Maria - Blog Pétalas de Liberdade 20/12/2018Resenha para o blog Pétalas de Liberdade "As Trevas estavam drenando a esperança das pessoas. E um mundo sem esperança era o lar da escuridão." (página 64)
Fazendo um breve resumo, no primeiro livro, a vila onde Serafine morava com os pais adotivos foi atacada por lobisomens e ela precisou fugir com a ondina Ývela e o guerreiro Jarek, que depois ela descobriu serem seus guardiões. A jovem descobriu também que as marcas que tinha no corpo tinham sim um significado e que ela era a Escolhida, aquela que, segundo uma profecia, seria decisiva para impedir que as forças do mal tomassem conta do continente Warthia. Para isso, Serafine precisava desenvolver seus poderes, mas os seres das Trevas não esperariam até que ela estivesse pronta. No segundo livro, vemos como ela sai do Norte e vai até o desértico Reino do Oeste, governado pelo jovem Rei Jon, em busca de seu segundo mestre, e como o exército da escuridão da feiticeira Sharowfox causa destruição perseguindo a jovem.
"Guarnecer Warthia seria a última cartada do exército da Luz. Enquanto o continente resistisse, haveria esperança para a Escolhida. Os Reinos lutariam por seu território, impedindo o avanço da escuridão. Serafine teria uma chance. Onde quer que estivesse, Ývela rezava para que se apressasse, que estivesse preparada para o golpe que Sharowfox lançaria sobre o mundo." (página 183)
"As brumas de ébano" começa de onde o volume anterior parou. Jon Tytos e seus aliados rumam para o Norte em busca do rei desaparecido e de respostas para o caos que se instaurou no continente. Serafine e seus guardiões vão para o Sul, onde pretendem encontrar o terceiro mestre para que ela continue desenvolvendo seus poderes, mas a viagem para o Reino das Brumas será cheia de obstáculos inesperados, e Serafine acabará ficando cara a cara com as forças do mal.
"O Sul era de fato coberto por brumas. Serafine espreitou a paisagem; a névoa perolada estava por toda parte. Rareada ou intensa, ao ponto de impossibilitar o vislumbre de um palmo à frente, ela rastejava por encostas e colinas, por estradas e pelo gigantesco bosque de árvores brancas. (...) O inverno nunca acabava ali no Sul, e a neblina jamais cessava." (página 70)
O início de "As brumas de ébano" é cheio de tensão para Serafine e seus guardiões, é bem visível como a escuridão começa a fazer efeito sobre a jovem, a afetá-la e deixá-la confusa; e ela e seu grupo passam por muitas situações complicadas até conseguirem alguns aliados. Eu já sabia que a ida para o Reino do Sul seria difícil, pois desde o primeiro livro é mostrado que o reino está sob o comando das forças das Trevas, mas eu não esperava que o grupo enfrentasse tantas dificuldades.
"Cornélio a estava levando para uma armadilha, mas a avisara com seus olhares e menções às Trevas. Serafine era a única capaz de desbravar a escuridão sob as ondas, a esperança do amaldiçoado. Fazia aquilo pelas respostas, sim, mas lutar para salvar alguém dava um quê de satisfação. Cornélio era um aproveitador, mas também uma vítima das Trevas. Todos eram." (página 171)
Nesse volume, muitas respostas são dadas, especialmente sobre os pais biológicos da protagonista, e é impressionante como algumas coisas ditas lá no primeiro livro passam a fazer sentido agora. Mas também temos revelações surpreendentes, que nos colocam em dúvida sobre o que já sabíamos até então sobre o destino de Serafine e de Warthia. A história mostra a dualidade que pode haver nos personagens, onde bem e mal se misturam. Como eu já vi que profecias podem ser interpretadas de diferentes maneiras, não fiquei tão desesperada com o que aconteceu com a protagonista no último capítulo, mas estou sim muito curiosa para saber o que acontecerá no volume final: "O império de fogo".
"A escuridão vai tentá-la, querida. Não pode cair perante ela." (página 26)
Como quem acompanhou as resenhas dos livros anteriores da série deve saber, eu gostei do primeiro e amei o segundo, li esse terceiro com o coração na mão, com medo do que poderia acontecer no capítulo seguinte, mas também foi um livro que gostei muito, embora o segundo ainda seja o meu preferido. Fiquei encantada com a devoção de Jarek e confiante na força dos sentimentos dele, mais apaixonada ainda por Jon Tytos, fascinada pela Ývela, surpresa e curiosa para saber mais sobre Luke, o príncipe do Sul, e sua irmã. Luke só não me surpreendeu tanto quanto Sharowfox, mas vocês precisa ler para entender o motivo.
"Nem tudo que vem das sombras pertence ao mal, assim como nem tudo que serve à Luz estende bondade. (...) Você foi traído vezes demais para um coração tão jovem, majestade." (página 196)
O padrão da capa desse terceiro livro é um pouco diferente dos anteriores, mas eu gostei e reflete bem as diferenças entre os volumes. Há detalhes nos cantos de todas as páginas, que são amareladas, as margens, o espaçamento entre uma linha e outra e as letras tem um bom tamanho. Há um mapa de Warthia e do Reino do Sul. Encontrei alguns erros de revisão.
"- Ainda há esperança, não é? Mesmo com a escuridão cobrindo Warthia, com o medo em nossos corações, a esperança... Ela ainda existe." (página 90)
Enfim, "Os mistérios de Warthia" é uma forte concorrente a se tornar minha série de fantasia favorita. Recomendo que leiam "As brumas de ébano" (após ler "A profecia de Mídria" e "A Fortaleza do Dragão"), mesmo que não sejam muito fãs de fantasia, pois os livros são curtos, numa média de 300 páginas, podendo ser leituras rápidas mas muito envolventes. A escrita da Denise é fluida, ela tem um vocabulário ótimo, traz seres sobrenaturais (alguns mais conhecidos como lobisomens e feiticeiras, outros novos como os Atyubros) de forma original. Em "As brumas de ébano" vocês encontrarão um pouquinho de romance (que não é o foco da trama), magia, aventura e muitas surpresas!
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