Jennifer.Ernesto 13/05/2022
O que é interseccionalidade?
Desde 2014 eu acompanho as primeiras aparições do termo Interseccionalidade no feminismo brasileiro, popularizado pela Filósofa Djamila Ribeiro em diversas palestras, cursos e discussões.
A construção do termo proposta por Carla Akotirene é maravilhosa, uma vez que ela traz as controvérsias acadêmicas, os usos pelo liberalismo, o questionamento das filósofas de áfrica e assim por diante.
Não é porque um termo cunhado num contexto sofre alterações, que não saíremos em defesa dele e da sua profundidade. É natural que na sociedade neoliberal os termos e conceitos acabem se esvaziando de significado e virando slogans. No entanto, o estudo tem a finalidade de resgatar e manter vivo o conceito.
Algumas das principais citações:
"... o branco LGBTQI, a mulher dita ocidental, a classe trabalhadora e o brasileiro mestiço, jamais declaram que são brancos no Brasil, e deixam de analisar a branquitude auto invisibilizante para se travestirem de ora de esquerda, ora de não binários, ora somente de humanos, tend em vista biologicamente raça inexistir."
"[...] alguém situado socialmente no lado oprimido das relações de poder não significa que vai pensar epistemicamente a partir do lugar epistêmico subalterno."
"A descolonialidade está na moda acadêmica, portanto, sem a radicalidade feminista negra escolonial, ela apoia contradições históricas marcadas pelas diferenças e silenciamento de pontos de vistas."
"O racismo do negro não é igual a gordofobia da mulher branca, menos ainda homens negros não são menos oprimidos que mulheres negras. Precisaríamos prestar atenção à matriz da coloização antes de impormos às mulheres negras a condição de mais oprimidas na diáspora, pois homens negros não são algozes das mulheres negras, nem protegidos pela concepção mulherista, existe sim, a compreensão do racismo ser a ideologia central na subalternidade umana, sendo o credor de práticas coloniais que nem cabem ser chamadas de 'discriminação'."