J@ke 31/12/2022
Foi uma 'loucura' ler esse livro
? Resumo
Uma história sobre Escolhas e Relacionamentos fracassados.
Dando um tempo é sobre a história de vida de Amy O'Connell, casada com Hugh, mãe de Neeve, Kiara e Sofie. Uma mulher forte e trabalhadora na casa dos 40, uma pessoa bem resolvida mas que de repente se vê em uma crise conjugal que abala todas as suas certezas e seguranças.
A estória começa bem antes de Hugh decidir que fará uma viagem por seis meses pelo paraíso asiático, no entanto, tudo se desenrola a partir dessa decisão. Amy se vê numa situação antes inimaginável em que deve deixar seu amado e fiel marido viajar por longos seis meses para o sudeste asiático e ter uma férias de solteirão, claro que isso não é visto com bons olhos. Mas Amy não tem outra escolha a não ser aceitar. Segue-se então uma narrativa voltada através da visão feminina de como superar um término, lidar com os familiares, colegas de trabalho; conciliar trabalho com afazeres domésticos, vida social e amorosa, um verdadeiro suplício que acaba se tornando um aprendizado para Amy.
Acabamos vendo o desenvolvimento e amadurecimento da protagonista e nesse ínterim conhecemos mais personagens que fazem do romance uma crítica à família tradicional e nos aproxima um pouco mais da realidade contemporânea dos relacionamentos familiares e conjugais.
Uma história que tem um começo singular e que prende a atenção aos poucos no desenrolar dos acontecimentos, sem deixar de surpreender com o final.
? Opinião pessoal
O interesse pelo livro começou pelo título e confesso que pelo atual interesse na cultura oriental, que pela minha decepção a única referência foi somente a viagem do personagem e praticamente nada foi descrito dela.
O início não me chamou muito a atenção, confesso que o detalhamento de informações foi um pouco desnecessário e deixou a leitura um pouco cansativa. Essa forma de narrar me fez dar uma pausa na leitura por cerca de 5 vezes, entretanto, resolvi dar outra chance. O que foi uma ótima decisão.
Ao continuar a leitura percebi que a história se mostrava interessante e finalmente no capítulo 8 conseguiu prender minha atenção.
Chegando no capítulo 46, consegui de fato gostar de Amy e compreender seus sentimentos, apesar de em alguns momentos suas emoções e atitudes me parecerem com as mesmas de quando tinha 23.
Alguns personagens me causaram certa antipatia como o incompreensível Hugh; Neeve, a primeira filha de Amy; sua mãe e até mesmo Josh que poderia ter sido o mocinho da história embora esteja mais para um homem mal resolvido em sua crise de meia idade, o que pra mim nessa história já bastava Hugh, o fujão descontrolado.
Nesse romance quase todos os personagens são problemáticos, talvez seja uma tentativa de Marian Keyes retratar essa sociedade caótica dos tempos atuais.
Analisando os personagens masculinos conseguimos definir alguns deles, especificamente os que se relacionam intimamente com a protagonista. Começaremos com Richie, o primeiro amor e cônjuge de Amy, ele é o Babaca Narcisista da história. Em segundo temos Hugh, o marido do segundo casamento, a qual nossa querida Amy resolveu dar uma chance e sofrer sua maior desilusão, ele é reconhecido na história como o Indeciso, não sabe se quer Amy ou se aventurar com todas as asiáticas disponíveis. Em terceiro tem Josh, o meia idade mal-resolvido, só lendo pra entender. E por último temos Matthew, o Babaca Nojento, pelo qual Amy tem um pequeno flerte, esse me causou repulsa.
Apesar de todos esses personagens com personalidades e vidas problemáticas, a autora nos presenteia com uma história que beira aos relacionamentos da atualidade, traz temas polêmicos como o aborto, homossexualidade e feminismo. Aborda outros assuntos que nos fazem refletir, como a demência e velhice, influência midiática, questões relacionadas às políticas públicas na Irlanda, incluindo também os problemas familiares que são muitos e faz a narrativa ser bem pertinente aos dias atuais.
São exatamente 582 páginas para ler, mas que você pode gostar.
Fim?