@aprendilendo_ 31/05/2020
Resenha de Deus no Banco dos Réus
Publicado em 1970, sete anos após a morte de seu escritor, Deus no Banco dos Réus compila vários artigos e textos de Clive Staples Lewis ao longo de 24 anos. Organizado por Walter Hooper, antigo secretário de Lewis, o livro divide-se em quatro partes bem explicadas no prefácio: "A Parte I contém ensaios claramente teológicos; a Parte II contém ensaios que chamo de semiteológicos; e a Parte III inclui ensaios cujo tema básico é ética. A Parte IV é composta por cartas de Lewis organizadas na ordem cronológica em que foram publicadas.".Dito isso, o livro compõe-se basicamente dos temas mais abordados por Lewis em sua vida, inclusive os quais para alguns fez livros exclusivos como, por exemplo: Ética para Viver melhor e Cristianismo Puro e Simples.
Nesse contexto, com 400 páginas, quatro partes, 48 capítulos e 12 cartas, Deus no Banco dos Réus entrega um pouco de tudo, desde entrevistas e conversas de Lewis até suas crenças no Deus Altíssimo. Além disso, réplicas a contestações de suas obras e opiniões diversas sobre o natal, pena de morte, questões sobre religião e ciência e até uma crítica a um nacionalismo exacerbado (tão presente e assustador nos dias de hoje) encontram-se igualmente presentes.
Por esse motivo, poucos são os capítulos com mais de vinte páginas, menos ainda aqueles os quais se estendem muito nos pensamentos complexos de Lewis. Tal característica não desfaz a bela forma pela qual o autor demonstra sua crença e sustenta seus conteúdos profundos e pertinentes. Pelo contrário, apenas tira o peso e o medo da obra ser exageradamente "difícil",tornando-a uma leitura leve e acessível para aqueles sem muito tempo os quais desejam ter belos momentos de aprendizado e fé enquanto conhecem um pouco mais o criador de Nárnia.
Deus no Banco dos Réus era, antes mesmo de terminar, um dos meus livros favoritos. Com uma diversidade única dos trabalhos do autor, não foram poucas as páginas grifadas e as reflexões tiradas desta obra tão rica em sabedoria a qual foi responsável por transformar C.S Lewis no meu escritor preferido, inclusive responsável por um conselho inesquecível sobre escrever no qual diz: "O caminho para se desenvolver um estilo é: (a) saber exatamente o que deseja dizer; e (b) ter certeza de que está dizendo exatamente isso.".
Pertinente, instigante, diverso e sábio, esses são apenas alguns dos elogios possíveis a essa obra tão bela a qual consegue ao mesmo tempo, gerar bons aprendizados e homenagear o Deus a quem Lewis servia.
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