas, no fundo ela é um doce.
Kal é o típico personagem que chama atenção por ser todo centrado e misterioso, porém por dentro ele tem altos conflitos que eu só queria abraçá-lo, colocar num potinho e dizer que ia ficar tudo bem. Auri, nossa garota fora do tempo, mostra uma coragem e bravura inesperada para alguém que acordou 200 anos no futuro, quando tudo e todos que ela conhecia não existe mais. Seus medos e indecisões são compreensíveis, ao mesmo que são o combustível para ela seguir em frente e saber o que realmente aconteceu.
O livro tem um ritmo constante do início ao fim. Por conta dessa mudança de ponto de vista, ele é dinâmico e de fácil envolvimento. As cenas de ações são bem descritas e de tirar o fôlego. As informações sobre o mistério que rodeia Auri são reveladas ao longo dos capítulos, à medida que os personagens vão descobrindo. Há reviravoltas e a reta final é fazer sofrer e desesperar. O real plot da história é de estourar cérebros; muito longe de qualquer palpite. Só sei que necessito do segundo livro pra ontem.
Aurora Rising é o primeiro livro da trilogia Aurora Cycle. Ele cumpriu bem seu papel de livro introdutório, mostrando o necessário do mistério que rodeia Aurora, gerando questões e entregando algumas respostas, ele deixou um ótimo gancho para o próximo livro.
"Mas às vezes você só precisa ter fé."*
Esse livro está com lançamento previsto para maio. Boatos que a Rocco comprou os direitos de publicação aqui no Brasil, mas sem data de lançamento.
* Quotes traduzidos por mim
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