Resenhas - Evolved

Adrya.Ribeiro 02/08/2021

Muito fofinho mas acredito que a Walker poderia não ter pecado em fazer um instalove em um livro já com um certo grau de dificuldade.
Gostei bastante das discussões a cerca da inteligência artificial e tal, mesmo que muito superficial.

Bia 28/10/2020

Acho que eu interpretei errado a sinopse desse livro. Quando eu comecei a ler eu sabia que era uma história que envolveria cenas mais ?quentes?, mas céus, eu não imaginava que fosse ser só isso, eu estava imaginando o desenvolvimento de uma relação entre um humano e um androide enquanto esse androide descobre a própria consciência. Bem, eu claramente estava errada e todo o livro é basicamente é só como os protagonistas gostam de sexo e de ficar juntos, o plot da ficção científica fica apenas como um plano de fundo e um detalhe para ser resolvido nos últimos capítulos, o relacionamento deles é estarem completamente apaixonados em uma semana de convivência. Lloyd e Shaun passam a maior parte do tempo na cama ou então, quando estão fora dela, fazendo comentários e insinuações sobre como gostariam de estar na cama naquele momento. No pouco que sobra eles debatem sobre livros. Não existe nada além disso no relacionamento deles. Shaun nem mesmo ganha um nome de verdade, já que esse é o acrônimo do modelo que vem de fábrica.

Os primeiros 60% do livro são dolorosamente domésticos, com os grandes acontecimentos sendo aprender a ligar a TV ou ir comprar um casaco, além de cenas e mais cenas de Lloyd ficando surpreso com o fato do androide que ele comprou especialmente para satisfazer todas as necessidades dele... satisfaz todas as necessidades dele. O personagem chega a soar ridículo pensando sobre como ele não acredita que consegue debater literatura com Shaun sendo que cenas antes ele literalmente pediu que seu androide fosse inteligente e tivesse conhecimento avançado em literatura. É tão inacreditável assim ter recebido exatamente o que ele comprou?

Lloyd deveria ser um professor de filosofia na casa dos 40, mas ele parece muito mais um adolescente que não conhece nada do mundo. Isso sem nem entrar no detalhe de como o ???TOC??? que ele tecnicamente tem é mal representado, a resenha ficaria muito longa se fosse para falar disso. Não, uma pessoa com TOC não simplesmente para de ligar para as roupas no chão porque tem um androide gostoso na casa dela, muito obrigado.

Todo esse encanto atrapalha o plot do livro. Lloyd está tão maravilhado com literalmente tudo que Shaun faz que foi difícil para mim entender o que realmente tinha de especial no androide, separar o que o fazia ser diferente do resto e o que era só o protagonista obviamente não estando acostumado a conviver com esse tipo de tecnologia. O fato de só existir uma cena (muito rápida, por sinal) onde outro androide do mesmo tipo aparece também não ajuda, não tem como o leitor comparar e pensar ?nossa, esse aí realmente é especial?.

Shaun em si é um personagem interessante, em alguns momentos ele consegue ser engraçado, mas tudo que vemos dele é pelos olhos de Lloyd. Isso faz com que ele pareça mais uma espécie de viciado em sexo (ah, espera, ele literalmente precisa de muito sexo para funcionar e só pode alcançar um orgasmo se o seu humano fizer o mesmo...) do que uma inteligência artificial que realmente está questionando seu papel no mundo e se tornando cada vez mais humana. Falta profundidade nele assim como no resto inteiro do livro.

Quando o plot finalmente começa a acontecer, ele é cheio de momentos de conveniência e de coisas que não fazem sentido, além de acontecer muito rápido. Quando a ameaça finalmente parece ficar real, ela acaba. Fica claro que a história que importava para a autora não era, apesar do título, a da evolução de Shaun e como a sociedade lidaria com isso.

Resumindo, para um romance de ficção científica esse livro não tem muito romance (o amor é realmente de verdade quando uma parte do casal encomendou a outra para ser seu homem perfeito? E o dito homem perfeito literalmente não conhece mais ninguém além de seu ?amor??) e nem muita ficção científica. Se você está procurando apenas cenas de sexo semi-interessantes (elas ficam repetitivas beeeem rápido) entre um android e um humano, esse pode ser um bom livro para você. Mas se quer realmente o desenvolvimento de um personagem se tornando senciente ou então as particularidades de um relacionamento homem/máquina... Melhor passar longe.

May Tashiro | @slcontagiante 15/01/2019

Simplesmente incrível!
E se você pudesse comprar o companheiro perfeito? Escolher a cor dos olhos e dos cabelos, a tonalidade da pele, os traços étnicos e de personalidade... Até que tipo de conhecimento eles deveriam ter! Quem sabe um que adoraria conversar sobre Literatura Clássica?

Lloyd tem TOC, misofonia, não suporta bagunça e as discrepância do comportamento humano, mas ele quer alguém com quem possa conversar e compartilhar a vida. Por isso, ele decide comprar um A-Class: um andróide completamente compatível a um humano.

É 2068, as pessoas possuem robôs e andróides, casas com sistemas inteligentes e integrados a internet e andróides voltados para um público technosexual. Apesar disso, o A-Class vai além. Eles possuem o aspecto humano, Inteligência artificial, Inteligência social e a capacidade de se adaptar ao meio.

Shaun, o campanheiro andróide de Lloyd, é incrível, mas não deveria ser tão incrível ao ponto de fazer coisas que o manual diz que ele não poderia fazer. Porque Shaun adora a atenção, o carinho e o afeto de seu tutor. Ele "precisa" disso, ele insita isso. Ele faria qualquer coisa para se proteger e a Lloyd, proteger o que eles têm juntos.

Lloyd, que narra esta estória, sofre pelo amor que ele sente e a certeza da não-correspondência por parte de Shaun. Certamente, as máquinas não podem amar, sentir e almejar, sim? Elas não tem medo, choram ao ver um filme ou possuem sua própria opinião sobre Moby Dick? Bem, talvez elas possam.

N. R. Walker conseguiu me surpreender com Evolved, é um romance com belos traços de ficção científica e uma pitada de Literatura, que dá um sentido a mais na trama. Fiquei extasiada com essa leitura, que eu não consegui parar por nada até a terminar. Agradeço o espaço para poder falar dela, estava precisando tirar do peito ?

Bjs!

Luisa 03/07/2019

Diferente
Gostei muito do tema e a forma do desenvolvimento da história. Já tinha lido o Blade Runner, mas confesso que gostei mais do filme. O Shaun me lembrou o personagem do Robin Willians no O homem bicentenário.