@bibliotecagrimoria 19/05/2023
É a segunda vez que leio esse livro. É interessante como ele ainda é extremamente complexo mas, ao mesmo tempo, consegue se fazer entender.
O livro surge como uma análise de Marx sobre o golpe de Estado de Luís Bonaparte (sobrinho de Napoleão) no dia 2 de dezembro de 1851. Marx produz o estudo por encomenda de um jornal estadunidense (à época Marx era o correspondente internacional na Inglaterra desse jornal).
Partindo das obras anteriores de Proudhon e Victor Hugo, que também se propuseram a analisar o golpe de Estado mas, sob uma perspectiva que mais destacava a figura de Luís Bonaparte ou colocando o golpe como um acontecimento inesperado. Marx se propõe a demonstrar que o golpe não era inesperado, nem Luís Bonaparte um habilidoso estadista. Para isso, Marx parte da análise do golpe a partir das lutas de classe na França do período.
A dificuldade para entender seu conteúdo está consiste nas várias referências à acontecimentos, personalidades da época que nos fogem em detalhes.
Porém, ao apresentar as motivações de classe, as cisões entre grupos e as incapacidades políticas que levaram a França a mergulhar em um período de instabilidade política que propiciou o golpe de Luís Bonaparte, Marx demonstra a eficiência de seu método que, naquele instante, estava sendo inaugurado. por isso a relevância da obra, que, para os adeptos da corrente marxista, sem dúvidas é um trabalho para ser lido mais de uma vez.