Georgeton.Leal 30/10/2021O destino traçado pelo algoz do tempoEduardo é um homem solteiro no auge de sua maturidade. Ainda que aparentemente bem resolvido, esconde dentro de si muitos temores que se perpetuaram no decorrer de sua vida. Um desses receios, inclusive, irá ganhar forma de superstição definitiva em sua mente: a ligação do seu velho relógio de família com a morte de entes queridos. Não demora muito para que esse presságio funesto se direcione também a ele no momento em que o relógio novamente para após anos sem isso acontecer (nas outras mortes, ocorrera a mesma coincidência). A partir daí, vemos todo o embate psicológico de Eduardo tentando se esquivar de prováveis situações fatais durante seu dia a dia. Em meio a essa paranoia, há diversos momentos de flashbacks que nos dão detalhes importantes sobre a história do protagonista, enriquecendo ainda mais a narrativa. Aliado a isso, também surgem alguns flashforwards que mostram perspectivas diferentes para algumas decisões que poderiam ser tomadas durante esse frenesi.
Ao concluir a leitura pude analisar que o medo da morte é algo inevitável e comum a todos, mesmo que isso se manifeste de forma diferente para cada um. Os inquietantes dilemas de Eduardo não são exclusividade de gente considerada "louca", antes, pertencem a qualquer pessoa que um dia já esteve a se indagar a respeito de seu próprio desfecho neste mundo.
Em vista de tudo isso, é no mínimo curioso que um livro tão bom assim não tenha o devido reconhecimento que merece. Sua trama é deveras interessante e não fica atrás de outros romances escritos na época de seu lançamento.
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