Lis 19/11/2018
Maravilhoso!
Ao ler as primeiras páginas de As Razões de Cris, tive a certeza que se tratava de um romance adolescente, bem conduzido e com um final romântico, quase que cinematográfico. Ledo engano. As Razões de Cris não fala exclusivamente sobre romance, tampouco tem um final cinematográfico estilo Nicholas Sparks. As Razões de Cris é muito mais profundo, quase tão real que as feridas da Cris viram as suas feridas. Deixe-me explicar:
O livro narra várias etapas da vida de Cris, mas começa, especificamente, com ela criança. Uma garota negra, gorda, que fala com todo mundo, apesar do bullying e preconceito que sofre na escola. Certo dia, Pedro, um garoto bem mais introvertido, chega na sala de Cris, em Santa Maria Madalena, Minas Gerais, onde grande parte da história se desdobra. Ela estica a mão em direção ao garoto que, imediatamente, vira alvo de bullying e é a partir daí que a amizade dos dois se inicia. Não pretendo me alongar em mais detalhes ou, caso contrário, corro o risco de soltar algum spoiler. Mas ?As Razões de Cris? vai te fazer viajar e repensar em inúmeras atitudes da sua vida: o quão longe você iria para se vingar de alguém? Você já se apagou em um relacionamento? Quem são suas verdadeiras amizades? As Razões de Cris está longe de ser um mero romance adolescente. Ele fala, sobretudo, a respeito de amizade, amor, depressão, preconceito, LGBTs, luto, racismo, machismo, gordofobia, abandono e tantos outros temas. As Razões de Cris é uma chuva de representatividade. Uma chuva que todos nós precisamos nos permitir sentir sem guarda-chuva. (Resenha disponibilizada no Instagram @antesdos30th)