Semente de bruxa

Semente de bruxa Margaret Atwood




Resenhas - Semente de bruxa


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Thiago Silva 17/10/2019

Semente de Bruxa
Esse é simplesmente um dos melhores livros que li esse ano, a escrita de Atwood
É daquelas raras que nos faz viajar pelas páginas sem nos cansarmos facilmente.
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Coruja 05/10/2019

Como esse é o mês do Halloween, não tive nem dúvidas em escolher qual seria o título para esse tema do Desafio Corujesco (é, eu sei, tô atrasada com os temas anteriores, mas coisas andaram meio corridas por aqui…) assim que registrei o título: Semente de Bruxa me fez brilhar os olhinhos tão logo foi anunciado. Afinal, tratava-se de uma releitura de Shakespeare - um dos maiores escritores de língua inglesa na História - feita por Margaret Atwood - uma das mais admiradas autoras em tempos modernos. A Tempestade não é uma das minhas peças favoritas do bardo, mas outra releitura - o capítulo final da série Sandman do Gaiman - fez com que ela ganhasse um lugarzinho especial no meu coração.

Dito isso, a primeira coisa que tenho a falar da versão de Atwood é que ela me segurou na cadeira em ansioso suspense até a última página, a despeito do fato de que a familiaridade com o texto original me dava uma boa ideia de como seria o final. A forma como ela costura o périplo de Félix, seu protagonista, para espelhar as desventuras de Próspero, como ecoa em coincidências de circunstâncias, nomes, papéis, mesmo traduzindo o enredo elizabetano para tempos modernos - e focando a ação dentro do teatro - é simplesmente genial.

Antes de continuar me derretendo em elogios, porém, preciso explicar a história. Tudo começa com Félix, diretor de um festival de teatro reconhecido pela inventividade e quebra de paradigmas, sendo sumariamente dispensado de seu posto por Tony, a quem considerava seu braço direito. Tony deseja o cargo de diretor para usá-lo como trampolim político, e aproveita-se do desinteresse de Félix por suas obrigações administrativas e da vulnerabilidade em que ele se encontra após a morte da filha de três anos, Miranda.

Félix estava no meio da montagem justo de A Tempestade, projeto em que pretendia homenagear a memória da filha - afinal, a bela filha do mago Próspero se chama Miranda. A traição de Tony não apenas lhe tira de um trabalho que era sua paixão, como também lhe parece uma segunda morte da menina. Assim é que ele se afasta de tudo e de todos, vai morar num barracão à beira da estrada, inventa uma nova identidade para si mesmo e acaba por conseguir um emprego como professor de literatura num programa de alfabetização de presos, onde passa doze anos sonhando com vingança; uma vingança que vai envolver justamente… A Tempestade.

Dramático? Imagina?…

As muitas coincidências que fazem Félix estar no lugar certo, na hora certa para conseguir sua vinganças podem até ser forçadas, mas a escrita de Atwood faz você esquecer disso, da mesma maneira que o aparente fantasma (ou alucinação) da Miranda que acompanha Félix. Não obstante ser o plot da vingança bem interessante, o que realmente rouba a cena são as ligações que Félix estabelece com seus alunos e como eles interpretam o texto original de Shakespeare, trazendo a ilha de Próspero para sua realidade. Eu teria lido feliz todas as peças anteriores montadas no presídio (Macbeth e Ricardo III são citadas), teria devorado outras centenas de páginas com ele desafiando seus alunos a pensarem, re-imaginarem, reescreverem e se encontrarem nos personagens de Shakespeare.

Chamou-me particularmente atenção a forma como boa parte do presos se identifica com Calibã, o ‘semente de bruxa’ conforme os insultos de Próspero. Calibã, o monstro, o deformado, o vilão, mas também o escravo, o vilipendiado, o colonizado, aquele que teve sua terra roubada pelos brancos. Não foi uma correlação que eu tenha feito quando li a peça, mas que fez muito sentido no contexto do romance de Atwood. Eu gostei desse comentário social - do conflito político acerca do merecimento dos presos de um programa como aquele, face às expectativas de punição do público; do teatro e da leitura como ferramentas de aprendizado que poderiam ser utilizadas após o grupo ter cumprido sua sentença, da maneira como os exercícios propostos permitem não apenas catarse, mas uma recuperação de dignidade.

Para além disso, como eu poderia resistir a um livro tão espetacularmente metanarrativo? Afinal, estamos diante de uma peça (manipulada por Próspero) dentro de uma peça (escrita por Shakespeare) dentro de uma peça (dirigida por Félix), numa história cujos acontecimentos espelham de perto o enredo da traição e vingança do Próspero original. Isso apela ao meu senso de ironia e meu gosto por contos que se assemelham a matrioskas, uma história dentro da outra, dentro de outra e assim por diante.

Semente de Bruxa é um livro delicioso, inteligente na forma como usa os temas presentes em A Tempestade, com personagens teatrais que entendem muito bem que estão representando personagens, repleta de humor e, mais importante, de humanidade. Shakespeare sabe muito bem ir à essência da questão e Atwood aproveita com maestria a trilha deixada pelo bardo. Foi um daqueles livros que nos deixam com gosto de quero mais ao terminar. Vai para a lista dos favoritos desse ano, sem dúvida.

site: https://owlsroof.blogspot.com/2019/10/desafio-corujesco-2019-uma-releitura.html
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Etiene ~ @antologiapessoal 27/09/2019

Não me ganhou :(
Aqui temos a história de um diretor de teatro que vê sua carreira ruir por conta de um golpe aplicado por um diretor rival. Felix então passa 12 anos ruminando o acontecido e planejando sua vingança, quando começa a trabalhar no presídio da cidade e forma uma Companhia de Teatro com alguns detentos do local. Finalmente é chegada a hora de remontar A Tempestade, e desta vez a montagem vem aliada ao seu próprio acerto de contas.
.
Infelizmente, o livro não me ganhou! A história não me convenceu, não me fisgou em quase nada e eu passei a leitura toda pensando "podia estar lendo outra coisa bem 'melhor'". Fiquei super decepcionada, estava esperando algo genial e me deparo com um enredo em bobinho e previsível. Finalizei o livro por comprometimento pessoal mesmo e por quase sempre tentar finalizar as leituras... Eu raramente abandono um livro.
Danni 29/09/2019minha estante
Pensando em abandonar kkk


Etiene ~ @antologiapessoal 29/09/2019minha estante
eita, está?????




Pandora 18/09/2019

"A Margaret Atwood se tornou uma autora querida na minha vida.": Essa foi a primeira coisa que pensei ao ler as primeiras 50 páginas de "Semente de Bruxa" e também a última.

Achei bem magistral esse exercício de reescrita de "A tempestade" de Shakespeare. Tem todos os elementos da obra clássica e muito do olhar maravilhoso e consciencioso da Atwood.

Durante metade da leitura me perguntei onde a autora estava me levando e só no momento final percebi que ela simplesmente estava me levando a melhor peça de Shakespeare na qual o perdão, o recomeço, as segundas chances e o valor da arte são defendidos com graça e genialidade.

Foi uma leitura deliciosa, rápida e, como a própria "Tempestade" de Shakespeare, inesperadamente gentil e suave ao coração. Lição de perdão para meu coração tão rancoroso.
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Amanda 28/04/2019

Metalinguagem, lições de humanidade e escrita criativa
Falar de Shakespeare nunca é fácil. Exceto, talvez, para Margaret Atwood. Semente de Bruxa reconta a história de A Tempestade, última peça do dramaturgo inglês. Primeiramente, partindo do original, é preciso dizer que A Tempestade, assim como a maior parte das obras shakespearianas, é complexa, cheia de camadas e interpretações, com metáforas e simbolismos sobre a condição humana e as problemáticas sociais. Apesar de não tão conhecida se comparada às grandiosas Hamlet, Otelo e Romeu e Julieta, A Tempestade é absolutamente genial, densa e atemporal, trabalhando um dos temas favoritos do grande mestre: a vingança.

No texto original, Próspero, o duque de Milão, se vê traído pelo irmão usurpador e é obrigado a fugir com a filha, Miranda, então uma criancinha, em um barco precário. Eles encontram uma ilha e fazem dela seu refúgio (mas também sua prisão). Na ilha, encontram espíritos e Calibã, filho da bruxa Sycorax. Calibã é um personagem fundamental da trama, tratado como escravo, meio monstro inescrupuloso, meio animal ingênuo, de forma que não é nenhuma surpresa que seja ele o título de Semente de Bruxa.

Antes de começar a leitura de Semente de Bruxa, recomendo fortemente a leitura prévia da peça original, que pode ser encontrada no final da edição da Morro Branco (que está linda, por sinal!).

"O inferno está vazio e todos os demônios estão aqui." - A Tempestade, William Shakespeare.

Margaret Atwood narra a história de Félix, um decrépito diretor de teatro, com nada além de um passado memorável, ainda que polêmico, e sentimentos sórdidos e desesperados sufocados pela depressão que o impede de agir. Traído e exilado, assim como o Próspero de Shakespeare, Félix inscreve-se como professor de teatro no presídio masculino local, onde tenta, finalmente, recriar sua Tempestade.

Semente de Bruxa conta uma história dentro de outra, e por mais confuso que isso possa parecer, a leitura é incrivelmente próxima do leitor. Narrado no formato de diário em terceira pessoa, o livro inicia já em seu clímax e então regride, contando o que levou Felix àquela situação.

Não apenas os personagens são terrivelmente reais, complexos, vivos, mas também relacionam-se diretamente com seus correspondentes shakespearianos. A Tempestade serve como instrumento catártico para Félix e sua trupe. Uma vez dentro dos personagens, o teatro serve como terapia para cada um expurgar seus próprios demônios, livrar-se de traumas e seguir em frente. Essa é uma das características mais poderosas da arte, conceito-base de qualquer produção, e é ricamente trabalhada por Atwood, que não apenas nos conta uma história, mas nos ensina o verdadeiro propósito da narrativa, da leitura, da vivência artística.

Ainda sobre os personagens, Félix é tão controverso quanto o próprio Próspero - ame-o ou odeie-o. Fanático, meio louco e vingativo, mas também paternal e zeloso, ele impulsiona a trama e faz de toda a história seu próprio palco. Miranda, a filha-musa, semi-deusa de Félix, é ainda mais complexa de se comentar, especialmente sem entregar aspectos relevantes da história. Basta dizer que é a personagem tem tantas camadas e facetas quanto se é possível ousar sem se perder completamente a essência, e isso só é possível pelas mãos habilidosas da autora. Cada prisioneiro membro da trupe assume um papel fundamental na peça e também na história, cheios de personalidade e carisma, mas entre eles é Calibã e seus sementes de bruxa que roubam a cena.

Calibã, aliás, é um personagem digno de nota em qualquer circunstância. Ele, que é a alma da história, ainda que relegado à condição de escravo de Próspero. Aliás, talvez justamente por sua natureza prisioneira. Calibã representa toda a narrativa: é a escória, o injustiçado, o demônio, a criatura ignorante, o devasso, o dono de tudo e de nada, o prisioneiro, a própria escravidão.

E a traição? Personificada pelos inimigos de Próspero e de Félix, a traição é o elemento que define o teor da trama. Em contrapartida, a vingança marca o objetivo, o clímax e o aspecto psicológico tanto de A Tempestade quanto de Semente de Bruxa. Ambas as histórias, unidas em uma só, possuem as mesmas cores. Mas Atwood tem suas próprias regras, e vai além: não basta recontar, é preciso refletir.

"Havia um desespero febril nesses seus esforços remotos, mas o melhor tipo de arte não era a que carregava o desespero em seu âmago? Não era sempre um desafio à Morte? Um dedo do meio provocador à beira do abismo?"

Semente de Bruxa é um livro profundamente semiótico. Tudo tem um porquê de ser, cada simbolismo, cada palavra, cada personagem e cenário estão intrinsecamente relacionados à Tempestade e, por fim, à parcela humana da história. Nesse sentido, a Morro Branco criou a arte de capa mais relevante e sensível de qualquer edição que o livro já recebeu, incorporando completamente a proposta definida pela autora, proporcionando a tão merecida reflexão desde o primeiro momento da leitura.

É importante frisar a complexidade e domínio da escrita da autora. Além da metalinguagem e do exercício de conceitos fundamentais da arte e do teatro, como a mímeses, a catarse e os aspectos técnicos, Margaret Atwood também nos dá uma belíssima aula de interpretação, roteiro e escrita criativa. Leia Semente de Bruxa como entretenimento, não há nada de errado nisso. Mas observe as nuances e lições e a leitura será integral, uma verdadeira aprendizagem sobre narrativa e literatura, sobre arte e psicologia e, sobretudo, sobre criatividade. Semente de Bruxa é o pacote completo.
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Maiani - @minhavidaforadeorbita 21/03/2019

Não é novidade para ninguém que eu babo pela autora e acho suas histórias inteligentes e originais, por isso as expectativas para esse livro eram bem grandes.

Em Semente de Bruxa acompanhamos a história de Felix, um renomado diretor de teatro que é passado para trás, e depois de 12 anos consegue sua tão esperada vingança. A história é uma releitura de A Tempestade de Shakespeare e posso dizer que autora o fez de forma excepcional. Eu li a peça antes e adorei a forma como ela abordou vários aspectos da história original de forma simbólica.

Por meio da metalinguagem (ela usa o livro para falar do livro, assim como possui uma peça dentro da peça) ela aborda diversos pontos essenciais da obra de Shakespeare, como as prisões, a vingança e redenção, além do ponto em comum dos dois protagonistas, a solidão. Essa foi uma das coisas que mais me chamou atenção, pois Felix não se permitiu o luto no passado, e quando ele se percebe afastado da sociedade, acaba desenvolvendo uma válvula de escape para seu isolamento.

Outro ponto alto da adaptação é a semelhança que os atores (presidiários) passam a ter em relação aos personagens que eles interpretam na peça, vivenciando a obra adaptada dentro de sua própria realidade. Isso pode parecer confuso, mas te juro que dentro do texto faz total sentido (lembram da metalinguagem?).

O único ponto que me incomodou foi a inconstância no ritmo do texto. O livro foi dividido em cinco partes, sendo a segunda e a terceira as mais desinteressantes e lentas. As partes finais foram as que mais gostei, trazendo boa parte das reflexões, assim como toda a ação. Apesar dos altos e baixos eu gostei muito da leitura e super indico para quem gosta de histórias sobre vingança, assim como sobre bastidores de teatro, me senti dentro do espetáculo.
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Guynaciria 05/03/2019

Em Semente de Bruxa, temos a recontagem da peça A Tempestade de Shakespeare, sobre o olhar do personagem Felix, um aclamado diretor de teatro que após sofrer algumas perdas trágicas em sua vida, se vê em meio a uma crise emocional que o deixa fragilizado e suscetível a mais vil traição. 

Após um golpe ministrado por um amigo e um antigo rival, ele perde tudo o que lhe restava, tendo que lidar assim com o vazio de uma vida sem propósito. 

Mas Felix é um homem extraordinário, ele se refaz aos poucos, respeitando o seu tempo, lidando com sua carência afetiva e com a ausência de sua doce Miranda (filha que faleceu aos 3 anos de idade).

Após doze anos, ele se depara com a oportunidade de se vingar de seus algozes, é claro que ele não vai perder essa chance. 

O livro começa bem arrastado, é eu quase desisti da leitura, mas ao persistir tive uma doce surpresa ao me ver envolvida com uma história fascinante, que transita entre a realidade e a ilusão. 

O que mais me motivou a continuar com a leitura foi a sequência de informações técnicas sobre o universo dos palcos de teatro, como uma peça é montada, o papel motivacional de um diretor, as diversas interpretações sobre um texto que antes me parecia vazio e monótono. 

Margaret Atwood, me deixou morrendo de vontade de ler A Tempestade, só para ter mais um gostinho desses personagens que tanto me emocionaram. 

Posso garantir a vocês que nunca mais lerei uma peça de Shakespeare da mesma forma.
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Paloma 24/01/2019

Uma história inteligente
Mais uma vez podemos admirar a inteligência dessa escritora incrível que é Margaret Atwood. Com sua habilidade louvável para escrita ela nos conta a sua versão da aclamada história de Shakespeare, A Tempestade.
Não posso afirmar que já li a peça original, na verdade nunca li nada de Shakespeare rs, mas quando mais eu passava as páginas, mais parecia que eu estava familiarizada com essa história que causou inúmeras críticas ao longo dos anos.
Nesse livro vamos acompanhar Felix, um diretor de teatro das antigas que decide por todo o seu esforço em recriar a peça de Shakespeare, ao mesmo tempo em que busca vingança por um acontecimento do passado.
A história é inteligente e bem construída. Margaret sabe muito bem trabalhar com todas as personagens da peça original ao mesmo tempo em que as renova para os dias atuais. Fiquei completamente envolvida com todos, mas no fim, quem não ama uma boa historia de vingança não é?
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alineaimee 16/01/2019

O trágico e o cômico com leveza e humor
Releitura tragicômica d'A Tempestado, do Shakespeare, o livro resgatao espírito do bardo e aborda, com fluidez e graça, temas como traição, perda, aprisionamento e transformações. Atwood consegue aqui unir ação e comentário teórico com muita habilidade e eficiência. Daquelas histórias que a gente ama acompanhar e sente saudades quando termina.
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Adan 15/01/2019

Montanha russa que só vai pra baixo
Semente de Bruxa é uma montanha russa que só vai pra baixo: começa MUITO bem, mas o final deixa um gosto tão amargo que apaga até o que tem de bom no início.

O livro nos apresenta Felix, um renomado diretor de teatro que é demitido e perde tudo quando seu parceiro de negócios lhe passa a perna. Felix já havia perdido a esposa e a filha e, quando perde também o teatro, decide se mudar para uma cabana no meio do nada e viver em reclusão, planejando sua vingança.

Eis que, 12 anos depois, agora com uma nova identidade, ensinando teatro na prisão local, Felix finalmente tem sua chance de se vingar. E tudo não poderia ser mais… morno.

O livro se perde no meio do caminho e tudo fica tão ruim, que parece que a Margaret desistiu e deu pra outra pessoa terminar. O início prepara o terreno para uma tensão que não vem, em um conflito muito aquém do esperado.

Os personagens não são bem desenvolvidos: a maioria deles é apenas listada, sem ganhar rosto nem personalidade própria; são apenas nomes, que você nem se dá ao trabalho de guardar. Até Félix é um personagem plano, mesmo com o narrador onisciente morando em sua cabeça.

Não há contradições, percalços no caminho, plot twists, segredos a serem revelados, nada. E o pouco que promete, dá em absolutamente nada algumas páginas depois. É um livro plano, morno, que pega todo o seu potencial e joga fora, oferecendo uma experiência esquecível: de memorável, só a decepção.


site: https://www.instagram.com/sobre.historias/
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Maria Clara | @mariaclarabruno 12/01/2019

Em "Semente de Bruxa", Margaret Atwood reconta a história de Shakespeare, "A Tempestade". Apesar de sua escrita ser excelente, como de costume, a história não é tão interessante assim. Não prende o suficiente, não cativa e não encanta, ou seja, torna-se somente uma história comum e bem contada.
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Nath Correia @bibliotecadanath 17/12/2018

Semente de bruxa l @therealmargaretatwood l @editoramorrobranco l 331 páginas l 4’
“Semente de bruxa” foi o meu segundo contato com a escrita da Margaret Atwood (depois da avalanche que foi a leitura de “O conto da aia” e que ainda não consegui terminar por motivos emocionais...) e posso dizer que o nosso segundo encontro foi extremamente prazeroso. Aqui, temos uma história sobre vingança, isolamento, solidão, redenção e um toque de magia e todos esses elementos possuem como pano de fundo a encenação da peça “A tempestade” do mestre Shakespeare em uma prisão (mais genial impossível!).

Félix já foi um diretor artístico renomado. Responsável pelo Festival de teatro de Makeshiweg, suas produções eram sucesso de público e encantavam pelas suas inovações. Durante a montagem de “A tempestade”, peça que levaria a sua reputação para altos níveis e serviria para curar antigas feridas emocionais, Félix sofre uma terrível traição e toda a vida que ele tinha some como num passe de mágica. Humilhado, ele se refugia em uma cabana isolada onde esperará por vingança e se verá assombrado pelas memórias da filha perdida.

Sua oportunidade de vingança chega após longos doze anos, quando Félix consegue o emprego de professor em um presídio. Adotando um novo nome, ele comandará a mais improvável trupe de teatro e, finalmente, poderá montar “A tempestade” onde executará sua vingança contra as pessoas que o destruíram...

Com uma escrita inteligente e envolvente, a autora faz um reconto totalmente original e incrível de “A tempestade”, onde os personagens da peça, suas ações, medos e desejos se confundem com os personagens do livro. É uma história que levanta muitas reflexões ao mostrar como a solidão pode ser cruel e traiçoeira e nos aprisionar, como a vingança pode nos consumir aos poucos e nem sempre ser satisfatória e como muitas vezes as piores pessoas se escondem atrás de “boas ações” e roupas caras e não atrás das grades. Impossível não se deixar cativar por Félix e seus peculiares atores e não torcer por um final feliz para um homem que foi tão injustiçado quando ele só queria continuar produzindo pequenas doses de magia para o seu público.

Instagram: @bibliotecadanath
Link da resenha: https://www.instagram.com/p/BrfgVBOhWPd/
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carlos 13/12/2018

"O inferno está vazio e todos os demônios estão aqui" - W.S.
Semente de Bruxa é uma releitura INCRÍVEL de A Tempestade de William Shakespeare escrita pela Margaret Atwood!!!! Depois de ter sido demitido injustamente por alguém que considerava amigo, Felix começa a trabalhar como diretor de teatro em um presídio, organizando encenações de peças shakespeareanas estrelando os encarcerados. Ele finalmente consegue realizar seu sonho de trabalhar com A Tempestade e aproveita os temas obscuros da obra e dos sentimentos vingativos de Próspero, o personagem principal, para orquestrar sua própria vingança, fazendo do presídio a sua ilha mágica.

A história tem, no mínimo, três camadas de A Tempestade: 1) a própria peça de Shakespeare, que serve como inspiração, esqueleto e referência primeira para o livro; 2) os personagens do livro imersos no roteiro da peça para a interpretação no presídio, com várias discussões sobre os temas da trama e as motivações dos personagens shakespeareanos; 3) as analogias que o próprio enredo do livro fazem ao enredo da peça e as maneiras como os personagens de Atwood espelham os personagens de Shakespeare. Se soa confuso, é porque é.

A segunda camada é cheia de relações entre personagens Atwood-Shakespeare que tanto o leitor quanto os personagens de Atwood reconhecem – os papéis são atribuídos entre os prisioneiros conscientemente; enquanto a terceira camada é mais um "bônus" para o leitor – os personagens de Atwood, com exceção talvez de Felix, não percebem que estão literalmente vivendo o enredo de A Tempestade e que seus papéis são muito bem desenhados para imitar o enredo shakespeareano na vida real.

Eu li a peça em maio desse ano e assisti ao filme com a Helen Mirren algumas vezes (porque apesar de os efeitos serem péssimos, as atuações são ótimas e o fato de o Próspero ser a Próspera me ganhou totalmente) e mesmo assim me senti perdido na leitura de Semente de Bruxa às vezes. Quanto mais os personagens do livro tomavam decisões que os assemelhavam aos personagens de Shakespeare, mais nós eu tinha que desfazer na minha cabeça e mais eu achava a recriação da Margaret Atwood genial.

Esse foi o primeiro livro da autora que eu li e também o primeiro contato com essa coleção que traz autores renomados para escreverem releituras de peças shakespeareanas. Ainda tenho muita curiosidade de conferir a releitura do Jo Nesbo de Macbeth e estou ansioso para a da Gillian Flynn baseada em Hamlet que deve sair nos próximos anos. Adorei a proposta, e espero que sejam lançados aqui no Brasil também!

Ah, ao fim do livro tem uma breve narrativa apresentando o enredo da peça para o leitor (re)conhecê-la, mas ainda acho válido dar uma lida no texto íntegro antes, ou pelo menos assistir a alguma adaptação pra conseguir aproveitar a leitura ao máximo possível. Eu já mal posso esperar pra reler essa história e perceber as referências que devo ter deixado passar nessa primeira leitura.
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Michelle Trevisani 06/12/2018

Simplesmente adorei esse livro!
Oi, oi gente! Tudo belezinha aí? Hoje a resenha que trago é do mais novo lançamento da editora Morro Branco - uma aposta que já é sucesso não é mesmo? É MARGARETH ATWOOD minha gente, em uma versão de livro linda, linda. Só vai dar uma olhadinha nela em uma livraria pra você ver vai... aposto que você vai ficar morrendo de vontade de comprar hahah!

Bem, esse é o primeiro livro que leio da autora. JURO, JURO que vou ler logo o livro de mais sucesso dela, que é O conto de Aia, mas ainda não tive oportunidade. Lendo este aqui porém, dá pra ter uma noção do tamanho da genialidade dessa mulher. Este não é um livro comum. Eu nem sei como explicar. É uma obra maravilhosa, quase um reconto de A Tempestade de Shakespeare, mas as situações que ela usou para escrever esse livro foram tão originais que fiquei fascinada. Sabe aquele tipo de livro inteligente, que foge do lugar comum. Pois é, esse livro é assim.

Felix é diretor artístico e nosso principal personagem. Ele está a frente de um dos festivais mais aclamados de teatro, o Teatro de Makeshiweg e vive seu melhor momento na carreira. Ele está prestes a mostrar para o mundo mais uma de suas adaptações pitorescas para uma obra de Shakespeare - A tempestade, que ele pensou em cada detalhe com um carinho extremo, que foi minucioso nos detalhes, que viveu intensamente cada fase de construção da peça.

Mas sua grande estréia será suspensa, depois que um de seus assistentes o apunhada pelas costas e o trai, fazendo com que Felix perca o emprego como diretor e junto com ele todos os atores que estavam escalados para apresentar a obra. Além disso, Felix passa por mais um drama em sua vida - já não bastasse a morte de sua esposa no parto de sua filha, agora também perde a filha com 3 anos para uma febre terrível que a assolou. Desolado e sem perspectiva, Feliz resolve se excluir em uma choupana no meio do nada, para refletir em como será o final de sua vida e carreira.

Felix até tenta se manter afastado, mas de repente uma oportunidade surge de dar aulas de teatro para um grupo de penitenciários de uma penitenciária perto de sua choupana isolada. De início Felix pensa ser uma extrema vergonha terminar sua carreira dessa forma. Resolve até assumir o emprego com outro nome, para não ser reconhecido. Mas precisa do dinheiro e precisa de forças para sair desse período sombrio que virou sua vida.

E é dando aula de teatro a estes penitenciários que cai no colo de Felix de repente a oportunidade de se vingar de seus traidores, que estão prestes a assistirem uma de suas peças dentro da famosa penitenciária de Fletcher. Terá a oportunidade de mais uma vez montar sua Tempestade, e será tão brilhante como a primeira vez que a montara, mas agora será melhor - será carregada de um desejo de vingança descontrolado.

Apesar do enredo soar meio pesado, esse livro foi bastante divertido. Ver os penitenciários se envolvendo com o teatro e articulando de forma engraçada sobre as fases de cada peça foi muito interessante de acompanhar. Eu me envolvi demais com a obra, achei super diferente. Trazer atores tão peculiares para o centro da história tornou essa obra única e muito atrativa. E sem contar que ao lermos esse livro teremos uma super aula de uma das peças mais famosas de Shakespeare - "A tempestade". Dá uma vontade imensa de ler mais livros desse tipo, só para entendermos ainda mais o que se passava na mente de Shakespeare em suas peças e a autora explora esses elementos de forma a não nos deixar perdidos, ela vai dissecando pouco a pouco a obra, e juntos vamos aprendendo junto com os penitenciários sobre.

Leia o restante da resenha no meu blog >> LIVRO DOCE LIVRO

site: https://meulivrodocelivro.blogspot.com/2018/12/resenha-semente-de-bruxa-de-margaret.html
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@retratodaleitora 19/11/2018

Sensível e cativante
Semente de Bruxa é um livro curto e maravilhosamente envolvente no qual somos apresentados a Felix, diretor artístico do Teatro de Makeshiweg e conhecido por suas produções elaboradas e encantadoras que arrebatam o público. Seu próximo grande show será a produção da peça A Tempestade, de William Shakespeare, que não apenas aumentará sua popularidade no teatro, mas será uma forma de aliviar seu emocional abalado depois de uma grande perda.

Felix tem seus planos suspensos quando seu assistente arma contra ele um grande golpe, que não só cancela a produção, mas tira dele seu amado emprego no teatro. Abalado pela traição e perseguido por lembranças que o tiram do eixo, busca exílio em uma antiga cabana no meio do nada, planejando sua grande vingança.

Após anos longe dos teatros ele tem a oportunidade de trabalhar como professor em um presídio ali perto, onde ele monta um curso de teatro onde os alunos encarcerados se tornam atores, personagens de narrativas de Shakespeare, histórias de amor, aventura e vingança. Esse ano a peça encenada será sua Tempestade, e ele dará tudo de si para montar uma apresentação inesquecível para todos ali, especialmente para seus traidores.

Semente de Bruxa é o romance mais recente de Margaret Atwood, lançado originalmente em 2016 e trazido esse ano pela Morro Branco em uma belíssima edição. Foi meu primeiro contato com a autora e acredito que iniciei com o pé direito.

Essa é uma recontagem incrível da peça original, que li só para ter uma noção de onde estava mergulhando. Atwood cria uma trama repleta de significado, drama e arte. É uma narrativa espetacular, que envolve o leitor desde o início, com personagens diferentes, bem construídos e cheios de personalidade e criatividade. Eu amei a leitura, me encantei completamente pela sensibilidade da obra, a comicidade em alguns diálogos... Sempre que fechava o livro sentia falta da leitura, que fiz aos poucos para não acabar tão cedo, mas que ainda assim passou voando. Mal posso esperar para conhecer outros livros da autora J

Recomendo!

site: https://www.instagram.com/p/BqSL-eEgf6h/
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