Resenhas - Nunca É Pra Sempre

Guilherme Ramos 13/03/2021

Todo mundo tem um parente difícil assim?

Adelaide é uma mulher casada com Alfredo, com ele tem dois filhos, Ricardo o mais velho e Perseu mais novo. Ela é uma pessoa extremamente difícil, no entanto, a princípio somente o marido sabe disso, pois a sua vida é totalmente controlada pela esposa. Ela possui o péssimo hábito de jogar fora os contatos profissionais do marido, pois toda vez que ele chega do trabalho, se ele não arranja uma estratégia para esconder tais contatos, ela vistoria sua pasta de trabalho e cheira sua roupa incessantemente, pois tem pensamentos fixos e neuróticos com traição.

Tudo piora quando Ricardo, o filho mais velho está no auge da adolescência e começa a paquerar as meninas da sua idade, da sua escola. Ela então começa também a perseguir o filho com sua neurose e obsessão, sem o filho ao menos desconfiar, pois ela age de forma estratégica e calculada e toda vez que um contatinho do filho some ele acredita ser um trote do irmão mais novo, logo brigas entre os dois começam a surgir e claro, Perseu o filho mais novo é injustamente acusado. Adelaide parece sentir algum certo prazer na situação, pois presencia tudo e nada faz para ao menos amenizar as discussões. Quando Alfredo toma conhecimento dos ocorridos dá conta que agora a esposa já está passando muito dos limites e começa a impor barreiras e limitações mais severas, ameaçando inclusive o divórcio.

Adelaide vai passar uns dias na casa de sua irmã Jane, que está casada com Eduardo e juntos tem João Miguel, filho do casal. Tudo parece correr bem, mas, Adelaide é mentalmente desequilibrada e invejosa, percebe a vida próspera que a irmã possui e como há harmonia e união dentro daquele lar, logo ela começa a tramar intrigas para incutir suas neuroses e psicoses na mente da irmã e logo a confusão está armada, começa toda a desordem em um novo lar e novamente Adelaide se torna um verdadeiro estorvo no convívio familiar.

Nem mesmo Adelaide sabe o porquê age assim, mas, sabe que sente imenso prazer no desequilibro e na desarmonia, por todos os lugares que passa, cria caos e confusão, tem sempre a necessidade de estragar momentos felizes e se deliciar com a dor e decepção que causa muitas vezes para as outras pessoas. Agindo de forma egoísta e autoritária, ela vai seguindo sua vida, esquecendo-se que nada nunca é para sempre e que para tudo existe um preço a se pagar, a lei da ação e reação é para todos e uma hora a conta chega.

Vivendo em um mundo de ilusão, os anos passam e Adelaide se vê cada vez mais só, o único que ainda a acompanha é seu mentor Magno, que já viveu em outras encarnações ao lado de Adelaide, ele tem como missão acordar a consciência da protegida para que a mesma mude suas condutas e tome logo partido do que se propôs no plano astral a cumprir nessa encarnação. Assim toda vez que Adelaide se desdobra ele sempre chama sua atenção oferecendo cada vez mais a sua mão para que ela se desprenda logo desse círculo vicioso, o que claro, sempre é ignorado e desprezado por aquele espírito tão confuso e perdido.

O livro vai abordar temas como obsessão, neurose e psicose, egoísmo e revolta. Adeilade é um personagem tão complexo, tão revoltado consigo mesmo que desconta suas frustrações em todos que passa pelo seu caminho. Embora Magno sempre esteja ali iluminando sua mente e espírito, ela é uma pessoa completamente ciente de seus atos, ela conhece os sentimentos verdadeiros que a família possui por ela, mesmo sendo tão difícil, mas, não faz esforço algum para se viver bem, ela é egoísta e arrogante, só quer o bem-estar para si mesmo, os outros que se virem. Ela é a própria obsessora de si mesma, embora com seu jeito de ser ela sempre atraia entidades de igual sintonia, ela não possui exatamente nenhum débito com alguém em específico, apenas consigo mesma, daí tal complexidade que acaba se tornando em profunda frustração.

O que entendemos ao ler esse livro é que a personagem principal é um espírito em construção, com muitas dificuldades e resistência em se adaptar ao mundo. Percebe-se nitidamente que Adelaide já foi muito pior e que mesmo sendo uma pessoa difícil, está também como qualquer outro a caminho da evolução, do encontro de si mesma e de aceitação.

Embora seja um livro curto, pequeno, de leitura fluída é um livro profundo, estória marcante e que provoca grandes reflexões a cerca dos temas apresentados. Todos nós conhecemos mesmo que indiretamente uma pessoa ao nível de complexidade de Adelaide, quando não ao nível, um pouco próximo. Todos nós temos um parente difícil assim, mesmo que não convivamos diretamente com ele e é preciso saber lhe dar com essas pessoas e por mais que muitas vezes seja difícil orientar, controlar e etc uma pessoa sem juízo. É necessária a paciência e perseverança para auxiliar essas mesmas pessoas no seu progresso, na sua caminhada evolutiva. As terapias diversas e os profissionais de saúde mental existem justamente para prestar esse suporte e esse auxílio a pessoas como Adeilaide, que precisam de muito equilíbrio e esclarecimento e certamente muito amor e compreensão das pessoas para alcançar seus objetivos na jornada da alma.

Amei essa estória, amei esse livro, super recomendo!
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Quotes do livro:

“Tudo é trabalho e o trabalho traz a conquista. As oportunidades são as mesmas para cada um.”

“Maturidade espiritual está realmente em separar o joio do trigo e saber o que fazer com eles da forma mais útil possível.”

A Holdford 13/12/2018

Quando os pequenos problemas vão tomando grandes proporções
Nunca havia lido nenhum livro da autora Amarilis de Oliveira, mas adorei a forma como ela narra a trama, deixando o leitor a cada instante mais intrigado sobre até quando a sua protagonista vai insistir nesse erro? Não é um livro fácil de deixar de ladinho e dormir, sabe? Quando percebi já era quase dia e tivesse que deixá-lo para depois, mesmo não querendo.

A trama é sobre Adelaide. Ela é casada com Alfredo e possui dois filhos Ricardo e Perseu. Embora aparentem uma família comum, a situação dentro de casa é caótica e mesmo que Alfredo tente esconder os problemas dos filhos, uma hora não há mais nada a se fazer além de contar-lhes a verdade.

Acontece que Adelaide é possessiva e tirana. Ela joga todos os papéis com números de telefone (seja de mulher ou homem) e documentos que achar em meio as coisas de seu marido, não preocupando-se se são importantes ou necessários. Além disso, ela cheira as roupas dele em busca de algum sinal de que ele a traia e isso o magoa muito.

Mas enquanto a situação era apenas com ele, Alfredo tentava aguentar as pontas sem demonstrar aos filhos. Porém ela começa a fazer o mesmo com as coisas do filho mais velho, Ricardo, fazendo com que o rapaz ameace bater em Perseu, pois não desconfiar que seja a mãe que faz isso. Aliás, ela presencia as brigas e nada faz, parece sentir prazer em ver a desarmonia.

Quando Ricardo começa a sair com uma menina, ela o segue e depois consegue falar com a garota e mente que ele engravidou "a filha dela e sumiu", só para que seu filho não se relacione com ninguém. Em sua cabeça seus filhos não podem namorar ou se casar, pois devem viver somente para ela.

Mas todas essas coisinhas vão se tornando uma grande bola de neve e quando percebe que a esposa está maldizendo o próprio filho deles, Alfredo a coloca contra a parede e pede para que trate-se com um psiquiatra ou ele vai querer o divorcio. Mas primeiramente ela tenta o suicídio e depois sai de casa só para não se tratar. Ficando na casa da irmã, Jane, não demora para que Adelaide também plante a dúvida e a discórdia no local, além de recusar-se a ver ou falar com seus próprios filhos e o marido.

A forma como a autora escreve é contagiante e ao mesmo tempo que você fica extremamente irritada com as atitudes de Adelaide, você quer que ela cloque a mão na consciência e veja que está fazendo tudo errado. Mas, vamos lá, deixa eu contar que ela não terá um final muito feliz não, então essa é a cereja do bolo, sabe? Já que a maldade feita ao outro uma hora volta prestar contas.

site: https://tudooqueeuleio.blogspot.com/2018/08/livro-nunca-e-pra-sempre-por-amarilis.html

Amauri.Santos 22/01/2019

Nunca é pra sempre!
Nunca é pra sempre, narra a estória de Adelaide, mulher de personalidade difícil, que nos faz refletir bastante sobre nosso cotidiano!
Quantos de nós não cruzamos com uma pessoas assim, ou quantos de nós, não fomos Adelaide algum dia, ou em alguma vida?
A trama gira em torno de Adelaide e sua família, uma estória muito real, com acontecimentos comuns em todas as famílias, o que me fez gostar do livro, é que é senti uma verdade muito grande em cada linha que eu lia, pois todo mundo tem um parente difícil!
A espiritualidade se fez presente desde o início até o final, sem precisar ser algo muito doutrinário, de uma forma leve e forte ao mesmo tempo, a autora soube conduzir muito bem a estória!
Aproveito para parabenizar a escritora Amarils de Oliveira, e o espírito Carlos Alberto Guerreiro!
Temos sempre que ter em mente que a felicidade é algo que só depende de cada um de nós, não está no outro, e sim em nós mesmos, a outra pessoa vem contribuir de alguma forma, mas esse trabalho é seu e de mais ninguém!
Indico a leitura pra quem gosta de tramas reais, que falem do cotidiano, não deixando é claro de falar sobre a espiritualidade, e afins