Assombrações

Assombrações Domenico Starnone




Resenhas - Assombrações


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Priscila (@priafonsinha) 06/12/2018

Viciante a escrita de Starnone
Mais um livro de Starnone feito pra devorar. Com texto direto e momentos de tensão, Starnone consegue nos colocar no dia a dia de qualquer família, como no seu ?Laços?. Neste livro há um embate entre o avô e seu neto de 4 anos. Convidado pela filha para tomar conta do neto durante um final de semana em que ela estaria fora com o marido participando de um congresso (estes que por sua vez estão em crise), o avô (viúvo) vai de Milão a Nápoles (em sua antiga casa que agora pertence à filha) e vive suas "assombrações" e cuidados com o neto (um menino aterrorizante!).

Gostei muito! E em certo momento a leitura passa por um momento angustiante, temos que dar aquela respirada pra seguir adiante, não era só uma brincadeira...
Renata CCS 06/12/2018minha estante
Gostei muitíssimo de "Laços". Este tb parece ser um livro fascinante!


Priscila (@priafonsinha) 06/12/2018minha estante
Siiiiiiiiim! É muito bom! Leia. ;)


anitya 26/03/2019minha estante
E põe momento angustiante nisso! Senti fisicamente tudo que o avô passou ali. Leitura muito boa.


Priscila (@priafonsinha) 26/03/2019minha estante
Eu tb!! Isso me gerou um trauma de crianças e varandas quando li rs, mas já passou, ufa




Livia 15/06/2019

É o encontro de um homem velho com a vida que ele construiu. Mas, diferente de Leite Derramado ou Memórias de Minhas Putas Tristes, não é o encontro desse homem com as suas memórias, é um encontro vivo e real com os elementos da vida: o trabalho, a filha, a casa, o neto. O protagonista se relaciona com essas figuras vivas, e não (ou não só) com as suas memórias. É belo, angustiante, um pouco cruel. Só não gostei tanto do final.
Chokito Kakarico! 08/07/2020minha estante
Até agora não entendi o final do livro




marcioenrique 11/04/2020

agradou-me menos que laços.
a história simplesmente (e infelizmente) não me cativou.
Chokito Kakarico! 08/07/2020minha estante
Até agora estou sem entender o final




Ingrid.Sombra 24/07/2023

Assombrações
Li esse livro como parte do Clube de Leitura (A)normal da psicóloga Maria Camila Moura. O livro já me conquistou desde o começo, quando percebi que os dois principais personagens são um idoso de 74 anos, e uma criança de 4 anos, algo muito diferente de tudo que costumo ler. Além disso, a maior parte da história se passa em um tempo e espaço delimitados - aproximadamente uma semana em um apartamento em Nápoles. Devido às minhas leituras prévias de Elena Ferrante (que talvez seja o próprio Starnone!), eu já havia desenvolvido uma curiosidade pela cultura napolitana, e é praticamente impossível não comparar os dois autores.

O título, que pode querer nos levar à conotação errada, faz referência às assombrações que cada um de nós carrega dentro de si. Rodeado pelo ambiente onde nasceu, cresceu, e de onde fugiu assim que pôde, Malarico é assombrado pelo seu passado, suas decisões, tudo aquilo que foi/não foi, e por si mesmo. A participação do neto, Mario, nesse processo, é fantástica.

Em menos de 200 páginas, Starnone convida o leitor a pensar sobre várias coisas, mas acredito que a principal delas seja a respeito do que é que nos torna especiais. Num mundo que despreza o sujeito medíocre, o quanto estamos dispostos a fugir de nós mesmos para buscar o ideal de excelência?
Marina 20/04/2024minha estante
gosto mais da teoria que diz que starnone é o marido da ferrante. acho os universos e temas dos dois muito similares, mas a escrita é diferente, então não acho que seja a mesma pessoa, mas faz sentido que sejam duas muito próximas.




carolina 03/12/2021

bom, domenico é OTIMO mas dos três dessa "trilogia" ainda acho esse mais fraco, o jeito que ele escreve é simplesmente perfeito, o daniele velho do [*****] essa criança também eu tinha que ficar me lembrando que criança é gente já parte da sacada pq simplesmente sufocante.
entre os três que li dele, é o que menos recomendaria, mas ainda muito bom e sentimental
carolina 03/12/2021minha estante
CENSURARAM EU FALANDO C*RALHO




Paula.Moreira 03/11/2020

Esse livro compõe a série sentimental ( "Laços", "assombrações" e "segredos"). Ainda não li "segredos", mas gostei bem mais de laços do que desse. Ainda assim, é um livro que vale a leitura!
Luisa.Castro 03/11/2020minha estante
Dei a mesma nota!




Aline | @42.books 12/03/2021

Tenho um corpo assombrado pela minha própria escassez de reatividade.


Esse é o meu último livro da "trilogia" sentimental de Starnone, e explicar a experiência é um pouco de explicar meu amor pela literatura italiana. Tem algo potente na forma desses autores de escrever e de contar o cotidiano, há uma geografia, um dialeto, que teletransportam o leitor para aquele universo de angústias e singularidades. Vi isso na Ginzburg, na Ferrante, e agora em Starnone. Não há generosidade forçada, os personagens são tridimensinais até na mesquinez de seus sentimentos, são palpáveis e reais, a ponto de gerarem incômodo com a anuição de reconhecimento.

Assombrações é o que mais foge da minha realidade em termos de compreensão, mas é o mais me faz embarcar em sentimentos desconhecidos. É claustrofóbico, denso. Ele destrincha uma relação de avô e neto que foge do idealismo. É um embate sobre a confiança cega de uma criança e as inseguranças que esta alimenta em um homem que, por anos, tenta fugir da sua mediocridade. É uma batalha silenciosa de gerações.

Esse livro é uma experiência, como os outros, e merece um lugar de reflexão. A escrita de Starnone é concisa, mas impecável, como esse livro.

"Podia se convencer de que sabia tudo só porque brincar lhe permitia esconder suas derrotas."
Camila 26/07/2021minha estante
que resenha linda!! você conseguiu descrever perfeitamente meu encantamento/obsessão pela literatura italiana de uma forma que nem eu mesma entendia hahahah com certeza vou ler ginzburg depois dessa




Aguinaldo 03/10/2019

assombrações
De Domenico Starnone, italiano que é autor de mais de vinte romances, já havia lido o curioso "Laços", em 2017. "Assombrações" agradou-me menos, pois não me convenci muito com a ideia básica, com a provocação que o livro oferece. Um homem de meia idade, ilustrador que já teve seus melhores dias profissionais, viúvo e restabelecendo-se de uma cirurgia, é solicitado pela filha para cuidar de seu único neto, por uns poucos dias. Ele precisa se deslocar de Milão, onde vive há muitos anos, para sua Nápoles natal, lugar do qual não guarda boas recordações. A filha passa por uma crise conjugal, precisa ficar afastada dos compromissos domésticos para apresentar um trabalho acadêmico em um congresso (ela, o marido e talvez seu amante e chefe são matemáticos). Starnone apresenta ao leitor um conflito clássico, entre o novo e o velho, entre um sujeito e os fantasmas de seu passado. O ilustrador precisa terminar uma encomenda, a de um livro de Henry James, "The Jolly Corner", que trata justamente de um duplo, uma história de fantasmas (as assombrações do título), o retorno de um sujeito ao lugar onde nasceu e que provoca nele questionamentos sobre as escolhas que fez na vida. O personagem de Starnone confronta seus fantasmas pessoais na figura do neto, de quatro anos, que é singularmente inteligente e ativo, uma força da natureza encarnada. Todavia, a capacidade de fazer perguntas, que dá a criança ares de filósofo mirim, apenas esconde a simples repetição de falas e comportamentos dos pais, nuances que desconhece, não domina, só impressionando, superficialmente, aqueles que o veem pela primeira vez. Qualquer de nós que já teve a oportunidade de visitar casais com filhos pequenos teve experiências similares, que é a de ficar defronte pequenos tiranos, que visivelmente manipulam sem dó seus genitores, iludidos com a beleza especular dos atos e frases espirituosas ditas pelos filhos. Não vou estragar a leitura deste livro antecipando mais sobre o enredo. Há um capítulo final com a ilustrações e reflexões do personagem sobre seu embate com o neto (talvez seja a única parte do livro que realmente me agradou). Trata-se de um livro bom de ler, interessante, mas há muito de esquemático nele, um artificialismo que se foi bem lapidado pela linguagem, não alcança convencer o leitor que a sequência de eventos seja possível, mesmo para um velho senhor, curvado pelo fracasso e pela doença. Enfim, "Assombrações" pareceu-me cerebral demais, falso demais. Não é ruim, há autores que não alcançam registros assim, mas há cousas com mais estofo me aguardando (acho eu, que sempre me iludo). Vale!
Registro #1451 (romance #365)
[início: 31/07/2019 - fim: 14/08/2019]
"Assombrações", Domenico Starnone, tradução de Maurício Dantas Dias, São Paulo: Editora Todavia, 1a. edição (2018), brochura 14x21 cm, 184 págs. ISBN: 978-84-93828-34-8 [edição original: Scherzetto (Torino: Giulio Eunaudi Editore / Gruppo Mondadori) 2016]

site: http://guinamedici.blogspot.com/2019/09/assombracoes.html
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deborauni 08/12/2019

Assombrações
O encontro e os embates entre o avô materno Daniele, ilustrador e seu neto Mário de quatro anos, quando deixados por 72 horas juntos. No pano de fundo a vida napolitano, a crise do casamento dos pais do pequeno, o papel da diarista Salli e as relações com os vizinhos do andar de baixo. A vida e as relações familiares sob o olhar de cada um dos protagonistas e a questão sempre presente: Quem cuida de quem? Fácil e rápido de ler e ao mesmo tempo profundo e muito original.
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Ladyce 14/04/2020

Seria muito fácil brincar com o título do livro de Domenino Starnone, notando que depois de Assombrações, [tradução de Maurício Santana Dias], não conseguimos escapar das fugidias memórias que nos assombram depois  a leitura.  Obra certa, na hora certa? Talvez.  Faz mais de um ano e vira-volta eu me encontro pensando numa ou noutra imagem que ele me proporcionou. 

A história é simples. Um desenhista, ilustrador de livros, Daniele Malarico, de setenta anos, deixa Milão onde mora,  no norte da Itália, para passar um fim de semana em Nápoles, sua cidade natal. Vai com uma tarefa: cuidar do neto, Mario.  Filha e genro não estão disponíveis e têm um casamento em perigo. A tarefa não lhe agrada, mas sente um quê de responsabilidade,  ou sua filha não poderia tê-lo convencido a fazer isso.  A perspectiva de rever a casa onde cresceu, que é agora habitada pela filha, marido e neto, não é sedutora;  deixou-a para trás há muito tempo.

Lá pela década de quarenta do século passado Thomas Wolfe  avisava You can't go home again.  O lugar onde crescemos e vivemos nos primeiros anos de vida, não é o mesmo que carregamos dentro de nós adultos.  Nunca foi.  Nunca será.  O que dele lembramos não é o que outros veem, não é o que muitos percebem. O contraste entre o homem  de hoje e o de ontem traz lembranças que assustam, assombrações que nos mantêm desconfortáveis.

Daniele visita a casa natal depois de passar a vida tentando esquecê-la e os segredos que ali viviam. Ambição, criatividade e a inevitável vontade de ser o que acredita ser seu destino o levaram para longe e para a sublimação do passado.  Simultaneamente está se tornando consciente a cada dia da velhice, do corpo que não mais reflete o que foi, o adulto de sucesso. Num fim de semana, confinado na casa da infância contempla no neto, menino irritante e importuno, sua própria infância.  Há que confrontar finalmente o menino que foi e que traz dentro de si. Há que confrontar os fantasmas do passado.  As assombrações que o aterrorizam. 

"...Depois aquela fase passou, mas agora eu tinha mais mortos na memória do que na infância -- quantos conhecidos e amigos meus haviam partido depois de terríveis doenças --, e  mesmo as angústias se centuplicaram, tanto que às vezes, em Milão,  eu acordava de chofre, certo de que ladrões e assassinos estavam na minha casa, e perambulava insone pelos cômodos, estremecendo quando um reflexo de luz projetava na parede a folhagem móvel das árvores do pátio como se fosse uma presença feroz. O que é que me preocupa -- disse a mim mesmo -- mais do que ansioso, eu deveria estar melancólico: já vivi grande parte da vida e agora eu mesmo me aproximo da hora da morte, caberá a Mario me descobrir atrás de uma porta ou nos cantos escuros da casa. Quantas aparências o cérebro era capaz de por em órbita com seu circuito de emoções.  O menino não tinha medo do escuro, mas, depois daquele nosso convívio, talvez ele temesse minhas aparições."  [88]

Em Assombrações Daniele Malarico trabalha nas ilustrações de um conto de Henry James,  The Jolly Corner.  No final do livro acompanhamos as notas que Danielle faz para si mesmo, uma espécie de diário das ilustrações, das considerações que faz ao longo do trabalho.  No entanto, não ficamos sabendo do conteúdo da obra ilustrada. Não é gratuita aparição deste conto de Henry James.  The Jolly Corner é uma das histórias de fantasmas mais conhecidas de  Henry James.  Ela descreve a visita que um homem faz à sua casa natal em  Nova York depois de trinta e três anos de ausência. Ao visitá-la pondera sobre a escolha profissional que fez, e é obrigado a considerar quem poderia ter sido, caso tivesse escolhido outro destino.

Sutil, este pequeno romance, com menos de duzentas páginas, é rico em sabedoria. Numa quase meditação é uma obra que fica entranhada na alma do leitor.  Bela prosa e desenvolvimento do tema.  Vale a leitura.
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Marina 20/04/2024

Um avô e seu neto, que têm pouca intimidade entre si, são forçados a passarem 3 dias quase que na companhia apenas um do outro. A relação deles não é exatamente tranquila, ao invés de amor e cooperação há competição e ressentimentos.

A experiência também faz com que o avô, doente e debilitado, em contato com toda a vitalidade e energia do neto, na casa onde cresceu, reveja sua vida, suas escolhas, seus possíveis eus que ficaram para trás.

Algumas pessoas disseram que o livro é leve e doce mas eu discordo totalmente. Achei ele incômodo e fiquei bem angustiada em várias passagens. Me lembrou a angústia que senti lendo "Dias de Abandono" da Elena Ferrante, com essa questão da perda do controle. Mas gostei muito do livro, das reflexões que ele traz e da quebra de expectativa na relação avô-neto.
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Gabi 11/05/2020

A leitura foi fluída até metade do livro, daí pra frente senti que se arrastou e não me provocou grandes emoções quando terminou.
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Lucy 06/07/2020

A espessura das superfícies
Não consegui evitar uma comparação com Elena Ferrante, sempre tão viva na minha memória, na temática do medo da mediocridade. Há sempre esse fantasma tão presente.

E é muito profunda e dolorosamente franca a forma com que o autor revela isso, a partir da banalidade do cotidiano que se repete, das tensões das relações familiares e da fragilidade das aparências. Aparências construídas, trabalhadas com um esforço no personagem principal, o ilustrador Danieli.

A tensão permanente com o neto, aliás, é muito verdadeira e bem construída, fugindo de forma corajosa do estereótipo do amor familiar incondicional - que sempre gera alguma culpa e recalque em quem não corresponde a essa expectativa.

Um dos meus trechos favoritos é exatamente nessa linha:

"...calar para não chocar, para não confrontar, e só falar para concordar, para demonstrar simpatia, para elogiar, para ser amigo de todos, absolutamente todos, vale dizer, de ninguém, e assim parecer inócuo e portanto frequentável, e enquanto isso acumular desprezo por qualquer um, e ferir em segredo."
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Maria 17/07/2020

MEDO DO QUE SOMOS E DO QUE ESQUECEMOS
Todos nós temos aquelas lembranças que não valem a pena serem lembradas. As que marcaram uma fase, ajudaram a nos tornar o que somos, mas que fazem mal. Podem nos fazer sentir raiva, repulsa, saudade, medo. E, com uma sensibilidade impalpável e invisível, como o ar, Domenico Starnone traz, no romance Assombrações, à tona fantasmas esquecidos e indesejáveis.

Starnone mostra o contraste entre gerações, a rápida mudança nos valores e responsabilidades, além da pressão da atualidade sobre diversos assuntos em diferentes idades. Mostra a briga de egos. O que é resultado de uma vida inteira de reconhecimentos; os que vem da hierarquia profissional; o que machuca com medo de ser machucado; e o que surge do privilégio da idade e enaltações de pequenas conquistas corriqueiras.

site: euseioqueeuleio.com/blog
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