Na Alcova

Na Alcova Guilleragues...




Resenhas - Na Alcova - Três Histórias Licenciosas


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Mateus Sant'Ana 24/04/2020

O primeiro conto do livro, confesso, não conseguiu me agradar. As lamúrias da escritoras das cartas apenas me fizeram querer que as páginas acabassem mais rapidamente. As outras duas histórias, no entanto, foram muito mais interessantes. A última, ao envolver uma trama bastante envolvente, que nos faz entrar na perspectiva do personagem principal, sem saber onde aquela história nos levará, é muito marcante.
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Luísa 14/01/2011

As três narrativas que compõem esse livro são diversas, não apenas pelo tempo - a primeira data do século XVII e a última do final do século XVIII -, mas também pela temática. A primeira trata-se de uma narrativa epistolar; uma religiosa portuguesa escreve cartas para o amante que a abandonou. As cartas são extremamente arrebatadas, intensas e contraditórias. Já a segunda traz o relato de uma senhora que diz ter se encontrado com um silfo, dando um quê de fantasia à história. Destaco principalmente a terceira narrativa, que mais me impressionou pela sua trama de jogo e sedução, à la As relações perigosas. Vale a pena ler esta edição para se inteirar, também, de autores franceses menos conhecidos.
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Rafael Mussolini 19/11/2019

Na alcova: Três histórias licenciosas
"Na alcova: Três histórias licenciosas" foi publicado pela editora Companhia das Letras em 2001. Reúne três contos franceses clássicos que são "Cartas portuguesas" de Gabriel de Lavergne, visconde de Guilleragues. "O silfo" de Claude-Prosper Jolyot de Crébillon, dito Crébillon filho e "Por uma noite" de Dominique Vivant Denon.

O livro é uma delícia de ler, pois as três histórias representam mais de um século de ficção e são escritas com caractrísticas literárias distintas, apesar de se tratarem de um mesmo gênero - o conto.

No primeiro "Cartas portuguesas" temos acesso literalmente a cartas de uma mulher extremamente apaixonada e também extremamente magoada perante a ausência e o abandono de seu grande amor. São cartas que não poupam o teor de sofrimento e entrega e que consegue transmitir ao leitor toda a dor da remetente Mariana, uma mulher seduzida e abandonada em seu convento por um oficial francês.

Na segunda história, "O silfo" e também meu conto preferido desse livro, acompanhamos o diálogo de uma mulher com um espírito, uma entidade que aparece em seu quarto no meio da noite. Essa aparição - o silfo, se apresenta como um amante perfeito, um companheiro que não deixa brechas para que a falta de algo tome conta dos pensamentos de uma mulher, pois ele conhece cada detalhe que se passa na mente de todas as mulheres. É uma promessa de relacionamento perfeito com algumas consequências que podem ser um tanto quanto definitivas. "Somos amantes um tanto perigosos, sabemos de tudo o que se passa no coração de uma mulher. Ela não seria capaz de conceber um desejo que não pudéssemos satisfazer..."

A terceira história chamada "Por uma noite" tem como um de seus temas principais a iniciação sexual de um jovem de 20 anos. O porém é que nessa noite esse rapaz se encontra envolto numa trama rebuscada arquitetada pela audaciosa Senhora de T***. Apesar da história ser narrada pelo personagem masculino, percebemos que o foco central é a Senhora, sua trama e sua emancipação que desafia inclusive as amarras do final do século XVIII.

O que une os três contos é o trabalho com personagens femininas em processo de libertação. As três se vêem diante de situações onde apenas suas escolhas podem mudar ou controlar completamente o rumo de suas histórias e elas bancam o peso dessas escolhas mesmo que com estratégias que as deixem escondidas atrás do mito da fragilidade feminina.
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