Dialética do Esclarecimento

Dialética do Esclarecimento Theodor Adorno
Max Horkheimer




Resenhas - Dialética do Esclarecimento


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Lista de Livros 15/04/2020

Lista de Livros: Dialética do Esclarecimento, de Adorno e Horkheimer
Parte I:

“A naturalização dos homens hoje não é dissociável do progresso social. O aumento da produtividade econômica, que por um lado produz as condições para um mundo mais justo, confere por outro lado ao aparelho técnico e aos grupos sociais que o controlam uma superioridade imensa sobre o resto da população. O indivíduo se vê completamente anulado em face dos poderes econômicos. Ao mesmo tempo, estes elevam o poder da sociedade sobre a natureza a um nível jamais imaginado. Desaparecendo diante do aparelho a que serve, o indivíduo se vê, ao mesmo tempo, melhor do que nunca provido por ele. Numa situação injusta, a impotência e a dirigibilidade da massa aumentam com a quantidade de bens a ela destinados. A elevação do padrão de vida das classes inferiores, materialmente considerável e socialmente lastimável, reflete-se na difusão hipócrita do espírito. Sua verdadeira aspiração é a negação da reificação. Mas ele necessariamente se esvai quando se vê concretizado em um bem cultural e distribuído para fins de consumo.

A enxurrada de informações precisas e diversões assépticas desperta e idiotiza as pessoas ao mesmo tempo.”
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https://listadelivros-doney.blogspot.com/2020/03/dialetica-do-esclarecimento-fragmentos.html

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Parte II:
“Hoje a maquinaria mutila os homens mesmo quando os alimenta.”
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“É na violência, por mais que ela se esconda sob os véus da legalidade, que repousa afinal a hierarquia social. A dominação da natureza se reproduz no interior da humanidade. A civilização cristã – que permitiu que a ideia de proteger os fisicamente fracos revertesse em proveito da exploração do servo forte – jamais conseguiu conquistar inteiramente os corações dos povos convertidos.”
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Parte III:

“Atualmente, a atrofia da imaginação e da espontaneidade do consumidor cultural não precisa ser reduzida a mecanismos psicológicos. Os próprios produtos – e entre eles em primeiro lugar o mais característico, o filme sonoro – paralisam essas capacidades em virtude de sua própria constituição objetiva. São feitos de tal forma que sua apreensão adequada exige, é verdade, presteza, dom de observação, conhecimentos específicos, mas também de tal sorte que proíbem a atividade intelectual do espectador, se ele não quiser perder os fatos que desfilam velozmente diante de seus olhos. O esforço, contudo, está tão profundamente inculcado que não precisa ser atualizado em cada caso para recalcar a imaginação. Quem está tão absorvido pelo universo do filme – pelos gestos, imagens e palavras –, que não precisa lhe acrescentar aquilo que fez dele um universo, não precisa necessariamente estar inteiramente dominado no momento da exibição pelos efeitos particulares dessa maquinaria. Os outros filmes e produtos culturais que deve obrigatoriamente conhecer tornaram-no tão familiarizado com os desempenhos exigidos da atenção, que estes têm lugar automaticamente. A violência da sociedade industrial instalou-se nos homens de uma vez por todas. Os produtos da indústria cultural podem ter a certeza de que até mesmo os distraídos vão consumi-los alertamente. Cada qual é um modelo da gigantesca maquinaria econômica que, desde o início, não dá folga a ninguém, tanto no trabalho quanto no descanso, que tanto se assemelha ao trabalho. É possível depreender de qualquer filme sonoro, de qualquer emissão de rádio, o impacto que não se poderia atribuir a nenhum deles isoladamente, mas só a todos em conjunto na sociedade. Inevitavelmente, cada manifestação da indústria cultural reproduz as pessoas tais como as modelou a indústria em seu todo.”
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Parte IV:

“Os impulsos que o sujeito não admite como seus e que, no entanto, lhe pertencem são atribuídos ao objeto: a vítima em potencial. Para o paranoico usual, sua escolha não é livre, mas obedece às leis de sua doença. No fascismo, esse comportamento é adotado pela política, o objeto da doença é determinado realisticamente; o sistema alucinatório torna-se a norma racional no mundo, e o desvio a neurose. O mecanismo que a ordem totalitária põe a seu serviço é tão antigo quanto a civilização. Os mesmos impulsos sexuais que a raça humana reprimiu souberam se conservar e se impor num sistema diabólico, tanto dentro dos indivíduos, quanto dos povos, na metamorfose imaginária do mundo ambiente. O indivíduo obcecado pelo desejo de matar sempre viu na vítima o perseguidor que o forçava a uma desesperada e legítima defesa, e os mais poderosos impérios sempre consideraram o vizinho mais fraco como uma ameaça insuportável, antes de cair sobre eles. A racionalização era uma finta e, ao mesmo tempo, algo de compulsivo. Quem é escolhido para inimigo é percebido como inimigo. O distúrbio está na incapacidade de o sujeito discernir no material projetado entre o que provém dele e o que é alheio.”
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“Não é fácil falar com um fascista. Quando o outro toma a palavra, ele reage interrompendo-o com insolência. Ele é inacessível à razão porque só a enxerga na capitulação do outro.”
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Arthur 12/10/2021

Conhecimento é poder
"Conhecimento é poder". Essa frase é repetida com frequência por um colega de trabalho. De fato, concordo com o seu conteúdo, mas e quando a racionalização é utilizada para a dominação?
Dialética do esclarecimento é sobre um projeto de sociedade e sua concretização através da dominação das ideias. O contexto é o da ascensão do fascismo na Europa de meados do século XX e consequente eclosão da II guerra mundial, mas conceitos trabalhados no livro como o de cultura de massas e, sobretudo, o de indústria cultural são essenciais para compreender o processo atual (ou cíclico) de estultificação das massas, e a quem ele atende.
Aliás, sobre isso, quero aproveitar esse espaço para fazer um relato pessoal: não tive muitas aulas de Filosofia e Sociologia durante o ensino médio, e meus professores não eram da área. Longe de ser uma crítica a eles, mas sim ao currículo (pensando aqui na lógica de Saviani, compreendendo currículo como um espaço de disputa política): talvez com uma base melhor de Filosofia e Sociologia a leitura desse livro não me fosse tão difícil. E um detalhe: não me considero, modéstia à parte, um leitor iniciante. Sendo assim, e vejo inclusive como ponto convergente com o assunto tratado no livro, é inevitável pensar no Novo Ensino Médio, na redução de carga horária das disciplinas "críticas" (História, Geografia, Filosofia e Sociologia) e imaginar o projeto de sociedade planejado a partir dessa nova base curricular. Enfim.
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Larissa.Cifarelli 17/08/2023

Pequeno e denso
Estamos estudando esse livro há um ano. Alguns escritos são bastante complexos, tem que ter uma "base" para a compreensão.
O capítulo sobre o antissemitismo tem uma leitura mais fluida (foi o que eu mais gostei). Já os textos no final do livro são incríveis, são pensamentos, pequenos ensaios, alguns são interessantes e levam a boas reflexões. (Tudo muito atual).
midauer 12/09/2023minha estante
Oi Larissa, verdade eu achei bem denso e pra mim hoje não tá fazendo sentido manter ele na estante. Pessoal que precisa e quer ler ele: pode falar comigo que eu disponibilizo uma troca :)




Erick 23/09/2012

Neste livro, Adorno e Horkheimer fazem uma minuciosa análise da civilização ocidental, tendo como fundamento o mito, trabalhado na Odisséia de Homero. Fazem diversas análogias das aventuras de Ulisses com a sociedade industrial.

Na dialética do esclarecimento eles concebem a história do pensamento como um constante processo de auto-destruição das formas de pensar, culminando na razão instrumental, que transforma a razão em técnica. " A técnica é a essência desse saber, que não visa conceitos e imagens, nem o prazer do discernimento, mas o método, a utilização do trabalho de outros, o capital"

Essa instrumentalização do pensamento teve enorme influência dos iluministas, principalmente de Kant, que entende a razão como " a saída do homem de sua menoridade, da qual é o próprio culpado". Após a dominação do pensamento pelo homem, este domina a natureza e, consequentemente, toda a sociedade, estabelecendo uma ordem de classses, onde os detentores do poder econômico exercem influência em todos os âmbitos. A ordem estabelecida é postulada como lógica natural derivada de uma razão abstrata. As coisas acontecem conforme os princípios as estabelecem. O sistema instila um bom senso no indivíduo, para que este aja de acordo com os interesses dominantes, mas com a sensação de liberdade. "As leis lógicas estabelecem as relações mais gerais no interior da ordem, elas as definem"

Em seguida dessa dominação econômica da sociedade, todos os conceitos e costumes formulados posteriormente, principalmente a moral, terão influência burguesa e serão seguidos pela massa: o casamento, a industria cultural, o individualismo, o fascismo etc. Em relação ao casamento burguês, é criticado como tendo por essência a subjugação de gênero. " O cristianismo transfigurou no casamento, como união dos corações, a hierarquia dos sexos e o jugo imposto ao caráter feminino pela ordenação masculina da propriedade, aplacando assim a lembrança de um passado mais feliz desfrutado pelo sexo feminino na era pré-patriarcal. Na Sociedade industrial, o amor é faturado."

A própria forma de sentir está subordinada ao sistema econômico. "Os sentidos já estão condicionados pelo aparelho conceitual antes que a percepção ocorra, o cidadão vê a priori o mundo como a matéria com a qual ele o produz a si próprio".

A análise moral da sociedade capitalista é fundamentada, basicamente, em Nietzsche e Sade. O primeiro desenvolve em pormenores a gênese da moral burguesa, entrelaçando a religião no âmago das relações sociais. Religião e Ciência se harmonizam para que a dominação se perpetue.

A análise de Sade " mostra o entendimento sem a direção de outrem(...) o sujeito burguês liberto de toda tutela"; isso se dá não somente com a libertação sexual, mas da espiritualização do erótico como via de transgressão das regras sociais. A partir do mometo que " todo prazer é social e tem origem na alienação", o gozo é entendido como redenção das amarras sociais e uma aspiração de retorno à natureza e animalização do homem (anti-civilização). Uma passagem do livro " História de Juliette" de Sade demonstra exatamente essa consciência de insurreição moral. " A partir do momento de que não cremos em Deus, minha cara, as profanações que desejas nada mais são do que criancices absolutamente inúteis..."

Talvez o mais conhecido capítulo deste livro seja o que trata da indústria cultural, conceito desenvolvido pelos autores em consonância com a "cultura de massa", a padronização das estéticas por meio da conversão em produto de todas as manifestações da sociedade, desde a cultura, passando pela política, os meios de comunicação e a ciência, todos aspectos interligados por um fio condutor: a hegemonia. " Cada setor é coerente em si mesmo e todos o são em conjunto(...) Apesar de todo o progresso da técnica de representação, a pedra com que a indústria cultural alimenta os homens é a da estereotipia".

Um dos principais objetivos da indústira cultural é o aprisionamento das massas e a sua seguinte conformação. " Os consumidores são os trabalhadores e os empregados, os lavradores e os pequeno burgueses. A produção capitalista os mantêm tão bem presos em corpo e alma que eles sucumbem sem resistência ao que lhes é oferecido". Acontece que a indúsria cultural é caracterizada pela submissão ao comercialismo. " Sua ideologia é negócio (...) A diversão é prolongamento sob o capitalismo tardio".

Um dos pontos questionados, com esa instrumentalização da razão, refere-se as prioridades desse progersso: a ciência possibilita meios técnicos de transformar o ambiente, mas o aspecto humano é deixado de lado. " Os desocupados dos grandes centros encontram frio no verão e calor no inverno nos locais climatizados(...) A ideia de esgotar as possibilidades técnicas dadas, a ideia de plena utilização de capacidades em vista do consumo estético massificado, é própria do sistema econômico que recusa a utilização de capacidades quando se trata da eliminação da fome".

A indústria cultural é cruel. Propicia uma ilusória impressão de satisfação. Mostra o que as pessoas querem ver, mas sem nenhuma esperança de que elas alcançarão o desejado. Molda a vontade do público se utilizando da imagem. " A indústria cultural não sublima, mas reprime(...) Oferecer-lhes algo e ao mesmo tempo privá-las disso e á mesma coisa. É isso que proporciona a indústria do erotismo. É justamente porque nunca deve ter lugar, que tudo gira em torno do coito."

Na Sociedade do século XX, a indústria cultural absorve todos os elementos artificiais da vida humana. Mas é na publicidade, com a qual se cofunde, que sua dominação se revela. A repetição do mesmo produto cultural se converte em técnica de manipulação das pessoas. Os grandes grupos econômicos se utilizam desse método para reinar absolutamente e impor seus padrões de comportamento. " As mais íntimas reações das pessoas estão completamente reificadas para elas próprias que a ideia de algo peculiar a elas só perdura na mais extrema abstração: personalidade significa para elas pouco mais do que possuir dentes deslumbrantemente brancos e estar livres do suor nas axilas e das emoções".
Voador 24/10/2012minha estante
Boa resenha, principalmente por evitar o excesso do uso do jargão filosófico. Adorno é daqueles autores seminais, muito citados e pouco lidos e a sua obra ainda está em processo de apreciação.


Voador 24/10/2012minha estante
Boa resenha, principalmente por evitar o excesso do uso do jargão filosófico. Adorno é daqueles autores seminais, muito citados e pouco lidos e a sua obra ainda está em processo de apreciação.




Jack 11/07/2020

Recomendo
Este não é um livro para qualquer um, ele é extremamente denso e pontual, exige um certo fôlego e paciência, ainda mais se não está familiarizado com as referências trazidas.
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Eduardo 14/05/2017

Entre a iluminação e o mito
O livro tece uma crítica à racionalização do mundo. Começa dizendo que a razão, ao destruir o mito, toma o lugar do mito, tornando-se o próprio mito, uma tentativa de explicar, uma espécie metafísica, alienante e objetificadora, matematizadora, que serve à dominação da natureza interna e externa, responsável por tornar o homem dominado a si mesmo. No texto, é usado o mito de Ulisses, como a ideia do proto-burguês, especialmente na parte das sereias, onde Ulisses prendido ao mastro, não se pode soltar para cair em seus prazeres naturais, por conta da dominação auto-infligida. Uma crítica também ao sistema alienante, que prende tanto os chefes, quanto os proletários, não os liberando. Também ocorre uma crítica às ideias iluministas, onde são separados os burgueses otimistas que viam a razão como uma forma de liberdade e esclarecimento, que derrubaria a velha prisão religiosa e os mitos que faziam os homens temerem e os pessimistas (como Sade e Nietzsche) que mostram, sem medo, os problemas do esclarecimento, em sua frieza e matematização, onde os fracos tornam-se produto de ódio dos fortes, e como a razão em si pode se tornar justificativa amoral de ações que se fundam na dominação e divertimento puro.
Também é tecida uma crítica à Indústria Cultural, como forma de dominação do individuo (sendo esse produto das ideias liberais, uma grande promessa da modernidade, assim como a dominação da natureza e do corpo), o individuo torna-se alienado da indústria, a propaganda, ao cinema, despertando uma forma massiva de agir, de ser, de sentir, que torna os indivíduos apenas produtos de um sistema, onde o próprio processo de individualização é modificado, tornando-se então, uma massa uniforme e previsível...de indivíduos. Ou seja, o sujeito vira produto da indústria cultural.
Termina-se com críticas ao ocorrido durante a Segunda Guerra Mundial, e ao fascismo, como uma forma dialética entre natureza e modernidade, sendo que as duas não se perdem, mas se relacionam de uma maneira onde a primeira se distorce na segunda, mas acaba aparecendo horrorificada e deformada, e que por fim, graças a segunda, os traços naturais se perdem e se encontram apagados. É um livro denso, pessimista (por conta da época em que foi escrito), mas que tem verdades explícitas e que podem ser vistas no mundo de hoje, de uma maneira tão absurda como no mundo de ontem. Em vários pontos, áreas como Psicologia e Literatura foram usadas como exemplos, e argumentos, existe uma crítica ao racionalismo partindo dos instrumentos racionais, seguindo um viés marxista e por vezes iluminista, mas sem se perder por completo em uma visão relativista.
Augusto Pietroski 12/06/2018minha estante
Olá, eu gostaria de dizer, primeiramente que achei um tanto interessante a sua crítica ao livro "A Dialética do Esclarecimento" de Adorno e Horkheimer. Porém, gostaria de fazer uma leve marcação sobre o final da sua resenha crítica. A parte em que você escreve "um livro denso, [pessimista]..." não me deixa ficar totalmente de acordo. A minha objeção vai ao fato de que para mim, principalmente, e o para tantos outros críticos e estudiosos da área, o livro é mais realista e retrata a realidade de uma maneira nua e crua do que de uma maneira pessimista.




Giovane 15/07/2022

Dialética do Esclarecimento: Adorno e Horkheimer
Livro curto, no entanto dificílimo, demorei uns 2 meses para terminar, confesso que exigiu muito esforço, tanto para continuar a leitura quanto para entender um pouco, não consegui extrair tudo da obra.
Dois filósofos alemães,ambos frequentaram a escola de Frankfurt que fugiram da guerra na Alemanha e se exilada nos E.U.A.
A obra se refere ao mito, que surge quando se tem medo da verdade, que a economia se constrói a base da exploração de um povo, parte essa citada no livro muito interessante, citando uma passagem da Odisséia quando tocando uma música o comandante de um barco pede para os empregados colocarem cera nos ouvidos, para que somente ele aproveitassem a música conta támbem com a análise sobre Marquês de Sade, sobre a sociedade e o desencantamento da sociedade e as modificações que surgem nela, aborda também o sacrifício científico e o religioso, na sociedade e nessa questão a limitação do saber , somos limitados pela fé, a ciência perseguindo a religião e a religião perseguindo a ciência.
Cita também os meios de comunicação da época que eram usados para manipular as massas , "tal qual nos dias atuais", Joseph Goebbels, chefe da propaganda nazista sabia bem como usar essas ferramentas, que na época era : o rádio, a TV e o Cinema que prestavam serviço ao Nazismo. E por ai vai, é um livro um pouco difícil , como citado no início da tentativa de resenha, e tem que ser lido lentamente para tentar extrair o máximo de informação possível.
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Icaro 12/02/2023

Excelente
Um clássico escrito no pós-segunda guerra e precursor da Escola de Frankfurt, é uma crítica super interessante sob o ponto de vista psicológico e filosófico da origem do populismo, do ódio à natureza, às mulheres e a evolução teológica. A leitura não é fácil e fluida, mas vale muito a pena!
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Filino 05/08/2017

Marcha para frente?
O livro de Adorno e Horkheimer constitui verdadeiro manifesto sobre o aspecto tenebroso do qual se reveste o processo de esclarecimento. Os autores demonstram como uma ideia que, para muitos, poderia soar como emancipação, torna-se o contrário disso: o indivíduo é absorvido no todo; a reflexão é deixada de lado e o que prevalece são os "fatos" e tudo que a eles se relacionam. Tal perspectiva, um bocado empobrecedora para a humanidade, lança um verdadeiro alerta para os leitores.

Nesta obra, os autores remontam ao mito (em particular a Odisseia, sobretudo o episódio de Ulisses e as sereias) e chegam até o antissemitismo. Nesse percurso, tratam ainda da propaganda e até personagens como Chaplin ("O grande ditador") e galãs hollywoodianos são mencionados - tudo sob a perspectiva crítica (e por vezes ácida) de Adorno e Horkheimer.
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Amanda Bento 02/08/2019

Não desista pela linguagem difícil
Li esse livro para terminar uma discliplina no meu curso, com ajuda de artigos de apoio e videoaulas e fiquei bastante surpreendida. Mesmo que tenha uma técnica de escrita pouco acessível, o livro trabalha conceitos importantíssimos para consciência de classe e educação. Recomendo para educadores e inconformados.
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Gabriel 17/07/2022

Dialética do esclarecimento
"Dialética do esclarecimento", de Theodor Adorno e Max Horkheimer, expoentes da Escola de Frankfurt, trata do esclarecimento e da indústria cultural.
Os autores fazem uma reconstrução histórica do conceito de esclarecimento e seus sentidos e concluem que ele é totalitário. O totalitarismo do esclarecimento, segundo a tese proposta, poderia ser explicado pelo fato do ser usado como instrumento de domínio da natureza e sua tecnização e excesso de racionalidade, como nos regimes totalitários.
Critica-se o sistema racionalista iluminista (em especial o kantiano) e o uso da razão técnica empregada na indústria cultural, que reduz elementos da cultura a entre do sistema capitalista numa sociedade de massas e consumidores.
Uma leitura excelente para entender o pensamento da Escola de Frankfurt, assim como a teoria crítica, no entanto, o fluxo de leitura pode vir a ser um pouco cansativo.
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Paulo Silas 17/10/2016

O clássico de Adorno e Horkheimer, pesado e pontual, profundo e reflexivo, denso e construtivo, tece críticas filosóficas bastante categóricas sobre o entendimento que se estabeleceu sobre a razão. A razão sem o esclarecimento de assim ser perde a razão de figurar como sendo razão. O esclarecimento sobre a motivação, os fundamentos e o porquê das coisas serem o que são se faz necessário para que a racionalidade seja melhor compreendida em seu aspecto estrutural. Há, portanto, na obra, a conceituação do esclarecimento.

O esclarecimento seria o sopro de manifestação do singular em frente ao universal. Daí a necessidade do esclarecimento.

Na primeira parte da obra há um estudo profundo dos autores onde se esmiúça o liame do corpo social com a racionalidade. O mito é demonstrado não apenas como algo superado pela razão. O mito já é uma forma de esclarecimento. A "Odisseia", de Homero, é o texto que recebe a detalhada análise dos autores a fim de situar o mito como esclarecimento. Outros nomes que também são abordados nessa parte da obra são Kant, Sade e Nietzsche, evidenciando a contribuição de tais pensadores para a conceituação de esclarecimento.

Na parte central da obra, "A indústria cultural: o esclarecimento como mistificação das massas", há uma profunda crítica contra aquilo que os autores denominam de "indústria cultural". Aqui, o domínio das manifestações culturais impostas aos cidadãos consumidores é denunciado. O consumismo cultural acorrenta o homem num estado de não reflexão, de aceitabilidade do que lhe é vendido, como se suas escolhas fossem frutos de uma deliberação própria. O mundo industrial moderno determina os produtos de consumo a serem "optados" pelos cidadãos. A escolha é meramente aparente, já que as mais variadas formas de manifestações culturais e seus produtos gerados são idênticos em sua essência, construídos ou adaptados com o intuito de manter a inércia uniforme da população. E a fórmula funciona.

Por fim, os autores encerram o livro com uma digressão histórico-filosófica que busca as origens (ou o âmago) sobre a irracionalidade do antissemitismo. A denúncia é bastante clara neste sentido. Há ainda também um fechamento da obra com "notas e esboços" dos autores, evidenciando, ressaltando ou ainda complementando alguns dos pontos trabalhados no livro.

É uma leitura pesada, a qual requer atenção e paciência. O conteúdo compensa o esforço. Vale. Recomendo.
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Edsondasilvacg 04/07/2019

Dialética do Esclarecimento
Dialética do Esclarecimento: Para quem não lei esse livro eu recomento a leitura, a forma como os autores descrevem os acontecimentos históricos é surpreendente. Uma leitura inteligente e sagas para os dias atuais. Todo contexto histórico parece se conectar. A leitura não é complicada de fácil compreensão, as abordagens são explicativas e reflexivas. Os autores descrevem de maneira sutil como se dão a questão do conhecimento, desenvolvimento, cultura, cinema, sociedade e regimes totalitários. As construções do mito, de como nós organizaram em pensamento e sociedade. Fala da conversão do fascismo e nazismo, como se deram as politicas socialistas. Como conhecimento e libertador, que como a burrice em forma de inteligência tem um efeito dominó, como as pessoas reagem e aceitas das coisas sem questionar. Como se desenvolveu a mercadoria e sistema financeiro, de como os Judeus tiveram uma importância para esse desenvolvimento e sua perseguição na segunda guerra mundial. Por fim ele termina descrevendo que a burrice é uma cicatriz, que imobiliza o individuo a pensar de expandir.
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Gabriel.Chamma 26/02/2021

Livro muito interessante, porém, com linguagem de difícil entendimento. Muitos dos conteúdos abordados fugiam ao meu entendimento por falta de base de alguns autores utilizados, contudo um análise muito valiosa do contexto em que foi retratado, livro excelente como material analítico, tanto filosoficamente, como sociologicamente, além de poder ser utilizado com uma fonte histórica sem qualquer problemas, o capítulo industria cultural, em minha opinião, é o mais intrigante.
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Laura 22/06/2022

eu li ?industria cultural? na força do odio, nao aguentava mais ler isso a cada 2 parágrafos. Muito complicado. Mas o tema é legal, ou o que eu entendi dele.
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