Fabi | @ps.leitura 15/04/2020{resenha feita no blog PS Amo Leitura}A Grande Solidão, publicado pela Editora Arqueiro em 2018 e escrito pela maravilhosa Kristin Hannah, vai contar uma história de uma família em busca da sobrevivência.
Alasca, 1974
Ernet Allbright voltou da Guerra do Vietnã. Totalmente traumatizado com o que viu e presenciou, decide mudar de cidade a todo instante, mas dessa vez, ele busca um local que deixaria sua família isolada em segurança. Decidiu morar no Alasca.
Sua esposa, Cora, faz de tudo para deixa-lo feliz, mesmo que isso inclua seguir para o desconhecido. E sua filha Leni, de 13 anos, também acredita que essa nova mudança trará um futuro melhor para todos.
Alasca pode parecer a resposta para tudo, pelo menos no primeiro momento. Apesar da família Allbright estar despreparada para o que vão enfrentar nos próximos dias, a generosidade dos moradores locais compensa todo o despreparo e os ajudam a mantê-los quentes e em segurança.
O problema que a segurança que realmente precisavam, não era possível ninguém ajudar. As ameaças do lado de fora são menores do que o perigo que apenas Cora e Leni enfrentarão dentro de casa.
Falar de Kristin Hannah e não falar como suas obras são capazes de nos destruir, então estaríamos falando de pessoas diferentes. A forma como a autora consegue fazer com que a gente sinta, viva, sofra e lute junto com suas personagens é inexplicável.
Em A Grande Solidão, eu tive vários momentos de raiva, mas também tive muitos momentos de tristeza. É muito difícil quando alguém vive um perigo dentro de casa e acredita que aquilo “nunca mais irá acontecer”, mas que na verdade é algo que nunca mudará.
A justificativa muitas vezes usada por Cora, era por Ernt ter lutado na Guerra do Vietnã e isso proporcionou muitos traumas, mas quem ela gostaria de enganar? Apesar de entender todos os horrores que a Guerra pode causar na vida de alguém, nada justifica as atitudes agressivas, tóxicas e sufocantes.
Um livro de ficção, mas que mostra a realidade.
Apesar de todo o contexto que a autora criou nessa obra e do ano narrado, sabemos que isso, infelizmente, acontece muitas mulheres. É doloroso e difícil descrever. Senti, inúmeras vezes, a garganta seca enquanto avançava em cada capítulo e me causou um aperto no coração enorme.
Dentre todos os capítulos, o que mais me destruiu foi o capítulo 9. Não, não vou contar o que realmente acontece nele, mas quis ressaltar que nesse ponto em diante, eu já conseguia imaginar como o livro iria seguir e que ele iria me proporcionar uma emoção jamais sentida antes com os livros da Kristin Hannah. E foi o que aconteceu.
Além desses horrores enfrentados por mãe e filha, há outro desenvolvimento na história que é a personagem Leni. Ela vai crescendo ao longo da trama e acaba perdendo um pouco da sua infância, pois tudo que presenciou a fez amadurecer mais cedo. E muitas coisas acontecem ao longo de sua trajetória: muitos sonhos, a descoberta do primeiro amor e um destino jamais esperado.
Esse livro tem uma tocante história sobre amor e perda, sobre o instinto de sobrevivência, um retrato da fragilidade e da resistência humana. É aquele livro que, após finaliza-lo, é necessário um tempo para refletir todos os detalhes apontados.
A Grande Solidão foi meu quarto contato com a autora e, mais uma vez, devo dizer que ela é esplendida! Ela sabe como conquistar o coração do leitor, destruir, reconstruir os pedacinhos aos poucos e proporcionar muitas emoções ao virar de cada página.
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