Ari Phanie 27/11/2022"Ter uma avó é ter um exército. O maior privilégio de um neto é saber que alguém está do seu lado, sempre, haja o que houver."
Comprei esse livro ano passado porque o título e a sinopse me pareceram interessantes. Ainda não conhecia o Fredrik Backman, mas estava animada para conhecer já que ele era um dos escritores mais hypados nas redes sociais. Pensei que talvez fosse me arrepender de ir na onda do hype, mas dessa vez não foi o caso. Depois de ler Gente Ansiosa com todas as suas peculiaridades e favoritar, pensei logo em ler Minha avó pede desculpas, mas eu sabia que essa seria uma leitura difícil pra mim, então fui adiando. Até agora.
A história é sobre Elsa, uma garotinha de sete anos considerada diferente que tem uma relação muito próxima e linda com sua avó. Elsa é superinteligente e sua vó super excêntrica. Juntas, as duas criam um mundo de conto de fadas cheio de aventuras e seres diferentes, mas como a sinopse denuncia, a avó maluca morre, mas não sem deixar algumas tarefas importantes para a netinha. Em meio ao seu processo de luto, a pequena Elsa precisa lidar com muito mais do que a fantasia que sua avó a tinha apresentado. E enquanto segue com a sua missão, Elsa faz amigos, conhece monstros, entende melhor sobre o significado de família, aprende sobre morte e vida, e precisa lidar com seus próprios sentimentos contraditórios e vulnerabilidades. Tudo isso é contado com muita sensibilidade, humor, inocência e também um pouco de melancolia. Os personagens secundários que fazem parte do cotidiano de Elsa também merecem menção, pois assim como em Gente Ansiosa, aqui você também encontra um apanhado de personagens peculiares, mas bastante humanos, e que ficam com você mesmo depois que termina a leitura.
Eu confesso, comecei essa história com medo. Temas como luto e relação avó-neta é bastante complicado para mim. Assim como Elsa, eu também tinha uma relação muito próxima com a minha avó, e assim como Elsa também perdi minha vó para um câncer. Mas mesmo com a tristeza que a história me trouxe inicialmente, ler ela foi um pouco terapêutico, me permitiu pensar na minha avó sem tanta tristeza, porque minha avó era mesmo como um exército e eu havia esquecido o quanto foi divertido ter ela ao meu lado.
Enfim. O Fredrik Backman é um contador de histórias sensacional, que cria narrativas e personagens excepcionalmente singulares com as quais, ainda assim, conseguimos nos conectar e perceber como reais; como alguém que conhecemos. E assim como o primeiro livro dele que li, esse também virou um favorito e o Backman também se tornou um escritor a ser acompanhado. Não vejo a hora de ler mais coisas dele.