Como as democracias morrem

Como as democracias morrem Steven Levitsky




Resenhas - Como as Democracias Morrem


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Markarroni 13/05/2020

Diante da atual conjuntura política, esse livro é essencial
Levitsky e Ziblatt - professores de Ciência Política da Universidade de Harvard, especialistas na América Latina e Europa Ocidental, respectivamente -, fizeram pesquisas substanciais na forma como os países fazem a transição de regimes democráticos para regimes autoritários.

Usando evidências de várias épocas históricas, os autores estudaram e isolaram alguns dos sinais que ficaram evidentes nas transições de regimes na Argentina, Chile, Equador, Hungria, Peru, Polônia, Rússia, Turquia, Venezuela, entre outros países.

Não se trata apenas de uma análise histórica, e sim de uma análise comparativa com o que já aconteceu e o que vem acontecendo atualmente. A tese é consistente, coerente e extremamente plausível. Ela mostra as dificuldades e ameaças inerentes que as democracias modernas enfrentam.

Os autores listam os pontos fortes e fracos, e as regras não escritas que fazem os líderes democráticos se manterem dentro de certos limites que a constituição pode ter deixado abertos à interpretação.

Levitsky e Ziblatt mostram com bastante clareza que a maioria das democracias não mais terminam com um golpe militar, onde o general estaciona um tanque de guerra numa praça pública e remove o presidente democraticamente eleito, como aconteceu no Chile em 1973.

Atualmente, as democracias morrem quando demagogos - indivíduos que gozam de amplo apoio popular e vêm de fora do estabelecimento político normal - chegam ao poder por meios democráticos e depois subvertem gradualmente as regras escritas e não escritas da democracia. Esses líderes geralmente exibem quatro características:

1. Rejeitam as regras estabelecidas da democracia, atacam leis e constituições, tentam minar a legitimidade das eleições, tentam usar medidas extra-constitucionais para mudar coisas que foram projetadas para garantir seu poder.

2. Negam a legitimidade dos opositores políticos. Acusam seus oponentes de traição ou atividade criminosa, os prendem ou defendem que eles sejam presos - mesmo depois de terem vencido as eleições. Tentam encontrar maneiras de deslegitimar seus oponentes e impedir que eles participem do processo democrático.

3. Toleram ou incentivam a violência. Encorajam - inicialmente de forma sutil e depois abertamente - seus seguidores a usar ou ameaçar com violência. "Elogiam ou se recusam a condenar, outros atos significativos de violência política, seja no passado ou em qualquer outra parte do mundo".

4. Se movem para cercear as liberdades civis de seus oponentes, incluindo partidos de oposição, veículos de mídia ou críticos.

Alguma semelhança com Jair Bolsonaro? Todas, né? Afinal, ele é um sintoma de um sistema democrático em decadência. Em um ambiente político são, ele nunca teria sido capaz de se erguer. Ele não teria saído impune com a normalização de uma linguagem ultrajante e insultuosa. Ele não teria sido capaz de reunir tantos apoiadores.

Podemos concordar que o avanço desse populismo direitista e bolsonarista se deu porque o governo que foi responsável pela pior recessão econômica na história do país e pelo maior escândalo de corrupção entre todos os países democráticos, era de esquerda.

Outro ponto importante do livro é quando os autores dissertam sobre quando Donald Trump - um demagogo populista clássico que cumpre todos os quatro critérios padrão - foi eleito presidente. E desde que se tornou presidente, ele demitiu funcionários filiados a partidos da oposição, atacou implacavelmente a imprensa, continuou a defender o processo criminal de seus oponentes, elogiou ou se recusou a condenar atos de violência política, e constantemente difamou qualquer um que o desafiasse como "um inimigo do povo".

Duas normas básicas são necessárias para preservar os pesos e as contrapesos da democracia: a tolerância mútua (entender que as partes concorrentes devem se aceitar mutuamente como rivais legítimos) e a indulgência (ideia de que os políticos devem exercer contenção no uso de suas prerrogativas institucionais).O problema é que a tolerância e a indulgência mútuas tornaram-se qualidades raras no mundo político de hoje, particularmente no Brasil.

Recomendo para quem quer ler um relato inteligente e altamente coerente sobre um assunto de política que todos nós precisamos estar cientes. Este não é um livro “Nós contra a direita e o conservadorismo”, é uma avaliação política do status quo - mas é também um aviso para ser levado muito a sério, pois mostra o que realmente estamos perdendo.

Levitsky e Ziblatt não dizem que a democracia está morta, mas eles argumentam convincentemente, que muitas das coisas que tornaram a democracia razoavelmente estável, foram minadas pelos acontecimentos recentes - e que precisamos prestar atenção a esse fato e fazer algo a respeito.


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edu basílio 13/05/2020minha estante
esse livro é muito preciso. se eu não o tivesse lido em 11/2018, chegaria a duvidar de que NÃO foi escrito há poucos meses baseado no brasil.


Markarroni 13/05/2020minha estante
Hahahaha sim! Se fosse escrito há poucos meses, o nosso atual presidente ganharia, pelo menos, um capítulo nesse livro


Rodrigo 25/05/2020minha estante
Recomendo um documentario chamado 11 de setembro (11'09'00). Ele faz comparações inclusive com o 11/09 chileno


Lenicio 28/08/2020minha estante
Quando li, procurei substituir o termo ?Trump? por ?Bolsonaro?. Como uma luva...


Teri 10/03/2024minha estante
Tanto Bolsonaro quanto Lula exibem características populistas; a diferença é que um é da esquerda e outro da direita. Dois demagogos, dois ladrões, na minha opinião. Excelente resenha.




Bookster Pedro Pacifico 26/02/2020

Como as democracias morrem, de Steven Levitsky & Daniel Ziblatt – Nota 8/10
Não é tão comum, mas às vezes gosto de escolher um livro que está sendo muito comentado, até para conferir se concordo com toda a atenção que o mercado editorial está dando para aquela obra. E como já tinha lido opiniões positivas sobre esse livro, resolvi tentar... Pela sinopse, Levitsky e Ziblatt prometem trazer uma “análise crua e perturbadora do fim das democracias em todo o mundo”. Por meio de uma análise histórica de governos autoritários, os dois professores de Ciência Política de Harvard constroem um cenário com as principais ameaças a um governo democrático, demonstrando como esses riscos estão sofrendo mudanças ao longos dos anos.

Muito embora os autores se concentrem bastante na situação política dos Estados Unidos, a leitura é, na minha opinião, muito relevante para o atual momento vivenciado pelo Brasil – e isso, importante registrar, independentemente da posição política do leitor. Tanto isso é verdade que os autores utilizam como exemplos de governos antidemocráticos tanto regimes liderados por partidos de esquerda, quanto de direita. Ou seja, o objetivo da obra é analisar a democracia como uma garantia ao cidadão e que está acima da identificação política de cada um.

No entanto, apesar de relatarem os acontecimentos históricos de modo “imparcial”, os autores deixam clara a sua oposição a governos atuais que seriam antidemocráticos, em especial, o governo de Donald Trump. A pergunta que eles tentam responder é a seguinte: como foi possível a chegada de um “outsider” como Trump ao poder?

Além disso, a partir de uma linguagem acessível e objetiva, os autores indicam os sinais que devem ser combatidos para evitar a ascensão de um regime antidemocrático. Também é muito interessante como o livro traz novos pontos de vista sobre os alicerces da democracia, revelando a importância das regras não escritas do jogo político.

Por fim, achei que a leitura ficou um pouco arrastada mais para a parte final da obra, quando o enfoque passou para a polarização da política norte-americana - o que inclusive contraria a premissa sobre a qual a obra é vendida aqui no Brasil.

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Ingrid_mayara 28/10/2018

Minha experiência de leitura
Como as resenhas abaixo são parecidas com o que eu ia dizer, prefiro deixar aqui mais a minha experiência de leitura do que meu resumo sobre o conteúdo.

Obviamente, comecei a ler esse livro próximo ao segundo turno das eleições 2018 porque o título é bastante sugestivo. No início, fiquei meio perdida com tantos nomes, datas e e locais - não pela citação em si, mas pelo modo de citação - é que saía de um exemplo e já ia para outro, daí eu esquecia quem era tal pessoa e regredia a leitura para relembrar.

Fui anotando alguns termos. A cada fim de capítulo eu os pesquisava e até retornava onde estavam escritos. Isso aconteceu até a metade do livro, então as ideias começaram a se encaixar. As coisas das quais eu tinha dúvida foram sendo explicadas ou retomadas.

Para mim, as partes mais interessantes do livro são formadas exatamente pelo que eu imaginei que se tratava antes de lê-lo: o quanto os absurdos vão acontecendo aos poucos, sem que muitas pessoas os percebam e quando eles vêm à tona, parece que tudo aconteceu num piscar de olhos. Isso me lembra uma passagem no livro "O que é isso, companheiro?", sobre o qual eu resenhei o seguinte (sim, sei que é estranho citar a mim mesma):

"(...) provavelmente a que mais me fez refletir foi a capacidade do autor de discorrer sobre ignorância política sem tornar-se importuno, principalmente no oitavo capítulo, intitulado Sangue Gases e Lágrimas, em que Gabeira fala sobre uma amiga que não tem o hábito da leitura “e sempre que acontece uma coisa muito séria no mundo, costuma perguntar: ‘Como é que você explica isto, acontecendo tão de repente? ’ Tudo para ela foi acontecendo tão de repente.”.

Tive noção do quanto a população precisa se unir e buscar conhecimento quando uma democracia está sendo ameaçada; por várias vezes me lembrei do quanto foi importante ter lido "Mulheres, Raça e Classe" antes de "Como as democracias morrem", assim pude confirmar que realmente o livro de Angela Davis já em seu título responde a quais pautas precisamos dar relevância para que consigamos finalmente superá-las visando um mundo melhor.

Quase ao término do livro é sugerido que, além de tentar reconciliação com os opositores para que haja um convivência saudável, também é preciso que haja certa tolerância e empatia; por mais que tenhamos ideias divergentes, em alguma coisa há de haver concordância ou ideias parecidas.

Após a leitura, por mais que eu tentasse, não pude deixar de pensar na música Imagine, do John Lennon. Sei que é utópico pensar nela, mas isso é algo inevitável para mim, nesses tempos de intolerância.

Quanto à escrita, embora tenha algumas repetições (que são necessárias), impressiona positivamente pela objetividade e aproximação com o (a) leitor (a). O conteúdo foi tão relevante quanto as notas ao fim do livro, que dão maior propriedade ao que se diz. Há também um vídeo bem bacana no Youtube contendo um debate com Steven Levitsky complementando sua obra.

Embora fale mais sobre a "ameaça Trump", recomendo esse livro e as outras obras citadas acima a todas as pessoas, independente de posição política. Acho que seria um ótimo presente àquele seu amigo ou amiga que, assim como a maioria da população, está preocupado (a) com o futuro do nosso país.

site: Se quiser me seguir no instagram: @ingrid.allebrandt
Luh 29/10/2018minha estante
Vou sugerir que você leia o livro ? ?Como conversar com um fascista, da Marcia Tiburi? e que depois compare aqui. Pode ser?


Ingrid_mayara 30/10/2018minha estante
Obrigada pela dica! Lerei, sim.


Paola.Rezende 07/07/2019minha estante
Nossa me arrepiei. Pois terminei o livro "Como as democracias morrem?" , li teu comentário cheio de referências que já li. Angela Davis acrescenta na reflexão de maneira profunda e instigante. Obrigada por me ajudar a pensar e a juntar todas referências.Adorei teu comentário e leia o livro da Tiburi, bem reflexivo.




Andre.28 17/03/2020

Um Panorama Histórico das Democracias Contemporâneas (Resenha Osmose Literária)
Pessoas, eu vim aqui pra dizer que por conta da resenha ter ficado “um tanto grande” demais eu coloquei ela no meu blog Osmose literária (link abaixo). A leitura foi muito enriquecedora, não só em termos políticos. Há uma preocupação narrativa dos autores em seguir um roteiro histórico estabelecido. Um trabalho primoroso de bibliografia, análises cirúrgicas e compreensão de uma cultura política, histórica e filosófica.

https://osmoseliteraria.blogspot.com/2020/03/um-panorama-historico-das-democracias.html
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Natalia 02/07/2020

Paralelos
A principal sensação que se tem ao ler "Como as Democracias Morrem" é de desconforto. Os paralelos que podem ser traçados entre as imagens pintadas no livro e o Brasil de 2020 são dilacerantes. A preocupação se instala ao enxergar, agora com um arcabouço teórico extremamente bem construído, que o presidente é um autocrata. Já sabíamos, é fato; mas ter escancarado é doloroso e envergonha.

Justamente por isso, "Como as Democracias Morrem" é uma leitura obrigatória. É preciso adquirir um olhar mais sensível às investidas que se correlacionam com o assassinato da democracia e aos atos de quem dá a cara ao nosso governo. A linguagem é muito acessível (bem mais do que eu esperava), por isso, é muito fácil compreender o que está sendo dito pelos autores e tecer analogias com a realidade brasileira, apesar do grande foco na política estadunidense.

Esse foco me incomodou um pouco na leitura. Ainda que eu já esperasse a narrativa norte-americana como ponto central, acreditava que a fundamentação teria uma maior exploração dos sistemas das demais nações do mundo. Presumia que seriam analisadas quedas democráticas, como as latino-americanas das décadas de 60-70; elas foram citadas, porém os autores não se estenderam nesses retratos. Existem incessantes investigações e exposições acerca da política estadunidense, as quais são utilizadas como evidências de que o governo Trump coloca em risco a democracia daquele país. Os demais panoramas são apenas exemplos. Os autores demonstram, inclusive, bastante patriotismo no discurso. Pouco me interesso pela política norte-americana, portanto, em alguns momentos a leitura se tornou ligeiramente cansativa.

Outro ponto é que, como defensores da democracia, os autores endossam uma postura de diálogo entre oposições. Acredito, sim, que esse é um caminho para manter o sistema democrático; não se deve enxergar o adversário como criminoso, terrorista ou alguém que não é digno de concorrer. Existem, entretanto, algumas questões: até que momento é possível manter diálogo? Quando a postura da oposição é criminosa, esteja ela no poder ou fora dele, se colocar disponível para conversas e negociações é, realmente, legítimo? E quando a oposição, mesmo trabalhando dentro das determinações democráticas, é colocada em um lugar de marginalidade, como se portar para manter o sistema livre de autoritarismo? Acredito que essas respostas são pouco exploradas.

A leitura de "Como as Democracias Morrem" é, por fim, bastante relevante, principalmente no nosso contexto atual, para entendermos quais são os pontos que alicerçam uma democracia, os que fazem com que ela se mantenha e quais são os sinais de que ela está em perigo. Não traz, entretanto, de forma incisiva, os caminhos para enfrentar os autocratas ou as formas de evitar a morte do nosso sistema. Busco uma leitura complementar que aborde o tema para me sentir melhor. De qualquer forma, recomendo a leitura, por ser essencial abrir os olhos para a nossa política e entender o quanto estamos mergulhados em sombras.
Mithrannussen 26/07/2020minha estante
Terminei a leitura hoje e gostei muito dessa sua resenha, além de incisiva quanto aos aspectos positivos do livro, afinal eles existem e são diversos, é ainda mais explícita quanto às limitações dos temas abordados. Em outras palavras, essa obra é um ótimo artificio para o incentivo de posteriores pesquisas e estudos sobre política e a desmitificação e revalorização da palavra democracia que é de tão popular quanto desprendida de reais significantes e significados em seu emprego corriqueiro.




Jessica.Soares 30/01/2023

Qualquer semelhança não é mera coincidência
O livro retrata da crise recente nas democracias do mundo e explora como uma democracia tão sólida como a dos EUA ficou frágil e ameaçada com o governo Trump. Foi escrito de norte americanos para norte americanos, mas as semelhanças são impressionantes com o que aconteceu e continua acontecendo no Brasil. Aprendi muito sobre a história dos EUA, mas a história de outros países, muitos da América Latina, são retratadas também. A leitura é fundamental para sabermos identificar demagogos e sinais de alerta no governo que podem colocar em risco a nossa democracia, afinal "A história não se repete, mas frequentemente rima".
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Natalia446 20/03/2023

Sinceramente, o livro me decepcionou bastante. Já fiz leituras bem melhores do mesmo gênero. No primeiro capítulo, os autores começaram falando de características autoritárias que podem ser percebidas em alguns políticos e até aí tava tudo bem. Do segundo capítulo e diante o livro praticamente só fala dos Estados Unidos, sempre trazendo nomes de políticos norte-americanos e, alguma vezes, alguns exemplos mundiais. Se você não for um estadunidense ou um grande conhecedor da política americana nem vale a pena ler esse livro.
Thamiris 20/03/2023minha estante
vc tem algum livro pra recomenda desse gênero ?


Gabriel1259 20/03/2023minha estante
Claro, os autores são americanos e vivem em um contexto social diferente do nosso. É só buscar por livros que tenham sido escritos por brasileiros. Aparentemente, o livro não fugiu do contexto: abordar a democracia.


Natalia446 20/03/2023minha estante
Na verdade, fugiu sim! O nome deveria ser ?como a democracia estadunidense morre?. Não vou passar pano p livro hype


Natalia446 20/03/2023minha estante
Eu recomendaria
- O segredo da Dinamarca (muito bom e leve. Fala do funcionamento da Dinamarca pela visão de uma jornalista inglesa. Não é puramente político, mas serve para entender um pouco da sociedade nórdica)
- Política é para todos (livro da Gabriela Prioli, explica o básico da política e dos tipos de torcemos para um iniciante e ainda assim é difícil de entender kkkk)
- Um país sem excelências e mordomias (um livro maravilhoso e denso que entra profundamente na polícia da Suécia. É uma democracia para se inspirar e sonhar. Confesso que foi aí que me apaixonei pela política nórdica de modo geral)


Natalia446 20/03/2023minha estante
E outro detalhe sobre ?como as democracias morrem?. A escrita é ruim e não faz a pessoa querer continuar lendo. Não sei se foi a tradução, mas não funcionou. Parece uma grande junção de informações de várias pesquisas jogadas sem qualquer visão crítica de tudo. É uma série de referências e nomes, faltando autoria. Continuo achando um livro ruim e que não vale a pena a leitura. Cheguei nos 40% torturada e decidi seguir pq ouvi falar tão bem que achei q tava lendo errado. Aí li em dois dias até os 59% e simplesmente acabou o livro!! O resto era fonte/referência/pesquisa kkkkk fui iludida, mas fiquei aliviada




Jansen 11/10/2018

Muito bom. Os brasileiros devem ler com bastante atenção, pelo que estamos passando durante us últimos anos e, especificamente nas eleições de 2018. Faz uma análise das democracias no mundo, com maior ênfase na americana considerada a mais forte. Mostra que as democracias estão sempre correndo risco, são fáceis de deterioração se não houver cuidados especiais. Nos EUA os dois partidos, Republicano e Democrata têm regras não escritas para preservarem a democracia. Os autores analisam os riscos que têm corrido e os cuidados dos dirigentes dos partidos para preservarem suas instituições. O período Trump tem sido um desafio para a segurança democrática.
No Brasil temos partidos sem ideologias claras e sem programas de governo. Isso é um risco para o eleitor. Deveriam declarar suas ideologias e os programas adequados para atingir seus objetivos. Colocar um mata-burros na entrada e só admitirem em seus quadros, principalmente o de candidatos, aqueles que se comprometerem a seguir os parâmetros determinados. Isto facilitaria a escolha dos eleitores. O filtro dos fichas-limpa já é uma força para nós.
Recomendo a leitura atenta e que absorvamos o conceito que, em política temos antagonista em programas e ideologias e não inimigos mortais como está acontecendo conosco. É um tema proibido (céus! tão importante...) para aqueles que querem preservar a paz entre amigos e familiares. Um horror!
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Janaina.CrisAstomo 07/09/2021

Protegendo as democracias.
Eu achei que esse livro até poderia tratar sobre as democracias mundiais. Mas o livro fala mais da democracia americana mesmo, ela que está muito no foco do livro. Mostra alguns comportamentos interessantes de como podemos identificar um governo que pode se tornar ditatorial, e a importância dos partidos políticos e das instituições independentes para evitar que golpes aconteçam.
Cleyton 07/09/2021minha estante
Minha próxima leitura


Larissa Tabosa 07/09/2021minha estante
Exatamente a mesma conclusão a que cheguei.


Cleyton 07/09/2021minha estante
Compartilhe suas percepções à medida que avance na leitura.




Celestino 31/03/2021

"A polarização pode destruir as normas democráticas"
Qual a necessidade de compreender a história de seu país e até dos demais?
Como governos autoritários conseguem agregar grandes massas e boicotar as democracias?
A democracia norte americana é infalível?

Esse livro foi bem diferente das minhas leituras habituais, acostumado com Literatura e Divulgação científica, Como as democracias morrem foi meu primeiro livro de ciência política de fato. Apesar de me interessar pela temática, não havia lido nenhum livro sobre e sentia essa necessidade, e a escolha desse foi muito boa, tanto pela forma didática que os assuntos são tratados, quanto pela ampla gama de temas abordados de maneira imparcial.

Mas vamos para o que interessa. O livro começa tratando sobre a recessão democrática e logo no início apresenta uma tabela de indicadores de comportamento autoritário( Vale muito a pena ver essa tabela, se não tiver o livro pesquisa aí e dá uma conferida), apesar do livro ter enfoque no ambiente estadunidense, muitos pontos presentes nessa tabela estão "bem" representados no Brasil, dentre eles:

- Candidatos rejeitarem a constituição e expressam disposição de viola-la
- Descrever seus rivais como subversivos e ameaçadores
-Elogiar atos de violência política
-Elogiar medidas repressivas ocorridas no passado e apoiar políticas restritivas

Vale deixar claro aqui, que não estou falando de um lado específico da política brasileira, mas dos 2, ambos extremos e danosos a democracia nacional. Mas enfim, além disso o livro vai nos mostrando as mudanças que ocorreram no sistema político americano, e como isso acentuou a polarização. Essas alterações começam com uma maior participação popular nas eleições e menor poder do establishment na escolha de seus representantes, mas a dúvida que fica é, vale mais a pena dar mais liberdade aos políticos tradicionais para que eles evitem a ascensão de demagogos e mantenham uma suposta ordem na sociedade, porém com o risco de governarem para si e esquecerem de representar o povo, ou é mais confiável restringir o poder do establishment e dar mais liberdade para o povo escolher seus representantes(correndo o risco de eleger populistas autoritários e acentuar polarizações)?

Talvez nem um nem o outro, mas um meio termo, e é também sobre isso que o livro trata, como a liberdade torna desigual enquanto total e como a igualdade priva a liberdade, mostrando a necessidade de se encontrar um equilíbrio.

A ascensão de autoritários ao poder, tanto nos nos EUA como na Venezuela e em diversos países demonstra a carência da compreensão de como isso ocorre e as formas de evitar, e por isso também que esse livro é tão importante. Em tempos de crise e instabilidade, o surgimento de demagogos autoritários é recorrente, com apelos populistas e promessas quase divinas de ascensão nacional, atraindo milhares de eleitores, porém é necessário fazer frente contra eles e formar coalizões principalmente com opositores, desde que estes não sejam extremistas. Apesar de parecer estranho uma aliança entre democratas e republicanos, isso já aconteceu algumas vezes na história, mas a polarização atual dificulta isso que era crucial pra democracia americana no século XX. Mas afinal, o que fez isso mudar?

A democracia americana, apesar de eficiente, foi construída sem levar em conta as pautas raciais em seu início, lá no século XIX, por causar muitas divergências entre democratas e republicanos, provocando um ambiente caótico na política, e dessa forma, a questão racial foi deixada de lado "em prol da democracia". Porém, com o passar do tempo e a ascensão de movimentos raciais nos EUA(principalmente na década de 60) a temática voltou ao âmbito político e dessa vez permaneceu. Porém, as divergências entre partidos se acentuaram com esses acontecimentos, já que os democratas passaram a representar as minorias e os republicanos se tornaram um partido de maioria branca religiosa( vale lembrar que até meados do século XX, o cenário era o inverso, apesar dos partidos serem bem heterogêneos, os republicanos apresentavam uma grande fração dos apoiadores formado por minorias, já que uma boa parte dos democratas era contra o fim da segregação, principalmente no sul) culminando em uma polarização extrema não só política, mas na relação religiosa e racial.

Com a chegada do século XXI, essa polarização começou a se tornar doentia e a enfraquecer as normas essenciais para a estabilidade política americana( Tolerância mútua e Reserva institucional), permitindo a ascensão de líderes populistas autoritários e culminando na eleição de Trump, que apresentou vários pontos presentes na tabela citada no início, abalando o cenário político e acentuando as divergências sociais, fazendo com que opositores não se tratem mais como rivais, mas como inimigos. "Quando rivais partidários se tornam inimigos, a competição política se avilta em guerra e nossas instituições se transformam em armas"

Por fim, a questão que fica é "É possível estabelecer uma democracia estável, sem essa polarização doentia, com normas e leis sendo seguidas, respeitando todas as classes e estabelecendo uma igualdade necessária?"

PS: Tentei fazer uma resenha da forma mais imparcial possível e apenas expondo o que os autores mostraram no livro. ;)

Músicas que combinam com o livro: Toda forma de poder- Eng do Hawaii e o álbum Animals do Pink Floyd
Davyd 31/03/2021minha estante
Fera como sempre. Aplausos que vc merece.


Celestino 31/03/2021minha estante
Grande Davyd, muito obrigado meu caro, fico feliz que gostasse.


Ananias 08/04/2021minha estante
Caranba, assim vou ter q ler o livro kk


raafaserra 12/07/2021minha estante
resenha muito show!




Will 23/01/2023

Ótimo relato e também um sinal de alerta...
Como as democracias morrem é uma ótima análise histórica, descrevendo como a queda da democracia não costuma acontecer naquele choque do golpe e do fechamento das instituições reguladoras, mas sim em movimentos sutis que vão desarmando as forças de oposição e ruindo a estrutura política local.
O livro é focado nos EUA, descrevendo toda a história da democracia americana, seus percalços ao redor dos anos, a forma como repeliu políticos voltados aos extremos ou outsiders, até chegarmos a Donald Trump. Apesar de descrever acontecimentos em regimes de vários países, englobar ditaduras tanto de direita como de esquerda, o ponto principal se passa na forma como a retórica de divisão e ódio, o questionamento das eleições e uso de contornos legais na lei eleitoral ajudou a eleger Trump. O mais impressionante é a semelhança com os acontecimentos de nosso país dos últimos anos.
Termino Como as democracias morrem um tanto assustado, porém mais atento aos detalhes, às assinaturas escusas, decretos utilizados de maneira sutil e principalmente pelo uso do populismo para inflamar as massas e tentar contornar a vontade da maioria e respeito às minorias por meio do uso da força. Ótima leitura, recomendo!
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anadupui 07/06/2020

Contém spoiler com vida real...
Eu estava enrolando para ler este livro. Não porque eu iria detestar, mas porque o livro a época estava na lista dos mais lidos em 2018. Eu não gosto muito de ler livros considerados hype. Acabei lendo em conjunto com o audiobook da Autibooks e foi bem interessante a leitura conjunta.
Escolhi ler este livro numa época muito turbulenta em nossa política. Então tive que pausar semanas para assimilar cada palavras, frases, parágrafos. Não foi fácil encarar! O livro toma como ponto central a política norte-americana, mas que poderia se encaixar com os "protagonistas" do cenário político brasileiro. Foi o livro onde aprendi o termo Outsider (e me influenciou a assistir àserie - mesmo não tendo nada a ver com o livro, mas no fundo faz sentido com um conceito sociológico - risos aqui - de Outsider) de Stephen King (nome da serie: Outsider). E o que achei? Livro (sensacional) que merece imprescindível leitura.
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Vivi 02/06/2020

Para entender melhor sobre democracia e política
O livro retrata a política dos EUA, que também nos serve de parâmetro para conhecer melhor sobre o assunto. Nos traz uma visão para enxergar como os atos antidemocráticos podem afetar toda uma sociedade e tudo que já foi conquistado de positivo para uma nação. É uma leitura preocupante, porém necessária. Recomento à todos que leia e busque conhecimento cada vez mais.
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Pati 14/09/2022

Necessário
Acredito que todos deveriam ler esse livro antes de idolatrar qualquer político?

O livro é muito bem escrito e didático. Achei a leitura bem fluida, bem diferente de uma aula?

É possível aprender sem ficar entediada!!
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