Victor 09/01/2021
Justiceiro - Mãe Rússia.
Chegamos a metade da fase de Garth Ennis a frente do personagem pelo selo adulto da Marvel, o selo MAX, ao qual totalizaram 60 edições.
É impressionante como a obra só melhora a cada arco, Ennis consegue trabalhar com excelência no Justiceiro, com arcos extremamente bem escritos, recheados de critica e discussões pertinente até os dias de hoje.
Esse segundo volume lançado pela Panini reúne as edições 13 a 30 de Punisher Max, com os arcos presentes no volume:
Mãe Rússia - O Justiceiro acaba sendo recrutado por Nick Fury para uma missão quase impossível e provavelmente suicida, se infiltrar na Rússia e resgatar uma menina de 6 anos que possui uma perigoso arma biológica em seu arma. Mesmo sendo o arco mais fraco de todo o volume, ainda assim é ótimo, mostrando os reflexões e consequências da Guerra Fria, bem como nos lembrando mais uma vez que essa é uma HQ influenciada diretamente pelo 11/09. É interessante observar que na proposta inicial para a série do Justiceiro Max para o editor da Marvel, Ennis queria retirar tudo que fosse do universo Marvel tradicional e trabalhar uma trama apenas do Justiceiro, mas mesmo assim eles insere elementos do universo quando lhe convém, como a presença de Nick Fury.
A Volta dos que não Foram - Um arco que possui ligação direta com o primeiro arco da série(No Princípio). O antigo mafioso Nick Cavella está de volta a cidade e disposto a acabar com o Justiceiro, como sua primeira ação ele decide profanar os restos mortais dos entes queridos de Frank Castle, o que desencadeia uma série de consequências violentas e brutais. Um ótimo arco, que explora mais da psique e personalidade de Frank Castle e o quanto ele pode se tornar uma verdadeira máquina de matar quando é preciso.
Os Escravistas - Após resgatar uma jovem de ser assassinada, o Justiceiro acaba se sentido na obrigação de ajudar a jovem e acabar sendo jogado em uma trama envolvendo tráfico humano e escravas sexuais. Certamente o melhor e mais crítico arco até o momento, Ennis realmente coloca o dedo na ferida e expõe problemas reais da nossa sociedade, o tráfico humano, a exploração de menores, escravas sexuais, a corrupção das instituições e toda a sujeira e violência envolvidos nisso.
A fase de Garth Ennis pelo personagem, certamente é o que de melhor já foi feito com Frank Castle, mesmo caçando e matando criminosos, o autor é sempre crítico, nunca o enaltecendo ou louvando seus feitos, mas o colocando como o psicopata homicida que é. Tudo isso com arcos ótimos e muito bem elaborados e diálogos afiados.