A Revolta da Vacina

A Revolta da Vacina Nicolau Sevcenko




Resenhas - A Revolta da Vacina


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Elisabete Bastos @betebooks 11/01/2021

Os bastidores que inflamaram a revolta
O livro é conciso, mas traz tantas informações. O Governo do Presidente Rodrigo Alves traz como mote político a remodelação do Rio de Janeiro, isto significa, por a baixo as construções, sem poder questionar na justiça, limpeza, e desapropriações e tirando os pobres do Centro de Distrito para os morros os lugares longíquos. Havia grande parte de desempregados e aliado a isto, uma obrigatoriedade da vacina em out/1902 com medidas coercitivas. A vacinação da febre amarela não foi uma campanha de conscientização adequada. Osvaldo Cruz tinha pulso autoritário para praticar qualquer ato na seara de acabar com as doenças endêmicas. Na França, a remodelação foi amplamente elogioada e o Brasil copiou. A endemia de febre amarela e varíola fazia o Brasil ser conhecido por túmulo do estrangeiro. De outro lado, pondo lenha na fogueira os favoráveis a monarquia, e os dois lados da República, aqueles que apoiavam o Rodrigues Alves (São Paulo, os cafeicultores) e o resto do país.
Houve uma grande repressão e muitos mortos no Rio de Janeiro. Evidentemente, não há registros de tantos brasileiros foram mortos, presos, encaminhados a Iha das Cobras e muitos exilados para o Acre, para o trabalho . O autor e formado em História. O livro é excelente para conhecer melhor o Brasil e o Rio de Janeiro, Distrito Federal.
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Luís Gustavo 24/06/2020

Leitura que enraivece
Por mais que se estude Revolta da Vacina durante a escola, não são passados com tantos detalhes os acontecimentos.
Nesse livro, curto, rápido e preciso nas palavras, Nicolau Sevcenko nos conta o quão brutal foi a repressão do governo à revolta. Majoritariamente composta por pessoas das camadas pobres da sociedade, a Revolta foi violentamente suprimida, com um grande número - embora não especificado - de mortos, presos, torturados e removidos (sim, o governo prendeu pessoas e as levaram para o Acre).

Ao passo que o autor conta as origens da Revolta e suas consequências, ele também nos contextualiza sobre a haussmanização pela qual passou o Rio de Janeiro: deslocou-se, do centro da cidade, uma grande quantidade de pessoas - e, aqui, leia-se ?deslocar? como enxotar - da região. O intuito era ?modernizar? a cidade ao padrão europeu (francês-parisiense), com largas avenidas que facilitavam a supressão de levantes populares como o da Revolta da Vacina.

A leitura revolta e mostra um pouco da origem da atual cidade do Rio de Janeiro.
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William 05/02/2021

Uma história muito bem contada do último motim urbano do Rio de Janeiro.
Imagine você, trabalhando num subemprego, tentando sustentar sua família e de repente vem um pessoal da prefeitura, falando que vão demolir a sua casa, e é para você e sua família irem embora. Estarrecedor essa situação e de fato isso ocorreu com muitas famílias no Rio de Janeiro no início do século 20 no governo de Rodrigues Alves.
A revolta da vacina é um livro que comenta sobre o último motim urbano clássico do Rio de Janeiro, acompanhado de fotos daquela época. O autor aborda os acontecimentos anteriores, durante e após o motim, com bastante reflexões. As pessoas pobres viviam em condições miseráveis, tratadas como lixo e só eram lembradas, quando a elite precisava de trabalhadores para os seus negócios. Logo o livro não aborda questões biológicas sobre a vacina.
Nas festividades da primavera no novo centro urbanizado do Rio, o povão expulso do jardim que tinham trabalhado, espiavam a distância, através de grades e apresentavam uma fisionomia idiota (p.86). O autor mostra ao longo do texto, o pesadelo da população carente tornou se realidade diante dos ditames demoníacos de Lauro Muller e do prefeito Pereira Passos ou a ditadura sanitária de Oswaldo Cruz.
E em resposta, a população reagi, transformando a realidade em pesadelo para a elite da sociedade. A revolta, como menciona o autor (p.87), não visava o poder, não pretendia vencer, não podia ganhar nada. Era somente um grito, uma convulsão de dor, uma vertigem de horror e indignação. Até que ponto um homem e mulher suportam serem espezinhados, desprezados e assustados).
É importante ressaltar, que a revolta da população carente não foi contra a vacina, porém contra a história, as condições de vida, o conservadorismo da classe política retrógrada que não aceitava mudanças e muito menos sonhos.
É um livro nos leva a refletir sobre o atual contexto social, político e econômico que vivemos. Muitas coisas que aconteceram naquela época continuam infelizmente acontecendo hoje em dia. É triste um governo federal falar que não tem dinheiro para ajudar as pessoas carentes através do auxílio emergencial por exemplo, contudo gastou R$ 1,8 bilhão em alimentos em 2020: chicletes, pizza, refrigerantes, frutos do mar (15 milhões só com leite condessado). É uma leitura recomendado a todos e que devemos estarmos alerta e agir contra todos os políticos e a classe alta retrógados que têm como principal objetivo viver uma vida de regalias ao custo de sugar da população pobre os seus recursos e destruir os seus sonhos.
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EduardoCDias 09/08/2021

Procure algo menos parcial
Grande decepção com esse livro. Procurei uma obra histórica e li uma obra com viés fortemente ideológico. Apesar de uma correta (mas minguada) pesquisa histórica, o autor se preocupa mais em demonizar os políticos (com razão) mas também a polícia, forças armadas e até profissionais de saúde, entre eles Osvaldo Cruz! Episódio traumático da história brasileira, com replicação nos dias atuais, e que deveria ser tratado com mais seriedade. Vou procurar outro livro.
comprido 29/12/2022minha estante
O que você queria encontrar no livro ?????




Márcia 20/12/2020

Servcenko é brilhante!
Excelente! O autor descreve os fatos que ocorreram antes, durante e depois dessa revolta.
Servcenko nos transporta para o Rio de Janeiro de 1904.
Fundamental para quem deseja entender esse momento tão importante para a História do Rio e do Brasil.
Recomendadíssimo!
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regifreitas 16/05/2021

A REVOLTA DA VACINA: MENTES INSANAS EM CORPOS REBELDES (1984), de Nicolau Sevcenko.

Em 1904 as ruas da cidade do Rio de Janeiro, então capital federal, tornaram-se palco de um motim popular que provocou mortos, feridos e até desterrados, numa quantidade que, mesmo hoje, não se tem precisão. Foram vários dias de conflitos, nos quais até barricadas e trincheiras foram erguidas, a iluminação pública foi depredada, delegacias e repartições foram atacadas. Os amotinados chegaram a se valer de resíduos de construção, oriundos das obras de modernização empreendidas pelo prefeito Pereira Passos na época, para se defender e atacar as forças públicas.

Tudo isso ocorreu por conta da campanha de vacinação obrigatória posta em prática contra a varíola. De forma compulsória e até violenta, policiais e o exército entravam na casa das pessoas ameaçando e forçando a vacinação. Era o começo do século XX, e nenhuma campanha de conscientização foi realizada previamente. A grande parte da população não tinha ideia, então, do que a vacinação representava, só conseguiam enxergar mais um dos atos de brutalidade dos poderes instituídos contra suas vidas.

Um episódio pouco conhecido e estudado nos bancos escolares sobre a nossa história. Um livro objetivo e claro sobre o conflito e o que ele representou na época.
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Ana 15/12/2023

Livro curtinho e maravilhoso! Apresenta muitas questões que atravessam a Revolta da Vacina. Ao meu ver, mesmo com poucas páginas, é uma discussão rica em detalhes. Além disso, nos apresenta também a um Brasil recém republicano cheio de "heranças" do império. Li em várias parcelas, como costumo dizer kkkk Os dois capítulos que li no início do ano foram importantes auxílios para montar uma aula sobre o assunto, mas a leitura completa é indispensável.
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Alex.Almeida 27/01/2022

Muito importante entender que a revolta da vacina acontece não pela desinformação, mas sim pela exaustão do povo com o governo e sua estratégia para aplicar seus planos de exclusão social dos mais pobres. A vacina veio disfarçada como solução e melhoria na saúde pública, mas era na verdade a oportunidade da burguesia tomar um espaço ocupado por pessoas que, com o pouco que tinha, passaram a não ter mais nada, nem mesmo o direito à saúde adequada que o governo tanto prometia, mas essa promessa é exlusiva aos que lhe convém.
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Gustavo 20/03/2020

"A Revolta da Vacina - Mentes insanas em corpos rebeldes" de Nicolau Sevcenko é um excelente trabalho de história social; publicado pela primeira vez em 1984 é obra pioneira sobre o assunto.
Sevcenko (1952-2014) foi professor da USP e UNICAMP, neste trabalho o autor procura relacionar a ocorrência da Revolta com o contexto de implementação do regime republicano no Brasil na virada do século XX, sobretudo com as transformações ocorridas na cidade do Rio de Janeiro na época.
Edição da UNESP conta com várias fotos que ilustram a paisagem do Rio no início do século passado, além de um posfácio do autor de 2010, onde comenta a elaboração da primeira edição e aponta, no presente, as razões pelas quais o estudo da revolta é relevante.
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Luana 02/01/2023

Excelente
Sevcenko discute esse que é um dos momentos caóticos e dramáticos da história social na Primeira República. Apontando o contexto social e político que desencadeou o motim, e que não se explica apenas pela resistência da população em se vacinar.
De maneira geral achei a leitura super fluída e acessível mesmo para quem não é da área, e sem perder o rigor teórico.
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Glauber Vieira 27/12/2023

Referência sobre a Revolta da Vacina
Esse pequeno livro é a única obra que encontrei especificamente sobre esse conflito que aconteceu durante poucos dias na cidade do Rio de Janeiro, mas com efeitos que perduraram. Livro interessante, enriquecido com fotos e reportagens da época.
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