Um Livro para Amar 16/01/2020
Só vem amor!
Sinopse: Curupira e Taiguara cresceram juntos no seio da aldeia Arapuã. Agora, no entanto, um acidente colocou a vida de um deles em perigo e a única esperança é a Árvore da Vida. A situação se complica ainda mais quando a natureza selvagem mostra seus perigos e um espírito antigo, tomado pelo desejo de vingança, surge em meio à floresta. Lutando pela vida, os amigos iniciarão uma jornada que os transformará para sempre, buscando proteger a floresta e desvendar os segredos do lugar místico conhecido como Eldorado.
E quem disse que literatura nacional não pode ser divertida? Eu estou até agora fascinada com essa releitura das lendas brasileiras. E por que é bom? Primeiro porque é baseado em uma história que ouvimos desde crianças, porém contada de uma nova forma, ou seja, traz todo um frescor para algo que já amamos e no meu caso, tinha medo real de ver por aí.
Segundo, que é escrito de forma simples, acessível a todos que estejam dispostos a ler, acredito que os que não tem o costume da leitura, poderiam facilmente se interessar e terminar um livro como este.
Terceiro, nada melhor que ter magia antiga na história, não é mesmo? Eu super curto!
Agora, vamos lá aos fatos.
O famoso Curupira aqui é uma criança que foi encontrada na mata e criada pela tribo Arapuã. Pele branca, cabelos ruivos, Curupira cresce deslocado na tribo, fazendo amizade apenas com Taiguara, filho do Cacique, futuro Cacique e protetor da floresta e Iara, a garota feroz que luta com meninos.
Em um dia, os meninos têm a brilhante ideia de caçar além dos domínios na tribo, entrado no local sagrado, conhecido como Jardim da Solidão. Tudo ia bem, até serem atacados por uma Suçuarana (entendi ser uma onça-parda). Taiguara não hesita em se defender e proteger Curupira, mas sendo protetor da floresta, é seu dever preservar a vida dos animais e das matas, matar uma Suçuarana iria contra a sua missão. Porém devido ao ataque impiedoso dela, ele resolve atacar com a sua lança e parte para um golpe fatal. Ele não sabe, mas Curupira também curte a ideia de não matar animais apenas por matar, então, Curupira se joga na frente da Suçuarana levando a estocada da lança de seu amigo.
Por que esse detalhe é tão importante? A ação do Curupira em salvar a Suçuarana repercute até os momentos finais do livro e acredito que por toda as histórias seguintes. Tudo começa com a decisão dele de proteger os animais e a floresta.
Curupira cai ferido, a Suçuarana percebendo que não há mais inimigos ao seu redor, permite que Taiguara saia com Curupira. Na verdade, a floresta inteira permite que Taiguara leve Curupira até a aldeia sem problemas.
Na aldeia, o Pajé não consegue curar Curupira, para total desespero de Taiguara. O Cacique e o Pajé conversam sobre a morte do Curupira e o que isso significaria para a aldeia, visto que a chegada do garoto anos antes, tinha trazido sorte para eles.
Ubirajara indaga a seu pai se não pode mesmo curar o Curupira e o Pajé supõe que a única coisa capaz de salvar o Curupira seria a seiva da Árvore da Vida, porém é uma cura impossível, visto que ficava no Jardim da Solidão, abaixo do Gargalo do Infinito e nenhum guerreiro jamais se arriscaria indo lá.
Ele não sabe, mas Taiguara ouviu a conversa e resolve partir para trazer a seiva a seu amigo. Antes de partir, ele retira um amuleto dado pelo Pajé de seu pescoço e coloca no pescoço de Curupira. O jovem guerreiro acredita que Curupira precisa mais do poder do amuleto que ele agora.
Taiguara chega a Árvore da Vida, colhe um pouco de seiva da arvore, porém é atacado por Taiasu, um monstro lendário que protege a árvore. Eles lutam, porém em algum momento Taiasu "enlouquece" e começa a atacar brutalmente a Árvore da Vida. Como pessoa, Taiguara sente que deve aproveitar e fugir dali, mas como futuro Cacique e protetor da floresta, ele decide ficar e salvar a árvore. Mal sabe ele que Taiasu não atacava a árvore em si, mas um animalzinho da peste que estava escondido lá. Ele só percebe o bicho peçonhento quando é picado por ele. Nem preciso dizer que é uma cobra né? Enfim, o garoto morreria pelo veneno da serpente do mal, mas Taiasu resolve salvar o garoto com a seiva da árvore e espera que isso baste. Mas não basta, um mal antigo e traiçoeiro se aproveita da situação e possui o corpo de Taiguara.
Note que até agora os meninos se deram muito mal por tentar proteger a floresta e os animais. Acham mesmo que isso passa despercebido? Claro que não.
Fiz toda uma contextualização, mas sem SPOLIER dessa vez, apenas digo que o final não foi nem de longe o que eu esperava, o que me surpreendeu e me agradou muito. Para quem curte a ideia de seres antigos e protetores, já vale a leitura e para quem curte a ideia de deuses (gregos, romanos, nórdicos, isso lembra alguma coisa para vocês?) é o supra sumo.
Claro, já uma história conhecida e tals, mas o final não entrega aquilo que você quer ver não benzinho.
Vale muito a pena conferir, acredito que essa escrita simples não agrade aos leitores mais exigentes e refinados, já a mim, agradou principalmente por ter essa escrita acessível, de modo que posso sugerir para quem tá começando a pegar gosto por leituras.
Aguardando a fila para ler a sequência e conferir se um cara sarado com cicatriz vai aparecer por lá.
site: https://umlivropamar.blogspot.com/2020/01/curupira-arvore-da-vida.html