Teatro de Gil Vicente

Teatro de Gil Vicente Gil Vicente




Resenhas - Teatro de Gil Vicente


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Wesley Taciturn 29/12/2010

Gil Vicente nasceu em lugar desconhecido, em Portugal, no ano de 1465. Foi mestre de retórica do rei D.Manuel e, posteriormente, esteve a serviço da viúva de D.João II, D. Leonor, a quem organizava espetáculos palacianos em datas de comemoração cristã e em festas reais. Com a coroação de D.João III, trabalhou a seu serviço e é nesta época que usa peças teatrais para satirizar os costumes do clero e da nobreza. Foi o maior poeta popular da península ibérica, e depois foi resgatado pelo Romantismo, devido ao fato de haver em suas obras traços de cunho medievalista ao mesmo tempo que de liberdade Renascentista (o poeta viveu o período de transição entre a idade média e a idade moderna).

Inspirado nos romances de cavalaria e em comédias e éclogas de escritores famosos de seu tempo, Gil Vicente conseguiu consagrar-se no meio popular devido ao fato de haver em seus personagens variados tipos de figuras sociais, todas sempre representadas sobre os critérios cristãos, não da igreja, mas segundo a verdadeira essência do que deveria ser o cristianismo. Isso porque o escritor pendia entre a religião e os ideais humanistas que surgiam. Tais critérios deixavam sempre uma espécie de “moral” em suas obras, e é o que veremos nitidamente na análise de dois personagens de uma de suas obras mais famosas: O Auto da Barca do Inferno.

O auto trata sobre a vida pós morte e o julgamento sobre quem navegará ao céu e quem será condenado ao inferno. Os personagens são mistos de classes sociais diferentes, e vemos desde a figura de um “frade” até a figura de um “sapateiro”, sem que isso pese na hora do embarque. Quase todos são desdenhados pelo anjo e sentenciados a entrar na barca do inferno, com exceção do “parvo”, que alcança à glória, não por mérito próprio, mas pela falta de discernimento de tudo quanto fazia, e do grupo dos triunfantes “quatro cavaleiros das cruzadas”, mártires que morreram em luta “a favor de Deus”. Além dos já citados, temos ainda figuras como “o fidalgo”, “o onzeneiro”, uma feiticeira prostituta (Brísida Faz), “o judeu”, “o corregedor e o procurador” e “o enforcado”. Essa grande variedade de personagens nos mostra bem como Gil Vicente quis ser “moralizante” a todos, sem poupar nem mesmo pessoas de influência na igreja, como o frade, e ao mesmo tempo quis ser “sarcástico”, com um tipo de humor ferrenho que é característico em autos de diversos tempos e escritores.

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Brenda675 30/09/2010

Mais um que me deu um pouco de tédio...
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