O marinheiro que perdeu as graças do mar

O marinheiro que perdeu as graças do mar Yukio Mishima




Resenhas - O Marinheiro Que Perdeu As Graças do Mar


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Bartolomeu 20/03/2024

Este é um livro extremamente poético, a descrição dos cenários, a melancolia e o tom macabro se fazem presentes desde o começo da história. Confesso que estranhei bastante no início e tive receio, mas no desenrolar da história fui compreendendo aos poucos a personalidade do Noburo e do Ryuji. Os garotos têm um nível de compreensão da vida bem complexo para a idade deles, a forma como enxergam a existência e como não medem o certo e o errada é assustadora, e o chefe me parece extremamente sociopata. O ponto central da obra para mim é o Ryuji e porque ele perde as graças do mar, eu creio que isso acontece de duas formas, a primeira é quando ele deixa de acreditar que há uma glória gigantesca esperando por ele no futuro e a segunda é quando ele desisti da vida no mar e resolve se casar com a Fusako, nesses dois casos ele é rejeitado pelo mar. Esse livro é muito intrigante e macabro. 3,5 estrelas.
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tally_mour 04/02/2024

Pode não parecer, mas é um livro sombrio
Mishima toca profundamente nas angústias da minha alma, sem me dar menor consolo das minhas dores. Mergulho em seus livros a ponto de me sentir sombria, assim como Mishima foi, me afogo na sua melancolia mórbida que é parecida, se não igual, a minha.
Sempre tenho pesadelos lendo Mishima, talvez por isso não consigo deixar de associar seus livros como uma descrição precisa de um pesadelo.
Todos os pesadelos são melancólicos, e são criados a partir do seu passado, dando o forte ar de nostalgia mórbida. A melancolia de um pesadelo está nos detalhes, e Mishima é um mestre nas descrições detalhadas de um ambiente dando assim a energia melancólica e nostálgica de sua escrita refinada.
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Rosie 10/12/2023

Sempre que leio um livro do Mishima ele consegue me surpreender com sua escrita.

Eu comecei o livro acreditando que o personagem principal aqui seria parecido com o personagem de "Declínio de um homem" do Dazai e nunca poderia estar mais errada, mas culpa do Mishima por ter escolhi esse título para a obra haha

Até um certo momento da primeira parte "Verão" eu considerei que a obra seria um romance igual o "Mar Inquieto" o que senti muita falta de ter a mesma sensação de sensualidade/romance japonês que as outras obras do Mishima não me deram, mas no momento em que Noboru está com os amigos e fazem o que fazem com o gato, percebi que a história tomaria rumos diferentes na segunda parte. O que eu não estava errada.

Quando a segunda parte "Inverno" chegou eu já estava preparada para que algo acontecesse com o Ryuji e a cada página ficava ansiosa para saber o que seria. Só não imaginaria que o final seria tão aberto como foi. Ou imaginaria, já que saí recentemente da leitura "Confissões de uma Máscara" e acabou abruptamente da mesma forma. O autor deixa faltando uma parte, ele justamente acaba a história no momento em que você está segurando o ar e deixa você imaginar o que quiser.

Aqui vai minha conclusão desse final inacabado: Ryuji realmente foi morto pelas 6 garotos...Mas não acredito que Noboru compactuava com o mesmo pensamento que o Chefe.

Mishima nos mostra novamente - e em todas as suas obras - um pouco do Japão pós-guerra, conflitos internos dos humanos, o desejo da morte e o desejo da gloria e claramente os problemas psíquicos, maldosos e perturbadores que os seres humanos guardam para si. Além da vontade do homem - digo pelo gênero masculino que é mais comum em seus romances - de obter a grandiosidade. Nosso personagem Ryuji é exatamente essa descrição e nosso menino Noboru também. O que também é um pouco do nosso autor.

Acredito que a melhor coisa que fiz foi ler "Confissões de uma máscara" antes de ler qualquer outro livro do Mishima, com aquele livro pude ver melhor o autor entre seus personagens e entender quando era ele dando sua opinião na sociedade e quando era seu criativo criando seu personagem.

É um livro muito bom e bem descritivo, o que não foi um problema para mim. Caso você não seja familiarizado com literatura japonesa, é algo que você verá muito em diferentes obras e autores. Em particular acho riquíssimo essas descrições de ambiente, sensações e sentimentos, eles são eletrizantes e te passam sinceridade; o que somente a literatura asiática - especialmente a japonesa - é capaz de transmitir.

"O que é isso afinal? O verdadeiro perigo é viver, nada mais que isso. Viver não passa do caos da existência, mas a cada segundo a existência se desmantela de volta à desordem inicial, já que o verdadeiro e insano trabalho é usar a insegurança como isca, procurando recriar a existência a cada instante. Tarefa assim arriscada não existe em lugar algum. Apesar de não haver insegurança na própria existência, a vida cria."

Obrigada por ler até aqui.
Se cuide, bjss :)
Wash2 13/03/2024minha estante
Que parágrafo lindo, esse que vc transcreveu no final. O livro já estava na minha fila de leituras mas depois da sua resenha com mais vontade de ler.


Rosie 14/03/2024minha estante
OBRIGADA! Mishima é um dos meus autores japoneses favoritos! Estou na saga de ler todo seu material traduzido para o português. Vale muito a pena, principalmente após você saber um pouco mais sobre ele. De todas as minhas resenhas das obras dele eu amo a de "Confissões de uma máscara" recomendo ler ela também para entender um pouco ?? meu livro favorito dele é "Mar Inquieto"




Maria Paula 21/11/2023

Primeiramente, não é um livro para qualquer pessoa. Se você não tiver certa maturidade e/ou hipersensibilidade, não acho que vá gostar e principalmente não vai conseguir aproveitar o que o livro possui de melhor, com sua lírica que é bela, sensível e crua ao mesmo tempo.

O autor tem uma habilidade incrível de equilibrar as palavras e mesmo as descrições que foram mencionadas como desnecessárias por outros usuários, ao meu ver, são tão bem feitas que eu não acho que foram perda de tempo. Um livro bom como este não possui partes desnecessárias, e sim muitos detalhes que tornam a ambientação perfeita.

Apesar de ser um romance que retrata um momento histórico bem especifico do Japão, os conflitos psíquicos são universais e suas reflexões filosóficas se aplicam aos dias de hoje. Foi a primeira vez que li um livro do Mishima e fiquei encantada com a maneira que ele usa as palavras para descrever o espaço físico (me fazendo sentir que estava pertinho do mar, no porto, quase conseguindo sentir o cheiro da água salgada) e o espaço psicológico.

É um livro sobre o homem, o mar e a vida. A resignação da vida adulta e uma rebeldia juvenil que acrescenta cores à história, exatamente como deve ser.
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Ginete Negro 2.0 15/10/2023

A bela prosa de Mishima
É um romance um tanto estranho, mas escrito com a prosa impecável de Yukio Mishima. Vemos, de um lado, a história de um marinheiro que pertence ativamente ao seu meio - o mar - e que renunciará a ele por causa de um casamento, e de outro, a de uma mãe que tenta convencer o filho de que o novo casamento dará certo. No entanto, esse filho, um jovem com propensão filosófica e trágica, não está satisfeito: faz parte de um "conselho" de outros meninos organizados hierarquicamente; após apresentar o caso, esse "conselho" chega a um veredicto do qual ninguém poderá se arrepender...

Mishima tem um jeito muito interessante de escrever, que às vezes supera mesmo o enredo que propõe tratar. Livro recomendável, sim.
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vitAria1235 07/10/2023

vamos lá. apesar de ser um livro curtinho, ele pode se tornar cansativo por ser muito descritivo em algumas partes. também é bastante grotesco e vil (ainda não entendo qual a finalidade de ter partes tão nojentas), ao mesmo tempo que consegue ser poético.

honestamente, não gostei mas também não odiei. as partes do marinheiro foram as minhas favoritas. fora isso, é impossível ter empatia com qualquer outro personagem. todo o eruditismo das crianças também não é natural, então foi algo que não consegui levar muito a sério. acho que a história delas era algo que precisava ser mais aprofundado.
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pedriyanick 07/06/2023

"The Sailor Who Fell from Grace With the Sea" é sobre um marinheiro que perde sua conexão com o mundo e vive de forma diferente da sociedade. O livro fala sobre quem somos, rebeldia e encontrar um sentido na vida. A forma como a história é escrita é bonita, com palavras que fazem você se sentir no mar e entender o que os personagens pensam. Porém, algumas partes do livro podem não agradar a todos. Às vezes a história é lenta e confusa, tornando difícil se envolver emocionalmente com os personagens. Além disso, a história pode ser sombria e perturbadora, o que pode deixar alguns leitores desconfortáveis em alguns momentos.
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Marcos606 24/03/2023

Em um subúrbio de Yokohama durante os anos do pós-guerra, o órfão de 13 anos Noboru se junta a uma gangue de sociopatas que desprezam a futilidade da humanidade, especialmente seus pais, e depois matam e dissecam um gato para praticar seu desapego absoluto.

Em uma noite de verão, a mãe ocidentalizada de Noboru, Fusako, fica com o marinheiro Ryuji, cuja independência o menino admira. Mas quando ele troca a glória de marinheiro pela domesticidade ao se casar com Fusako, a gangue começa a punir o que eles veem como sua queda em desgraça.

Esta curta e assustadora história sobre masculinidade mostra o desejo masculino de grandeza, de um êxtase de vida, que Ryuji espera que possa ser alcançado na morte.

Mishima explora os medos masculinos primordiais e vincula a perda de status do Japão sob a ocupação dos EUA à força castradora do casamento e à furiosa impotência da juventude.
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bulhasvip 23/03/2023

A glória, como todos sabem, é amarga.
Não sei se é coincidência ou se isso bate em toda obra do mishima, mas aqui é quase fundamental conhecer a história dele.

a busca incessante pelo ideal da masculinidade vem acompanhada do senso de propósito desde o nascimento dos personagens, e às vezes termina na contemplação da morte, bela e turbulenta como o mar que os dois exaltam.
o texto em geral tem uma erudição estranha que dificultou a leitura, mas acho que isso partiu de uma ideia das crianças não parecerem crianças, e sim produtos de seus pais burgueses (foi a única "explicação" que consegui criar pra justificar a máxima deles de inimizade à paternidade).

fora essa esquisitice, muito bom mesmo, só me arrependi de ler o verão tomando cafézinho.
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Adib 20/03/2023

O livro apresenta diversas questões filosóficas relevantes, incluindo a natureza do destino, a busca por significado e propósito na vida e a relação entre o indivíduo e a sociedade.

O protagonista do livro, Ryuji, é um marinheiro que busca uma vida emocionante e aventuras, mas que acaba se tornando vítima de seu próprio destino. A história apresenta um conflito entre a liberdade individual e as expectativas da sociedade, levantando questões sobre a capacidade do indivíduo de controlar seu próprio destino.

Além disso, o livro aborda a questão da mortalidade e do envelhecimento, e como essas questões podem afetar a busca de um significado na vida. O marinheiro é confrontado com sua própria mortalidade e o fato de que sua juventude e vigor estão desaparecendo, o que o leva a questionar o propósito de sua vida.

O livro também apresenta uma crítica à sociedade japonesa, com seus valores conservadores e expectativas rígidas em relação ao comportamento humano. Mishima questiona a validade dessas expectativas e sugere que a busca pela conformidade pode levar a uma vida vazia e sem sentido.

Em última análise, "O Marinheiro que Perdeu as Graças do Mar" é uma reflexão sobre a natureza humana e as forças que moldam nossas vidas. A obra destaca a importância de se encontrar um propósito e significado na vida, mesmo em face de um destino aparentemente inevitável.
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Shiro 01/03/2023

Desconforto
A leitura é rápida e fluída, porém ela te faz ficar bem desconfortável em certas partes, tratando alguns temas meio pesados e fazendo com que você sinta nojo e ódio de um dos personagens retratado.
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Felipe 13/02/2023

O medo. O amor. A glória
Yukio Mishima nos apresenta Noburo, Ryuji e Fusako
Uma criança, um marinheiro e uma mãe.

O marinheiro, em sua curta passagem por um pequeno porto japonês se apaixona por uma mãe solteira.
Esse marinheiro tem apenas um objetivo, encontrar a glória.

Já a Criança, quer desvendar os mistérios do mundo, e para isso, tomar para si a liberdade proibida a ele.

A mãe, procura intensamente o propósito de ser. E além de tudo, quem ela realmente é.


O Marinheiro que Perdeu As Graças do Mar é um livro sobre identidade, amor, papéis de gênero e os anseios da infância.
Não querendo entregar muito da história, deixarei essa resenha apenas com as seguintes considerações:
O livro lhe dispõe dezenas de alegorias e analogias sobre suas próprias mensagens, com um leque incrível de descrições e uma escrita suprema, Mishima não deixa nada a desejar nesse mérito.
Porém, como um fruto de seu tempo, as mensagens acabam ficando um pouco nebulosas, uma passagem pela história do Japão pós guerra ajudará bastante no entendimento de algumas mensagens.

Livro emocionante, com uma carga e conteúdo fantástico.
Altamente recomendado
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