Semente de bruxa

Semente de bruxa Margaret Atwood




Resenhas - Semente de bruxa


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Jane.FAlix 11/12/2022

Semente de Bruxa
Não leia esperando um livro de fantasia com bruxas e feitiços. Basicamente o livro é sobre vingança.
A narrativa é permeada pela peça shakespeariana, A tempestade, e os personagens desta estão relacionados de alguma forma.

O que mais gostei nesse livro foi acompanhar o processo de recriação da peça de Shakespeare feito por detentos. Foi bom ver a evolução de cada um e tbm a catarse que ocorre tanto com os prisioneiros como o o diretor da peça que é o protagonista.
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Løu huebes 26/07/2020

Um livro okay.
O livro se trata de uma releitura do cla?ssico "A Tempestade", de William Shakespeare. Felix o protagonista se encontra no melhor momento de sua carreira como diretor, seu pro?ximo passo seria produzir a obra A Tempestade, mas acaba sendo trai?do por um parceiro de forma inimagina?vel. Apo?s a traic?a?o ele se exila em uma cabana que ele encontra abandonada onde ele vai viver assombrado pelas memo?rias de sua filha perdida, enquanto planeja sua vinganc?a. Ele troca de nome e se torna um professor falido que comec?a a incentivar presidia?rios de uma prisa?o a encenarem pec?as de Shakespeare, em va?rios momentos no?s leitores esquecemos que os talentosos atores dessas pec?as se tratam de criminosos, e? ate? co?mico e uma das coisas que eu mais gostei do livro.
Apo?s um tempo Felix descobre que finalmente sua esperada oportunidade de vinganc?a se torna possi?vel. Ele enta?o decidi que os presidia?rios iram encenar A Tempestade para os espectadores que foram chamados a atenc?a?o para assistirem esses criminosos atores.
Gostei do livro mas na?o foi nada surpreendente, e? mais uma leitura para acalmar, uma boa escrita sem du?vida e bons personagens. Pretendo logo ler O Conto da Aia da mesma autora.
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Jaque @blogmalucadoslivros 30/06/2020

Outra obra de Margareth Atwood que não decepciona!
Em Semente de bruxa, me deparei com uma trama diferente, mas instigante sobre vingança.

A PREMISSA:
Nesta releitura de "A tempestade" de Shakespeare, conhecemos Félix. Ele está feliz e pleno com seu emprego de diretor artístico do Festival de teatro de Makeshiweg mas após a morte de sua filha a vida de Félix passa a ir água abaixo, o levando a perder este emprego que tanto ama. Assim ele acaba indo morar em uma cabana remoendo rancores do passado, a dor de ter perdido sua filha e sendo assombrado por isso e jura vingança.

❝Mas seria mais do que isso, porque dentro da bolha encantada que ele estava criando, sua Miranda viveria de novo.❞

Após doze anos, Félix arruma um emprego de professor de teatro em uma penitenciária e ali, finalmente ele encontra a chance de finalmente se vingar daqueles que um dia, tiraram tudo que ele tinha.

O QUE EU ACHEI:
Este foi meu segundo contato com a escrita da autora, e posso dizer que mais uma vez ela me surpreendeu com a delicadeza de sua escrita e a sua narrativa tão instigante. Félix é um personagens amargurado e rancoroso e eu senti empatia por ele, mesmo não concordando com suas atitudes.

Semente de bruxa não é um livro eletrizante, eu diria que é uma leitura de altos e baixos porque as vezes eu achei a leitura monótona mas ainda assim não conseguia largar, eu queria saber como seria a vingança de Félix e as consequências que isso teria.

Por fim só posso dizer que é sim uma ótima leitura, sensível e instigante. Margareth se tornou uma das minhas autoras preferidas, então mesmo com algumas ressalvas recomendo demais este livro!

site: https://www.malucadoslivros.com.br/2020/06/resenha-semente-de-bruxa-margareth.html
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Gabi 23/05/2022

Achei que a leitura seria mais fluida...assim como foi com O conto da Aia, mas foi lento. E mesmo a história sendo realmente boa, foi algo arrastado.
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Wonderland of Books 13/02/2020

Adoro essa escritora. Lerei tudo dela.
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Angela.Dutra 02/03/2023

Muito mais que uma releitura
Assim como os testamentos e o conto da Aia, que livro senhoras e senhores! Que livro!!

Atwood coloca diferentes sentimentos de seus personagens nos diferentes momentos da história.

Não é só sobre vingança, é sobre perceber que vingança por vingança não traz satisfação.
Atwood estudou um mundo desconhecido por ela para construir essa história. Ela não só faz uma releitura sensacional (sendo, na verdade, uma releitura de outra releitura - você entenderá qndo estiver lá nas últimas páginas hahaha - caso não conheça a peça original) como nos guia por diversas reflexões.

Há um estudo sociológico em todo o enredo, já que temos discussões sobre direitos humanos (usarei esse termo para não adiantar nada sobre a história), feminismo, amor, sentimentos de possessão, desejos e atos sem limites de quem deseja ser poderoso em uma sociedade capitalista, e por aí vai.

Ela me emocionou lindamente ao falar sobre libertar aquelas que amamos e deixá-las serem livres. Foi doce e profunda ao descrever o momento em que alguém percebe que temos liberdade qndo deixamos para trás as dores que nos perseguem e seguimos adiante para viver com mais plenitude.

Enfim? Atwood não decepciona. Agora só me resta escolher mais uma de suas obras para dar continuidade às minhas leituras.
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Caroline.Mestanza 26/11/2023

Confuso, mas intrigante
Demorei muitoooo tempo para conseguir finalizar esse livro? No começo gostei muito, mas chegando na metade do livro ele se torna cansativo, parece que não sai do lugar, não chega onde deve chegar? Acho que como a história é baseada em uma peça de Shakespeare, isso torna tudo mais complexo e acho que não consegui curtir tanto a leitura! Mais para o fim consegui retomar bem e aproveitar mais? A ideia é muito boa, mas não gostei tanto quanto outros livros da Margareth!!
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Patrícia 13/04/2021

Uma história de vingança
Felix é um diretor de teatro muito dedicado ao seu trabalho ainda mais depois de perder sua esposa e sua filha pequena mas ele acaba deixando muitas responsabilidades a cargo do seu assistente.
Quando Felix menos espera ele é demitido e seu assistente assume seu lugar, então Felix pega suas coisas e vai viver isolado, onde ele fica por doze anos, até descobrir uma vaga para dar aula em uma prisão e ele decide se candidatar, ele consegue o emprego e lá ele vai dar continuidade ao seu projeto que foi interrompido, com os presos ele vai montar a encenação de A Tempestade de Shakespeare e também se vingar das pessoas que armaram para que ele fosse demitido.
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Eu gostei muito da leitura mas sinto que perdi muito da experiência por não ter lido A Tempestade de Shakespeare antes mas uma coisa que esse livro fez muito bem foi me deixar com vontade de me aventurar por Shakespeare ?
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@thereader2408 27/12/2021

Perdoar é libertar o prisioneiro...
Em "A tempestade" de William Shakespeare o personagem Próspero pede a audiência que o perdoe e o liberte, mas do que exatamente ele queria ser libertado? Esse questionamento foi explorado pela escritora Margaret Atwood, famosa pelo "O conto da Aia", pois segundo a autora todos nós, de certa forma, estamos em algum tipo de prisão. "Semente de Bruxa" é uma releitura construída no âmbito doprojeto Hogarth Shakespeare, e retoma a peça "A Tempestade", uma das histórias mas incríveis criadas pelo Bardo.

O livro da Atwood conta a história de Felix, que trabalha como diretor artístico do Festival de Teatro de Makeshiweg e é muito bem sucedido em seus projetos. Seu próximo trabalho será a encenação de "A tempestade" que além de o ajudar a melhorar sua reputação, servirá para curar antigas feridas emocionais. Mas Feliz é traido e se exila, assombrado pelas suas memórias, ele planeja sua vingança. Uma oportunidade chega doze anos depois, na forma do cargo de professor em um presídio e lá ele planeja encenar "A Tempestade" com seus alunos, ao mesmo tempo prepara uma armadilha para aqueles que o trairam.

Depois de publicado a autora soube de um preso na Itália que participou de uma encenação de "A tempestade" na prisão e achou a experiência tão libertadora que depois de solto ele visita prisões com um projeto sobre Shakespeare. Em "Shakespeare salvou minha vida" de Laura Bates, é narrada a história de uma professora que ensina literatura em prisões de segurança máxima e mostra como isso foi uma experiência gratificante para todos os envolvidos.

Ao falar sobre sua inspiração em recontar "A tempestade" em uma prisão, a autora afirma que um dos objetivos foi levantar um debate sobre "para quê servem as prisões?". Para punir e fazer com que as pessoas tenham os piores momentos de suas vidas? Ou para recuperar pessoas que um dia serão reintegradas novamente à sociedade?

Embora o título do livro possa remeter a bruxaria ou uma abordagem sobrenatural, o livro na verdade fala de luto, vingança, perda, arrependimentos e segundas chances, o que tem tudo a ver com os diversos tipos de prisões que possamos estar submetidos, alegóricas ou não.

@thereader2408
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@zurcenila 11/09/2021

Clube do Livro - Agosto 2021
(Resenha) Livro - Semente de Bruxa - Margaret Atwood
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?Está é a minha primeira resenha no IG de um livro da Margaret apesar de ser o meu terceiro contato com a autora (já li O conto da Aia e Os Testamentos). Quando este livro foi escolhido para a LC, minha expectativa foi enorme!
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?Foi amor à primeira vista quando adquiri esta edição caprichadissima da @morro, a segunda grata surpresa foi descobrir que este livro é fruto de um projeto de uma editora inglesa que decidiu homenagear os 400 anos da morte de Shakespeare convidando autores contemporâneos para revistarem as obras do autor.
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?Está é a história de Felix um diretor artístico que está no auge de sua carreira e é responsável por um renomado festival de teatro e tinha planos de produzir a melhor adaptação de ?A Tempestade? de Shakespeare quando é surpreendido por uma demissão.
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?Ele logo percebe que o golpe da demissão é uma cilada de negociações políticas de seus inimigos, mas Félix já enfrentava a tragedia da morte de sua filha e com isto ele exila-se em uma cabana, longe de tudo e de todos.
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?Este é o mês dos pais e está relação pai e filha é abordada com muita sensibilidade e beleza ao longo de toda a historia nos deixando emocionados (e confusos) hora questionando a sanidade do protagonista, hora acreditando no sobrenatural.
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?Alguns anos depois ele decide restaurar sua vida e concorrer a uma vaga de professor de teatro em um projeto de uma penitenciária e é aí que sua ?vingança? começa!
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?A autora esmiúça a peça original abrindo nossos horizontes para a percepção sobre o comportamento humano através das reflexões sagazes que Félix dispõem para cativar os detentos.
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?Adorei a forma inteligente que Félix manipula as pessoas e fui surpreendida com o final que demonstrou imensa nobreza de espírito do personagem. Conta pra mim se você já leu esse livro ou alguma obra da Margaret ou se conhece a obra A Tempestade de Shakespeare.
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Jacqueline 20/08/2021

Uma obra prima!
Nessa minha mania de não ler a sinopse, eu realmente não esperava que o título desse livro tivesse esse enredo como plano de fundo.
Semente de Bruxa é uma releitura da peça "A tempestade" de Shakespeare, colocando ao redor dessa análise da peça a história de Felix Phillips, um diretor e produtor teatral que perde a família e é demitido de seu atual emprego no comando de um grande teatro, vítima de uma maracutaia armada por seu assistente, Tony, antes de colocar em prática a peça de sua vida, "A tempestade".
A autora faz um belo bolo com várias camadas que esmiúçam a peça original de Shakespeare enquanto conta a história do personagem principal, fazendo o leitor analisar duplamente as leves nuances de comparação entre os personagens da peça original e os envolvidos na narrativa de Margareth Atwood rodeando toda a vida pessoal de Felix, além de deixar a dúvida quanto a veracidade da participação filha do protagonista na apresentação e nos deixando apreensivos quanto ao andamento de sua vingança pessoal.
Confesso que por diversas vezes achei que Felix ia colocar todos ali em uma grave situação por causa de seu enorme desejo de vingança, mas o desdobramento final me deixou tão chocada que tive que parar a leitura para respirar.
Para finalizar essa obra magnífica, o final é perfeito, trazendo os "atores" da peça em uma analise própria de cada um de seus personagens num futuro após o final da trama da peça original.
Assim como disse o jornal britânico "The Guardian", eu também queria que Atwood reescrevesse toda a obra de Shakespeare, pois isso ficou magnífico.

Obs.: Recomendo a leitura da obra original, no final do livro há apenas um grande resumão da história de Shakespeare.
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Suelen 14/08/2022

Semente de Bruxa
Confesso que li o livro sem ler a sinopse antes, então a história não era a que esperava devido ao título.

Apesar de ser uma leitura fluída e sem grandes dificuldades, eu não gostei.
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Adan 15/01/2019

Montanha russa que só vai pra baixo
Semente de Bruxa é uma montanha russa que só vai pra baixo: começa MUITO bem, mas o final deixa um gosto tão amargo que apaga até o que tem de bom no início.

O livro nos apresenta Felix, um renomado diretor de teatro que é demitido e perde tudo quando seu parceiro de negócios lhe passa a perna. Felix já havia perdido a esposa e a filha e, quando perde também o teatro, decide se mudar para uma cabana no meio do nada e viver em reclusão, planejando sua vingança.

Eis que, 12 anos depois, agora com uma nova identidade, ensinando teatro na prisão local, Felix finalmente tem sua chance de se vingar. E tudo não poderia ser mais… morno.

O livro se perde no meio do caminho e tudo fica tão ruim, que parece que a Margaret desistiu e deu pra outra pessoa terminar. O início prepara o terreno para uma tensão que não vem, em um conflito muito aquém do esperado.

Os personagens não são bem desenvolvidos: a maioria deles é apenas listada, sem ganhar rosto nem personalidade própria; são apenas nomes, que você nem se dá ao trabalho de guardar. Até Félix é um personagem plano, mesmo com o narrador onisciente morando em sua cabeça.

Não há contradições, percalços no caminho, plot twists, segredos a serem revelados, nada. E o pouco que promete, dá em absolutamente nada algumas páginas depois. É um livro plano, morno, que pega todo o seu potencial e joga fora, oferecendo uma experiência esquecível: de memorável, só a decepção.


site: https://www.instagram.com/sobre.historias/
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Tatiana221 05/11/2021

Uma releitura de A Tempestade de Shakespeare, muito intrigante e que te prende até o fim, final bem razoável, esperava mais
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Coruja 05/10/2019

Como esse é o mês do Halloween, não tive nem dúvidas em escolher qual seria o título para esse tema do Desafio Corujesco (é, eu sei, tô atrasada com os temas anteriores, mas coisas andaram meio corridas por aqui…) assim que registrei o título: Semente de Bruxa me fez brilhar os olhinhos tão logo foi anunciado. Afinal, tratava-se de uma releitura de Shakespeare - um dos maiores escritores de língua inglesa na História - feita por Margaret Atwood - uma das mais admiradas autoras em tempos modernos. A Tempestade não é uma das minhas peças favoritas do bardo, mas outra releitura - o capítulo final da série Sandman do Gaiman - fez com que ela ganhasse um lugarzinho especial no meu coração.

Dito isso, a primeira coisa que tenho a falar da versão de Atwood é que ela me segurou na cadeira em ansioso suspense até a última página, a despeito do fato de que a familiaridade com o texto original me dava uma boa ideia de como seria o final. A forma como ela costura o périplo de Félix, seu protagonista, para espelhar as desventuras de Próspero, como ecoa em coincidências de circunstâncias, nomes, papéis, mesmo traduzindo o enredo elizabetano para tempos modernos - e focando a ação dentro do teatro - é simplesmente genial.

Antes de continuar me derretendo em elogios, porém, preciso explicar a história. Tudo começa com Félix, diretor de um festival de teatro reconhecido pela inventividade e quebra de paradigmas, sendo sumariamente dispensado de seu posto por Tony, a quem considerava seu braço direito. Tony deseja o cargo de diretor para usá-lo como trampolim político, e aproveita-se do desinteresse de Félix por suas obrigações administrativas e da vulnerabilidade em que ele se encontra após a morte da filha de três anos, Miranda.

Félix estava no meio da montagem justo de A Tempestade, projeto em que pretendia homenagear a memória da filha - afinal, a bela filha do mago Próspero se chama Miranda. A traição de Tony não apenas lhe tira de um trabalho que era sua paixão, como também lhe parece uma segunda morte da menina. Assim é que ele se afasta de tudo e de todos, vai morar num barracão à beira da estrada, inventa uma nova identidade para si mesmo e acaba por conseguir um emprego como professor de literatura num programa de alfabetização de presos, onde passa doze anos sonhando com vingança; uma vingança que vai envolver justamente… A Tempestade.

Dramático? Imagina?…

As muitas coincidências que fazem Félix estar no lugar certo, na hora certa para conseguir sua vinganças podem até ser forçadas, mas a escrita de Atwood faz você esquecer disso, da mesma maneira que o aparente fantasma (ou alucinação) da Miranda que acompanha Félix. Não obstante ser o plot da vingança bem interessante, o que realmente rouba a cena são as ligações que Félix estabelece com seus alunos e como eles interpretam o texto original de Shakespeare, trazendo a ilha de Próspero para sua realidade. Eu teria lido feliz todas as peças anteriores montadas no presídio (Macbeth e Ricardo III são citadas), teria devorado outras centenas de páginas com ele desafiando seus alunos a pensarem, re-imaginarem, reescreverem e se encontrarem nos personagens de Shakespeare.

Chamou-me particularmente atenção a forma como boa parte do presos se identifica com Calibã, o ‘semente de bruxa’ conforme os insultos de Próspero. Calibã, o monstro, o deformado, o vilão, mas também o escravo, o vilipendiado, o colonizado, aquele que teve sua terra roubada pelos brancos. Não foi uma correlação que eu tenha feito quando li a peça, mas que fez muito sentido no contexto do romance de Atwood. Eu gostei desse comentário social - do conflito político acerca do merecimento dos presos de um programa como aquele, face às expectativas de punição do público; do teatro e da leitura como ferramentas de aprendizado que poderiam ser utilizadas após o grupo ter cumprido sua sentença, da maneira como os exercícios propostos permitem não apenas catarse, mas uma recuperação de dignidade.

Para além disso, como eu poderia resistir a um livro tão espetacularmente metanarrativo? Afinal, estamos diante de uma peça (manipulada por Próspero) dentro de uma peça (escrita por Shakespeare) dentro de uma peça (dirigida por Félix), numa história cujos acontecimentos espelham de perto o enredo da traição e vingança do Próspero original. Isso apela ao meu senso de ironia e meu gosto por contos que se assemelham a matrioskas, uma história dentro da outra, dentro de outra e assim por diante.

Semente de Bruxa é um livro delicioso, inteligente na forma como usa os temas presentes em A Tempestade, com personagens teatrais que entendem muito bem que estão representando personagens, repleta de humor e, mais importante, de humanidade. Shakespeare sabe muito bem ir à essência da questão e Atwood aproveita com maestria a trilha deixada pelo bardo. Foi um daqueles livros que nos deixam com gosto de quero mais ao terminar. Vai para a lista dos favoritos desse ano, sem dúvida.

site: https://owlsroof.blogspot.com/2019/10/desafio-corujesco-2019-uma-releitura.html
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