@esttrelante 26/02/2022
Voltando à Trindade e mesclando sentimentos...
Iniciei a continuação de "Sessenta noites em Trindade" com grandes expectativas. Ela dividiu minha opinião e mesclou meus sentimentos. Fiquei encantada tanto quanto fiquei decepcionada.
Como sempre, a escrita impecável da Karina não deixa a desejar, assim como seu jeito levemente explosivo de desenvolver certas interações humanas e detalhes nas descrições da paisagem. O desfecho e final feliz agradaram muito, porque é esse motivo pelo qual eu leio, felicidade e paz, que diverge da nossa realidade caótica.
Final feliz garantido. A-do-ro.
Tivemos mais da Ilha. Embora, desta vez, menos explicativo do que da última. Momentos quentes e sensuais. Sapequices. Paixão. Um final feliz para essa história de amor.
Eu gostei de ter mais de Eric, de vê-lo apaixonado e almejando grandes planos. Fazendo de tudo pelo amor que sentia. Houve também a persistência de Stella, corajosa...
Contudo, esperava mais desse casal. Esperava mais da história toda.
Aquela bola fora da Stella no começo, me deixou pra baixo. Não que essa decisão seja errada, cada um tem o direito de escolha no futuro da própria vida, mas esse tipo de informação é algo que deveria ser compartilhado com o parceiro e não um comentário avulso. Ela vive almejando que Eric se abra com ela, mas a recíproca não deveria ser verdadeira?
Fiquei irritada com o discurso amargo de Cláudia, cujo propósito era unicamente influenciar e manipular. Discurso tóxico camuflado de desabafo. Não é porque sua vida terminou em bosta que a vida de outra pessoa terá o mesmo destino. Não é assim que uma amiga alerta as possíveis turbulências de relacionamento para outra amiga. Fora que depois ela não cansou de falar e alfinetar, e ao invés de trazer razão e sensatez, incentivá-la a conversar, apenas colocou lenha na fogueira e para no fim ter sido em vão essa raiva toda.
O que faltou entre Jonas e Cláudia? Diálogo.
Sinceramente, embora romântica, achei estúpida a ideia do 'pacto em prol ao namoro'. Pois do que abriam mão, para ambos, é parte fundamental da carreira. Era óbvio que em algum momento iriam quebrar a promessa e causar uma briga.
Outro detalhe é Stella não compreender as decisões dele em obedecer 'as ordens da farda'. Ficar irritada, ok. Mas, dar ataque de periquita foi demais pra mim.
Eu jurava que após a primeira aventura (livro 1) encontraria uma mulher mais madura, mais centrada, ao invés disso, a vi descontrolada e incapaz de lidar com alguns mal entendidos. A cada ataque dela, eu revirava os olhos. A cada motivo que ela acha plausível (só que não era) para ficar com raiva, eu revirava mais os olhos. Ameaçar Eric e pedir favores profissionais por ciúmes? Passou do limite, querida. Fora que a motivação dela no projeto pareceu mais empatar qualquer possível envolvimento de Eric com outra do que pela carreira.
Eric abriu seu coração, mas não trabalhou sua falha horrorosa: Ele ainda não conversa. O bendito não supera essa dificuldade de se comunicar. Basta conversar, meu amor. Que agonia. Conversem!!! Conte tudo. Isso economizaria tempo e evitaria esse desgaste. Ser sincero e diálogos fazem parte de um bom relacionamento. Aliás, para dar certo, tem que conversar, sabia?
O que faltou entre Eric e Stella? Diálogo.
Marina teve espaço nessa continuação? Sim. Mas, não espere nada além de sentir o mesmo que sentiu (no livro 1) por ela. Ok?
Finalmente, conhecemos Francesca. Sinceramente, não consegui ficar com raiva. Após um casamento regado a abandono conjugal separei um pano monstro para passar pra ela. Não condenei suas ações do passado e sim as de Eric. Não vou passar a mão na cabeça de um homem que condena a esposa a migalhas e solidão, assumindo a postura "Eu sou assim. Sempre fui assim. Aceite-me assim porque foi escolha sua casar comigo." e a martiriza quando desisti de esperar. Na minha opinião, pessoas que se casam e não tem disposição para se dedicar ao casamento, sempre serão culpados. Se não quer, apenas diga, não segure ninguém como bibelô ou seja lá como for. Contudo, a postura dela na trama foi satisfatória.
Eu tive a impressão de que Rafael flutuou pela história, sem de fato ganhar um desfecho. E cai entre nós, o relacionamento dele, teve o mesmo problema dos outros.
O que faltou? Diálogo.
Pelo amor de Deus, essas pessoas não conversam?
Gostei da participação de Sérgio, foi um grande suporte.
Foi meio decepcionante que Stella deixe de confiar em Eric tão facilmente. Não acredite nele e na primeira explicação de terceiros, ela entende e tudo se encaixa. Houve uma falta de comunicação grave de todos os lados e toda a trama se desenvolveu em cima disso. Também tivemos temas clihês, raivas e explosões de hormônios. Uma cena fofa e linda para resolver, coroar e unir nosso casal. Além de um futuro promissor. Epílogo quente e sensual. Gente, finalizar com sapequice é outro nível. Entretanto, senti muito a falta de mais informações sobre o pós viagem.
Mas, enfim, Eric e Stella para sempre.