Luciana Dryer 22/04/2020História linda, selvagem, cruel e verdadeira!!!
❤️ “A Grande Solidão” é assim que o Alaska é para aqueles que conseguem sobreviver a ele e conseguem amá-lo acima de sua dureza.
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❤️ As únicas certezas que Leni tinha na vida, eram seu amor aos livros e o fato de não ficar mais que um ano letivo na mesma escola. Ela e seus pais estavam sempre se mudando, o tempo todo, porque seu pai não conseguia ficar em nenhum emprego e sempre buscava um lugar novo para viver. Ernt foi prisioneiro de guerra, da guerra do Vietnã e tudo mudou, ele mudou, quando voltou para
casa.
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❤️ Em 1974 eles mudaram para o Alaska e só então Leni entendeu quem era seu pai, o quanto ele era cruel, o quanto a guerra havia transformado o pai que ela tinha em suas lembranças, o pai que sua mãe insistia que ela carregasse em seu coração. Só na vastidão do Alaska ela entendeu os motivos da mãe, uma mulher bonita e alegre, de sempre fazer tudo que ele queria, de nunca ir contra suas vontades e convicções. Cora tentou proteger Leni, tentou esconder dela o que realmente acontecia, mas o inverno longo e cruel e a vida selvagem do Alaska não permitiram mais que a verdade fosse ocultada e finalmente, tudo veio à tona. Seu pai era violento, era manipulador, e usava a desculpa de não ter superado as barbaridades sofridas na guerra para descontar na esposa toda sua raiva e loucura.
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❤️ A escrita da autora é de uma realidade assustadora, a forma como ela descreve as situações, os personagens, os sentimentos, é crua, é bela, é desconcertante, é verdadeira. A história entra na gente e deixa uma marca profunda.
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❤️ Os personagens foram construídos de maneira perfeita, cada característica, cada descrição, cada qualidade, cada falha, que chega a ser palpável. Eu amei e odiei com intensidade. Chorei de soluçar pelo sofrimento deles, pelas conquistas, pelos desfechos tão bem escolhidos para suas histórias.
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❤️ Não é um livro fácil, a cruel da violência doméstica que acompanhou a família de Leni até o fim, nos revolta, nos faz sofrer junto. A passividade de sua mãe, aceitando os maus tratos, a vida dura, as surras, tudo por amor, nos mostra o quanto somos frágeis, o quanto nossas escolhas podem gerar consequências devastadoras na vida de quem amamos. .
❤️ Mas o livro não é só sobre violência, Kristin conseguiu colocar doçura na história com o amor inocente e destemido de Leni e Mattew, e o desfecho para os dois me emocionou, aqueceu meu coração. Me fez ver que amar não é sobre aparências, mas sim sobre o que somos por dentro. Que uma família estruturada é a base perfeita para qualquer pessoa seguir na vida, superando problemas e buscando a felicidade sempre.
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❤️ Outro detalhe muito bem retratado pela autora foi a força da mulher alaskiana, o quanto elas aguentavam firmes a vida dura em um lugar inóspito, os valores que passavam a seus filhos, a influência sobre as decisões, essas sim eram empoderadas!!! .
Não sei se consegui descrever tudo que senti, me faltam palavras, mas sei que nunca vou esquecer dessa história!!!