Andre.28 11/02/2020
Tão abaixo do padrão da Colleen Hoover
Se pudesse determinar uma palavra para experiência de leitura de ‘As Mil Partes do Meu Coração’ eu diria que a palavra frustração seria a mais adequada para ser utilizada. Antes de começar essa resenha refleti bastante para medir as palavras que iria utilizar, de forma a não perder a minhas estribeiras e sair empurrando uma verborragia de impropérios, para o qual foi difícil e deprimente ler esse livro.
Honestamente eu detesto detonar livro de autor(a), porque, muito embora saiba que toda obra seja passível de crítica, sei aquela pessoa que escreve determina um esforço para produzir uma história. Então, eu tento me pôr no lugar da pessoa que escreveu, no quanto ela despendeu das suas forças e de seu tempo para criar e dar toda uma forma ao enredo, diálogos, estilo de escrita e característica dos personagens. Enfim, da minha parte é difícil você me ver saindo a xingar livros à torto e a direito. Entretanto, tem momentos, tem horas, e enredos que testam ao máximo a paciência dos leitores, e que não dá pra não deixar de fazer uma critica forte. É o caso desse livro.
‘As Mil Partes do Meu Coração’ conta a história de Merit Voss, uma garota de 17 anos e seus dilemas em uma rede segredos familiares, paixões malucas e situações clichês sem carisma. Para começar a abrir minha “caixa de ferramentas” vou logo pondo a real. Merit é INSUPORTÁVEL DE CHATA! Reclama de absolutamente de tudo, desde a virgindade dela até aos irmãos. Ela tem uma INVEJA da irmã gêmea (idêntica), Honor. Uma inveja completamente sem sentido. Uma espécie de complexo de inferioridade, coisa que fica clara no decorrer da história. Honor, por sua vez implica com a irmã sem motivo aparente, e tem um ”fetiche” por namorar garotos com doenças terminais.
O outro irmão de Merit e Honor que se chama Utah. Utah é um grande de um panacão, cois que também se revela ao longo do enredo. O Pai da família Voss (Barnaby) traiu a mãe de Merit (Vicky) com a enfermeira dela (Victoria) enquanto se ela tratava de uma doença. Merit tem um meio irmão de 4 anos chamado Moby, fruto da relação do Barnaby e Victoria. Acumula-se a família os agregados: o tio pateta e fanfarão Luck, e a paixão de Merit, o enigmático Sagan, individuo que foi abrigado pelo pai de Merit na casa. (puts, é cada nome meu pai). A casa da familia Voss era uma igreja que foi comprada pelo pai e reformulada. Detalhe, tudo por birra que ele tinha com o pastor e o cachorro do pastor.
O que mais me irritou foi o fato da autora induzir a traição de Merit, que achava que Sagan era namorado da irmã gêmea (Honor). Além do fato da Merit ser uma chata de galocha, ainda temos a “paixão de um beijo” entre ela e Sagan. Meu Deus! Que forçada bonita da autora foi esse romance clichê sem sentido nem desenvolvimento. Coisa de revirar os olhos de tão patética que era!!! PQP!
Merit, não satisfeita em ser uma chata, solta uma bomba revelando todos os podres da família Voss, sem sequer arcar com as consequências. Irritou ainda mais aquela mensagem de coaching que a família Voss dá depois que ela faz as revelações: “O perdão, a paz e amor”. Isso me soou forçado e artificial? Com certeza! E pior, o argumento de que a Merit estava depressiva depois de quase mais da metade do livro não colou. Até chegar aí o leitor perde já havia perdido o último resquício de empatia que restava por ela.
Caramba! Tentei relevar mancadas da história viu! Tentei! MAS NÂO DEU!!! A gente perde a empatia por Merit, e por mais da metade do enredo ela sequer demonstra qualquer reação ou mudança de comportamento, ou sei lá, parava de ser chata e tentava ser mais madura. No final das contas a sensação que a gente tem é que a Merit é uma chatinha, invejosa, mimada e insuportável. Foge da escola, foge da conversa com a mãe agorafóbica (Vicky), foge da conversa com o pai ausente, foge do confronto necessário, e só sabe fazer cara feia e resmungar. Eu detesto utilizar o verbo “vitimizar”, mas poxa!!! Fica completamente difícil não dizer que a Merit não se vitimiza, se diminui, tem inveja, é IMATURA E IRRITADIÇA PRA CARAMBA nessa história.
Por mais dificuldades e traumas que a Merit tenha que sofrer com a família maluca que a ignora, nada justifica as atitudes de bebezona que ela tem durante TODO O LIVRO!!!! Mesmo ela sabendo de todos os segredos de todo mundo na casa da família Voss, da depressão mal explicada pela autora e que não me convenceu, não se justifica o quanto o comportamento dela era irritante. Eu fiquei torcendo pra acabar logo esse livro, porque ZERO EMPATIA COM TODOS OS PERSONAGENS! Além de testar a paciência dos leitores essa história não me convenceu. Casal forçado, personagens sem noção. Olhe, foi frustrante demais!!!! (O que foi aquilo do cachorro que era uma cachorra? A Colleen Hoover tava testando a inteligência dos leitores?)
Quem conhece os romances New adults e Younger Adults da Colleen Hoover sabe que ela gosta de expor as feridas, trazendo reviravoltas nos enredos e emocionando sempre. Esse livro tem reviravolta no enredo, mas emociona ZERO! Forçado, com personagens forçados, enredo maluco e forçado, sem carisma, sem empatia. O livro é bem escrito? Sim. A Colleen sabe escrever muito bem, mas aqui ela peca pelas escolhas do enredo e a com os personagens antipáticos. A sensação de incômodo, não no sentido reflexivo, permeou o final arrastado, um arquétipo torto do tipo “Sessão da Tarde” que o final do livro teve me deixou ainda mais frustrado. É aquela coisa de que todos estão felizes numa comedia/drama com ares de “13 é demais” cheio de segredinhos familiares sujos”. Leitura FRUSTRANTE! Esperava mais da Colleen. Adoro os livros dela, e continuarei amando o estilo de escrita dela, mas esse livro na melhor das hipóteses foi mediano para não dizer fraco. FRUSTRANTE PRA CARAMBA! #triste #chateado