Rumo ao Farol

Rumo ao Farol Virginia Woolf




Resenhas - Rumo ao Farol


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Andreia508 18/04/2024

Meu primeiro contato com Virgínia Woolf.
É um livro difícil de ler, tem que estar atento, é como se estivéssemos lendo os pensamentos de cada personagem .
Recomendo a leitura.
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3.0.3 27/03/2024

O tempo passa: vida, fica parada aqui
“As noites estão agora cheias de ventania e destruição; as árvores cedem e se curvam, e suas defloradas folhas voam a torto e a direito até cobrirem todo o gramado e acabarem aos montes nas bocas de lobo, e entupirem os bueiros, e inundarem as úmidas trilhas. O mar também se agita e rebenta, e caso algum adormecido, imaginando que possa encontrar na praia uma resposta para suas dúvidas, um comparsa para sua solidão, se desfaça de suas roupas de cama e desça sozinho para caminhar na areia, nenhuma imagem, com atitude de ajuda e divina presteza, acorre prontamente para trazer a noite à ordem e fazer o mar refletir a bússola da alma. A mão encolhe-se em sua mão; a voz grita em seu ouvido. Parece quase inútil fazer à noite, nessa confusão, estas perguntas referentes ao quê, e ao porquê, e ao para quê, que tiravam o adormecido de seu leito para buscar uma resposta.”

Escritora à frente de seu tempo, Virginia Woolf (1882-1941) deixou um legado literário impressionante. Ela começou a sua carreira em 1904 como crítica literária, mas foi por meio de seus romances que demonstrou sua sensibilidade e conhecimento. No princípio do século XX, Virginia Woolf defendeu a causa das mulheres, lutando contra a opressão e a ignorância. O compromisso da autora com o esclarecimento e com a inclusão é digno de nota. Ela não se encastelou nos estreitos limites do elitismo.

A leitura de Ao farol (1927) requer atenção, pois não é uma obra simples. Virginia Woolf catalisa as exigências artísticas de sua época de forma criativa. Embora a sua escrita seja comparada a de James Joyce (1882-1941), cabe ressaltar que a abordagem de Woolf é diferente: ela se vale da consciência narrativa (fluxo de consciência) para lançar o leitor no íntimo das personagens durante o desencadear da trama. Assim, o texto apresenta monólogos num fluxo contínuo de consciência e, nesse processo, é como se habitássenos a mente das personagens. Além disso, a obra usa frequentemente parênteses para indicar movimentos silenciosos e vislumbres de perspectiva. O resultado é inefável. Virginia Woolf mergulha nas profundezas do nosso ser e desvenda as complexidades do reino interior.

A história se desenrola em uma estrutura narrativa não linear. Enquanto alguns momentos acontecem no presente, outros são lembranças. A ênfase que Virginia Woolf dá à vida interior de seus personagens alinha-se com a exploração da mente consciente e inconsciente, estudada pelo médico Sigmund Freud (1856-1939). Em seu romance, Woolf desvia sua atenção dos eventos externos para adentrar no labiríntico e multifacetado mundo da psique humana. Em outras palavras, é a consciência das personagens quem dita a passagem do tempo. Por exemplo, uma simples tarde ocupa mais da metade do livro, enquanto os dez anos subsequentes são condensados ​​em poucas páginas. O extenso desenvolvimento de pensamentos nos dá uma perspectiva da Sra. Ramsey e também sublinha o impacto que o tempo exerce sobre as coisas, as forças da natureza e o incessante esforço da humanidade para suportar as provações da vida.

“Como, então, perguntou-se, conhecíamos uma coisa ou outra sobre as pessoas, fechadas como elas eram? Tão-somente como uma abelha, atraída por alguma doçura ou acritude no ar, intangível ao tato ou ao paladar, visitávamos a colmeia em forma de cúpula, percorríamos, sozinhos, as vastidões do ar por sobre os países do mundo, e então visitávamos as colmeias com seus murmúrios e fervilhamentos; essas colmeias que são as pessoas.”

A narrativa está estruturada em três seções: “A Janela”, “O Tempo Passa” e “O Farol”. "A Janela" se desenrola antes do início da grande guerra, apresentando aos leitores os Ramseys e seus oito filhos enquanto recebem alguns convidados em sua casa na Ilha de Skye, na Escócia. Situado no lado oposto da ilha, ergue-se um farol. O jovem James Ramsey, de apenas seis anos, deseja visitar o farol, mas a sua mãe diz que só irão se o tempo melhorar. O Sr. Ramsey, seu pai, rejeita as aspirações de seu filho, que fica bem chateado. Virginia Woolf transforma um acontecimento aparentemente trivial em algo extraordinário. Cada palavra ressoa em nossos sentidos. A essência indescritível e melancólica que paira sobre as coisas é deixada à interpretação do leitor – é o inexplicável que tem mais significado.

Os convidados são: Charles Tansley, um indivíduo que tem grande respeito e admiração pelo trabalho filosófico do Sr. Ramsey; Lily Briscoe, uma pintora que resolve pintar um retrato da Sra. Ramsey, mas que enfrenta obstáculos devido aos comentários de Charles Tansley, que mina a sua confiança ao afirmar que as mulheres não têm habilidade para pintar ou escrever; William Bankes, um botânico conhecido por sua gentileza; Paul Rayley e Minta Doyle, que atenderam aos desejos da Sra. Ramsey e se casaram; e o enigmático poeta Augustus Carmichael, que habita as sombras de seus pensamentos, até que os seus poemas são amplamente reconhecidos durante o período de guerra.

Anfitriã notável, a Sra. Ramsey quer garantir que seus convidados tenham momentos inesquecíveis. Embora seja uma esposa dedicada e carinhosa, frequentemente enfrenta desafios para administrar as mudanças de humor e o egocentrismo do marido. A Sra. Ramsey lida com as dificuldades de seu papel como anfitriã, mãe e esposa, equilibrando as complexidades domésticas e sociais. No meio de tudo isso, ela triunfa ao transformar um simples jantar em algo extraordinário.

“Tricotando sua meia peluda de um marrom avermelhado, com sua cabeça absurdamente recortada pela moldura dourada, pelo xale verde que ela tinha jogado sobre a quina do quadro e pela obra-prima autenticada de Michelangelo, a Sra. Ramsay amaciou o que tinha havido de ríspido em sua atitude um momento antes, levantou a cabeça de seu garotinho e beijou-o na testa.”

Filósofo metafísico, o Sr. Ramsay nutre profundo afeto pela sua família. Ele reconhece os seus próprios limites intelectuais e entende que suas contribuições não terão qualquer significado para as gerações futuras. Naturalmente, essa constatação tem consequências, e é a sua família quem acaba suportando o fardo de sua índole egocêntrica e dura, decorrente de suas incessantes preocupações pessoais e profissionais. Embora reconheça e aprecie a dádiva de ter uma família, ele espera empatia, atenção e assistência incondicionais ​​tanto de seus familiares quanto daqueles que visitam a sua casa.

Na segunda parte, “O Tempo Passa”, o tempo acelera. A guerra irrompe por toda a Europa, trazendo consigo uma série de acontecimentos trágicos. A morte da Sra. Ramsey, a morte de seu filho Andrew em batalha e a perda de Prue Ramsey devido a complicações no parto acontecem no espaço de dez anos. Esses momentos são apresentados entre colchetes. Um capítulo conciso cujo foco é a casa de verão abandonada e as transformações que acontecem dentro e fora de suas estruturas.

“Nada parecia conseguir quebrar esta imagem, corromper esta inocência, ou perturbar o oscilante manto de silêncio que, semana após semana, na sala vazia, tecia em si mesmo os gorjeios cadentes dos pássaros, os navios apitando, o zumbido e o zunzum dos campos, o uivo de um cão, o grito de um homem, e os drapeava em volta da casa em silêncio. Apenas uma vez, uma tábua estalou no patamar; apenas uma vez, no meio da noite, com um estrondo, com um rasgão, tal como, após séculos de repouso, uma rocha se desprendeu da montanha e caiu ruidosamente no vale, uma dobra do xale se afrouxou e ficou balançando. Então a paz voltou a descer; e a sombra tremulou; a luz curvou-se em adoração à sua própria imagem sobre a parede do quarto.”

No capítulo intitulado "O Farol", o Sr. Ramsey, acompanhado por seus filhos James e Cam, retorna para sua casa de verão após o fim da guerra. Apesar das tentativas do Sr. Ramsey de preencher as lacunas entre ele e os filhos, ainda há vestígios de ressentimento devido à sua natureza dominadora. Outros convidados também se juntam a eles, incluindo Lily Briscoe, que não simpatiza com o Sr. Ramsey, embora ele faça um esforço para se conectar com ela. Finalmente, começa a tão esperada viagem ao Farol. É durante a viagem que Lily decide terminar a pintura que começou há uma década. A importância desse último capítulo reside no fato de a pintura não ser apenas uma pintura e o farol não ser apenas um farol. Ambos servem como interseções simbólicas do passado, representando as perdas sofridas ao longo dos anos devido aos vários caminhos da vida, à guerra e ao tempo.

“Onde começar? Essa era a questão; em que ponto fazer o primeiro traço? Uma única linha colocada na tela atrelava-a a inúmeros riscos, a frequentes e irrevogáveis decisões. Tudo que, em ideia, parecia simples, tornava-se imediatamente complexo na prática; tal como as ondas se formam simetricamente desde o alto do rochedo, mas aos olhos do nadador nelas mergulhado se dividem em profundos abismos e cristas espumantes. Mas deve-se correr o risco; dar o primeiro traço.”

Durante a leitura, pode-se pensar o significado do feixe de luz do farol. Ele atravessa as várias emoções interpessoais, esclarecendo como são influenciadas pelas normas sociais e pelas pressões externas. O farol, isolado em sua solidão, é o símbolo da negligência emocional que impomos aos outros e, em última análise, do qual somos vítimas – como navios que naufragam em noite tempestuosa. Não importa o que aconteça, o tempo nos atravessará, como o feixe de luz de um farol que nos ilumina e nos chama das sombras por um breve momento e depois passa novamente para nos lançar sem forma à escuridão. O romance revela que a nossa jornada vai além do que temos pela frente, pois ela também envolve atravessar o passado múltiplas vezes, criando uma reviravolta temporal. Para avançar, é preciso navegar pelas águas do passado. Além disso, a obra também diz respeito aos vários caminhos que os indivíduos percorrem para enfrentar a sua dor.

Ler Virginia Woolf é ler um extenso poema em prosa. Enquanto cada palavra brilha na página, cada frase incendeia as cavernas do coração. Ela ressalta os seus temas por meio de imagens cuidadosamente escolhidas ou aludindo à passagem do tempo por meio de cortinas desgastadas e móveis envelhecidos. Há no romance a noção de que cada personagem é uma ilha: enquanto as ondas dão de encontro a rochedos, acompanhamos a colisão de figuras que interagem e procuram se entender. Assim como a repetição de ideias e símbolos é usada como maneira de reforçá-las, as personagens repetem suas próprias crenças, como um mantra, para se certificarem de quem são. Elas se aproximam como se fossem botes salva-vidas, precisando de algo para se agarrar e prendê-las ao presente. Cada personagem tenta à sua maneira deixar sua marca no rosto da eternidade – seja a filosofia do Sr. Ramsey, a poesia do Sr. Carmichael, as pinturas de Lily ou a mão orientadora da Sra. Ramsey. Elas estão separadas pelo fato de que as suas almas nunca poderão se fundir e se tornar uma. A verdadeira tragédia é que essas personagens, embora desejem compreender e ser compreendidas, quase sempre se machucam, muitas vezes por medo e insegurança, ao tentar alcançar a alma do outro. Elas estão obcecados em criar imagens a partir de um universo termodinâmico. Uma personagem se deleitará com a beleza e a maravilha de um único momento, apenas para vê-lo escapar e ser levado pelo mar da experiência consciente. Embora nossas mentes criem imagens estáticas a partir da constante transformação da matéria, elas saltam para o passado antes que possam ser compreendidas, tornadas totalmente inteiras.

Ao farol declina nos pensamentos caóticos de suas personagens, explorando suas memórias, hesitações, contradições e fraquezas. Nesse sentido, a trama é um complexo jogo cujo foco está mais no exercício mental das personagens do que na disposição das peças. Isso cria uma imersão intensa com um ritmo narrativo que reflete o pensamento humano. Alternando entre emoções subjetivas e acontecimentos concretos, Virginia Woolf descreve a experiência sensorial das personagens e aborda temas como a passagem da vida e a longevidade do pensamento, proporcionando reflexões sobre a natureza humana.

Ao Farol é uma obra que provoca profundos pensamentos e sensações. Enquanto aborda os medos da morte e do tempo, Virginia Woolf lida com questões emocionais e intelectuais. A narrativa, que confronta a fragilidade da existência e explora as verdades da mudança e da morte, também nos dá um vislumbre de esperança por meio da união e do amor. O livro carrega imagens impactantes, como a água representando a experiência consciente e o farol simbolizando as esperanças e os desejos das personagens. Ao longo da narrativa, o leitor navega pela prosa marítima de Virginia Woolf para buscar a recompensa prometida no fim.

Virginia Woolf se destaca ao se afastar das tradições literárias de seu tempo, priorizando os sentimentos e as percepções em vez de narrar fatos externos. Ler suas obras é uma experiência incomparável, pois ela cadencia o movimento da consciência humana com maestria, criando uma narrativa que se desdobra internamente. Enquanto a ação exterior é breve, sendo interrompida para explorar os pensamentos das personagens, a perspectiva do tempo se volta para a consciência. Por fim, a prosa de Woolf é um farol que ilumina as trevas e dá direção aos nossos passos. Sem dúvida, a sua escrita é marcante e definitiva.

“Qual é o significado da vida? Isso era tudo – uma questão simples; uma questão que tendia a nos envolver mais com o passar dos anos. A grande revelação nunca chegara. A grande revelação talvez nunca chegasse. Em vez disso, havia pequenos milagres cotidianos, iluminações, fósforos inesperadamente riscados na escuridão; aqui estava um deles. Isto, aquilo, e mais aquilo; ela própria e Charles Tansley e a onda quebrando; a Sra. Ramsay reunindo os dois; a Sra. Ramsay dizendo: “Vida, fica parada aqui”; a Sra. Ramsay fazendo do momento algo permanente (tal como, numa esfera diferente, a própria Lily tentava fazer do momento algo permanente) – esta era a natureza da revelação. Em meio ao caos, havia forma; este eterno passar e fluir (olhou para as nuvens se movendo e para as folhas se mexendo) entrava em estado de estabilidade. Vida, fica parada aqui, disse a Sra. Ramsay.”
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Pedro.Martins 25/03/2024

Não estava preparado
Mais um livro para o qual eu não estava preparado, não desfrutei o tanto que eu deveria e tenho consciencia disso.
Porém gostei mto da vibe q o livro passa
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Elaine Fraga 24/03/2024

A leitura é desafiadora, no entanto, a obra de Virgínia é extraordinária; talvez eu a releia para obter uma nova perspectiva.
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hhiinana 08/03/2024

Ida sem volta ao farol
Passeio ao farol é uma montanha russa de uma descida só, vai subindo e subindo e subindo e quando desce, é somente e unicamente uma vez para sempre.
O livro te testa, ele testa mesmo alguma confirmação de que você vai ficar, pois pode demorar meses - assim como eu - para termina-lo.
Não é um livro fácil, é muito profundo, e muito explicativo em sentimentos, então acredito que não seja uma boa escolha para começar Virgínia Woolf, mas não me arrependo, eu ainda quero mergulhar em seus livros, porque sei que são inesquecíveis, sua escrita é maravilhosa e rica e infinita, você cria um carinho por ela, você sente ela.
( ps: você se empolga depois da página 90 e o plot vem na 166, e depois disso fica sob sua responsabilidade digerir e interpretar. )
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Larissa.Ciscotto 06/03/2024

Bom
Eu gostei da escrita do livro, muito interessante a descrição de fluxo de consciência que a autora propõe. Impecável.

Mas, infelizmente, a história não funcionou pra mim. Eu fui lendo e lendo e nada, não cativou. Uma pena, vou tentar outros da Virginia!
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Clara Xavier @araclana 01/03/2024

Rumo ao farol
"Rumo ao Farol" é uma obra rica em nuances psicológicas e experimentação narrativa. Virginia Woolf utiliza a estrutura da narrativa de maneira inovadora, desafiando as convenções literárias de sua época. A primeira parte, "A Janela", introduz a complexidade das relações familiares e interconexões sociais. A segunda, "O Tempo Passa", mergulha na natureza efêmera da vida e na inevitabilidade das mudanças.

É na terceira parte, "O Farol", que vemos a culminação de expectativas, desejos e reflexões. O farol, inicialmente inatingível, torna-se uma metáfora da busca por significado e realização ao longo do tempo. A prosa introspectiva de Woolf revela as camadas mais profundas dos personagens, enquanto a jornada para o farol torna-se também uma exploração interior.

Ao longo da obra, Woolf emprega a técnica do fluxo de consciência, mergulhando nas mentes dos personagens e revelando pensamentos íntimos. Esse estilo literário único contribui para a intensidade emocional da narrativa. "Rumo ao Farol" destaca-se como uma obra-prima modernista, desafiadora e repleta de reflexões sobre a existência humana.
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Izabella.BaldoAno 29/02/2024

"a extraordinária irrealidade era apavorante, mas era também emocionante. ir ao Farol."

Ao Farol (em outras edições, Rumo ao Farol ou Passeio ao Farol) foi a última leitura que finalizei em 2023. não poderia ter fechado o ano melhor: me derramando nas deliciosas águas de Virginia Woolf, navegando por sua narrativa fluida, adentrando o mar psíquico dos seus personagens e também o seu próprio - afinal, não seria muito do que li em Ao Farol, em algum nível, autobiográfico?

Virginia tem essa habilidade de nos fazer remar por dezenas e dezenas de páginas que se passam em um único dia, e vai aprofundando as mais diversas temáticas pelo despudor dos pensamentos em contraponto com os diálogos, filtrados pelo pudor da fala. uma parte inteira do livro é dedicada à véspera da ida ao farol, que se apresenta na iminência de não acontecer, mas somente a expectativa do passeio em si já nos faz encarar nuances comportamentais e sociais das mais diversas. a criança que espera ansiosamente pelo passeio ao farol poderá jamais esquecer dele ou de sua expectativa frustrada, e nós certamente não esqueceremos da sensação de passear pelos mares psicológicos de cada um dos envolvidos nessa história.

talvez se eu falar muito sem ter a capacidade de análise necessária pra me aprofundar nesse livro acabe com a graça das surpresas da segunda e terceira partes, que são tecidas tão sutilmente. quanta coisa eu devo ter perdido pelo caminho que Virginia teceu até o farol. mas o encanto certamente não perdi pelo caminho; esse ficou em mim.
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Letícia 29/02/2024

Não gostei mas há quem goste.

É só o povo pensando o tempo todo, o tempo todo, o tempo todo

Eu que já tenho minhas coisinhas meus fluxos de pensamentos intensos que da vontade até de cancelar meu cpf as vezes n quero ver fluxo de consciência de mais ninguém

Agr uma coisa aqui, homem é uma racinha encostada msm né mds
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FAtima311 23/02/2024

Além do farol
Finalizo este livro me sentindo saciada. Tal é a sensação depois de ler Ao farol. Um romance bem escrito, sensível e extremamente belo. Ah, como a beleza nos faz bem! Confesso que foi uma leitura demorada, nunca fácil, mas Virgínia nos faz entrar na consciência de cada personagem, passear por seus devaneios, refletir, julgar, ironizar e até mesmo brigar, sem sentimentalismo barato. Eu não sei como, mas ela consegue entrecruzar os pensamentos do leitor com os das personagens de uma forma tão natural que até parece que escrever assim é fácil.
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bellaslivros 22/02/2024

Primeiro contato
Essa foi a minha primeira leitira da virginia e um desafio pra mim, com toda certeza.

Em alguns momemtos quis abandonar o livro, mas persisti e foi agradável! A virginia tem uma escrita intensa e cativante, com toda certeza não consegui absorver toda grandiosidade desta obra.

Vou reler algum dia! Mas para um primeiro contato foi gratificante acompanhar os personagens.
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valmir 19/02/2024

Farol
" Qual o sentido da vida? Era só isso-- uma pergunta simples; uma pergunta que tendia a se impor mais e mais com o passar dos anos. A grande revelação jamais viera. A grande revelação talvez jamais viesse."

Virgínia é genial!
Cada livro é descoberta, um arrebatamento, ela consegue penetrar na consciência, no coração, na alma dos personagens.
Ninguém escreve como Virgínia escreve.
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duda 16/02/2024

É uma firma de narrar histórias que nao é muito do meu agrado mas mesmo assim continua tocante. Ao Farol narra a história de uma família e seus visitantes antes e depois da guerra, com personagens profundos e nada perfeitos, acompanhamos questões como o ideal do casamento, predileção entre mãe e filhos, processo criativo da arte e crises existenciais (que acabam afetando o leitor também). Um trecho que acho relevante: ela se sentia não simplesmente repudiada em seu instinto, mas se tornava consciente da mesquinhez de alguma parte sua e das relações humanas, de como, sob sua melhor forma, eram imperfeitas, desprezíveis, centradas no próprio interesse.
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Antonio338 15/02/2024

Há 4 anos que eu não lia nada da Woolf e, agora, 4 anos depois, é estranho voltar à essa escrita e perceber o quão certas coisas se inscrevem nos caminhos que a gente toma na vida.

Ao farol é um livro sublime, delicado, triste; tudo é interdito (os desejos, os 'sim', o luto, o passeio) e intenso (as emoções, os sentimentos - essa estranha pulsação interna da vida e sua manifestação repentina). A forma como a passagem do tempo é retratada é um soco no estômago (Virginia lia Proust enquanto escrevia) (a narrativa é colocada entre parênteses), é brutal e, ao mesmo tempo, linda em mostrar as ramificações da vida.

A morte ocupa um espaço (vazio) absurdo do livro, tem um movimento pulsional, aparece enquanto desejo e enquanto fim - mas sucede sempre em vida. Uma coisa que só me atentei com o posfácio da Hermione Lee (edição da autêntica), é como Ao farol é um romance sobre a forma, sobre a criação artística e as ansiedades de uma autora em ruptura - o medo de que o tempo a devore, de que a obra de arte não permaneça, mas pereça.

Por fim, é verdade que a única coisa que sobrevive à passagem cruel do tempo é a memória. A memória.
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Bruna.Toledo 14/02/2024

MeuDeusdoCeu que canseira
Terminei Ao Farol só por despeito porque achei chatíssimo, pedante e repetitivo demais. Podia ter desistido aos 30%, mas toda hora a Virginia coloca uns parágrafos muito lúcidos em meio ao caos de fluxo de pensamentos. Nessas horas, eu pensava "agora vai". Mas não foi. E chegou em um ponto que seria ridículo não terminar de ler o livro, já que ele é relativamente curto.

Enfim. Não gostei, mas a experiência valeu a pena. A gente sempre corre esse risco quando lê alguém que não conhece.

Dizem que esse é o livro mais autobiográfico da Virginia, o que significa que Mrs Dalloway ainda pode ser bom. Mas perdi um pouco o animo com ela.
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