Carol 23/01/2022UMA DAMA DENTRO DOS PADRÕES QUINNSENSESO primeiro da série Os Rokesbys conta a história de Billie Bridgerton e de George Rokesby – ambos os filhos primogênitos de suas respectivas famílias. Este romance no estilo haters to lovers (cão e gato) nos conduz a uma narrativa divertida e leve sobre duas famílias unidas por um forte elo de amizade, consideração e afeto.
Desde a infância, Billie manifestara o tipo de garota tida como “diferente das outras”, mas que não se diferencia tanto da maioria das outras mocinhas (protagonistas) dos romances de época. De qualquer forma, tal realidade é expressa em alguns de seus aspectos, tais como os comportamentos, as brincadeiras, os hobbies e as atitudes tidas como “pouco femininas”, como o uso de calças, brincar com os garotos do seu convívio, etc. Além disso, Billie tem gênio forte, é persistente, tenaz, impulsiva, carismática e sarcástica.
Posso afirmar que o seu estilo tomboy me conquistou, bem como seus interesses administrativos relacionados à manutenção da sua propriedade e dos domínios alheios. Ademais, a disposição da protagonista para assuntos agrícolas foi uma proposta bem original, visto que presenciei eles em outros romances de época.
Quanto a George, ele é um personagem marcado pela racionalidade, impaciência, cavalheirismo, austeridade e prudência. Desde criança/jovem ele manifestou preferir se isolar dos seus irmãos e vizinhos, ficando em casa e se entretendo com leituras. De todo modo, senti falta de um aprofundamento na infância de George, o qual apenas foi apresentado como o mais recluso dos irmãos devido à sua diferença de idade com os demais. Nesse caso, o foco realmente foi mais na Billie.
Em relação à trope proposta do livro (haters to lovers), não espere tanto. Afinal, é difícil o “ódio” um pelo outro se perpetuar por muito tempo, visto que ambos se conheciam desde a infância.
A interação entre as famílias Rokesby e Bridgerton é adorável. Da forma que a autora demonstra a relação entre elas, tem-se a ideia de que, acima de tudo, são famílias de consideração.
Quanto ao amadurecimento pessoal das personagens, posso afirmar que houve uma diferença do início para o final, de ambos os protagonistas. No início da história, cheguei até mesmo a achar que Billie era uma criança, tratando-se de um prólogo. Entretanto, era apenas ela e sua personalidade interior se manifestando.
Aproximadamente na metade da obra, George se “envolveu” com uma suposta questão do Estado, e quando eu digo questão do Estado, quero dizer espionagem. Não obstante a ideia ser interessante, a autora simplesmente jogou a trama associada a isso. Não foi bem abordada, sendo um tanto quanto sem sentido.
Por fim, a revelação final envolvendo a carismática e astuta Lady Mainly – a mãe de George – foi surpreendente. Foi um ótimo plot twist, de certo modo, porque me ludibriou enquanto leitora desses tipos de romance.