spoiler visualizarvinialmanegra 28/07/2023
O (quase) fim da jornada do Devorador de Mundos
Quando eu comecei a leitura desse volume eu estava preparado para qualquer coisa, mas definitivamente não esperava por isso. E isso é uma coisa boa, sabe? Expectativas quando quebradas positivamente valem a pena.
Ruff Ghanor não é um herói aos moldes tradicionais, suas responsabilidades e anseios, as missões auto impostas, todas elas o levam a um caminho de violência e perdição. Ele sofre o tempo todo ao longo desse livro, sua mente em um loop constante entre o que ele deve fazer e o que deveria fazer. Tornar o mundo verde bom é o que importa, não importa o custo. É muito claro que os traumas de Ruff moldaram quem ele é de um jeito tão absurdo que ele não consegue mais ser outra coisa. A perda do Prior, a traição de Axia, o ato que o levou a trair Bellitz, a amizade desfeita com Korin, mesmo o sacrifício de Dunnius, tudo isso feriu ele e criou barreiras que o levam a fazer coisas que em diversos momentos fazem surgir a seguinte questão: "🤬 #$%!& , o Ruff não faria isso! Ele é o herói! O Leonel pirou nessa decisão!" Mas isso não é verdade, está tudo ali. No fim, antes de ser rei, santo e herói nas palavras de Mubruk: "Ele é humano."
Entretanto, em alguns momentos mais uma vez não consegui enxergar o mapa todo, sei lá, uns plots muito do nada, mas que foram legais no fim.
Sobre o final, mesmo sabendo que o Ruff não ia tornar o mundo verde e bom, por causa de toda a narrativa dos Nerdcasts RPG fiquei muito triste com o fracasso do Ruff. Torço pelo herói falho, estou ansioso para o próximo volume da saga e ver se mesmo falando Ruff será feliz de alguma forma.
Mas devo dizer algo pessoal, um dia eu quero escrever como o Leonel, a escrita dele é divertida e violenta. É algo pesado em diversas partes, mas os subtextos que ele expõe no fim são todos perceptíveis ao longo da história. Toda a narrativa do peso da idade se abatendo no gigante, 🤬 #$%!& , aquilo é lindo. Quando o Ruff se culpa por não ter ido visitar Lurius ao longo dos anos, mesmo quando podia, devido às responsabilidades e o cansaço me fez chorar, me fez pensar no meu pai, em todas as histórias que ele ainda pode me contar e que às vezes eu não tiro um tempo para ouvir.
Enfim, uma ótima leitura. Ansioso pelo último e por tudo mais que o mundo de Ghanor pode prover, a trilogia do Ruprest.